Mr. e Mrs. Jackson escrita por Beatriz Costa


Capítulo 6
Telefonemas e Compromissos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo. Espero que gostem!



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PDV Annabeth

Geralmente vamos dormir apenas quando já não conseguimos estar de olhos abertos. Outras vezes eu subo um pouco mais cedo, enquanto Percy está a trabalhar na sala. Ou então fico até tarde a ver televisão.

Hoje, eu já estava na cama a ler um livro quando Percy entra no quarto de pijama e deita-se ao meu lado apagando a luz do lado dele.

- Querida, importas-te…

- Só mais cinco minutos. – ele que aguente se quiser. Ouvi um resmungo.

- Boa noite, querida.

- Boa noite.

Passados exactamente cinco minutos, pousei o livro e apaguei a luz.

Ao fechar os olhos tive a sensação de estar sozinha.

E que talvez isso fosse o melhor.

PDV Percy

O clima no quarto estava péssimo depois daquela porra de jantar.

Quando entrei no quarto já de pijama, Annabeth lia um livro. Enfiei-me dentro da cama e apaguei a luz. Annabeth continuava com a luz acesa.

- Querida, importas-te…

- Só mais cinco minutos.

Resmunguei.

- Boa noite querida.

-Boa noite.

Cinco minutos depois, ela finalmente apagou a luz.

PDV Annabeth

Alguns dias depois, Percy e eu estávamos na cozinha a lavar a louça do jantar. Percy passava os pratos por água e eu punha tudo na máquina. Era sempre assim, uma espécie de ritual.

Ele passou-me um prato ainda sujo. Será que ele não sabe fazer as coisas direito? Peguei no prato e passei por água novamente.

Ele fez uma careta.

Voltei-me para as restantes peças até ouvir o barulho de algo a partir. Percy tinha partido um dos pratos.

- Desculpa, querida.

- Eu apanho.

- Não te preocupes, eu apanho. – insistiu Percy.

O meu telemóvel tocou em cima da mesa.

- Deve ser do escritório – disse eu. Rapidamente atendi. – Não demoro.

E saí.

PDV Percy

Annabeth saiu da cozinha.

Ela tem recebido muitos telefonemas do escritório.

Ouvi-a a ir para o nosso quarto, onde teria mais privacidade para falar.

Fiquei de ouvido aberto.

Nada.

De repente ouvi um barulho de algo a ser arrastado.

Eu não me importava…mas Annabeth poderia precisar de ajuda.

Fui até ao quarto como quem não quer nada. A porta estava entreaberta. Quando entrei, Annabeth estava de costas para mim a apertar o casaco. Fiz barulho ao remexer nas gavetas para ela perceber a minha presença.

Ela virou-se para mim assustada.

- Caramba Percy. Assustaste-me.

- Desculpa, querida. Andava á procura de… Vais sair?

Continuei a remexer na gaveta enquanto via Annabeth a passar perfume.

- Estão com problemas na estrutura de um edifício. Pelos vistos os meus cálculos deram erro. O que é impossível. Quero resolver essa situação e mostrar que eu nunca erro.

- Prometemos aos Underwood.

Grover e Juníper Underwood são os nossos vizinhos e tinham-nos convidado a ir até casa deles.

- Eu sei. – dizia ela enquanto punha um lenço ao pescoço. – Eu vou lá ter. Sabes como é. Uma rapidinha.

Não gostei de ouvir essa expressão.

Ela saiu do quarto.

Esperei até ouvir a porta da frente bater. Depois desci as escadas e fui até á janela de onde a vi tirar o carro da garagem.

Não era a primeira vez que ficava a imaginar para onde ela iria.

O mais provável era ela pensar o mesmo quando eu saia.

Felizmente, eu também tinha um compromisso.

…….

Meia hora mais tarde atravessava a ponte de táxi enquanto bebia do meu cantil de prata.

Saí do táxi deixando uma boa quantia com o condutor.

Desci umas escadas até uma porta preta e empurrei.

PDV Annabeth

Saí do táxi em frente a um grande prédio. Um hotel de luxo no centro da cidade.

Chamadas no meio da noite não são incomuns no meu trabalho.

Se o Percy suspeitasse sequer do que eu faço…

O que ele iria achar?

Duvido muito que se importasse.

Entrei no prédio. Peguei o elevador até ao último andar. Fui recebida por um guarda-costas que mais parecia um armário.

Este revistou a minha bolsa. Lá dentro ele viu o meu lenço, um chicote e algemas. Tornou a dar-me a bolsa. Eu sorri.

- Temos o avião daqui a uma hora.

- Está bem.

Na sala estavam mais dois guarda-costas a verem um programa de perguntas e respostas na TV.

Passei por eles sendo conduzida até uma porta. Entrei silenciosamente e tranquei a porta. Não queria ser interrompida.

PDV Percy

Já lá dentro segui directo para o sítio que eu queria. Havia várias portas, na qual uma tinha escrito MIJADOURO. Havia uma porta de acesso aos funcionários e foi aí que entrei. Ouviam-se vozes atrás de uma outra porta. E é claro que eu entrei a cambalear, quase caíndo.

