Será Que O Amor Acontece? escrita por FláviaFilardi


Capítulo 10
Sentindo Seu Sabor


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Quero pedir mil desculpas pelo atraso do capítulo, já estava pronto, porém alguns imprevistos aconteceram. Fiquei sem internet (e ainda estou) e isso me impediu de postar antes.
Essa parte é super importante, porque revela a proximidade entre Bella e Edward. O que será que vai acontecer? Será que o amor acontecerá entre eles? Estas e outras respostas aparecerão ao decorrer da fanfic.
Acompanhem o capítulo e espero que gostem.
Até as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/165700/chapter/10


Duas quadras depois avistamos um enorme estabelecimento escrito S&M na frente. Estacionei ao lado do Volvo e entramos todos juntos na boate.

Logo na entrada havia um enorme balcão com vários barmans. Ao lado direito havia uma enorme pista de dança, com um gigantesco globo no centro, jogos de luzes de todos os tipos, formas e cores. Mais a leste tinha um espaço mais claro, só com mesas e outros balcões. A oeste havia um DJ numa cabine que se movimentava para cima e para baixo, como se fosse um pequeno elevador. Vários pufes decoravam as laterais, e o próprio piso tinha uma luz própria. Tudo era feito de vidro e o preto e branco predominavam no interior.

– Uau! – falou Alice, observando a pista de dança.

– E então? – Emmett perguntou com um sorriso no rosto ao ver a expressão radiante da baixinha de cabelos espetados.

– Perfeito! – respondi.

– Vamos sentar em algum lugar por ali. – pediu Edward, tocando sutilmente meus ombros. Um conhecido choque se passou entre nós. O mesmo choque que houve quando nossas peles se encontraram no aniversário de Mike, há uma semana.

Sentei em um sofá preto e pequeno e Edward sentou-se ao meu lado. Alice estava em outro com Rosalie e Jasper conversava com Emmett, porém estavam em poltronas. Uma cena um pouco cômica. Então percebi que Edward e eu parecíamos namorados, uma vez que minha prima e minha irmã estavam meio afastadas dos primos de Edward.

Jasper anunciou que ia pegar bebida no bar e convidou minha irmã para ir com ele. Ela aceitou e eles saíram. Emmett aproveitou a deixa para sentar-se ao lado de Rose, iniciando uma conversa qualquer. O barulho da música era alto, então nós tínhamos que fazer certo esforço para conseguirmos falar e ouvir os outros. Eu apenas respondia Edward, sorria e balançava a cabeça no ritmo da música desconhecida que entoava o ambiente.

– O que está achando da noite?

– Perfeita. Realmente estava precisando.

– Pode melhorar muito mais. – ele colocou sua mão direita na minha.

– Sim, pode. – concordei sorrindo.

– Gostaria de beber alguma coisa? Vou buscar uma Heineken para mim.

Pelo pouco que sabia de Edward, pude perceber que Heineken era uma das suas paixões. Ele bebia em quase todo lugar que ia e eu tinha que concordar que a cerveja era muito boa.

– Tomo com você. – sorri.

– Claro, e então eu controlo a quantidade que irá beber. - sorriu maliciosamente.

– Acho que vou mudar de idéia... – brinquei.

– Ok senhorita Swan, então eu deixo-a até se embebedar se quiser!

Eu ri e Edward sorriu torto, indo em direção ao bar e passando a mão nos cabelos enquanto andava. Ele caminhava de um jeito tão leve que parecia estar flutuando, um jeito que faria qualquer homem daquele lugar - ou talvez do mundo, acrescentei mentalmente - sentir inveja. Bom, não era a toa que era modelo.

Olhei para minha irmã e a vi rindo e conversando com Jasper, que estava de costas para mim. Ela bebericava um coquetel de frutas. Vi quando me olhou e viu que eu estava sozinha, lançando-me um olhar do tipo “onde está o Deus grego?”. Sorri discretamente e dei uma piscadela para ela, de modo que ninguém pode ver. Li em seus lábios um “vai fundo!” e apenas sorri. Rosalie estava em uma das poltronas e Emmett em outra, ao seu lado. Eles também conversavam e ela estava de costas para mim.

Senti meu celular vibrar dentro da carteira de mão que segurava.

– Droga, só pode ser minha mãe. – deixei escapar, me certificando logo após de que ninguém havia ouvido.

