Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 4
Capítulo 4




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Passei o resto da tarde e o começo da noite ainda em reunião com Alberta e Kirova. Elas me deram boas razões para ser cauteloso com Rose. Honestamente, eu não conseguia ver como uma garota mal treinada poderia passar por mim. Pelo que elas diziam, definitivamente, ela jamais poderia me vencer. A única característica dela, narrada por Kirova, que me preocupava era a imprevisibilidade. Isso era algo que podia me causar problemas neste resgate. Mas não era com ela que eu deveria me preocupar. Meu foco era a Princesa Vasilisa. Era ela que importava e era por ela que eu estava aqui. Quanto a Rosemarie Hathaway, o destino dela seria decidido pela direção da Academia. Ela não era problema meu.

Os dois dias seguintes foram ocupados com as aulas nas turmas que Kirova me deu, enquanto os guardiões convocados para reforçar a missão de resgate da Princesa chegavam, aos poucos, à Academia. Eu havia convencido Alberta que dez guardiões eram mais que suficiente, lhe assegurando que eu assumiria a responsabilidade por qualquer falha que houvesse. Quando todos os guardiões da missão haviam, finalmente, chegado, nos trancamos na sala de reuniões, passando e repassando todas as etapas do resgate, à exaustão. Estudamos cada detalhe dos mapas e plantas dos locais. Calculamos tudo, inclusive, as horas de voo de forma que chegássemos no horário estimado para a ação.

No dia seguinte, partimos já passava da meia noite. Chegamos em Portland próximo do amanhecer. Fomos de carro para o bairro onde elas moravam.

Imediatamente, cada guardião tomou seu posto, de acordo com o planejado. Eu fui para o quintal da casa, por onde eu tentaria entrar pela janela, recebendo a cobertura de Mark, um dos guardiões do nosso comboio. Cheguei bem perto da janela e observei tudo atentamente. As duas dormiam tranquilamente. Descuidadas, não deveriam dormir com as janelas abertas daquela maneira. Qualquer Strigoi teria as atacado sem que elas pudessem sequer correr. Mas por hora, aquele descuido me beneficiaria. Cheguei mais perto e algo me fez parar. A Princesa começou a se debater na cama. Olhei para Rosemarie e, incrivelmente, ela repetia os mesmos movimentos da amiga. Não era possível que elas estivessem compartilhando o mesmo pesadelo. Ou bem, era possível nas histórias que nós ouvíamos sobre laços mentais, mas isso não passava de contos. Vasilisa começou a gritar e foi quando Rose acordou, correndo prontamente para socorrê-la. Eu não podia ficar ali, tão próximo, então me afastei para uma distância segura, mas que ainda dava para observar, graças a minha altura, perfeitamente tudo que acontecia no quarto, embora não desse para ouvir o que elas falavam.

Continuei observando e pude perceber, naquele breve momento, que existia uma forte amizade entre as duas, coisa que nenhum relatório ou depoimento dizia. Uma se importava imensamente com a outra, mais até que irmãs. E então algo me surpreendeu. Rosemarie virou o pescoço e o ofereceu para que a Princesa se alimentasse. Na nossa cultura, aquilo era repugnante. Um dhampir que se rebaixava a servir como alimentador de um Moroi jamais era visto com bons olhos. Mas agora, não era algo sem próposito ou um fato isolado. Dentro de todo aquele contexto, senti uma grande admiração por Rose. Aquela não era uma atitude de uma pessoa irresponsável, ao contrário, ela estava abrindo mão de todos os valores impostos pela nossa sociedade para manter a Princesa viva. Um Moroi jamais viveria mais de três dias sem sangue e um alimentador não era algo fácil de se conseguir sem despertar a atenção. E agora, eu sabia que ela seria capaz de qualquer coisa por Vanilisa.

Logo, Rose ficou sozinha no quarto, com o olhar perdido e um sorriso bobo. Eu sabia o que era aquilo, ou melhor, eu podia imaginar o que era aquilo, já que nunca havia sido mordido por vampiro algum.

A mordida de um vampiro liberava endorfinas que davam uma intensa sensação de prazer, mas também a perda de sangue deixava a pessoa muito fraca.

Com ela acordada e a luz do abajur acesa, eu pude a observar melhor. As fotografias que eu havia visto dela em nada faziam jus à sua beleza. Pessoalmente, Rose era ainda mais bonita. Fiquei tão compenetrado naquela cena que não percebi que havia um animal no quarto com elas. Um gato preto, para ser mais preciso. Ele, percebendo a minha presença do lado de fora, se ouriçou no portal da janela e rosnou na minha direção. Por alguma razão, animais não gostavam de dhampirs.

Mesmo ainda sob efeito da mordida, aquilo fez com que Rose ficasse atenta. Ela era uma dhampir como eu, sabia o que causava aquela reação nos animais: um outro dhampir. Forçando seus sentidos, ela se colocou em pé e foi até a janela, observando os arredores. A brisa que soprava do lado de fora brincou com os cabelos dela. Ela olhou em volta, com olhos afiados, varrendo cada pedaço do quintal, até que me encontrou. Ela me encarou por poucos segundos e imediatamente depois, ela se jogou para trás, obviamente tomada de surpresa. Ela continuou me observando de dentro do quarto e eu demorei poucos segundos para reagir aquele olhar. Eu não sabia o porquê, mas tinha ficado sem reação diante dela. Mas isso durou pouco. Rapidamente, dei uns passos para trás, me ocultando nas sombras das árvores. Fiz um sinal para Mark. O sinal combinado para nos afastarmos. Parte do meu plano tinha dado errado, eu deveria ter entrado pela janela, mas ainda tínhamos chance de pegá-las. Rose sabia que não poderia ficar ali naquela casa por muito tempo, e algo me dizia que ela provavelmente tentaria fugir. Essa era a nossa chance de capturá-las.

Demos a volta para frente da casa, ainda nos ocultando nas sombras da noite. Pelo rádio que usávamos, comuniquei aos outros para diminuírem o cerco em volta da casa, pois tentaríamos pegá-las quando saíssem de lá.

Poucos minutos depois elas saíram pela porta, andando rapidamente. Rose segurava uma chave de carro na mão.


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Notas finais do capítulo

Agora sim entramos no livro!!! Espero que gostem!! E não percam o próximo cap, acho que ele ficou bem legal...bjs