Será Que O Amor Acontece? escrita por FláviaFilardi


Capítulo 8
Encontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero agradecer pelos reviews do último capítulo, fico feliz ao ver que vocês estão se expressando mais, e isso é muito importante para mim.
A fanfic está de capa nova, espero que curtam. *-*
Não sei se viram o aviso que deixei nas notas finais do capítulo anterior, portanto repetirei: tentarei postar os capítulos sempre aos sábados, porque fica mais fácil para mim e para vocês, já que saberão o dia em que postarei. Se houver algum atraso eu avisarei em meu twitter, e peço que tenham paciência. Como disse anteriormente, não sei se esse método dará certo, mas preciso tentar, ok? Não tem sido fácil pra mim escrever, porque não tenho tido muito tempo, e estou fazendo uma one-shot com uma amiga, que em breve postaremos aqui e passaremos o link para vocês. Mas vamos deixar de conversa, não é? Este capítulo não ficou muito grande, mas expressa um pouco mais da relação entre Bella e Edward. Espero que gostem!



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A semana passou tranqüilamente. Mike e eu conversávamos às vezes, e ele ainda parecia incomodado com algo que procurei não dar importância. Angela chegara de viagem na quarta, e eu lhe contara sobre o aniversário do Newton. Quando me perguntou se eu havia conhecido algum gatinho na festa eu neguei, mas não demorou muito para ela vir me perguntar novamente, afinal os boatos no colégio não paravam. Apenas desculpei-me, dando-lhe um sorriso amarelo e contando rapidamente sobre o Cullen.

Não havia falado mais com Rosalie, pois estava me dedicando as provas da escola que começariam em breve, o que significava que eu começava a ficar meio preocupada. Nunca fui uma má aluna, apenas sentia dificuldade nas matérias exatas.

Logo a manhã de sábado chegou. Acordei com o barulho de chuva em minha janela, e automaticamente senti alívio ao lembrar que não teria aula. Pulei da cama, indo em direção ao banheiro. Coloquei um moletom cinza e bati a porta do quarto.

Desci as escadas e encontrei minha mãe assistindo TV na sala de estar.

– Bom dia, mãe. – fiz sinal com a cabeça.

– Bom dia, filha. Quer que eu prepare algo para você comer?

– Não, obrigada. Eu mesma farei um sanduíche. – sorri. – Onde está Alice?

– Ela saiu agora a pouco com Jessica, foram ao supermercado para mim. A despensa está quase vazia. Sabe como é, muito trabalho.

– Entendo. – fui à cozinha.

Enquanto o sanduíche não estava pronto, peguei um copo no armário, abri a geladeira e coloquei um pouco de leite. Fui até a sanduicheira e retirei o pão, colocando-o em um prato. Acomodei-me na ponta da mesa e comecei a comer silenciosamente.

– Esses programas atuais não valem nada. – minha mãe bufou chegando perto de mim. – Só falam em tragédias e mortes.

– É a vida, o que podemos fazer? – dei uma mordida no pão.

– Eu sei filha, mas evito ver esse tipo de coisa. O que falta é amor no coração dessa gente. – falou convicta, sentando-se em frente a mim.

– Isso é verdade. – concordei tomando um gole do leite.

– Alguma programação para hoje, Bella?

– Não. Tenho que estudar para a prova de cálculo segunda, e é só isso. – dei mais uma mordida no sanduíche.

Ela suspirou.

– Por quê, mãe?

– Jessica está precisando se distrair um pouco, ultimamente só anda de mau humor, e eu sei que o seu namoro com Jacob não anda tão bem como aparenta.

– Sim, mas ela gosta dele.

– Ela vai acabar encontrando alguém que a ame de verdade. Jacob sempre some e nunca mais ligou aqui, quando liga é sempre no celular dela. Não sei, parece estranho.

– Ele é estranho. – comentei enfatizando o verbo.

– Exatamente... Entendo o sentimento dela por Jacob, afinal quando a gente ama nada mais importa, mas precisamos saber quando esse amor nos faz bem e quando passa a nos prejudicar.

– É. – concordei sem interesse, afastando o prato e limpando a boca com um guardanapo.

– Filha, você nunca gostou de alguém, além do Embry?

Nesse momento, a imagem de Embry veio à minha cabeça. Lembrei-me do que acontecera há pouco mais de um ano atrás.


