A noite estava bela, todos sentados na varanda, observando o céu estrelado enquanto comíam algumas frutas. Nada no mundo poderia ser mais belo que o céu estrelado do Reino de Inazuma, todos poderiam concordar com isso sem se queixarem. Sandara se sentou em uma das pontas da varanda, se apoiando em uma das “colunas” que apoavam o teto e Nitsuke ao seu lado; Miyuki se sentou na escada com Suzuno e Fukuda, um no degrau de baixo e outro no de cima, respectivamente. Kabeyama, Toramaru e Kogure ficaram sentados nas cadeiras que restaram depois do “susto” dos dois (Kabeyama e Kogure). Fubuki foi apenas dormir no que sobrou do sofá, tinha se cansado muito da viajem. A noite estava perfeita. Todos conversavam de modo que apenas os próximos uns dos outros poderíam ouvir.

-Ainda desconfia de mim?- perguntou Nitsuke.

-Não. Jamais.- disse Sandara, com um sorriso no rosto, olhando para o céu. Nitsuke se aproximou mais, de modo que Sandara colocasse sua cabeça em seu ombro, enquanto o braço dele rodeava sua cintura.

Enquanto isso:

-Estou muito feliz por saber que a Sandara e o Nitsuke estejam bem...

-Dá pra ver isso claramente em seu rosto, Miyuki.

-Oh!- disse Miyuki, corando um pouco- Obrigada, Fukuda.

Suzuno podia sentir que uma raiva sobia pelo seu corpo, mas não demonstrou isso. Apenas falou:

-Miyuki, já pensou em ser oficialmente reconhecida como uma nobre novamente?

Miyuki virou seu rosto para Suzuno.

-Já. Mas duvido que me reconheçam como nobre depois de tantos anos de ladra.

-Aposto que se ficasse com um nobre, seu título seria reconhecido novamente...

Miyuki virou seu rosto para o chão, mais corada do que antes. Suzuno virou o rosto para trás, disfarçando sua raiva.

Fubuki!.... contou pra Miyuki o que eu sinto por ela concerteza! Amanhã eu vou te esganar criatura!

Olhou para o resto das pessoas na varanda e viu que todos se foram, menos Miyuki e Fukuda. Sentiu algo tocar em seu braço e se virou. A mão de Miyuki. Ela olhou para ele com um olhar triste e falou:

-Você está bem? Algo de errado aconteceu?

-Não. Está tudo bem, Miyuki.- disse, pondo sua mão em cima da dela, que ainda estava em seu braço. Miyuki retirou sua mão e se virou para Fukuda. Deu aquele sorriso que indicava muita felicidade e falou:

-Fukuda, me fale por que quis se tornar capitão da Guarda Real!

-Ah...! É uma história meio chata...

-Eu quero ouvir mesmo assim.- disse, mexendo seus braços e se pondo no mesmo degrau que Fukuda, bem ao seu lado.

Suzuno abaixou a cabeça e se levantou rapidamente, batendo seu pé no degrau da escada e entrou na casa, batendo a porta. Nessa batida, Fubuki acordou na mesma hora, dando um pulo do sofá. A casa estava toda organizada, depois de um bom tempo de trabalho. Fubuki viu o rosto de Suzuno e foi até ele.

-Suzuno, o que aconteceu?

Suzuno levantou o braço e agarrou o pescoço de Fubuki.

-Suzuno, o que é isso?!

-Você falou pra Miyuki...

-NÃO! Eu apenas falei que você a considerava especial! Nada mais!

Suzuno abaixou o braço e olhou para o lado.

-O que aconteceu?

-A Miyuki não gosta de mim. Ela gosta do Fukuda.

-Têm provas disso?

-Tirando aquele beijo, sim eu tenho. Olha...- disse, apontando para a janela. Fubuki olhou para Miyuki, sorrindo ao lado de Fukuda. Fubuki se virou para Suzuno e lhe deu um murro no rosto, fazendo-o ser lançado contra uma parede.

-Ficou louco?!

-Seu idiota! Vai deixar tudo assim?! Vai deixar a Miyuki sobre os cuidados de um humano normal, quando ela pode ter a proteção de um bruxo?! Se deixá-la, será o maior idiota do mundo!

