Como Se Fosse A Primeira Vez escrita por Isabellapattz


Capítulo 27
-Ainda há esperanças-


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora amores, mas não conseguia escrever um capítulo que me agradasse. Eu escrevi esse cap de pouquinho em pouquinho e toda vez que revisava decidia que tinha algo errado. Mesmo agora ainda acho que ele não ficou do jeito que eu queria, mas não posso mais adiar a postagem néh. Espero que mesmo não estando do jeito que vocês e eu queríamos, todas possam entender mais ou menos o conflito interno dos personagens.
Bjs e boa leitura.



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POV ROSALIE



Nunca fui contra nenhuma das namoradas do Edward, até porque ele nunca teve nenhuma. E isso era ótimo porque a Nikki sempre teve uma obsessão por ele. Enquanto ele estivesse solteiro tudo ficaria bem, mas tinha que aparecer uma biscate pobretona pra arruinar nossos planos.


Eu e Nikkita nos conhecemos no colégio aos 8 anos e quando ela dormiu na minha casa pela primeira vez conheceu o Edward. Foi amor à primeira vista. Eu percebi que ela realmente gostou dele e com isso fizemos uma promessa. Eu sempre seria a favor do romance dela com o Edward e nunca, jamais, deixaríamos outra mulher entrar na vida dele. Com o passar dos anos nós mudamos de escola, mas sempre nos encontrávamos e eu passava horas contando tudo que o Edward fazia.
Nikki tinha uma espécie de prazer mórbido em saber se ele tinha comido na hora, ido ao médico, tirado boas notas e blá blá blá... Ela adorava sentar comigo no quintal de casa e apreciar o Edward tomando sol na piscina. Às vezes eu ficava triste porque quase não tínhamos um tempo pra nós, mas eu sabia que era assim mesmo quando a gente se apaixona. Vive apenas pra outra pessoa. A única coisa que me deixava irritada era que a Nikki nunca teve coragem de chegar na cara do Edward e assumir os seus sentimentos. Ela sempre ficava de longe assistindo a vida dele mudar. Se fosse comigo eu não seria capaz de ver o amor da minha vida apenas de longe, eu me jogaria de cabeça no relacionamento, mas nunca viveria como ela, apenas o amando pelos cantos, sem ser amada de volta.

Depois que eu fui pra faculdade no Canadá e a Nikkita pra outra faculdade fora do estado as coisas ficaram mais difíceis pra ela. Seu amor pelo Edward começou a atrapalhar nos seus estudos porque ela não tinha como saber nada sobre a vida do meu irmão. Quando minha mãe ligou pra saber como eu estava e contou que Edward estava namorando e que iria levar a namorada em casa eu soube que a Nikkita surtaria.

No dia em que contei isso pra ela a Nikki quase enfartou, eu fiquei muito preocupada com ela. Primeiro ela teve uma crise de choro, se lamentou por todos os anos perdidos apenas o olhando, sem chegar nele e falar dos sentimentos dela. Depois ela quis saber tudo sobre a tal da Isabella e por último jurou que Isabella não ficaria muito tempo com meu irmão.

Nesse mesmo dia a Nikki me disse que estava tomando coragem pra chegar no Edward e isso que me deixou mais triste pela minha amiga. Quando finalmente ela decidiu tomar uma atitude já era tarde demais. Mas a Nikki não deixou isso ser um empecilho. Ela me disse que tinha uma colega na Faculdade que mexia com coisas do mal e que não acreditava muito nos ‘poderes’ dela, mas essa tal colega pediu a ela que experimentasse uma tal poção de repelir pessoas e nada melhor do que experimentar na nova namorada do Edward. Eu não fui contra, que mal teria usar uma poção fajuta com a Isabella?

O único erro nesse plano foi o fato da namorada do meu irmão ter sofrido um acidente.

