Goin Down escrita por William Grey


Capítulo 5
O primeiro beijo


Notas iniciais do capítulo

Gente... Desculpa pelo tempo que fiquei afastado aqui do Nyah! mas tenho certeza que agora vou voltar com força total. Goin' Down vai continuar! Cada vez mais surpreendente e misteriosa. Espero que gostem .::



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Gostei de sentir o vento bater em meu rosto. Agarrei forte a cintura de Dean. O medo de motos era algo que eu não conseguia esconder.

– Estamos chegando! - gritou ele.

Observei enquanto ele entrava em algum lugar à beira da estrada. Dean parou sua moto embaixo de uma grande árvore. Desci e olhei ao redor.

– Onde estamos? - perguntei adimirada.

O lugar era repleto de árvores, a natureza era intensa. Um grande lago mais a frente só aumentava essa beleza.

– Em uma propriedade da minha família. Venha! - ele correu em direção ao lago.

Corri atrás dele. Nos sentamos na grama. Dean pegou uma pedra e a atirou sobre a água. A pedra deslizou sobre o lago, afundando do outro lado.

– Por que me ajudou? - perguntei tentando quebrar o clima pesado.

– Gosto de você - ele nao me olhou, continuou concentrado no lago. - Eu costumava vir aqui para escrever musicas. Já faz tempo que ninguém da minha família visita este lugar. Está praticamente abandonado.

– Um lugar tão lindo...

Ele sorriu.

– E você? - ele me olhou. - Por baixo dessa maquiagem pesada e dessas roupas pretas tem uma garota normal?

Não respondi.

– O que aconteceu pra te deixar assim?

– Sempre fui assim - menti.

– Eu sei que não. Eu sei que aí dentro vive uma garota sentimental, que por algum motivo foi obrigada a se esconder do mundo. O rock é o melhor caminho para construír uma força. Sei que no fundo você só quer que a dor passe. Que os problemas, sejam eles qual for, desapareçam.

Eu fiquei espantada. Como ele podia me descrever tão bem? Como ele conseguia me entender tanto?

– Perdi meus pais no verão passado. Ainda estou tentando recuperar. A saudade deles apertam meu coração, e parece que ele sangra. Quando penso que nunca mais vou ter o abraço protetor da minha mãe, isso me desespera.

Abaixo a cabeça para esconder uma lágrima. Dean segura meu rosto e me olha nos olhos.

– Agora eu entendo - ele diz secando minhas lágrimas. - Venha!

Ele me abraça. Enquanto envolvia meu corpo em seus braços, senti uma segurança que eu não tinha a muito tempo. Isso era tão bom.

– Como eu já disse antes, eu tenho sentimentos. Acho que sou frio um pouco porque sofri de mais em outros relacionamentos. A gente tem medo de sofrer de novo. Mas decidi abaixar a guarda por você.

Sorrio. Parecia um sonho. Dean se aproximou do meu rosto, seus lábios quase tocando os meus. Torci para que ninguém me acordasse. Quando seus lábios tocaram os meus, senti que meus problemas desapareceram. Era somente ele e eu. Nada podia atrapalhar este momento... Nada a não ser...

O celular de Dean tocou. Ele se afastou um pouco de mim.

– Droga! - ele disse enquanto procurava o celular no bolso.

– Isso que dá ser o garoto mais popular da escola. - sorrio.

– É o zack, ele é guitarrista da minha banda. Preciso atender, desculpa.

Dean atendeu.

– Oi? - pausa para a resposta. - Tudo bem. Pode ser! Tchau. - ele me olhou.

– Porblemas? - perguntei.

– Não. Vai ter uma espécie de festa privada na minha casa hoje. Aparece lá?

Pensei muito antes de responder. Na certa, tia Heyley já estava informada sobre minha fuga repentina da escola, e eu estaria de castigo. Mas eu não importava. Não depois daquele beijo.

– Eu vou sim. Vou dar um jeito de fugir.

Ele se aproxima novamente.

– E quando você quer fugir, não tem ninguém que te impede.