-Ela ama outro! O que eu posso fazer?!

-Se lembra dela?!

Nessa hora, Suzuno se calou.

-Vejo que se lembra muito bem! Mas eu lembro de todas as loucuras que fez por ela! Não é o mesmo Suzuno de um ano atrás!

-Isso já faz muito tempo!

-Eu sabia, naquela época de que se alguém estivesse apaixonado por ela e ela por ele, você tentaria matar a tal pessoa! Agora nem sem mais quem você é...- disse, indo para o quarto que Sandara e Miyuki o tinham dado.

Suzuno se levantou e olhou pela janela. Do nada, uma força de dentro do seu corpo chegou aos seus músculos, fazendo-o abrir a porta e sair para a varanda. Essa força foi para os seus lábios e ele falou:

-Miyuki!

Miyuki e Fukuda se viraram.

-Sim?

-Posso falar com você á sós?

-Hummm..... claro.

Miyuki se levantou. Suzuno andou até ela e os dois andaram na direção da floresta, sem olhar para trás.

Miyuki...pensou Fukuda.

Como falar o que queria falar? Queria apenas poder dizer ‘Miyuki, eu te amo. Largue o Fukuda e fique comigo.’, mas não podia, seria loucura. Parou sobre as árvores e ela se virou para ele. Olhou para ela. Cabelos curtos e belos, sorriso inocente...

-Você está linda, sabia?

-Oh, obrigada Suzuno.- olhou para o lado, corando. Podia sentir seu queixo sendo girado para frente pelas mãos de Suzuno, o que a fizeram olhar para ele.

-O Fubuki lhe falou...

-Que você me considerava especial. Buf! Que coisa, como se eu pudesse ser especial para alguém como você...

Suzuno deixou o queixo de Miyuki e segurou as mãos dela. Fazendo-a olhar surpresa para ele.

-E por que não poderia ser?

-B-Bem, você não gosta de mim, você me odeia.

Suzuno deu um leve sorriso e abraçou Miyuki, sussurrando em seu ouvido:

-Jamais te odiei. Apenas tive raiva de mim mesmo... por gostar de você e não te merecer.

A floresta ficou em silêncio por vários minutos, sem nenhum dos dois fazer nenhum som. O som do vento em seus ouvidos não cessava, nenhum pássaro fazia som algum, o silêncio dominava a noite na floresta. Miyuki passou as mãos pelo tórax de Suzuno, fazendo-o se afastar um pouco, mas ainda deixando-o abraçá-la. Ela olhou para ele, deixando algumas lágrimas escaparem. Ela disse:

-Suzuno... e-eu s-sinto o m-mesmo. Eu apenas decidi ficar com o Fukuda por achar que você me odiava. Não podia suportar essa dor, então tentei esquecê-lo...

-Miyuki...- pôs uma das mãos no rosto de Miyuki, limpando suas lágrimas e então fez. Usou a mão que estava na cintura dela para puxá-la para mais perto e a beijou. Sem falar nada, Miyuki retribuiu o beijo.

Os dois se soltaram e olharam felizes um para o outro. Mas a felicidade durou pouco. Suzuno foi lançado para o lado, fazendo Miyuki se assustar e dar um pulo para trás. Ao olhar para o que tinha aconecido, viu Fukuda em cima de Suzuno, apontando uma faca para o rosto dele, mas que não o tocava por estar segurando o punho de Fukuda. Suzuno conseguiu lançar Fukuda para o lado, se levantando rapidamente.

-Ficou louco de vez homem?!- gritou Suzuno.

-Você vai me pagar Suzuno!!!- gritou Fukuda, enquanto corria em direção de Suzuno, com a mão levantada para lhe bater.

-PAREM!!!- gritava Miyuki, em desespero.

Mas nesse mesmo momento, Fukuda bateu em um corpo e caiu para trás, tendo seus braços segurados por Toramaru. Enquanto isso, os braços de Suzuno foram segurados por Kogure. Ao olhar para frente, Fukuda viu que havia batido em Kabeyama, que tirava a faca de sua mão esquerda. Suzuno tentou se soltar de Kogure, mas não conseguia.

