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Os dias foram se passando, e Mellody adquirindo cada vez mais o hábito de se cortar. Era um dia suavemente frio, com a iluminação de um fraco sol. Mellody havia saído mais cedo da aula de poções, e desceu direto para o Lago Negro. Sentou-se de frente para o mesmo, e observou o movimento tranquilo.

 

— Aqui estou. Sozinha, novamente - Mellody sussurrou para si mesma, com a voz embargada pelo choro.

 

Ela tinha a mão dentro das vestes, e segurava com força um objeto. Parecia estar se decidindo. Pegou um pergaminho, e uma pena. Começou a escrever algo para Tom. A única pessoa que Mellody mais amou em toda sua vida, e ironicamente, a pessoa que a mais fez sofrer. Ele havia sido seu paraíso, e seu inferno ao mesmo tempo. Não estava em seus planos, se apaixonar por Tom Riddle. Com certeza não!

Mellody pretendia, apenas, esperar. Esperar o vira-tempo ser concertado, e voltar ao seu tempo normal. Mas a garota se encantou pelo misterioso monitor da Sonserina, que nem a maioria das outras alunas. Só que Riddle nunca cogitou a ideia de que Mellody, era como as outras garotas. Havia algo nela, que o intrigava profundamente. Como um enigma, que precisava ser decifrado por ele. E somente por ele.

Mellody respirou fundo, dobrando o papel e colocando-o em um envelope. Olhou para trás, e verificou que estava vazio. Pegou o tal objeto em suas vestes, e o encarou. O estilete parecia agora, cada vez mais atraente. Ele parecia chamá-la.

 

— Eu estou ficando louca, só pode. - Murmurou, balançando a cabeça negativamente.

 

Ela engoliu seco, e fez um corte vertical próximo à sua veia, em seu pulso. Aquilo já era normal para ela. Só que Mellody não sabia que seu corte, fora próximo demais. Na verdade, havia tocado sua veia. Portanto, o sangue escorria agora com mais velocidade, e quantidade. Ela estranhou, mas continuou observando a vista linda do Lago. Piscou duas vezes, ao sentir sua visão ficar turva. Aquilo já estava indo longe demais. Se levantou, e tudo pareceu girar ao seu redor.

 

— Mellody! - Ouviu a voz urgente e preocupada de um garoto.

 

Ela não conseguia decifrar quem era, pois no mesmo instante desmaiou, caindo nos braços do mesmo. O garoto a pegou no colo, sem dificuldade. Não parecia, mas era forte o suficiente. Recolheu as coisas de Mellody, inclusive o envelope, e levou-a direto à enfermaria. Assim que chegou, a enfermeira logo a socorreu.

 

— Ai meu Merlin, o que houve? - Ela perguntou, ajudando o garoto à colocar Mellody na cama.

— Não sei. Encontrei-a assim, perto do Lago Negro 

— Preciso pedir que se retire, Sr. Malfoy.

— Sem problemas. E-Eu... Eu vou levar isto ao Tom. - Abraxas disse, pegando a carta endereçada à Tom e saiu da enfermaria.

 

Ele ainda sentia o coração palpitar em seu peito. Seus cabelos estavam pregados à testa, por causa do suor. Tom ficaria louco ao descobrir isso, ele tinha certeza. Seguiu à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, e bateu na porta.

 

— O que deseja, Sr. Malfoy? - A professora Galatea Merrythought disse, severa. Todos os alunos encararam Abraxas, inclusive Tom.

— Preciso falar um instante com Tom, Professora Merrythought.

— Tudo bem. Sr. Riddle, pode ir

 

Tom recolheu seu material, e saiu da sala ao lado de Abraxas. O loiro esperou a porta ser fechada para dar a notícia ao amigo.

 

— Isto é para você. - Abraxas disse, entregando o envelope à Tom.

— O que é isto, Malfoy? Você me tirou da sala, somente para entregar um envelope? - Tom perguntou, irritado

— Apenas... Apenas leia

 

Tom suspirou e abriu a carta. Logo de início, reconheceu a letra de Mellody. Ele não conseguia entender o que ela queria dizer à ele, por carta e não pessoalmente. Então, começou à ler.

Não terminou de ler, apenas jogou a carta com força para Abraxas e correu para a enfermaria. Lá, foi barrado pela enfermeira que não o deixou entrar.

 

— Ela... Ela é minha namorada, por favor

— Desculpe, Sr. Riddle, mas a srta. Avadak está em um momento muito crítico. Ela não pode ser perturbada por ninguém, nem mesmo o próprio diretor. Eu realmente sinto muito.

— Se importa se eu ficar sentado aqui, esperando ela melhorar?

— O Sr. certamente tem aulas, eu...

— Sim, tenho aula. Mas não são, nem de longe, mais importantes que Mellody.

 

A enfermeira bufou, e olhou pela última vez a garota deitada na cama, respirando calmamente num sono profundo.

 

— Eu posso deixá-lo ficar aqui por pouco tempo. Se faltar à muitas aulas, o diretor irá buscá-lo.

 

E saiu, depois de dizer isso. Tom caminhou até sua amada, e observou seu rosto tranquilo. Ela parecia estar tendo um tipo de sonho. Ele desceu seu olhar para o pulso enfaixado de Mellody, ainda manchado de sangue.

 

— Por quê você fez isso, Mellody? - Suspirou, acariciando sua mão de leve.

— É mais rápido que eu, Sr. Riddle.

 

Ouviu a voz calma de Dumbledore, e se virou. O Professor estava sorrindo amigavelmente, como sempre sorriu. Ele caminhou lentamente e parou ao lado de Tom.

 

— Suponho que já deva saber o motivo dela ter feito isso, certo? - Perguntou, Dumbledore.

— Mais ou menos. Ela fez isso, por minha causa. Porque eu fui um idiota, e agi como um idiota com ela.

— Sabe, Tom... O amor nos transforma em outra pessoa, isso é um fato.

— Isso não muda o fato de que eu agi como um idiota, e ela agora está assim, por minha culpa

— O que te fez agir como um idiota, Tom?

— Eu... Eu - Tom fez uma pausa - Eu li o diário dela, sem querer.

— E o que descobriu lá? - Perguntou Dumbledore, com um grande sorriso.

— Espere! Você não irá dizer que é muito feio ler o diário dos outros, e que isso é falta de privacidade ou coisa do tipo?

— Eu mesmo já li muitos diários por aí, Tom. Não posso lhe dar um sermão, sendo que cometi o crime diversas vezes. - Dumbledore riu. - E ainda não me disse o que descobriu no diário.

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Just come with your heart, and leave the rest to me ( Basta vir com seu coração, e deixe o resto pra mim )

And I promise I will be, and I'll be the cure ( E eu prometo que vou ser, vou ser a sua cura )

Show me where it hurts, and I know that I can be the medicine you need ( Me mostre onde dói, e eu sei que posso ser o remédio que você precisa )

And I'll be your cure ( E eu vou ser sua cura )

          The Cure - Jordin Sparks