*FLASHBACK ON*


Era uma terça-feira ensolarada, e eu estava sentada com Embry em um dos bancos da escola. Ele era alto, moreno, forte, e muito bonito. Seu avô paterno, Quil, era índio, e ele herdara algumas coisas do avô. Estávamos juntos há algum tempo, porém não tínhamos nenhum compromisso, e eu precisava falar que estava sentindo algo a mais por ele. Não o enxergava mais como um simples “ficante”. Eu queria mais.

– Embry, eu preciso te falar uma coisa... – ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

– O que é, Bella?

– Não sei por onde começar... É que... Eu acho que estou gostando de você. – falei baixinho. A timidez era evidente em minha face.

– Eu também gosto de você. Estamos ficando, mas somos amigos também.

– Não é disso que estou falando. – revirei os olhos.

– Quando você disse que gosta de mim...? – ele não terminou a frase.

– Me refiro a gostar de verdade, algo além de amizade; talvez seja amor, mas ainda não sei. Entende?

– Como isso foi acontecer? – ele passou a mão no cabelo, como se tentasse se controlar. - Bella, eu não te vejo como algo a mais.

– Por quê? Embry, o primeiro beijo que eu dei na vida foi com você. Estamos ficando há dois meses, e eu achei que pudéssemos...

– Namorar? – me interrompeu arqueando uma sobrancelha.

Eu assenti. Embry gargalhou baixinho e balançou negativamente a cabeça.

– Então você acha que não há a mínima possibilidade de termos algo mais sério? – senti uma gota pingar em minha mão direita.

– Você sabe que não gosto de me prender a ninguém. Estou ficando com você sem compromisso, e não quero namorar agora. – eu não disse nada, apenas fiquei olhando-o com os olhos cheios de lágrimas.

– Bella. – disse ele, por fim. - Eu não te vejo como namorada. Eu te vejo como amiga.

Lembro-me de ter ficado tão arrasada a ponto de sair chorando sem olhar para trás. Embry sempre falava em futuro comigo, e eu, tola, acreditava que pudéssemos namorar algum dia. Não sabia se o amava, apenas tinha certeza de uma coisa: ele seria página virada em minha vida.


*FLASHBACK OFF*


– Não. – respondi rapidamente.

– Ainda sente algo por ele?

– Não, mãe. Já não penso no Embry há algum tempo, não sinto absolutamente nada. Ele saiu da escola pouco depois que paramos de nos envolver, lembra-se?

– Claro que sim. E nenhum garoto este ano tem lhe interessado?

– Não estou procurando um namorado, mãe. – eu ri. - Apesar de me sentir sozinha.

– Eu sei, filha. É só preocupação maternal, não dê importância. – ela sorriu parecendo aliviada.

– Pode perguntar o que quiser. – sorri também, levantando para dar um beijo em sua testa e colocando a louça na pia e indo ao meu quarto em seguida.

Após tomar um banho relaxante, coloquei uma blusa de mangas compridas azul com detalhes brancos e calça jeans. Estava indo colocar a toalha de volta no box, quando o meu celular tocou. Automaticamente reconheci o número pelo visor.

– Oi, Alie. – disse indo colocar a toalha no banheiro.

Bella, venha para cá agora! – a voz dela era um misto de expectativa e receio.

– O que aconteceu? – franzi o cenho.

Não faça perguntas. Diga-me que está arrumada agora, por favor.

– Acabei de tomar banho. – ela soltou o ar, demonstrando alívio. – Por quê?

Venha para o supermercado do bairro. E não faça perguntas.

– Vocês estão de carro? Como irei, se está chovendo?

Mandarei um táxi, fique na porta. Não demore, é importante.

Durante todos esses anos de convivência com Alice, sempre me perguntei de onde saiam tantas idéias malucas. Definitivamente ela não parecia ser minha irmã.

Encerramos a chamada. Peguei minha carteira e joguei dentro de uma bolsa qualquer, pegando um casaco discreto e um guarda-chuva. Substituí meus chinelos por sapatos fechados, e apliquei um pouco de perfume nos pulsos e no pescoço. Saí do quarto praticamente correndo.

– Bella? – gritou minha mãe da sala.

– Aqui! – falei ofegante.

– Vai sair?

– Vou até o supermercado encontrar as meninas. Tchau, mãe!

Não esperei para ouvir a sua resposta. Bati a porta frontal, entrando no táxi e o informando o meu destino, o que ele certamente já sabia.

Chegamos rapidamente, afinal o supermercado ficava a cinco quadras dali. Paguei o taxista, alegando que poderia ficar com o troco. Abri o guarda-chuva e saí do carona.