Olhei o número e vacilei. Era meu pai, quem eu menos esperava me ligar agora.

– Oi, pai.

Bells, tudo bem? Estou com saudades.– sua voz era calorosa.

– Eu também, pai. Tudo bem e você?

Em ordem. Bella, que barulho é esse?

A música estava alta, e é óbvio que Charlie ouvira. Revirei os olhos.

– Eu... Estou em uma boate com Alice, Rosalie e alguns amigos.

Amigos?

Bufei. Meu pai era sempre desconfiado.

– Sim, amigos da... escola, isso. – menti discaradamente.

Hã, ok. Acho que ligo outra hora, então.

Ficou óbvio que Charlie pensara que estava atrapalhando em alguma coisa.

– Tudo bem.

Mande um beijo para Alice e Rose. Desculpe-me por estar ausente por esses dias, tenho trabalhado muito no escritório. Em breve devo aparecer por aí, ou vocês vem me visitar. O que acha?

– Claro pai, eu entendo. Já tem alguma previsão?

Por enquanto não, tenho que resolver algumas coisas e acho que conseguirei tirar umas férias, te informo depois.

– Ok.

E então Edward voltou, trazendo duas garrafas e dois copos. Quando viu que eu estava em uma ligação, um sorriso desconfiado brincou em sua face.

– Pai, se não se importa, terei que desligar. Falamo-nos depois, está bem?

Certo. Eu te amo, Bella.

– Eu também.

Desliguei a chamada com um sorriso enorme no rosto.

– Jura que somente seu pai foi a causa de todo esse sorriso? – perguntou divertido.

– Sim. Não falava com ele há dias, e agora me ligou. Nós nos damos muito bem.

– Sinto muita falta dos meus também.

– Você deve ser muito só...

– Agora não muito, já fiz algumas amizades, e também tenho meus primos, e tios.

– Isso é verdade e ajuda muito.

– O que mais o seu pai disse? – perguntou com interesse.

– Disse que talvez venha para cá em breve, ou minhas irmãs e eu iremos para lá.

– Ele mora em Los Angeles, não é?

– Sim. É engraçado você lembrar-se de cada detalhe que falo. – eu ri.

Bella, eu não esqueço nada que me interessa.

Abaixei a cabeça. Edward tinha o dom de me deixar sem graça.

Disposta a mudar de assunto, olhei para as duas garrafas que ele colocara em cima de uma mesinha, ao seu lado.

– Sabe como é, acabo com uma dessa fácil, ainda mais que dividirei com você. – explicou.

Eu revirei os olhos.

– Você é viciado em Heineken ou é impressão?

– Está certa. – ele riu. - É a melhor cerveja que já provei. Pergunto-me como alguém pode inventar algo tão saboroso, e olhe que eu já provei várias.

– Também gosto, apesar de não gostar muito de cerveja.

Ouvi quando Jasper pigarreou e o mais engraçado é que eu não o havia visto chegar. Edward virou-se para ele, assim como eu.

– Nós vamos dançar. Querem ir conosco? – ele segurava a mão de Alice.

Edward olhou para mim, em dúvida sobre o que responder. Assenti para ele e me virei para o seu primo.

– Agora não, daqui a pouco. Divirtam-se. – falei.

O loiro sorriu e saiu, juntamente com minha irmã. Edward abriu as cervejas e me deu um dos copos de vidro.

– E então, você vem muito aqui? – dei um gole em minha bebida. Minha curiosidade estava ficando cada vez maior, e não consegui identificar porque.

– Não. Na verdade vim apenas umas três vezes, mas não tenho o costume. Vida de modelo não é fácil.

– Quem mandou nascer bonito? – dei uma indireta bem DIRETA.

– Você acha? – ele franziu o cenho e seus lábios se retorceram num sorriso, como se duvidasse do que eu dissera.

– Não, Edward Cullen. Você é horroroso e está na carreira de modelo porque todos têm sérios problemas visuais.

Ele riu alto.

– Obrigado, era tudo o que precisava ouvir.

