Percy Jackson :A Forja Perdida escrita por ManuelaCosta, muriloregis


Capítulo 15
Recebo a Maldição Da Beleza -Manu




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MANUELA

Naquela noite depois de passear por aí, eu e Murilo chegamos exaustos, mas devo admitir, a cidade era bonita o croissant era uma das melhores coisas que eu já tinha experimentado. Um pintor perto de um restaurante chique fez um desenho meu de Murilo tão bonito que o comprei, tinha conseguido me divertir um pouquinho relaxando com meu amigo como antes de tudo aquilo acontecer com a minha vida. Mas tenho que admitir, que Percy não saiu da minha cabeça por um minuto sequer... Isso me irritou muito, digo, eu era uma retardada mesmo. Mesmo com ele sendo grosso, inconveniente, teimoso, eu não ligava, eu continuava a... Sentir alguma coisa por ele... Mas deuses como eu sou burra!

Mas em fim, naquela noite eu dormi como um bebê, só faltava chupar o dedão, era a primeira coisa confortável que meu corpo tocava desde o inicio do dia, e só então eu consegui fechar os olhos e apagar... Mas foi aí que veio a parte estranha.

Assim que caí no sono, eu não estava mais no hotel, digo, não tenho ideia do porque, mas eu estava em cima da torre Eiffel, o lugar estava fechado, eu era a única lá em cima, a cidade brilhava sob meus pés, as luzes de Paris, casais caminhavam no parque, devia ser bem tarde. O frio estava furando minha roupa como facas afiadas, abracei meu corpo na tentativa de me esquentar um pouco, mas o frio foi substituído pelo susto quando uma voz falou:

-Manuela! Deuses, sabe como foi difícil conseguir um tempo a sós com você hoje?

Pulei me assustando, mas o que mais me assustou foi a mulher que me encarava com as mãos na cintura. Deus! Ela era perfeita... Fisicamente falando. Ela tinha cabelos loiros e longos que desciam até as costas, sua maquiagem era perfeita e ressaltava os seus olhos que eram incrivelmente azuis... Quero dizer, verdes... Hã, mel? Forcei a visão para perceber que seus olhos não tinham só uma cor, eles mudavam de cor constantemente, ela usava um vestido na cor vermelha que era um modelo colado que descia até antes do joelho e suas unhas eram feitas com perfeição, como se ela dedicasse cada segundo da sua vida arrumando uma imperfeição em seu corpo... Se é que existia alguma. Pisquei um pouco surpresa, ela continuava a me encarar.

-Hã... Desculpe, eu te conheço?

Perguntei, ela abanou o ar com a mão como se espantasse o assunto.

-Todos me conhecem meu bem, mas eu vim aqui para te pedir um favor. –Ela pegou o rímel o retocando. –Podemos conversar?

Suspirei, da ultima vez que ouvi isso não fui muito agradável, mas não discuti.

-Pode me dizer seu nome?

Ela me olhou indignada.

-Ainda não sabe quem eu sou? Sou Afrodite, querida. Deusa do amor e da beleza.

-Ah sim... Sei quem você é.

Falei sem ânimo. Ok, vamos combinar, as filhas de Afrodite não eram as minha pessoas preferidas no acampamento, então a mãe deveria ser umas cem vezes pior, além disso, me lembrei do que Hécate havia me falado sobre Afrodite, que lindo, só que olhando para ela agora eu não conseguia sentir raiva, por que será?

-Nem tente se aborrecer comigo. –Ela falou como se lesse minha mente. –Eu sou a deusa do amor, o ódio não é bem vindo.

-Certo. –Retruquei. –Em que posso te ajudar minha deusa?

Falei sarcasticamente, ela sorriu.

-Uau, gostei disso. Eu estou com um... Pequeno probleminha.

Ela falou, balancei a cabeça em concordância.

-É... Essa parte eu já entendi.

Ela suspirou me observando, em seguida olhou para a paisagem noturna de Paris e sorriu.

