Vampire Academy Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Hummm... Dimitri com ciúmes? Adoro!!!!



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Rose se apressou em ir pegar suas coisas e ir para a aula, naquele dia. A notícia daquela brincadeira macabra correu toda escola e todos comentavam, já criando histórias a respeito disso. Logo agora, que Lissa e Rose já estavam quase caindo no esquecimento dos alunos, voltaram a ser notícia. Eu fui para a sala de ginástica, observar a aula de prática de Rose, eu sentia necessidade de acompanhá-la de perto, depois do ocorrido.

Fiquei em frente ao vidro, sem me preocupar em ser notado, mas nenhum dos alunos olhou para mim, durante o treino. Rose estava uma verdadeira máquina de guerra. Finalmente, após quase um mês, ela ganhou a sua primeira luta corpo-a-corpo. Tinha batido com muita força, mas com pouquíssima técnica.

Sai da sala de ginástica e fui para o meu turno de guarda. Eu estaria em plantão o dia inteiro, tomando conta dos arredores da Academia. Isso era sempre uma tarefa cansativa e monótona, já que consistia basicamente em caminhar pelo campus, checando as wards e as entradas. Quando o dia terminou, passei pela sala dos instrutores para pegar alguns planos para a aula que daria no dia seguinte, e encontrei com a Diretora Kirova em um dos corredores.

“Ah, Guardião Belikov. Estava mesmo querendo lhe falar. Você saberia dizer se aquele garoto, Christian Ozera, tem alguma amizade com Vanilisa?”

“Eu não sei dizer. Nunca os vi juntos.”

“Estranho. Hoje ele colocou fogo em um colega de classe que zombou da Princesa por causa do incidente com a raposa. Foi expulso da sala, é lógico, e passei o restante do dia tentando obter algo dele, sem sucesso.”

“É, no mínimo, curioso ele usar a magia para defender alguém que não conhece.” Ponderei.

“Seja como for, é inadmissível um Moroi usar magia contra outro Moroi, qualquer que seja o motivo.” Ela falou, iniciando um discurso.

Eu realmente não estava com muita paciência para assuntos da administração escolar, mas ouvi a tudo que Kirova falava, sem perder a serenidade da minha expressão. Quando ela terminou, fui para o meu quarto, agradecido, por aquele dia ter terminado. Tomei um banho e sentei, espalhando os papéis dos meus planos de aula em cima da pequena escrivaninha que tinha ali. Eu estava completamente compenetrado na preparação das aulas do dia seguinte, quando o telefone tocou.

“Guardião Belikov?” a voz chamou do outro lado da linha.

“Sim?”

“Somos da inspetoria do dormitório dos aprendizes. Existe algo que precisamos lhe reportar. É sobre sua aluna. Rose Hathaway.”

“Ok. Estarei ai em um minuto.”

Eu fechei os meus olhos, apertando os cantos internos com os dedos, enquanto tentava imaginar o que ela teria feito. Estava demorando, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela aprontaria. Eu tinha feito um acordo com o pessoal da inspetoria do prédio de Rose para que eles ficassem de olho nela e reportassem a mim, qualquer transgressão que ela fizesse, antes de levar para as instancias superiores da Academia. Eu sabia que ela não seria perdoada e queria intervir, de imediato, caso algo ocorresse. E agora era a hora.

Troquei apressadamente de roupa e desci as escadas rapidamente, passando para a ala dos aprendizes. Na sala da inspetoria, encontrei a chefe do turno, uma Moroi de meia idade, que usava pesados óculos de grau e cabelos curtos, com o zelador que prestava serviço naquele horário.

“Guardião Belikov.” Ela falou, estalando os dedos, assim que entrei “desculpe lhe incomodar, mas nós não podíamos deixar de reportar isso. Joe viu sua aluna, com um garoto Moroi, em um dos quartos desativados do quarto andar.” Sua voz era muito cautelosa. “Na verdade, até onde Joe viu, eles estavam apenas conversando, mas nós sabemos que isso pode muito bem ser feito na área comum. Se eles estão em um lugar tão isolado, é porque não estão com boas intenções...”