Ao entrar no enorme supermercado, percebi que minhas irmãs não estavam lá. Olhei em algumas sessões, porém não as encontrei. Chateada e ficando enraivecida, dei meia volta e estava indo em direção à saída do estabelecimento, quando uma voz me fez tremer.

– Isabella?

Eu só podia estar tendo uma alucinação. Seattle tem muitos outros supermercados, não é possível que eu o encontrasse justo aqui. Continuei andando em direção à saída principal, quando ouvi a voz de novo.

– Será possível que a nossa dança no domingo foi tão ruim, a ponto de você não querer olhar na minha cara? – perguntou em meio aos risos.

Eu vacilei. Não era alucinação. Decidi parar de ignorar a situação e me virei, encarando os seus lindos olhos verdes.

– Edward?

– Não me reconhece mais? – ele ria como se estivesse assistindo alguma comédia.

– Claro. Desculpe. – dei um sorriso amarelo, constrangida.

– Não tem porque.

– O que faz aqui? – olhei e vi que segurava algumas sacolas, então organizei minha pergunta. – Quero dizer, o que faz aqui neste supermercado?

– Estava em uma agência aqui perto, e resolvi parar para comprar alguns mantimentos.

– Certo. Bom, então vou indo. Foi um prazer revê-lo. – sorri.

– O prazer é todo meu. – ele deu um sorriso malicioso. – Mudando de assunto, você veio ao supermercado passear? – ele olhou minhas mãos vazias e soltou uma gargalhada.

– Não vim comprar nada. – tive que rir junto. – Alice me ligou dizendo que ela e Jess estavam aqui, mas já devem ter ido embora.

– Não as vi aqui.

– É, pelo visto já foram. – dei de ombros.

– Gostaria de almoçar comigo?

– Hã, não sei. – respondi encarando-o. Seus olhos ardiam e fitavam os meus intensamente.

Como resistir aqueles olhos? Resolvi aceitar.

– Tudo bem. – ele sorriu.

– Está de carro?

– Não, eu vim de táxi.

– Então iremos no Volvo.

Andei lado a lado com Edward, e ele abriu a porta do carro para mim. Agradeci e entrei, sentindo o cheiro do seu perfume inundar minhas narinas. Era um cheiro bom, que não consegui associar a nenhum outro que conhecia. O jovem modelo assumiu o volante, dando partida. Ele dirigia velozmente, chegava a ser assustador.

– E então, como estão os contratos na carreira? – quebrei o silêncio após alguns minutos.

– Tudo na mesma. Ainda não dá pra fechar altos contratos, porque não sou tão experiente no ramo, mas estou me virando.

– Entendo. – murmurei.

– Você gosta de comida italiana?

– Não muito, por quê?

– É que tenho uma tia que é dona de uma cantina maravilhosa. O lugar é extremamente agradável. Posso te levar lá qualquer dia, se quiser.

– Olha que eu cobrarei. – ele riu. – Promessa é dívida, Edward Cullen.

– Sim senhora. – ele bateu continência, ainda rindo. – Tem algum lugar específico que gostaria de ir almoçar?

– Na verdade não.

– Então vamos parar ali. – ele apontou para o Rox Restaurant, um lugar que eu costumava ir sempre com o meu pai.

– No Rox? Eu vinha aqui sempre com o meu pai.

– Podemos mudar, se quiser... – falou gentilmente.

– Não, tudo bem.

Edward desceu do carro, deu a volta e abriu a porta para mim, sempre cavalheiro e atencioso. Entramos no restaurante, que não estava muito cheio. Peguei o meu celular e vi que era quase meio dia.

Edward conduziu-me até uma mesa quadrada, que tinha apenas duas cadeiras. O interior do restaurante havia mudado, pois há muito tempo deixara de freqüentar.

Uma garçonete veio até nós e nos entregou dois cardápios, saindo em seguida. Examinei com cuidado o que havia ali, decidindo rapidamente. Edward ainda olhava o cardápio.

– Decidiu o que vai querer?

– Um ravióli de cogumelos. – ele fez uma cara feia. Soltei uma gargalhada.

– Que foi? – perguntou.

– Por que fez esta cara? Não gosta de cogumelos?

– Ah sim, não gosto. – ele riu junto, fazendo sinal para a garçonete aproximar-se.

– O que quer beber? – indagou.

– Hã, pode ser uma coca-cola.

A garçonete aproximou-se, olhando para Edward com um interesse explícito. Sobre a mesa senti meus punhos se fecharem por algum motivo que não consegui identificar.

– Um ravióli de cogumelos, uma porção de salmão e duas cocas, por favor.

– Certo. – ela anotou tudo e saiu.