-É lindo não é?

-É...

Concordei um pouco seca, a verdade é que eu queria logo acabar com essa conversa e dormir, eu não tinha certeza se conseguiria descansar desse jeito. Afrodite olhou para mim novamente.

-Você até que é bonita... Se usasse um rímel ou uma maquiagem de vez em quando...

-Afrodite. –A interrompi. –Com todo o respeito, por que eu deveria te ajudar? Digo, o “amor” não me favoreceu em nada... Muito pelo contrario na verdade.

Afrodite sorriu como se eu houvesse a acabado de elogiar.

-Você só está confusa, querida. O amor ainda vai abrir muitas portas para você, é uma questão de tempo e se for inteligente não vai se arrepender de suas escolhas.

Olhei para ela com os olhos apertados, ela estava falando sério?

-Sabe, eu não preciso de nada disso, Afrodite. O amor não é necessário.

Ela me olhou feio, acho que eu tinha falado um pouquinho demais.

-Nunca diga isso, sem o amor o ser humano não tem nada de bom para oferecer. Sem o amor a vida é vazia.

Suspirei desviando o olhar.

-Mas sério? Percy? Não poderia ser qualquer outro?

-Por que? –Ela perguntou voltando ao normal. –Ele até que é bonitinho.

-Afrodite, eu não sei se você notou. –Falei.  –Mas Percy é meu irmão.

Ela me fitou como se ainda não tivesse enxergado o meu ponto, então deu de ombros.

-Ok, e?

Pisquei várias vezes atônita.

-E? Como assim, e? Sabe o problema que vai nos dar?!

Afrodite sorriu e balançou a cabeça negativamente.

-Nem sempre o amor é fácil.

-Nesse caso é impossível!

Retruquei, Afrodite descordou.

-Nada é impossível quando você quer. Veja bem, Percy te ama, você o ama, lutem por isso!

Meus olhos brilharam e eu olhei para ela.

-Ama?

Ela assentiu, sorri pensando em Percy, talvez Afrodite tivesse razão, talvez... Espere um pouco, O QUE?! Eu estava ficando louca? Eu não poderia estar dando ouvidos para ela, não, não, não, não. Afrodite suspirou.

-Você é mais cabeça dura do que parece.

Ela falou, a olhei feio.

-Pare de fazer isso! Pare de me confundir!

Falei levando as mãos ao rosto e andando de um lado para o outro, Afrodite sorriu.

-Eu não estou fazendo nada.

-Não está fazendo nada? –Olhei confusa. –Então está fazendo alguma coisa.

-Não estou fazendo alguma coisa, só não estou fazendo nada.

-Mas se você não faz nada, você faz alguma coisa.

-Se eu não faço alguma coisa e não faço nada, quer dizer que eu faço nada?

Olhei para ela com uma interrogação no rosto e minha cabeça começou a doer de pensar tanto.

-Pare de tentar me confundir. Afrodite, eu sei o que é certo e sei o que não é.

Falei teimosa, ela balançou a cabeça.

-Eu sei o que é certo, você só acha que sabe. –Ela falou caminhando em minha direção. –Pense bem, o que poderia dar errado?

-Eu já disse. Não é natural. Dois irmãos juntos? Se tivermos um filho pode ser que ele nasça com três olhos.

Afrodite olhou para mim pensativa.

-Interessante, será?

Olhei para ela de boca aberta, ela deu risada.

-Você é uma garota inteligente... Certeza que Poseidon e você são parentes?

-Rezo todo dia para que não.

Ela olhou para mim ainda sorrindo, mas me fez parar de andar e ganhou minha atenção.

-Manu, confie em mim. Afinal, eu sou a deusa do amor. Sei o que faço. Não desista, ok? Lute.

Suspirei, eu poderia ficar a noite toda discutindo, mas Afrodite me venceu pelo cansaço e resolvi concordar, eu não tinha certeza se Percy era um bom motivo de luta, mas ela me assegurou que descobriria em algum tempo. Logo em seguida Afrodite voltou a andar.