Em um segundo sua mão estava na minha, no outro já estava em minha nuca. Edward aproximou-se de mim tão rápido, que mal tive tempo de respirar. Nossas bocas se encontraram de um modo completamente intenso, e eu confesso que não esperava por isso. Levei minha mão direita a seus cabelos e começamos a nos beijar lentamente. Eu abri a minha boca, para dar espaço à sua língua. Edward fazia o mesmo, e alternávamos entre chupadas de línguas e mordidas nos lábios, sempre dando selinhos e prolongando o beijo.

Se eu já achava Edward Cullen perfeito, depois desse beijo eu tinha certeza de que acharia muito mais. Seu gosto era maravilhoso. Seu hálito tinha uma leve mistura de bebida com um gosto delicioso que não consegui comparar a nenhuma outra coisa. Seu perfume atingiu minhas narinas de uma forma fatal e eu vacilei, entregando-me completamente ao momento. Tudo o que sabia era que não queria parar, não podia parar, não devia parar...

Puxava seu cabelo fortemente e Edward gemia entre nossos lábios, assim como eu. A música estava alta, e eu agradeci mentalmente por isso. Não sabia dizer sequer o ritmo que tocava, tamanha era a minha concentração. Ele segurava minha nuca de uma forma tão firme e sua mão esquerda estava em minhas costas, me puxando mais para ele.

Tudo passava a não ter importância cada vez que nossas línguas se encontravam, e eu sinceramente não me importaria se o mundo acabasse neste exato momento, pois meu corpo queimava cada vez mais.

E então, cedo demais, o beijo terminou. Encerramos com um selinho caloroso. Edward ainda estava com os olhos fechados, e me deu o seu sorriso torto que eu tanto gostava.

– Esse beijo devia ter acontecido antes. – falou sorrindo, ainda de olhos fechados.

– Sim, devia. Perdemos tempo demais. – concordei mastigando meu lábio inferior.

Mas que diabos eu queria dizer com “perdemos tempo demais”? Quando eu estava com Edward era sempre assim, eu falava as coisas sem ter o menor pudor.

Ele riu, me puxando para outro selinho.

– Você é linda. – disse finalmente abrindo os olhos e me fitando intensamente.

– Você também. É claro que tudo aquilo que eu falei sobre você ser horroroso era brincadeira, nenhum ser da face da Terra poderia achar alguém como você feio.

– Sou comum.

Bufei. Edward era mais do que comum. Ele era exatamente o contrário: o incomum.

– Você é o oposto ao comum, Cullen. Sinto te frustrar. – ri e o beijei mais uma vez.

– Sou o comum, Bella. Você que me vê com outros olhos.

– Estou começando a achar que você tem sérios problemas de visão, ou não se vê claramente.

– O que quer dizer? – fez beicinho. Eu ri.

– Quero dizer que não sou a única mulher a achá-lo bonito ou perfeito. Você é homem, já deve ter percebido como suspiram por você em cada esquina que passa.

– Também não precisa exagerar...

– Não estou exagerando. – eu ainda ria.

– Posso perguntar uma coisa?

– Claro. – o que ele queria saber?

– Você me disse que nunca namorou...

Assenti.

–... E esse, por acaso, não foi o seu primeiro beijo, não é? – questionou cautelosamente.

Se antes eu estava rindo, agora eu tive que me apoiar no sofá, de tanto que ria.

– O que é tão engraçado? – ele riu também, molhando os lábios com a ponta de sua língua. Senti uma vontade súbita de morder sua língua e eu o fiz, fazendo-o gemer baixinho.

– O modo como você deduz as coisas errado. Não, Edward, eu já havia beijado antes, você não teve a honra de ser o primeiro cara que eu beijei na vida.

Ele revirou os olhos e agora éramos dois malucos rindo loucamente em um sofá.

– Infelizmente não tive... Bom, cadê a modéstia? Aprenda comigo.

– Você não é modesto. Apenas não se vê claramente, ou finge que não vê, e isso é diferente.

– Que seja. – me deu mais um selinho.

Ficamos em silêncio por um longo tempo, apenas nos olhando. Até que o modelo cortou o silêncio.

– Quer dançar, Bella?

Se antes eu tinha algum tipo de aversão à dança, tudo mudou no aniversário de Mike, quando o Cullen me chamara para dançar. Ele fazia tudo ser mais fácil do que realmente era, fazia com que meus "medos" desaparecessem, como se nós dois existíssemos no mundo todo.

– Claro. - respondi.