– Como passou a semana? – perguntei.

– Até bem, e você?

– A minha foi um pouco difícil. Alguns boatos na escola sobre nós dois, e problemas com Mike. Está tudo acertado.

– Boatos? – ele parecia preocupado.

– Sabe como é, nós bebemos um pouco e logo deduziram que estamos namorando. – eu ri nervosamente.

– O que não seria nada mal. – gargalhou.

Corei e decidi mudar de assunto.

– O que irá fazer hoje à noite? – será que eu estava perguntando demais?

– Na verdade não sei. Meus primos Emmett e Jasper me chamaram para sair, mas ainda não decidi. Pelo o que entendi, eles querem fazer uma reuniãozinha lá em casa e depois devem dormir lá.

– Ah. – fingi estar concentrada no quadro que encarava na parede.

– Estive pensando se você gostaria de sair conosco hoje.

No momento em que ia responder, a garçonete voltou com nossos respectivos pratos e bebidas. Edward agradeceu, e ela saiu sorrindo vitoriosa.

– Sair com vocês? – inquiri.

– Exato. Pensei em sairmos nós dois, meus primos e suas irmãs.

– Pode ser. Não tenho nada para fazer hoje. Apesar de não acreditar que Jessica irá.

– E por quê?

– Ela ainda namora o Black. E tenho certeza que ele não iria conosco.

– Que pena. E Rosalie?

– Sabe que você me deu uma boa idéia? Posso ligar para ela.

– Faça isso. Tenho a sensação que Emmett e Rosalie se darão bem. – ele riu.

– Agora fiquei curiosa. Como é Emmett?

– Emmett é administrador, maior do que eu e incrivelmente forte, tem uma mente ainda infantil e é extremamente engraçado, mas é como um irmão para mim. Nós três fomos criados juntos.

– E Jasper?

– Jasper é um intelectual, é obstetra e ama o que faz. É magro e um pouco loiro, totalmente oposto ao irmão. É um cara que sei que posso confiar para o resto da vida. Ele é muito sincero.

– Você fala neles com carinho. – observei. – Devem ter uma amizade linda.

– É mais do que amizade, é irmandade. Somos todos muito unidos, como eu falei. Ultimamente não temos nos visto muito, devido a minha profissão, e a deles também.

– Entendo. Acontece exatamente isso entre mim e Rose. A diferença é que eu não trabalho. – rimos juntos.

– Exatamente.

– Eles são seus primos por parte de quem? Edward me desculpe se tiver perguntando demais, não quero invadir a sua privacidade. – dei um sorriso sincero.

– Não precisa se desculpar, pode perguntar o quanto quiser. – deu um sorriso radiante. – Bom, minha mãe, Esme, é irmã do pai deles, Carlisle Whitlock.

– Whitlock? Bonito o sobrenome.

– Muito. Minha mãe tinha, porém quando se casou teve que pegar o sobrenome do meu pai: Cullen.

– Carlisle mora aqui?

– Sim, ele é gerente de um hotel que fica meio longe daqui, e Emily, sua esposa, é dona da cantina italiana que eu falei.

– Interessante.

A conversa seguiu tranqüila, e, após comermos e Edward pedir a conta - não me deixando pagar nada - fomos em direção à minha casa.

Desta vez, Edward não perguntou nada sobre o meu endereço, simplesmente quando percebi estávamos em frente a meu lar.

– Você mora muito longe daqui? – que diabos eu estava perguntando?

– Não. De carro fica há mais ou menos uns vinte minutos.

– Ok. Verei com Rosalie e Alice se elas querem sair hoje.

– Certo. Te ligo mais tarde para saber.

– Edward, o almoço foi muito agradável, obrigada. – falei com sinceridade.

– Não tem porque agradecer, eu que agradeço por ter tido o prazer de desfrutar mais um pouco da sua companhia. Ainda não é o suficiente para mim, na verdade acho que nunca será, Bella. – deu o seu sorriso torto.

– Digo o mesmo para você. Até depois. – abri a porta do carona e saí, antes que ficasse ainda mais constrangida.

(CONTINUA...)


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Notas finais do capítulo

Esse Edward sempre cavalheiro, hein?
Percebam que alguns sinais estão surgindo. Será que irão se apaixonar? Todos nós esperamos que sim.
Essa ideia do Embry falar pra Bella no passado "eu não te vejo como namorada. Eu te vejo como amiga" foi por experiência própria, já ouvi essa frase e não foi nada bom! rs.
Por favor, não esqueçam de deixar reviews. Desde já obrigada!
Beijos e até breve.