– Você conseguiu... - me senti envergonhada por dizer isso.

Dean me abraça e me surpreende com outro beijo.





Quando Dean me levou pra casa, Heyley já me esperava sentada no sofá. Ela tinha em mãos um exemplar bem surrado de Entrevista com o vampiro de Anne Rice. Não sabia dizer o que me deu mais medo, minha tia estar me esperando, ou ela estar lendo um romance sobre vampiros.

Passei em silêncio pela sala, torcendo pra que ela não me dissesse nada. Fui direto para a escada. Meu alívio durou apenas até o primeiro degrau.

– Fugir da escola e ainda agredir uma funcionária não era o que eu esperava que você fizesse no primeiro dia. - ela se virou para me olhar. - Pode me explicar? - fez gestos para que eu me sentasse ao seu lado no sofá.

Respirei fundo, fui até o sofá e me sentei. Ela marcou a página que estava no livro e o deixou de lado.

– Uma garota jogou suco em mim. Eu não suporto essas garotas muito ricas que se acham superiores, quando na verdade estão cheias de problemas na família. Eu poderia ficar ali e brigar com ela até ela sangrar, mas decidi não fazer isso no primeiro dia de aula. Então dei um tapa muito merecido na cara de plástico da barbie japonesa, e fui embora - depois de falar tudo, respirei.

– Nossa. - ela me abraçou. - Não quero te dar uma bronca, mas você percebe que preciso cuidar de você. Você agiu mal, e quase foi suspensa. Quase! Porque o direito é amigo meu e expliquei que você está passando por problemas desde a morte dos pais.

– Eu entendo.

Ela realmente estava se esforçando para ser como uma mãe pra mim. Heyley nunca teve filhos, e transformar sua casa em uma pousada foi justamente para que não se sentisse sozinha. Acho que adorou a ideia de cuidar de mim, afinal, ela podia brincar de ser mãe.

– Percebe que eu tenho que te dar um castigo, não é?

Faço que sim com a cabeça.

– Por três dias, quero que fique só no seu quarto. Da escola pra casa. Tudo bem?

Foi até razoável. Se fosse minha mãe, eu realmente teria perdido meu celular, computador, e os três dias seriam três meses. Me levantei e sorri para ela.

– Tudo bem. - abracei minha tia. - Obrigada por tudo.

Antes de sair, me viri para ela e lancei um olhar indiscreto para o livro ao seu lado.

– Heyley...

– O que foi? - ela me interrompeu. - Acha que é a única que gosta de vampiros? Os vampiros de Anne Rice me deixam excitada. - ela ri.

Reviro os olhos e sorrio maliciosamente. Depois corro para meu quarto. Ao chegar na porta, sou obrigada a parar.

– O que está fazendo no meu quarto?

– Estava te esperando.

Nate estava sentado em minha cama. Uma aparência muito séria.

– O que você quer comigo Nate?

– Feche a porta! - disse ele.

Fechei a porta e caminhei até ele.

– Vi o que aconteceu hoje - começou ele. - Vi também que se aproximou muito de Dean Crawford.

– Até agora não entendi onde você quer chegar... até porque isso não é da sua conta!

Ele se levantou.

– Tem uma coisa que você precisa saber sobre o Dean. Ele não é o que você pensa que é. Aqueles garotos da banda dele, são todos iguais a ele.

– Não estou entendendo! - estava começando a me irritar. - Eu conheci o garoto ontem, não posso julgá-lo.

– Você conheceu ele ontem, mas será que ele te conheceu ontem? - Nate caminhou até a porta. - Ele sabe tudo sobre você. Ele sabe do acidente. Abre seus olhos Taylor.

Nate abriu a porta e saiu pelo corredor. Fiquei ali parada, pasma. O que foi isso?



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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo 5? Espero que comentem para me ajudar a continuar a história.
" Taylor está cada vez mais envolvida, mais apaixonada. E isso vai lhe custar caro... muito caro ".
Espero de verdade que comentem e se acharem que mereço, deixem uma recomendação. Até o próximo capítulo ^-^