POV EDWARD

Quase não acreditei quando eu vi Bella acordada bem na minha frente. Senti que finalmente, depois de todas as minhas orações, meu pedido estava sendo atendido.

Ter Bella de novo na minha vida era o meu maior desejo e eu estava em êxtase com isso, mas quando ela abriu a boca e me perguntou quem eu era, senti todo o meu mundo desabar.

Eu só podia estar sonhando.

Eu sempre soube que ela corria risco de ter sequelas já que tinha batido forte a cabeça a ponto de ser induzida ao coma, mas ver que todos os meus medos se tornaram realidade foi um choque maior do que eu podia suportar.
Senti minhas pernas fraquejarem e tive que me apoiar na parede.

Tudo que me manteve de pé nessas 2 últimas semanas foi a esperança de que Bella acordaria e voltaríamos a ser como éramos. Mas agora tudo o que eu conseguia fazer era ficar olhando para o rosto da mulher que eu amo tentando entender o que fizemos para termos que passar por tudo isso.

-Oh Bella, por favor, diz pra mim que sabe quem eu sou. Por favor, meu amor. - Supliquei.

- Eu... Não... Me lembro. - Ela sussurrou confusa e amedrontada e eu nunca quis tanto pegá-la nos braços e não soltar como nesse momento. Por mais que o meu coração estivesse sangrando, vê-la tão frágil e desestabilizada fez com que eu expulsasse da minha mente toda a confusão de sentimentos que estava sentindo e me focasse apenas nela.

Lentamente fui me aproximando da sua cama mas, Bella ao perceber minha aproximação recuou mais uma vez. Respirando fundo e tentando pensar como o médico que um dia eu seria me concentrei no estado em que ela estava fisicamente.

Todos os seus machucados e hematomas já estava quase que completamente cicatrizados, mas como eu bem sabia, a maioria dos ferimentos que Bella sofreu foram internos, então a sua fisionomia pouco acrescentava. Tirando as olheiras escuras sob os olhos, a pele pálida e a consequente perda de peso, ela parecia quase que completamente curada, claro, a não ser pelo fato de que ela estava com amnésia. Respirei fundo outra vez. Primeiro vem a saúde dela, pensei.

- Bella temos que conversar, imagino como deve ser desnorteante não se lembrar direito das coisas, por isso vou chamar primeiro o Dr Ray, seu médico, aqui pra cuidar de você. Tudo bem? - Ela ficou me olhando com olhos curiosos e ao mesmo tempo receosos.

- O que aconteceu comigo? - Sua voz saiu rouca e forçada. Depois de duas semanas sem falar ou comer alimentos sólidos ela devia estar com muita sede. Rapidamente peguei a jarra de água que eu costumava deixar ao lado da sua cama e enchi um copo pra ela. Bella se assustou um pouco com o meu movimento súbito, mas não saiu do lugar, apenas seus olhos arregalados me perseguiram. Estendi a mão com o copo d'água pra ela e Bella mordeu o lábio inferior. Senti vontade de sorrir com esse gesto, mas me contive. Ela levantou a mão trêmula em direção ao copo e ao pegá-lo nossas mãos se encostaram e eu senti a familiar corrente elétrica que o seu toque sempre me fez sentir.

- Obri.. obrigada. - Ela começou a beber de pouquinho.
- Vou chamar o médico. - Disse e sai rapidamente do quarto.
Já no corredor me deixei levar pelas emoções. Sentei no banco mais próximo e já não me importei em esconder as lágrimas. A minha Bella sem memória. Eu não sabia o quanto ela se lembrava, mas uma coisa estava claro, ela não lembrava de mim.

Levantei lentamente quando avistei o Dr Ray vindo pelo corredor e ao me ver veio em minha direção. Forcei minha mente a não se entregar as emoções novamente e me dirigi ao médico de Bella:

- Dr Ray eu estava indo procurá-lo agora mesmo. - Disse apertando sua mão. Ele sorriu, mas no seu olhar eu vi que estava estudando a minha expressão. Eu sabia que estava péssimo.

- Edward o que aconteceu? Isabella esta bem?
- Sim, quer dizer, mais ou menos. Ela acordou.
- Que ótimo, vamos vê-la então. Tenho que fazer uns exames pra checar se ela esta realmente curada. - Ele já estava se dirigindo ao quarto de Bella, mas o detive.
- Dr tem uma coisa. - Ele parou e me olhou nos olhos.
- O que tem de errado com Isabella, Edward?
- Ela perdeu a memória. - Disse. Minha voz falhando miseravelmente.
- Calma Edward, eu vou examiná-la. - Ele colocou uma mão em meu ombro e esse gesto fez saírem mais lágrimas dos meus olhos. Ele sorriu com simpatia. - Recomponha-se Edward, Isabella vai precisar de você, forte, ao lado dela.
- Ela não lembra mais de mim Dr. - Ele não se abalou.
- Ela vai lembrar. Ainda não sabemos se é uma amnésia temporária ou definitiva, por isso não sofra antes do tempo. Venha, quero tirar minhas próprias conclusões. - Ele disse e entrou no quarto de Bella comigo logo atrás.