Ela realmente tinha razão. Se queriam apenas conversar, que fizessem isso nas áreas comuns. Eu esperava que Rose tivesse aprontado qualquer coisa. Uma nova tentativa de fuga, uma escapada para alguma festa clandestina, consumo de bebida alcoólica, até danos ao patrimônio da escola. Qualquer coisa mesmo, menos isso. Jamais passou pela minha cabeça que ela pudesse ter um encontro romântico com um rapaz. Como eu fui tolo, em pensar isso. Completamente tolo. Eu senti uma enorme fúria crescer dentro de mim, tanto que minha visão ficou turva e minha respiração se tornou extremamente pesada. Eu tentei me controlar, mas era algo que parecia impossível, àquelas alturas, não estava mais conseguindo pensar racionalmente. A inspetora me olhou preocupada, provavelmente se perguntando se tinha sido uma boa idéia reportar aquilo a mim. Talvez, aos olhos dela, Kirova fosse mais calma para tratar essa questão, por mais absurdo que parecesse.

“Muito obrigado, Sra. Kaster.” Falei ainda tentando, inutilmente, me controlar “vou tomar providências em relação a isso, agora mesmo.”

Ela e o zelador me olhavam com o pânico irradiando pelos olhos. Eu devia estar mesmo muito transtornado. Eu sentia isso, na verdade.

“Ah, acho que não preciso dizer que não é necessário que outras pessoas saibam desse ocorrido.” Falei, antes de sair pela porta. Eles apenas acenaram.

Passei pelos corredores me segurando para não correr. Eu não queria despertar a atenção de ninguém. Enquanto andava, lutei para controlar meus instintos. Subi pelas escadas, pulando os degraus. Quando cheguei ao quarto andar, parei diante do corredor e me forcei a respirar fundo. Eu me conhecia quando estava com raiva e sabia que eu era completamente destrutivo, quando estava assim. Eu ainda não sabia como encontraria Rose e nem se a encontraria. Comecei a percorrer pelas portas, chegando perto de cada uma, tentando ouvir algo suspeito. Na quinta porta, pude ouvir vozes. Uma delas eu conhecia muito bem. Era Rose.

“Eu não sou uma meretriz de sangue.” Seu tom era extremamente gentil. Senti meu coração apertar. Na verdade, eu estava torcendo para não encontra-la.

“Mas você quer. Você gosta. Toda garota dhampir gosta.” O garoto falou, fazendo meu sangue ferver. Definitivamente, eu odiava quando homens Morois se aproveitavam de garotas dhampirs. Aquilo me tirou ainda mais do sério, se isso era possível.

“Pare.” Rose falou docemente e um turbilhão de sentimentos passou dentro de mim. Ouvir sua voz, em um tom tão carinhoso provocou algo que eu não sabia explicar. Eu fechei os olhos, sentindo a fúria me tomar por completo. Ela continuou “Eu já falei que não sou assim. Mas se você quiser fazer alguma coisa com a sua boca, eu posso lhe dar algumas ideias.”

“É? Como o q-“

Todo resto de controle que eu ainda tinha, se esvaiu. Abri a porta com um chute e entrei como uma verdadeira tempestade. Ainda tive tempo de ver os dois se afastando rapidamente. Sem mais controlar meus instintos, atravessei a sala como um raio e peguei o Moroi pela gola da camisa, colocando-o em pé, quase levantando ele do chão. A vontade que eu tinha era de acabar com ele. Mas eu não podia. Ele era um Moroi e eu tinha por obrigação proteger os Morois e não destruí-los, seja por qual motivo fosse.

“Como é o seu nome?” Gritei.

“J-Jesse, senhor. Jesse Zeklos, senhor.”

Um Zeklos...

“Sr. Zeklos, você tem permissão para estar nesta parte do dormitório?” Não ele não tinha permissão e eu sabia disso. Eu perguntei aquilo, buscando segurar minha raiva. Além de Moroi, ele ainda era da família de Ivan. Muita sorte dele.

“Não, senhor.” Ele respondeu apavorado.

“Você conhece as regras sobre os relacionamentos entre os sexos feminino e masculino por aqui?”

“Sim, senhor.”

“Então, eu sugiro que você saia daqui o mais rápido que puder, antes que eu lhe entregue para alguém que possa lhe punir de acordo. Se eu lhe encontrar mais uma vez desse jeito.” Apontei para o lado do sofá, onde eles estavam “Eu mesmo vou punir você. E vai doer. Muito. Você entendeu?”

Ele me olhava com os olhos arregalados, inundados de pavor. Eu já tinha visto este garoto pela Academia. Ele gostava bastante de se vangloriar e contar vantagens. Agora, estava prestes a desintegrar de tanto medo.

“Sim, senhor.”

“Então, vá!” rugi para ele, enquanto o soltava. Ele saiu correndo, tropeçando nos móveis do quarto escuro, sem sequer olhar para trás.

Eu me voltei para Rose. Era sua vez agora.


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