Mr. e Mrs. Jackson escrita por Beatriz Costa
Notas iniciais do capítulo
Mais um capitulo. Espero que gostem!
PDV Annabeth
Geralmente vamos dormir apenas quando já não conseguimos estar de olhos abertos. Outras vezes eu subo um pouco mais cedo, enquanto Percy está a trabalhar na sala. Ou então fico até tarde a ver televisão.
Hoje, eu já estava na cama a ler um livro quando Percy entra no quarto de pijama e deita-se ao meu lado apagando a luz do lado dele.
- Querida, importas-te…
- Só mais cinco minutos. – ele que aguente se quiser. Ouvi um resmungo.
- Boa noite, querida.
- Boa noite.
Passados exactamente cinco minutos, pousei o livro e apaguei a luz.
Ao fechar os olhos tive a sensação de estar sozinha.
E que talvez isso fosse o melhor.
PDV Percy
O clima no quarto estava péssimo depois daquela porra de jantar.
Quando entrei no quarto já de pijama, Annabeth lia um livro. Enfiei-me dentro da cama e apaguei a luz. Annabeth continuava com a luz acesa.
- Querida, importas-te…
- Só mais cinco minutos.
Resmunguei.
- Boa noite querida.
-Boa noite.
Cinco minutos depois, ela finalmente apagou a luz.
PDV Annabeth
Alguns dias depois, Percy e eu estávamos na cozinha a lavar a louça do jantar. Percy passava os pratos por água e eu punha tudo na máquina. Era sempre assim, uma espécie de ritual.
Ele passou-me um prato ainda sujo. Será que ele não sabe fazer as coisas direito? Peguei no prato e passei por água novamente.
Ele fez uma careta.
Voltei-me para as restantes peças até ouvir o barulho de algo a partir. Percy tinha partido um dos pratos.
- Desculpa, querida.
- Eu apanho.
- Não te preocupes, eu apanho. – insistiu Percy.
O meu telemóvel tocou em cima da mesa.
- Deve ser do escritório – disse eu. Rapidamente atendi. – Não demoro.
E saí.
PDV Percy
Annabeth saiu da cozinha.
Ela tem recebido muitos telefonemas do escritório.
Ouvi-a a ir para o nosso quarto, onde teria mais privacidade para falar.
Fiquei de ouvido aberto.
Nada.
De repente ouvi um barulho de algo a ser arrastado.
Eu não me importava…mas Annabeth poderia precisar de ajuda.
Fui até ao quarto como quem não quer nada. A porta estava entreaberta. Quando entrei, Annabeth estava de costas para mim a apertar o casaco. Fiz barulho ao remexer nas gavetas para ela perceber a minha presença.
Ela virou-se para mim assustada.
- Caramba Percy. Assustaste-me.
- Desculpa, querida. Andava á procura de… Vais sair?
Continuei a remexer na gaveta enquanto via Annabeth a passar perfume.
- Estão com problemas na estrutura de um edifício. Pelos vistos os meus cálculos deram erro. O que é impossível. Quero resolver essa situação e mostrar que eu nunca erro.
- Prometemos aos Underwood.
Grover e Juníper Underwood são os nossos vizinhos e tinham-nos convidado a ir até casa deles.
- Eu sei. – dizia ela enquanto punha um lenço ao pescoço. – Eu vou lá ter. Sabes como é. Uma rapidinha.
Não gostei de ouvir essa expressão.
Ela saiu do quarto.
Esperei até ouvir a porta da frente bater. Depois desci as escadas e fui até á janela de onde a vi tirar o carro da garagem.
Não era a primeira vez que ficava a imaginar para onde ela iria.
O mais provável era ela pensar o mesmo quando eu saia.
Felizmente, eu também tinha um compromisso.
…….
Meia hora mais tarde atravessava a ponte de táxi enquanto bebia do meu cantil de prata.
Saí do táxi deixando uma boa quantia com o condutor.
Desci umas escadas até uma porta preta e empurrei.
PDV Annabeth
Saí do táxi em frente a um grande prédio. Um hotel de luxo no centro da cidade.
Chamadas no meio da noite não são incomuns no meu trabalho.
Se o Percy suspeitasse sequer do que eu faço…
O que ele iria achar?
Duvido muito que se importasse.
Entrei no prédio. Peguei o elevador até ao último andar. Fui recebida por um guarda-costas que mais parecia um armário.
Este revistou a minha bolsa. Lá dentro ele viu o meu lenço, um chicote e algemas. Tornou a dar-me a bolsa. Eu sorri.
- Temos o avião daqui a uma hora.
- Está bem.
Na sala estavam mais dois guarda-costas a verem um programa de perguntas e respostas na TV.
Passei por eles sendo conduzida até uma porta. Entrei silenciosamente e tranquei a porta. Não queria ser interrompida.
PDV Percy
Já lá dentro segui directo para o sítio que eu queria. Havia várias portas, na qual uma tinha escrito MIJADOURO. Havia uma porta de acesso aos funcionários e foi aí que entrei. Ouviam-se vozes atrás de uma outra porta. E é claro que eu entrei a cambalear, quase caíndo.