Fomos em direção à pista. A boate estava tranquila. Reconheci Rose e Emmett dançando juntos do lado oposto em que estávamos e fiz um sinal com o polegar pra ela, como se quisesse falar “isso aí”. Ela sorriu.

Ficamos mais a leste da pista, perto de onde estávamos sentados. Coloquei minhas mãos no pescoço de Edward, que me segurou pela cintura com maestria. Nossa diferença de altura não era muita e eu estava de salto, então ficamos praticamente do mesmo tamanho.


Need You Now - Lady Antebellum


Picture perfect memories, scattered all around the floor

(Memórias perfeitas, espalhadas por todo o chão)

Reaching for the phone 'cause I can't fight it anymore

(Alcançando o telefone porque eu não consigo lutar mais)

And I wonder if I ever cross your mind for me it happens all the time

(E eu me pergunto se eu já passei pela sua mente para mim isso acontece o tempo todo)

It's a quarter after one, I'm all alone and I need you now

(São uma e quinze, estou completamente só e preciso de você agora)

Said I wouldn't call, but I lost all control and I need you now

(Disse que eu não viria, mas perdi todo o controle e preciso de você agora)

And I don't know how I can do without, I just need you now

(E não sei como sobreviver, só preciso de você agora)


O lindo modelo me segurava cada vez mais firme pela cintura, como se quisesse me puxar para si, mesmo eu estando totalmente envolta em seus braços.


Another shot of whisky, can't stop looking at the door

(Outra dose de uísque, não consigo parar de olhar para a porta)

Wishing you'd come sweeping in the way you did before

(Desejando que você entrasse arrebentando da maneira que fazia antes)

And I wonder if I ever cross your mind. For me it happens all the time

(E eu me pergunto se eu já passei pela sua mente. Para mim isso acontece o tempo todo)


Devagar, Edward desceu a mão das minhas costas para minha cintura, me dando um maior apoio.


It's a quarter after one, I'm a little drunk and I need you now

(São uma e quinze, estou meio embriagado e eu preciso de você agora)

Said I wouldn't call, but I lost all control and I need you now

(Disse que não ia ligar, mas perdi todo o controle eu preciso de você agora)

And I don't know how I can do without, I just need you now

(E não sei como sobreviver, eu só preciso de você agora)


Movíamo-nos lentamente, no ritmo da música...


Oh ohh

Yes, I'd rather hurt than feel nothing at all

(Sim, eu prefiro sentir dor do que nada)


Apoiei minha cabeça em seu pescoço, sentindo seu cheiro em mim novamente. Era tão bom! Como se aquele cheiro me dominasse, me fizesse sentir completa ao seu lado. Não agüentando mais ficar calada, resolvi falar a verdade.

– Seu cheiro é perfeito.

Pude perceber que ele sorriu, pois seu hálito chocou-se contra meu pescoço.

– O seu também é. Perfume doce fica muito bem em você. – ele beijou meu pescoço. Senti um arrepio percorrer meu corpo.

(Nota mental: sempre usar perfumes doces perto de Edward).

– Obrigada. São os meus preferidos.

– Se eu te contar que eu particularmente prefiro perfumes doces em mulheres, você acredita?

– Sério? Ou é mais uma cantada? – eu ri e beijei também o seu pescoço, percebendo-o tremer levemente.

– Ainda preciso te cantar? Pensei que já tivesse feito isso.

– Cantadas são sempre bem-vindas, Cullen.

Ele gargalhou.

– Vou me lembrar disso, Swan.


Fitávamo-nos intensamente, e eu não me importaria em beijá-lo ali mesmo. Não me importaria em gritar para o mundo que o seu beijo fora o melhor que já provei, que o seu gosto era único, e que o seu cheiro me entorpecia de uma forma mágica.


It's a quarter after one, I'm all alone and I need you now

(São uma e quinze, estou completamente só e preciso de você agora)

And I said I wouldn't call, but I'm a little drunk and I need you now

(E disse que eu não viria, mas estou um pouco bêbado e eu preciso de você agora)

And I don't know how I can do without, I just need you now

(E eu não sei como sobreviver, eu só preciso de você agora)

I just need you now

(Eu só preciso de você agora)


– Oh, baby I need you now. - Edward cantarolou o final da música perfeitamente em meu ouvido. Eu sorri bobamente.