O plano inicialmente era simples. Tínhamos que pegar uma foto ou algum pertence da Isabella e esfregar a poção – um líquido tão branco quanto água, mas com um cheiro de mil sanitários públicos juntos – nele e depois deixar essa pertence, que no nosso caso foi uma foto que eu peguei no quarto do Edward, no local onde passaríamos o restante da poção. Eu e Nikki passamos a tarde jogando o líquido por todo o quintal da casa dos meus pais. A tal da namorada do meu irmão iria passar o fim de semana lá e se a poção fizesse efeito ela não conseguiria nem ultrapassar o portão de entrada. Como eu disse, tirando algumas falhas, como o fato de acharmos que a tal poção não passava de água da privada com cloro, o plano era simples.

Tal foi a surpresa quando a Isabella saiu correndo do jardim em direção a rua que eu quase não acreditei. A poção não era fajuta. Logo depois que o Edward saiu correndo atrás dela em direção a rua eu liguei pra Nikki contando tudo. Quando ela soube ficou super empolgada com a notícia. Depois de desligarmos eu sai do meu quarto e fui para a sala de estar dar a noticia aos meus pais.

– Mãe e pai eu acho que escutei gritos vindo do jardim. Será que aconteceu alguma coisa com o Edward e a namorada dele ou eles podem estar brigando? – Minha mãe se sobressaltou com a notícia, pelo jeito ela não acreditava na história de estarem brigando. Ah, qual é? Todo mundo briga.

Minha mãe saiu de casa em direção ao jardim com o meu pai e eu a seguindo de perto, ainda pudemos escutar a voz do Edward chamando pela namorada numa voz distante quando chegamos na rua. Minha mãe fez uma cara que eu conhecia muito bem. Se o Edward estivesse brigando com a Isabella minha mãe iria comer o fígado dele com bastante tempero. Eu sabia o que estava acontecendo. Isabella estava se sentindo mal por estar próxima a nossa casa e por isso queria distância do lugar. A poção não podia ter um efeito melhor. Minha mãe saiu correndo em direção a saída do nosso condomínio e meu pai foi atrás. Claro que eu não ficaria parada ali, fui também. Quando chegamos onde Edward estava a cena a nossa frente era chocante. Edward estava chorando e partindo pra cima de um homem barbudo com ódio cintilando nos olhos. Eu nunca tinha o visto desse jeito. Meu pai tomou a dianteira e o segurou antes que fizesse uma besteira. Minha mãe correu alguns metros adiante e se abaixou chorando em frente ao corpo de uma pessoa que estava estirada no chão. Logo deduzi o que tinha acontecido. Isabella fora atropelada e Edward queria matar o cara que fez isso. No mesmo instante em que descobri isso senti uma névoa de culpa me envolver. Cheguei mais perto da minha mãe que ainda estava abaixada chorando em frente ao corpinho pequeno da namorada do meu irmão. Isabella parecia morta. Senti a culpa aumentar e comprimir o meu coração. Eu e a Nikki éramos as responsáveis por isso. Se não tivéssemos jogado aquela poção maluca no quintal pra Isabella não se sentir bem vinda isso não teria acontecido. Edward ficaria furioso quando soubesse que a culpa era nossa. Olhei de relance para o cara que a atropelou e ele estava com as mãos no cabelo e os olhos lacrimosos pregados no Edward que nesse momento estava chorando como uma criança abraçado ao meu pai. Senti as lágrimas descerem pelo meu rosto e abaixei ao lado da minha mãe em frente ao corpo da Isabella, ela parecia realmente morta e tinha alguns hematomas pelo corpo. Passei a mão levemente pelo rosto inerte dela e senti o ventinho fraco da respiração saindo pelo nariz. Foi um alívio. Ela ainda estava viva.

– Mãe, ela ainda está viva. Precisamos levá-la logo pra um Hospital. – Olhei pra minha mãe e ela estava alisando a mão pequena da moça. Ela não disse nada. Apenas ficou olhando para o rosto da Isabella. Percebi o carinho que a minha mãe tinha por ela apenas por aquele olhar, ele transmitia um amor sincero e puro. Por incrível que pareça eu não senti ciúmes nem raiva, apenas percebi que a namorada do meu irmão devia ser uma pessoa muito boa pra minha mãe amá-la e isso aumentou mais ainda minha culpa.