- Mas o que é isto? Que merda vem a ser esta? – gritou um dos tipos lá dentro.
- Desculpem. Onde é que fica a casa de banho? Só quero… - eu ia sair, a cambalear um pouco, quando dei meia volta. - Ei vocês estão a jogar póquer?
- É um jogo privado. Põe-te na alheta.
- Posso sentar-me? Tá aqui uma cadeira vazia. Será que eu…
- Qual foi a parte do “põe-te na alheta” que não percebeste?
-Vá lá malta, sejam simpáticos. Eu tenho guita.
Ao levar uma mão ao bolso, um dos tipos pôs a mão na arma.
- Eu tenho dinheiro, tão a ver. – tirei um maço de notas. – olha, olha, olha. Tão com medo de perder. Eu compreendo. Se quiserem eu sento-me aqui. – apontei para a cadeira á minha frente. – E eu jogo com vocês. Se não quiserem, não jogo.
Ia a guardar as notas no bolso, quando elas caem ao chão. Ao tentar apanhá-las, dou com a cabeça na cadeira. Ouço risos. Torno a levantar-me.
- Uma cadeira vaga. Podia sentar-me nela.
- É a cadeira do Luke. – disse um.
- Onde está o Luke? Eu não vejo aqui o Luke.
- O Luke ainda não voltou.
Continuei a insistir.
- Então, eu sento-me aqui. A menos… que eu seja bom demais pra vocês.
PDV Annabeth
Enquanto esperava o anfitrião fui observando o local.
Uma cama enorme com uma colcha horrível. Portas de vidro que davam para uma ampla varanda.
O meu anfitrião chega. Está vestido com um robe ás riscas. Dou o meu melhor sorriso. Ele também sorri. Com um aceno pediu que eu tirasse o casaco comprido que usava. Soltei os meus cabelos também. Por baixo do casaco tinha um traje super curto todo em couro, completando com as meias de renda e as botas até ao joelho.
Pela expressão dele, acho que gostou. Está na hora de entrar em acção.
PDV Percy
O jogo não me estava a correr muito bem. Tinha uma última oportunidade. Luke ainda não tinha aparecido. Era uma corrida contra o tempo.
Apostei a última coisa que tinha: o meu cantil.
- Prata sólida.
O tipo careca chamado Tom, pegou nele e leu a inscrição.
-“Aos deuses e ás balas que não nos encontraram. Annie”.
- Põe isso no meio. – disse eu batendo palmas. Os outros dois, Chris e Ethan riam.
Continuamos a jogar enquanto bebíamos. Foi quando a porta se abriu e apareceu Luke.
- Que merda é esta?
Ethan falou.
- Desculpa Luke. – virou-se para mim. – Põe-te a andar. Obrigado pelos trocos.
Virei-me para o homem atrás de mim.
- Tu é que és o Luke? – ele acenou. – Deves estar a brincar.
- O que é que queres? Procuras trabalho?
- Tu és o trabalho.
Mal disse isto mandei um tiro certeiro em Luke. Os outros ficaram atrapalhados. Chris levou a mão á cintura á procura da sua arma. Mas esta já estava no chão, juntamente com as dos outros dois. Arrastei a cadeira para trás e eliminei os outros três, com uma arma com silenciador em cada mão.
Antes de sair peguei no meu cantil e vi quais as cartas que iam sair.
- Um par de três.
Atirei a carta sobre a mesa e fui embora.
PDV Annabeth
Prendi Ares com as algemas. Ele estava de joelhos no chão. Passei o chicote pelas suas costas, enquanto falava de maneira provocadora.
- Tens sido um menino mau?
- Sim.
Uma chicotada. Ele gemeu. Estava totalmente sob o meu controlo. Andei á volta dele.
- Sabes o que acontece aos meninos maus? – mais uma chicotada. – Eles são castigados.
- Castiga-me.
Mandei mais duas chicotadas.
Eu estava atrás dele, as minhas mãos sobre os seus ombros.
- Tens vendido armas grandes a pessoas más?
Ele ficou sem reacção. Mas também não lhe dei tempo para ter uma. Sem nenhum aviso, virei a cabeça do desgraçado o mais violentamente possível. Soltei um sorriso enquanto ele caia ao chão com um baque.
Voltei a vestir o casaco, enquanto os armários batiam na porta do quarto.
- Senhor Ares, sente-se bem?
Olhei para as horas e lembrei-me: Os Underwood.
Peguei na minha mala e fui para a varanda. Ouvi os disparos contra a porta para a conseguirem abrir. Prendi a alça da bolsa num aro de metal na parede e corri para o parapeito. Atirei-me de lá, bem na hora em que os capangas de Ares entraram na varanda. Desci pela fachada do hotel como uma aranha (embora tenha pavor delas) com os meus cabelos a esvoaçarem. Já perto do chão, soltei a mala e caí em pé na calçada, acabando por assustar um dos funcionários do hotel. Como se não tivesse acontecido nada, pedi um táxi e ele imediatamente abriu a porta de um.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?