-Que droga! Me larga! Como pode ser tão forte?!- gritou Suzuno.

-Tive uma vida parecida com a da Sandara e da Miyuki! Como acha que eu sou forte?

-Tudo certo, chefe.- disse Kabeyama, jogando a faca para uma parte escura da floresta, mas que foi segurada.

-Muito bem pessoal. Agora que está tudo controlado, voltem pra casa.- disse uma voz, vindo das sombras. Ao olharem para a floresta, surgiu Sandara, segurando a faca. Ao lado dela, Nitsuke.

-Sandara! Por que fez isso?!- gritou Fukuda.

-SILÊNCIO! Parem de gritar! Agora... eu fiz isso para que vocês não se matassem. Mesmo que não consigam se aturar, terão que pelo menos não se matarem até agente capturar a Lika, ENTENDERAM?!!!- gritou, jogando a faca em uma árvore, que formou um buraco no local de onde a faca passou. A faca foi presa apenas na árvore depois da tal.

Todos ficaram com medo e concordaram com a cabeça.

-Ótimo, vamos voltar para casa.

Todos voltaram para casa e foram para os seus quartos. Kabeyama, Kogure e Toramaru dormiram no mesmo quarto, Suzuno e Fubuki dormiam em outro, Sandara e Miyuki em outro e Nitsuke e Fukuda em outro.

-Eu fiquei com medo, Sandara.

-Calma Miyuki, eles não íam se matar tão rápido assim, e também... o grito dos dois dava pra ser ouvido aqui de casa...

-Mas por outro lado... fiquei muito feliz!

-Como assim?!- perguntou Sandara, surpresa.

-Não sua doida, não pela briga, mas que o Suzuno... ele me beijou.

Um largo sorriso se formou nos olhos de Sandara. Ela perguntou:

-Então ele realmente gosta de você?!

-Não.

-O quê? Mas ele te beijou!

-Não fui eu que disse isso, Sandara...- disse Miyuki, com medo.

Ao olharem para trás, Sandara deu um pulo para trás.

-Miyuki, chame todo mundo.- disse Sandara, mas quando Miyuki estava abrindo a porta, a mesma foi fechada fortemente por magia, mas o barulho acordou todos na casa, fazendo-os correrem para o quarto das meninas. Ninguém conseguia abrir-la.

-Saia. Daqui.- disse Sandara, entre os dentes.

-Sandara, não vim falar com você. Vim falar com Miyuki.

-Não ouça ela Miyuki!- gritava Suzuno, de fora.

Sandara foi presa na parede por uma gosma roxa com uma áurea preta, sem poder mexer um músculo, exeto a cabeça.

-O que você quer, Lika?- perguntou Miyuki, já preparada para um ataque.

-Você realmente acha que o Suzuno te ama?

Miyuki nada respondeu.

-Ele é um nobre! Se toque! Sempre foi rodeado de mulheres muito mais bonitas que você! O amor de um nobre, é um amor proibido, um amor que uma ladra não se pode dar ao luxo de tê-lo. Eu mesmo já fui uma delas! Se não acredita, tome isto...- diss, dando uma foto de si beijando Suzuno-... mas sendo quem é, o Suzuno apenas se dá o luxo de aproveitá-las enquanto está encantado por elas, depois as descarta feito uma carne depois da refeição! É um mal caráter que não ama ninguém! Ele dizia que me amava, que nunca me deixaria, mas ele me deixou depois deu ter feito uma besteirinha de nada! Eu era uma das nobres mais ricas de Inazuma! Por que acha que ele se apaixonaria por uma rélis ladra sem riqueza alguma, quando ele poderia ter uma nobre mais bela que você? Como eu disse, ele apenas sabe se aproveitar das mulheres, depois as descarta. Mas vamos deixar para que eu faça isso daqui á alguns dias. Adiós!- disse Lika, sumindo na escuridão da noite.

Nessa mesma hora, Suzuno conseguiu quebrar a feixadura, fazendo a porta abrir. Todos olharam para Miyuki, que estava de joelhos no chão. Ela virou a foto para que todos pudessem vê-la. Virou seu rosto para Suzuno e falou, deixando lágrimas de tristeza escorrerem pelo seu rosto:

-Você já amou a Lika...?