A ambulância logo chegou e Edward não estava em condições de ir junto com a namorada, por isso minha mãe foi de companhia com ela enquanto eu corri em casa pra pegar o meu carro e seguirmos a ambulância. Antes de irmos meu pai conversou rapidamente com o motorista do carro que atropelou a Bella e parece que os dois entraram num acordo.

Durante o trajeto não conversamos. Edward sentou no banco traseiro totalmente desolado e eu e meu pai trocávamos olhares toda vez que ele começava a chorar. Era como se ele ficasse revivendo o momento do acidente várias e várias vezes. Eu acompanhava os movimentos dele pelo retrovisor sentindo uma dor terrível pelo meu irmão. Eu queria que ele ficasse com a Nikki, mas a dor que eu estava vendo nos olhos dele no momento me fazia questionar se ele seria feliz com outra pessoa além de Isabella.

Depois de Isabella dar entrada no Hospital em estado grave o Edward não agüentou a pressão e desmaiou. Ele ficou no soro e depois passou as duas últimas semanas a base de calmantes.

A Nikki também ficou chocada quando soube, mas não tanto quanto eu achei que deveria. Ela tentou – inutilmente – consolar o Edward, mas ele não queria consolo, passava a maior parte do tempo no Hospital com a Isabella e quando vinha pra casa era só para trocar de roupa e ir pra faculdade. Ele estava com um semblante péssimo, Tinha olheiras arroxeadas em baixo dos olhos vermelhos e inchados. Ele também comeu muito pouco nesses dias e por mais que a minha mãe obrigasse a comer ele só beliscava a comida pra não desapontá-la. Eu achei até que ele perderia esse período na faculdade. Ele não tinha cabeça pra nada. Duvido que prestava atenção nas aulas.

Eu conversei com a Nikki todo dia dessas últimas semanas, mas porque ela me ligava pra saber das coisas, por mim eu não ligaria. Estava sofrendo mais do que todos pelo que aconteceu com a namorada do meu irmão. Eu podia não conhecê-la muito bem, mas o Edward, minha mãe e o Jasper estavam sofrendo como se ela fosse parte da família e isso me fazia sofrer também. Ela parecia ser muito querida por todos a sua volta e isso só mostrava mais o quão errada eu estava quando decidi me meter no relacionamento deles por causa de uma promessa feita quando eu ainda era pequena. Eu sabia que na Nikki estava chateada comigo, mas não ia estragar o amor do Edward por mim por culpa de um capricho dela. Sim, a Nikki poderia até gostar do Edward, mas nunca quis tomar uma atitude com relação a isso e logo agora que ele cansou de ficar sozinho e decidiu arrumar alguém pra ele ela vai se meter?? Minha mente insiste desesperadamente pra que eu não deixe ela fazer nada contra a Isabella, mas meu coração sangra só de pensar em trair a única amiga que eu tive na vida. Por mais que a nossa amizade não seja como as outras ainda assim passamos por muitas coisas juntas. Não quero traí-la, mas também não quero destruir o único relacionamento que o Edward teve. Qual decisão tomar? O que eu faço diante dessas opções. Eu posso contar ao Edward tudo que aconteceu e implorar o seu perdão ou eu posso continuar com os planos malucos da Nikkita e arriscar destruir a única coisa que o Edward parece amar tanto quanto a sua família. Seu amor. O que eu faço? É isso que eu me pergunto todos os dias a mais de uma semana.

____________

POV BELLA


Onde eu estou? O que está acontecendo? E porque todas as luzes estão apagadas?

Essas perguntas estavam martelando na minha cabeça há algum tempo. Tentei aguçar a minha audição, mas as únicas coisas que eu ouvia eram um Bip fraco em algum lugar do meu lado esquerdo e um leve ressonar no meu lado direito. Podia jurar que era o som de alguém dormindo, mas com a minha cabeça em um redemoinho não conseguia dizer com clareza. Acho que passei pelo menos 2 horas sentindo a minha consciência oscilar entre dormindo e acordada. Mas na 5° vez que acordei senti que o meu corpo já estava começando a obedecer aos meus comandos. Por mais que os meus olhos e boca ainda insistissem em ficarem fechados, já podia sentir todos os meus dedos dos pés e das mãos e até consegui meche-los levemente. Parecia que eu estava acordando de um longo período dormindo e ainda estava grogue pelo sono. Mas onde será que eu dormi??
Senti minha mente sobressaltar com esse pensamento. ONDE DIABOS EU DORMI?? Oh my God! Eu não lembro de nada. O que será que eu fiz? Oh Deus, por favor, não deixe que eu tenha feito nada de ruim.
Comecei a instigar a minha mente a lembrar do que tinha feito nas últimas horas e não conseguia lembrar de nada. NADA.