Oh, baby I need you now

(Oh, amor eu preciso de você agora)


A música acabou e continuamos entrelaçados, apenas paramos de nos movimentar. Ele aproximou o rosto do meu, sua respiração estava levemente alterada. Aproximei-me também, colando nossas testas. Ainda nos fitávamos. Vi em seus olhos desejo, luxúria e felicidade. Edward me beijou, e, santo Deus, foi melhor do que antes, se é que poderia ser melhor. O beijo já começou urgente, sua língua percorrendo minha boca e encontrando a minha, sempre em uma sincronia perfeita. Nossos lábios se moviam juntos, como se fossem um só. Senti sua ereção pressionando minha região pélvica, e percebi que estava ficando molhada só em sentir seu membro roçando em minha calça. O beijei com mais intensidade, e ele arfou ao ver que eu não queria parar.

– Bella... - sua voz estava um pouco rouca.

Ignorei o chamado, continuando o que fazia antes. Aproximava nossos corpos, segurando cada vez mais forte seus cabelos. Por instinto, abri as pernas um pouco, dando lugar para que ele ficasse mais confortável e eu parasse de me apoiar totalmente nele.

– Bella, eu não estou agüentando.

Terminamos o beijo e nos olhamos por um longo instante.

– O que você não está agüentando? – perguntei em um sussurro.

– Eu não queria parar o beijo, mas é que você estava e ainda está me enlouquecendo. Não vê isso?

Ele viu a confusão em meus olhos. Apenas assenti, já sentindo o sangue em meu rosto.

– E garanto que não aceitaria transar comigo agora. – continuou.

Eu gelei, assentindo mais uma vez. Então ele explodiu em risos, ao me ver ficar ruborizada e constrangida em seus braços.

– É brincadeira, eu sei que não seria certo transar com você agora. É claro que gostaria, mas eu te respeito muito, Bella.

Foi inevitável não ficar mexida com o “é claro que gostaria”. Respirei fundo, tentando parecer o mais natural possível.

– Entendo. Também não poderia me deixar envolver tanto de cara, Edward.

– Vamos sair mais, nos conhecer melhor. Está disposta a tentar?

Tentar. Nunca gostei tanto de ouvir essa palavra, quando a ouvi dos lábios dele.

– Estou. – sorri.

Ele deu um sorriso torto e me deu um selinho.

– Vamos encontrar os outros. – disse pegando minha mão e me puxando para fora da pista de dança.

Chegamos aos sofás em que estávamos antes, avistando os quatro próximos à saída. Pude perceber que estavam nos esperando.

– Vocês querem ir agora? – perguntou o Deus greg.... digo, Cullen.

– É melhor irmos. – falou Jasper.

– Mas já? A noite está ótimaaa! Queria beber um pouco mais. – Emmett falou com a língua meio enrolada. Pelo o que pude ver, estava começando a ficar alterado ou já estava realmente bêbado.

– Se vocês quiserem, podem ficar. – disse o loiro, respondendo o que seu irmão dissera anteriormente.

– É melhor irmos. Vou dormir na casa de Bella e não posso demorar muito. - disse minha prima.

– Ok, loirinha. – falou o suposto bêbado.

Emmett chamou minha prima de LOIRINHA? Reprimi o riso. Rose odiava ser chamada assim.

– E de qualquer forma é mais seguro para todos que Emmett vá embora agora. Ele já é cômico, e bêbado fica em uma situação deplorável.

– Hahaha, engraçadinho. – zombou. – Olha quem fala né Edzinho.

Tive que rir quando ouvi novamente o apelido.

– Ei Bella, sabe qual era o apelido de Edward nos tempos da faculdade?

– Qual? – perguntei olhando para o homem que beijara, e este balançou negativamente a cabeça em sinal de reprovação.

– Edzinho gayzinho! - o primo mais velho do modelo gritou em meio aos risos.

Todos riram, com exceção de Edward e eu.

– Isso tudo porque ele não pegava ninguém na época e todos achavam que ele gostava de outra fruta e... – tagarelava sem parar.

– Já chega, idiota. Vamos embora. – falou um Edzinho irritado.

Os rapazes, novamente, pagaram a conta sozinhos, e saímos todos da boate. O clima estava tenso, devido às bobagens que Emmett estava falando, efeito da bebida.