- Mas o que é isto? Que merda vem a ser esta? – gritou um dos tipos lá dentro.

- Desculpem. Onde é que fica a casa de banho? Só quero… - eu ia sair, a cambalear um pouco, quando dei meia volta. - Ei vocês estão a jogar póquer?

- É um jogo privado. Põe-te na alheta.

- Posso sentar-me? Tá aqui uma cadeira vazia. Será que eu…

- Qual foi a parte do “põe-te na alheta” que não percebeste?

-Vá lá malta, sejam simpáticos. Eu tenho guita.

Ao levar uma mão ao bolso, um dos tipos pôs a mão na arma.

- Eu tenho dinheiro, tão a ver. – tirei um maço de notas. – olha, olha, olha. Tão com medo de perder. Eu compreendo. Se quiserem eu sento-me aqui. – apontei para a cadeira á minha frente. – E eu jogo com vocês. Se não quiserem, não jogo.

Ia a guardar as notas no bolso, quando elas caem ao chão. Ao tentar apanhá-las, dou com a cabeça na cadeira. Ouço risos. Torno a levantar-me.

- Uma cadeira vaga. Podia sentar-me nela.

- É a cadeira do Luke. – disse um.

- Onde está o Luke? Eu não vejo aqui o Luke.

- O Luke ainda não voltou.

Continuei a insistir.

- Então, eu sento-me aqui. A menos… que eu seja bom demais pra vocês.

PDV Annabeth

Enquanto esperava o anfitrião fui observando o local.

Uma cama enorme com uma colcha horrível. Portas de vidro que davam para uma ampla varanda.

O meu anfitrião chega. Está vestido com um robe ás riscas. Dou o meu melhor sorriso. Ele também sorri. Com um aceno pediu que eu tirasse o casaco comprido que usava. Soltei os meus cabelos também. Por baixo do casaco tinha um traje super curto todo em couro, completando com as meias de renda e as botas até ao joelho.

Pela expressão dele, acho que gostou. Está na hora de entrar em acção.

PDV Percy

O jogo não me estava a correr muito bem. Tinha uma última oportunidade. Luke ainda não tinha aparecido. Era uma corrida contra o tempo.

Apostei a última coisa que tinha: o meu cantil.

- Prata sólida.

O tipo careca chamado Tom, pegou nele e leu a inscrição.

-“Aos deuses e ás balas que não nos encontraram. Annie”.

- Põe isso no meio. – disse eu batendo palmas. Os outros dois, Chris e Ethan riam.

Continuamos a jogar enquanto bebíamos. Foi quando a porta se abriu e apareceu Luke.

- Que merda é esta?

Ethan falou.

- Desculpa Luke. – virou-se para mim. – Põe-te a andar. Obrigado pelos trocos.

Virei-me para o homem atrás de mim.

- Tu é que és o Luke? – ele acenou. – Deves estar a brincar.

- O que é que queres? Procuras trabalho?

- Tu és o trabalho.

Mal disse isto mandei um tiro certeiro em Luke. Os outros ficaram atrapalhados. Chris levou a mão á cintura á procura da sua arma. Mas esta já estava no chão, juntamente com as dos outros dois. Arrastei a cadeira para trás e eliminei os outros três, com uma arma com silenciador em cada mão.

Antes de sair peguei no meu cantil e vi quais as cartas que iam sair.

- Um par de três.

Atirei a carta sobre a mesa e fui embora.

PDV Annabeth

Prendi Ares com as algemas. Ele estava de joelhos no chão. Passei o chicote pelas suas costas, enquanto falava de maneira provocadora.

- Tens sido um menino mau?

- Sim.

Uma chicotada. Ele gemeu. Estava totalmente sob o meu controlo. Andei á volta dele.

- Sabes o que acontece aos meninos maus? – mais uma chicotada. – Eles são castigados.

- Castiga-me.

Mandei mais duas chicotadas.

Eu estava atrás dele, as minhas mãos sobre os seus ombros.

- Tens vendido armas grandes a pessoas más?

Ele ficou sem reacção. Mas também não lhe dei tempo para ter uma. Sem nenhum aviso, virei a cabeça do desgraçado o mais violentamente possível. Soltei um sorriso enquanto ele caia ao chão com um baque.

Voltei a vestir o casaco, enquanto os armários batiam na porta do quarto.

- Senhor Ares, sente-se bem?

Olhei para as horas e lembrei-me: Os Underwood.

Peguei na minha mala e fui para a varanda. Ouvi os disparos contra a porta para a conseguirem abrir. Prendi a alça da bolsa num aro de metal na parede e corri para o parapeito. Atirei-me de lá, bem na hora em que os capangas de Ares entraram na varanda. Desci pela fachada do hotel como uma aranha (embora tenha pavor delas) com os meus cabelos a esvoaçarem. Já perto do chão, soltei a mala e caí em pé na calçada, acabando por assustar um dos funcionários do hotel. Como se não tivesse acontecido nada, pedi um táxi e ele imediatamente abriu a porta de um.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?