Ãhh?? Como assim?

A lembrança mais recente que eu consegui pescar foi a de mim mesma fugindo do meu pai e depois parando em um acostamento para me afogar em lágrimas. OH MEU DEUS!! Eu fugi do Charlie. E agora? Pra onde eu vou? O que vou fazer? Eu não tenho um lugar pra ir. Estou ferrada. Comecei a sentir vontade de chorar e imaginei distraidamente como é que eu iria chorar se não conseguia abrir os olhos. Dei uma piscada e a lágrima desceu em direção a minha orelha. Levantei a mão e a limpei antes que ela entrasse no meu ouvido. Quando toquei na lágrima paralisei. Não pera...

Pisquei o olho mais uma vez, mas mesmo assim ainda estava tudo muito escuro. Lentamente trouxe a minha mão levantada em direção ao meu rosto e senti dois tubinhos saindo de cada um dos buracos do meu nariz. Ah?? Oh meu Deus, o que foi que eu fiz?

Eu levantei tão rápido que a minha cabeça girou como se eu estivesse bêbada. Sentada na cama olhei em volta, mas não conseguia ver nada além de escuridão. Ainda podia escutar o Bip insistente, mas dessa vez ele estava indo muito mais rápido do que antes. Levantei de novo a mão e toquei os dois tubinhos que saiam do meu nariz. Automaticamente levantei minha outra mão também pra poder tirar o que quer que fossem esses tubos na minha, mas um peso anormal me parou. Até então não tinha percebido que alguém ou alguma coisa estava segurando a minha outra mão. Dei um puxão na minha mão e tentei levantar. Mas o aperto que antes era bem fraquinho ficou mais forte e eu pude ouvir claramente um sussurro surpreso vindo da escuridão que parecia dizer: Oh meu Deus.

No instante seguinte a pressão na minha mão sumiu e uma luz fortíssima foi acesa no cômodo, iluminando tudo a ponto de me deixar quase cega. Fechei os olhos e levantei o braço para protegê-los da luz forte. Devo ter passado uns minutos assim mas a pessoa que estava no quarto não falou nada. Aos poucos fui abaixando o braço tentando me acostumar com a luz. Com os olhos piscando muito tentei focalizar a figura que estava em pé a uns 3 metros da cama onde eu estava sentada. Era um homem. Um homem muito lindo. Ele me olhava com a uma expressão de surpresa e temor. Eu estava apenas confusa. Não sentia mais nada.

Desviei os olhos do belo homem e olhei em volta. Definitivamente eu estava em um quarto de hospital. Eu só queria saber o que eu aprontei pra ir parar em um. O homem ainda continuava me olhando boquiaberto. Olhei bem pra ele e percebi que estava com olheiras profundas sob os olhos e parecia quase doente. Como se tivesse uma doença que faz com que a pessoa definhe aos poucos. Tive pena dele, mas no mesmo instante um outro pensamento me abateu: E se a doença dele fosse contagiosa? Instintivamente recuei na cama e ele levantou um braço como se para me tocar, só que estava a pelo menos 3 metros de distância de mim.

– Bella? – A voz dele saiu rouca e carregada de um sentimento que eu não sabia explicar. Ele me chamou pelo apelido.

– Quem é você? – Perguntei com a voz rouca e entre cortada, mesmo minha garganta estando totalmente seca, eu estava curiosa demais. Ele arregalou tanto os olhos que eu pensei que fossem sair do lugar.
– Oh não. – O homem disse ao fechar os olhos e puxando os cabelos com força.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, porque eu, particularmente não gostei.
Isa.



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