Alice falou que ia pegar algo no carro e me pediu a chave, que continha também a chave da nossa casa no chaveiro. Entreguei prontamente. Continuamos conversando até que minha irmã voltou com uma aparência preocupada.

– Acho que teve um probleminha em um dos pneus do carro. Observei quando voltei de lá.

– Vou dar uma olhada. – o loiro foi até lá com ela.

Dois minutos depois Jasper voltou com o cenho franzido, como se estivesse reprimindo o riso. Quando percebeu que eu estava observando, se recompôs. Achei estranho, mas nada falei.

– Um dos pneus está furado. Aconselho vocês à irem no Volvo e nós resolveremos isso.

– Eu não posso deixar o carro aqui. – respondeu uma Alice meio tranqüila para o que a ocasião pedia.

Eu conhecia minha irmã, e automaticamente percebi que havia algo esquisito com suas reações. A Fadinha era do tipo que entraria em desespero ao ver algo dando errado a essa altura, afinal era madrugada.

– Nós daremos um jeito, Alice. – Jasper tentou tranqüilizá-la.

– Mesmo assim. Não vou deixar o conversível aqui. Edward pode deixar Rose e Bella em casa, resolvo isso com os meninos e depois está tudo certo.

– Eu fico com você. – falou a loura.

– Sendo assim, eu fico também. – concordei bufando.

– Não, Bella, você deve ir para casa.

– E por que? – arqueei uma sobrancelha.

– Porque está tarde e Renée pode notar nossa ausência esse tempo todo. Se ela te ver e perguntar por mim, fale que estou dormindo. Simples. – Alice sorriu satisfeita. Eu sabia que ela tinha razão.

Estava óbvio que havia sido tudo planejado por ela. Não sei como uma pessoa pode ser louca a ponto de deixar quatro pessoas com ela nisso, mas não achei ruim a idéia de ter Edward comigo por mais tempo.

*FLASHBACKON*

– E ele virá nos buscar aqui?

– Não sei, afinal somos muitos. Podíamos ir separados.

– Ou você poderia ficar novamente sozinha com Edward. Vamos dar um jeito. Já tenho em mente o que fazer.

– O que?

– Espere e verá.

– Você e seus mistérios... Vamos descer, Rose já deve estar chegando.

*FLASHBACK OFF*


– Não é uma má idéia... - concordei.

– Pelo menos hoje já é domingo, e estarei de folga. – lembrou minha prima.

– Então eu deixo Bella em casa e depois vou pra casa. Vocês conseguem resolver sozinhos?

– Qual é Edward, assim você acaba com nossa masculinidade. – disse Emmett, dando murros no pneu. Revirei os olhos ao ver a cena.

Não demorem. Qualquer coisa pode me ligar, ok? E deixe Rosalie dormir aonde ela quiser, sem pressão. – falei baixinho para Alice.

– Sim senhora. Aproveite a noite. – respondeu sussurrando.

– Obrigada por isso. Você é louca. – seu riso em resposta foi igualmente baixo.

Despedimo-nos de todos, e eu entrei no Volvo. Edward automaticamente deu partida no carro, dirigindo em alta velocidade. Era assustador o modo como ele dirigia e eu tinha que me apoiar em algum lugar do carro. O mesmo perfume de antes tomou conta de mim, o mesmo que havia sentido na primeira vez que entrara em seu carro e pouco tempo atrás, quando dançamos.

– Cansada?

– Não muito, mas com sono.

– Eu também. Tive um dia cansativo hoje.

– O que fez?

– Deixei meu currículo em duas agências, e vi propostas de três. Apenas uma me agradou até agora.

– Qual?

– Uma para um comercial de sungas. Sabe como é, ficar só de sunga acaba rendendo bem...

– Entendo. – ri imaginando o corpo másculo que se escondia por trás da camisa preta que ele usava.

– E você, o que pensa em fazer? - tirou-me de meus devaneios.

– Medicina. É meu sonho.

– Uma carreira muito difícil. Acompanho de perto o sufoco que Jasper passa. Mas é muito gratificante, além de render bem.

– Estou disposta a pagar o preço que for. É meu sonho, e vou lutar por ele.

– Muito bem, determinação! – rimos juntos.

– Já pensei em outras áreas, mas medicina é a que mais me encanta.

