-Miyuki...

-Cale-se!- disse, virando o rosto para o lado, olhando para o chão. Ela pôs a mão no rosto e falou: - Eu confiei em você... por que mentiu pra mim?

-Eu jamais...- disse Suzuno, andando na direção de Miyuki, mas ao tentar se mexer, Fukuda bateu nele, fazendo-o ficar colado entre uma parede e o braço de Fukuda.

-CALE-SE! Você é um traidor que não merece a confiança, muito menos a amizade, de qualquer um que está aqui! E pare tentar se livrar!

-Você pode ser forte, mas eu tenho a magia do meu lado!- disse. De suas mãos surgiram duas esferas vermelhas de magia, que usou para escapar e pular ao lado da cama das meninas. Todos adentraram o quarto, querendo atacar Suzuno. Mas antes disso...:

-Ok, mas antes de darem uma surra nele... ME TIREM DAQUI!!!!!- gritou Sandara, tentando se livrar da gosma. Kabeyama e Nitsuke começaram a puxar a tal gosma que tinha endurecido. Depois de alguns segundos, a gosma quebrou. Sandara caiu nos braços de Nitsuke, mas se levantou e continuou olhando para o chão.

-Sandara, está tudo bem?- perguntou Kogure.

-Não.- olhou para Suzuno, que estava um pouco desesperado.- Não acredito que ele estava ajudando a Lika, mas acredito que ele já tenha namorado ela...

-Mas já faz um ano!- gritou Suzuno.

-SILÊNCIO! Agora, conte-nos a sua história, Suzuno.- disse Sandara, se sentando ao lado de Miyuki, tentando acalmá-la.

Suzuno desfez a magia e começou:

-Como a Lika falou, eu não era bom caráter, eu me aproveitava de todos e ainda ria no final. Mas um dia meus pais me apresentaram a Lika, ela era uma nobre rica e bonita. Nesse momento, não senti a vontade de me aproveitar dela, queria apenas tê-la ao meu lado. Começamos a namorar, mas o tempo se passou e ela foi ficando cada dia mais malvada, até o dia em que os pais dela foram mortos; nesse dia ela virou totalmente malvada e foi aí que eu vi que ela não era quem eu queria ao meu lado, eu não a amava de verdade, então terminei com ela. Ela ficou com tanto ódio de mim que matou meus pais. Naquele dia, descobri meus poderes e foi nesse dia que prometi aos meus pais que os vingaria. Por isso eu decidi me oferecer para vir nesta missão... Miyuki, eu te amo, por favor, não me deixe...- nessa hora, Suzuno cobriu a boca com a mão.

-O-Oquê...?- perguntou Miyuki, olhando para Suzuno.

Fukuda se viu em uma ótima situação e falou:

-Ele está mentindo Miyuki!

-Não está não.- falou Sandara. Todos se viraram para ela.- No dia da cachoeira, eu vi que o Suzuno estava gostando da Miyuki, então, decidi ver se minha intuição estava certa. Eu coloquei, na bebida do Suzuno, aqui em casa, um soro da verdade. O soro tem efeito de cinco horas, ainda faltam meia-hora para o soro acabar. Desta vez, meu caro Suzuno...- disse, dando um pequeno riso malvado: - … você realmente está amando uma pessoa. E essa pessoa é a Miyuki.

Todos se assustaram com o que Sandara tinha falado e feito. Ela espreguiçou os braços e falou:

-Agora, voltem para os seus quartos que esta noite já  me deixou muito cansada.

Todos se viraram e foram embora. Sandara se virou para Miyuki e falou:

-Eu vou no banheiro. Durma logo, senão vai ficar cansada demais amanhã.- saiu do quarto.

Miyuki se viu dividida entre duas emoções: a felicidade e a tristeza. Sua felicidade se dava por descobrir o amor de Suzuno por ela. Mas a tristeza se dava por descobrir que ele já amou uma mulher odiada. Se levantou e foi até a janela, para pensar. Mas essa calma não se tornou eterna, ouviu a porta abrir, e quando se virou...

-O que você está fazendo aqui?- perguntou.

-Miyuki, posso conversar com você?

Pensou e falou:

-Tudo bem, mas ande logo, a Sandara já vai voltar logo e se ela te vê... não sei se vai estar vivo amanhã...

Nem pensou, apenas começou a falar o que queria:

-Miyuki, por que...- não deixou lágrimas caírem:- …Por que ama aquele imbecil?! Não estava feliz comigo?...- segurou os ombros dela:- ME DIGA!

-F-Fukuda... eu queria gostar de você, mas eu amo o...

-CALE-SE!- disse, jogando Miyuki para o lado, fazendo-a cair no chão. Miyuki se apoiou em um dos braços e olhou para o lado, vendo sua espada apenas á alguns metros de distância. Se levantou com um pulo e pegou a espada, pondo-a na frente de seu corpo.

-Eu não vou chorar. Na minha vida aprendi a não chorar. Perdi o controle esta noite, mas não vou mais.

-Você nem se parece mais com aquela pequena e forte mulher da noite em que eu te beijei...

-Sério, eu estava pensando em fugir, para que o rei não me prendesse quando eu voltasse, mas acho que agora não vou mais.

-Por que fugir se o rei disse que lhes retiraria suas acusações?

-Na minha vida, aprendi que não se pode confiar em ninguém...

-Mas naquele rei, pode. Tem minha palavra.

-Então, prometo que nunca o deixarei, prometo pelo reino inteiro de Inazuma, meu querido Fukuda...

-Então não vá embora, por favor.

-Por quê eu iria?

Olhou para ele com um olhar morto, sabendo que não o atacaria.

-“... não se pode confiar em ninguém...”? Não confia em mim, mas acredita naquele bruxo? Aquele que fez você sofrer? Por que quer alguém como ele, quando tem á mim?

-Por que eu não controlo meu coração! É a única coisa a qual eu não posso mentir!

-Miyuki...- olhou para ela com um olhar sedutor, que a fez perder sentido da realidade. Mas tudo voltou ao normal, quando Fukuda tomou sua espada e a jogou para longe. Ele segurou os punhos de Miyuki e falou:-…você vai mentir para o seu coração. Se lembre que eu fico no mesmo quarto que o namorado da sua melhor amiga, e que eu sou muito abilidoso com espadas. Então você vai acabar tudo com aquele Suzuno e vai voltar para mim, senão, aquela cantoria da sua amiga vai acabar amanhã de manhã...- fez um movimento com a cabeça, fazendo Miyuki olhar para o lado, e ouvir Sandara, sussurrando, mas que parecia mais uma cantoria bem fraca:

-I’m so happy. I’m in love…

Miyuki olhou para Fukuda e falou:

-Ok. Farei o que me mandas...

Fukuda deu um sorriso malvado e sussurrou:

-Ótima escolha, minha querida Miyuki.- e sumiu, pulando pela janela, para que ninguém percebesse que esteve naquele quarto. Miyuki queria chorar, mas suas lágrimas não saím de seus olhos. Se virou, guardou a espada e foi dormir.

Entrou no quarto, fazendo uma trança em seus cabelos e viu sua amiga dormindo. Olhou para a janela aberta, estranhou, mas não se preoculpou e fechou-a. Se deitou em sua cama e dormiu, apenas acordando no dia seguinte.