-Deve estar pensando por que te chamei aqui.

Ela disse.

-Na verdade minha cabeça está doendo demais para pensar.

Falei ainda me sentindo confusa com a conversa anterior, Afrodite deu risada.

-Manu, eu gostaria de aproveitar que você está aqui e... Bem, eu fiz uma coisa errada esses dias, e acho que pode ter causado uma coisinha grande demais.

Olhei para ela prestando atenção.

-O que aconteceu?

Ela respirou fundo.

-Bom, eu estava em crise, minhas roupas não estavam cabendo mais em meus aposentos, eu precisava mesmo de um lugar bom para coloca-las... Sabe como é? Não pode ser em qualquer lugar, se elas amassarem virarão um desastre! –Olhei para ela de canto de olho. –Então eu pensei em um bom lugar e me lembrei que meu marido tinha milhões de forjas espalhadas pelo mundo... Pensei que ele não fosse ligar caso eu pegasse uma emprestada, mas antes disso em precisava arruma-la, certo?

Olhei boquiaberta para ela. Espere um pouco, nós tínhamos vindo até aqui para descobrir que a forja de Hefesto na verdade fora destruída para seu usada como closet?! Afrodite continuou a falar como se aquela fosse a coisa mais grave do mundo, tipo Ah claro, Hitler? Quem liga para ele? Eu quebrei o salto! ¬¬

-Eu pedi para uma amiga de confiança me ajudar e disse onde ficava a entrada da forja e bem... No dia seguinte ela acordou destruída, devastada... Eu acho que eu cometi um erro.

Você acha?! Tive vontade de gritar. Levei a mão às têmporas tentando pensar com clareza.

-Espere... Quem é sua “amiga” de confiança?

Perguntei olhando para ela.

-Ora, aquela traidora, Hécate é claro.

Fechei os olhos, mas é claro! Hécate queria causar uma briga entre os deuses, destruiu a forja preferida de Hefesto e colocou a culpa em Ares, que não o desmentiu sendo orgulhoso e Afrodite era egoísta demais para admitir a culpa, mas que coisa mais ridícula! Suspirei olhando para Afrodite, se a ajuda que ela ia pedir era para desabafar, tudo bem... Mas se não era isso...

-E qual é a ajuda que você quer?

Ela olhou para os lados.

-Hécate colocou alguns monstros lá dentro, para que não consigamos a recuperar, Manuela, Hécate é perversa, ela pensa em tudo... Ela me enganou dizendo que ia me ajudar, mas tudo o que ela fez foi me enganar... Sabe como me senti?

-Usada...

Sussurrei, ela concordou retocando o corretivo que sairia caso uma lágrima caísse.

-Em fim, pode me ajudar?

Me perdi no meio da conversa em meus pensamentos e essa frase de Afrodite me acordou, saindo da minha boca um simples.

-O que?

Ela franziu a testa.

-Pode me ajudar a recuperar a forja?

Cruzei os braços a olhando.

-Pra que? Ele não tem mais um milhão pelo mundo?

-Sim. –Ela concordou. –Mas ele pensa que foi Ares, e Ares está levando a culpa por mim... Isso é um bom motivo para eles quererem dividir os olimpianos em dois e eu não vou saber de que lado ficar na briga!

Levantei as sobrancelhas, então essa era a sua preocupação. Olhei para os lados um pouco confusa no que fazer, digo, Hécate estava certa sobre os deuses, eram todos muito egoístas e mesquinhos, mas fazer Afrodite pensar que estou do seu lado não faria mal, faria? Suspirei então só assenti.

-Estamos em uma missão para isso mesmo... Pode deixar.

Ela sorriu.

-Ótimo, sabia que entenderia. Eu só queria deixar claro que não foi proposital...

-É... Eu sei, acidentes acontecem.