– Eu também já tinha pensado em tanta coisa. Coisas como direito, e até mesmo a própria medicina. Depois descobri que eram só planos. Nunca pensei em ser modelo, e olha só onde estou.

– Muito merecido.

Edward revirou os olhos, fazendo-me bufar com sua atitude. Logo chegamos a minha casa.

– Quer entrar? – perguntei lembrando da primeira vez que ele me trouxera e perguntou se eu não ia convidá-lo para entrar.

– Depende.

– Depende de que?

– Se eu recusar agora, terei outra oportunidade como essa?

– Talvez... Nunca se sabe. – fingi indiferença.

– Fiquei com medo agora. – brincou.

Dei uma risada estrondosa, me envergonhando logo após.

– Ok, depois dessa risada eu realmente estou com medo, Isabella Swan.

Eu corei e ri.

– Terá oportunidades sempre que vier me trazer em casa. – afirmei.

– Então acho que vou fazer isso com mais freqüência, até porque agora tenho mais um motivo...

Eu estava prestes a perguntar qual era o motivo, quando Edward me beijou, o que respondia a minha pergunta. O motivo era de que nós estávamos mais próximos, o que nos dava uma amizade maior. Pelo menos eu só via esse motivo, a não ser que fosse outro e...

Perdi o foco dos meus pensamentos quando nossas línguas se encontraram. O beijo foi mais calmo e sutil, mas sem pausas. Ele mordeu meus lábios e eu sorri, me preparando para sair do carro.

– Obrigada pela carona. Boa noite, Edward.

– Boa noite, Bella. – me deu mais um selinho.

Caminhei pela úmida calçada, parando em frente a casa e acenando para Edward. Ele deu partida no carona rapidamente e logo não pude mais avistá-lo. Abri a minha carteira e revirei o conteúdo, entrando em pânico após perceber que não estava com a chave de casa.

– Ok, Bella, foco! - disse a mim mesma.

Era madrugada e eu estava sem poder entrar em casa. Uma situação típica de novela, porém real. Os minutos se passavam e eu não conseguia achar a maldita chave. Revirei tudo o que estava dentro e achei meu celular. Acrescentei mentalmente algumas coisas.

(Nota mental: fazer uma cópia da chave de casa).

Pensei rapidamente em minhas soluções: ligar para Alice ou Rosalie, afinal tinha certeza de que elas não haviam chegado em casa; ligar para Edward e falar para ele voltar e me levar até Alice; ou tocar a campainha e acordar todos. Eu sabia que minha irmã e minha prima voltariam para casa, porém não sabia se iam demorar ou não, e eu não podia ficar esperando fora da casa, afinal era perigoso.

Sem dúvida, de todas as opções possíveis a última já estava descartada. A primeira me pareceu a mais sutil, então me sentei nas escadinhas que ficavam em frente à porta e tentei a primeira opção.

Disquei o número de Alice. Chamou sete vezes e caiu na caixa postal.

– Respira fundo, vai dar certo! – tentei encorajar-me em vão.

Procurei o número de Rose, e apertei a tecla de iniciar chamada.

DESLIGADO.

Puta merda, e agora?

– Ok, tentar o número de Alice mais uma vez.

Chamou mais sete vezes e caiu na caixa. O jeito seria ligar para o Cullen.

Pelo tempo que ele saíra da minha casa já devia estar em casa, ou próximo...

Respirei fundo. Seria a única solução.

Disquei o número dele, rezando para que me atendesse. Minhas preces foram ouvidas e ouvi sua voz após o quarto toque.

– E-edward? Aqui é Bella. Você precisa me ajudar! – falei de uma vez só, sentindo o desespero e a angústia se formarem dentro de mim.

(CONTINUA...)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, consegui suprir a expectativa de vocês para o primeiro beijo Beward? Espero que sim. O próximo capítulo começará a ser narrado pela Alice e terá POV de outros personagens também. Está cômico, e eu espero logo postar, mas, caso atrase, já sabem porque. Estou em fase de mudança, e logo arrumarei a minha vida e voltarei a dedicar-me de corpo e alma à essa fanfic.
Desde já quero desejar um Feliz Natal para todos (caso não poste antes) e peço que deixem reviews como presente para essa autora aqui, se não for pedir demais. Os comentários, críticas e opiniões de vocês são o combustível desta história. (:
Beijos. x