POV Bella

Ainda estava me deliciando com o copo de água que o Homem estranho me deu, mas minha mente estava tentando processar de onde é que ele me conhecia. Eu tinha certeza que nunca o vi, mas a forma dele me olhar transmitia um sentimento que eu não sabia identificar.

Tentei me orientar sobre dia e hora, mas nada no quarto me dava uma dica. Apenas a janela no canto, mas esta estava com uma cortina corta-luz grossa, então tanto poderia ser meio dia como meia noite. Suspirei, não sabia se as minhas pernas estavam fortes o suficientes pra me levar até lá.

Quando terminei de beber toda a água minha cabeça rodou. Acho que devo ter ficado algum tempo sem comer ou beber nada porque agora meu estômago parecia completamente cheio apenas com um copo d'água e ao mesmo tempo vazio. E eu ainda estava com sede, agora mais do que antes. De repente a porta se abriu e por ela entrou um homem de branco que deduzi ser o meu médico, seguido de perto pelo estranho que dizia me conhecer.

- Isabella Swan. Sou Seu médico. Me chamo Stefan Ray. Posso examiná-la? - Assenti e ele sorriu. Pegou nos meus pulsos, depois tirou uma pequena lanterna do bolso do jaleco e apontou para os meus olhos. Enquanto ele mexia nas máquinas que estavam do meu lado desviei o olhar para o estranho que continuava me olhando fixamente. Parecia a ponto de desmaiar. Ele não parecia muito bem de saúde.

- Isabella, aparentemente você está bem, então vou começar a tirar todas essas coisas que estão em você. Imagino que esses tubos e agulhas devem estar a incomodando. - Ele disse já apertando um botão para chamar a enfermeira. Bem, eu tinha esquecido dos irritantes tubinhos que estavam em mim, mas agora que ele falou toda a minha atenção se concentrou neles de novo.

Logo a enfermeira entrou na sala e junto com ela o Dr Ray começou a tirar as agulhas do meu braço, - a coisa que parecia um pregador - do meu dedo e os tubinhos do meu nariz. Quando eles terminaram o médico colocou um tipo de soro no meu nariz e mandou eu respirar fundo. Respirar por mim mesma de novo foi um pouquinho dolorido, mas o desconforto passou logo.

- Você pode se sentir desorientada ou ocasionais tonturas, mas tudo isso faz parte do processo de recuperação. Me responda uma coisa Isabella..
- Só Bella. - Ele sorriu enquanto sentava-se na beirada da minha cama.
- Me responda uma coisa... Bella. Qual é a última coisa de que você se lembra?
- Eu lembro de estar dirigindo a minha picape. Estava indo embora de Forks porque tinha brigado com o meu pai. - Ouvi um lamento e olhei em direção ao som. O belo estranho estava encostado na parede e parecia a ponto de se acabar em lágrimas. Estava pior do que a 10 minutos atrás. Senti pena dele.

- O que houve Edward? Está se sentindo bem? - O Dr perguntou preocupado e eu quase pude sentir meu rosto querendo se abrir em um sorriso. Edward. Lindo nome. Na mesma hora me repreendi por isso. Não conhecia o homem, como podia já me encantar pelo nome dele?

- Bella eu vou levar o Edward para tomar um ar fresco, daqui a pouco eu volto, ok? - Assenti e ele saiu rapidamente do quarto com Edward andando vacilante do lado. A enfermeira ficou olhando eles sair pela porta com uma expressão triste.

- O que ele tem ?- Perguntei. Ela se virou e veio caminhando pra perto de mim.

- Pobre menino. Ele tem estado ao seu lado desde o seu acidente. Quase nunca a deixa dormir sozinha. Deve estar desnorteado, pobrezinho. - A enfermeira que parecia ter uns 50 anos respondeu.

- Ele ficou .. Comigo?
- Ah sim, cansei de acordá-lo para que comesse alguma coisa, porque as vezes ele esquecia da vida aqui. Ficava horas apenas olhando a senhorita.

- Você sabe o que ele é meu? - Ela olhou pra mim sorrindo amorosamente e lembrei da minha mãe.
- Olha, acho melhor a senhorita esperar ele voltar e assim vocês conversam com calma. Não acho que deva me meter nesse assunto.

- Por favor, só me diga o que ele é meu. Prometo não perguntar mais nada até quando ele chegar. - Supliquei. Precisava saber. A enfermeira suspirou e com um acento soltou as palavras cuidadosamente.

- Eu acho... Que ele é seu... Namorado. - Meus olhos arregalaram-se tanto que pensei que fossem cair no lençol da cama.
- O QUE??????