PDV Percy

A caminho de casa lembrei-me da festa dos Underwood. Não era propriamente uma ideia alegre.

Annabeth já deveria ter voltado, pois ao entrar em casa ouvi passos no andar de cima, no nosso quarto. Subi as escadas para lembrá-la do nosso compromisso. Ao entrar vi que ela tentava abotoar um vestido rosa. Não sei o que mas havia algo de estranho nos seus movimentos.

De repente ficou imóvel como se tivesse sentido algo. Depois virou-se.

– Percy! – exclamou com um sorriso forçado. – Não te vi lá em baixo.

– Acabei de chegar. Como correu o trabalho?

Ela deu de ombros.

– Normal, como sempre.

Ela veio até mim e farejou o ar, olhando para mim com desaprovação.

– Andaste a beber com o Nico outra vez?

– Fomos ver o jogo e apostei uns trocos com o pessoal.

– Como te saíste?

– Os knicks perderam. Por um ponto.

Peguei uma garrafa de vinho ao passarmos na cozinha.

Ao chegarmos á porta de entrada dos nossos vizinhos esta abriu-se revelando Grover e Juníper que nos receberam como se fossemos os melhores e mais antigos amigos.

– Bem-vindos, vizinhos! – disseram ao mesmo tempo.

– Oi! – disse eu, dando o meu melhor sorriso.

– Ainda bem que puderam vir. – disse Juníper.

– A casa é linda. – disse Annabeth ao meu lado.

– Obrigada.

– Que vestido lindo.

– Obrigada. O teu também.

Annabeth e Juníper iam trocando elogios enquanto a última arrastava a minha mulher para a sala de estar.

– Vamos ter com as outras garotas.

– Portem-se bem. – disse Grover. Dei um sorrisinho. Ele virou-se para mim.

– Queres um cubano?

– Não, eu não fumo.

– Corpo limpo, alma limpa, diz a Juníper.

– Tem toda a razão.

– Vocês têm algum vício?

A noite vai ser longa…

PDV Annabeth

Mal cheguei a casa fui logo para o quarto. Não tinha tempo para um banho, peguei no primeiro vestido que me apareceu de “mulher recatada” e vesti-o por cima do modelito de couro que ainda usava.

Enquanto tentava fechar os botões, sentia alguém se aproximando. Olhei pelo espelho da cómoda. Qual não foi o meu susto ao ver Perseu. Que ousadia. Ninguém espreita Annabeth Chase Jackson.

Os pensamentos que se seguiram foram “ Há quanto tempo está ali?” e “Será que viu o que tenho por baixo do vestido?”.

Trocamos poucas palavras enquanto ali estivemos. Logo nos dirigimos até á casa vizinha dos Underwood.

Admito que não sou grande das festinhas que costumam dar, mas naquela noite fiquei contente.

Percy me perguntou sobre o meu trabalho, o que era estranho. Há muito que não se interessa por isso.

Para disfarçar o nervosismo, comentei algo sobre o jogo.

Ao chegarmos á porta de entrada dos nossos vizinhos esta abriu-se revelando os Underwood nos recebendo como se fôssemos os melhores e mais antigos amigos.

Troquei alguns elogios com Juníper sobre a casa ser bonita e a roupa que usava, enquanto íamos em direção á sala deixando para trás Percy e Grover.

Sentei-me num dos sofás ao pé das outras mulheres presentes.

– Queres beber alguma coisa?

– Um Chardonnay, por favor.

Juníper olhou para mim com uma cara estranha. Foi quando reparei um pouco do modelito de couro aparecia. Fiz questão de puxar o vestido.

PDV Percy

Grover e mais alguns caras que não conhecia puseram-se a falar das ações. Deveriam ser investidores.

–… o valor das ações desceu.

– É uma chacina.

– E tu Percy? Tens te safado? Perdeste nas ações? – perguntou Grover.

– Na realidade, tenho a minha grana toda escondida debaixo da casa das ferramentas. – disse eu servindo-me de whisky.

Eles riram. Estava tentado a dizer o que mais tinha lá escondido mas… ainda não estava bêbado o suficiente para isso.

PDV Annabeth

–…. o Bill foi promovido. – dizia uma.

– Isso é ótimo. – parabenizou outra.

Pelos deuses! Aquelas conversas eram entediantes!

–…estou super contente. Podemos fazer obras na cozinha.

Tomei mais um gole da minha bebida. O que aconteceu a seguir teve até a sua piada.

O bebé que estava no colo da mãe vomitou sobre o ombro da mesma.

– Ah, outra vez não. – disse enquanto se levantava e, agora vem a pior parte, me dizia:

– Segura ela um instantinho enquanto me limpo?

– Eu não acho que…- tentei argumentar, mas ela pôs a bebé nos meus braços.

Olhei para a criança.

Armas, nenhum problema. Homens se comportando como bebés, fácil. Mas bebés verdadeiros? Eu nem segurar direito sabia. Só espero não a deixar cair.

Por um momento ficamos a olhar uma para a outra.

Até que de repente… ela sorri para mim!

Não consegui respirar durante uns segundos.

– Ohhh, ela gosta de ti! – disse Juníper. Olhei para o outro lado da sala e vi Percy a me olhando com uma cara estranha.

Fomos embora pouco tempo depois. Minutos mais tarde estávamos de volta a casa.

Vestimos os pijamas e lavámos os dentes. Percy elogiou o meu vestido. Eu agradeci pelo elogio.

Fomos para a cama.

Mas acho que não consegui dormir. Dois celulares tocam de repente. Eu e Percy nos sentamos e nos viramos em direções opostas para atender.

– Annabeth Jackson.

– Percy Jackson.

Ouço uma voz masculina do outro lado da linha. Era o meu chefe. Codinome: Pai.

– Tudo bem, Pai?

– Nova missão. Urgente. Esteja lá pela manhã.

– Tudo bem. Claro.

Desliguei. Percy também já desligava.

Enquanto me deitava novamente, ele perguntou:

– Tá tudo bem?

– O pai não está muito bem. Acha que está com pneumonia. Provavelmente é só um resfriado.

– É, provavelmente. – fez uma pausa. – Talvez devesses ir visita-lo. Ele vai gostar disso.

– Sim. Sou capaz de ir. E a tua chamada, quem era?

– Era do Zoomarine de Atlanta. Parece que as focas não estão muito bem. Vou ficar fora alguns dias.

– Certo. Boa noite Percy.

– Boia noite Annabeth.

Finalmente fechei os olhos e me deixei afundar na inconsciência.