Falei, Afrodite sorriu então estalou os dedos.

-Acho melhor você acordar agora, seus amigos vão precisar de você... E... Ah, te deixei um presentinho.

Franzi a testa, o que ela estava falando? Antes que eu pudesse sequer abrir a boca para perguntar, tudo começou a girar e quando abri os olhos em seguida eu estava deitada na cama do hotel, de volta no mesmo quarto em que meus amigos. Suspirei colocando a mão na testa. Meu deus, eu ainda não me conformava pela razão de termos uma missão ali. Afrodite queria que arriscássemos nossa vida para salvar a pele sem ter que confessar que tentou usar a forja de Hefesto como seu closet particular.

-Ei, acorde cabeça de alga.

Ouvi a voz de Murilo do meu lado. Me sentei na cama me espreguiçando, olhei para ele coçando o olho tentando espantar o sono.

-Que horas são?

Perguntei para saber se havia dormido muito, a verdade é que eu me sentia ótima. Olhei para Murilo e franzi a testa, ele estava me observando com uma expressão estranha, meio boquiaberto, balancei a cabeça, olhei para trás para ver o que tinha de errado, mas não vi nada.

-O que... Aconteceu?

Ele perguntou olhando para mim. Como assim? Ótimo! Quer ver que um dos engraçadinhos tinha me zoado de noite e tinha um monte de desenhos feios no meu rosto?

-Que ótimo.

Me levantei irritada caminhando até o banheiro e me olhando no espelho, mas raiva não me atingiu, o que me atingiu foi a surpresa, abafei um grito enquanto olhava minha imagem.

Não era eu no espelho, digo, era, mas uma versão muito mais gata de mim! Eu estava... Bonita? Ainda olhava boquiaberta para meu reflexo, minhas sobrancelhas estavam feitas com perfeição, nos meus olhos o delineador havia sido passado sem nenhuma falha, minha pele não tinha uma imperfeição, minhas bochechas estavam levemente rosadas, meus cabelos estavam mais longos e amarrados em uma trança que descia até minhas costas com um fio prata a prendendo, não havia sinal de olheira, de sujeira nos olhos, eu estava... perfeita.

-Ah não Afrodite!

Gemi enfiando o rosto debaixo da pia, eu tinha que tirar aquela maquiagem, ok, era legal estar bonita, mas não para uma missão e sim para uma festa! Tentei atrapalhar o cabelo, passei meu rosto em uma toalha, mas a maquiagem continuava lá intocada, meu cabelo voltava sempre para o lugar que estava antes, eu não conseguia mover um fio do lugar! Olhei para Murilo com uma expressão sofrida no rosto.

-Você, por favor, não fale nada.

-Ér... Olhe pelo lado bom, não vai ter que se arrumar para festas!

Olhei feio para ele e bati o pé e saí pisando forte, mas que inferno eu não havia pedido por aquilo! Entrei no quarto pegando as minhas coisas, Percy e Nico haviam acabado de se levantar.

-Andem. Temos que ir para a torre Eiffel!

Falei enquanto enfiava todas as minhas coisas de volta na bolsa.

-Wow! Nossa Manu você está... Quer dizer vamos.

Falou Percy meio perdido, eu sabia muito bem como terminaria aquela frase, mas eu havia sido enfeitiçada há menos de um minuto e já estava me irritando.

-Hã, er... Wow.

Até Nico falou, suspirei fechando minha bolsa.

-Podemos parar com isso? -Perguntei caminhando em direção à porta. -Murilo! Anda!

Chamei enquanto deixava a suíte, eu não estava nem aí para a comida do hotel, o que eu precisava naquele momento era de um bom croissant.

- Vamos, ei vocês dois, você vem ou o que? Andem.

Murilo me ajudou enquanto vinha logo atrás de mim.

-O que aconteceu com ela, Percy?

Ouvi Nico perguntar, Percy fez silêncio.

-Vamos descobrir.


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