"Oh, Meu Deus! Eu estava enganada! Eles não faziam tráfico de órgãos.

ELES FAZIAM TRÁFICO DE SANGUE!"

***

Começei a berrar, desesperada, a correr em circulos e a esbracejar. Se queriam me sugar como se sugam as coca-colas pela palhinha no cinema, teriam de me apanhar primeiro!

- Aaaah! Não, não, eu não vou deixar! Ninguém tira o meu sangue! Nem as melgas eu deixo! O meu pai comprou um spray que eu espalho antes de dormir, e sabe, aquilo é caro p'ra caramba e não funciona, porque eu sempre as ouço à minha volta, e depois me enfio debaixo das cobertas, e no Verão fica tão abafado lá dentro... - começei a divagar. Tinha de voltar ao assunto importante que punha a minha vida em risco. - Mas eu não deixo! Tentem só, que vocês vão ver. Tirem dos animais, não de mim! - o rapaz Cullen abriu tanto os olhos que pareciam prestes a saltar da sua cara. E, vendo bem, os seus olhos eram grandes e brilhantes, como aqueles desenhos animados japoneses que eu via às vezes na tv. Também faziam lembrar um pouco os póneis fofinhos. De um tom dourado, de mel, que era muito bom com bolachas, já agora. Eu sempre comia bolachas com mel ao lanche.

Os olhos do rapaz - para quê tanta coisa à volta dos olhos do Cullen? Os meus são bem mais bonitos! - eram emuldurados por longas e grossas pestanas negras - que não combinavam nada com o cabelo, e e as também grossas ligeiramente arqueadas e a precisar de depilação sobrancelhas completavam o que eu achava os olhos mais bonitos do mundo - depois dos meus, claro.

Eu gostava muito de olhos. Guardava sempre os olhos dos peixes que comia nos restaurantes. Já tinha vários frasco cheios de olhinhos pequeninos a olharem para mim durante a noite. Tenho até uma amiga que saiu da minha casa correndo, em pijama, quando, a meio da noite, viu os olhos de coelho que eu prendi na parede. De repente, sinto um toque leve no ombro. Saltei para trás em posição de ataque.

- Você está bem? - preguntou Jane, a sininho fora de moda. - Você estava berrando, e correndo, e de repente parou, e ficou ai olhando para o Cullen, fazendo caras estranhas, durante dez minutos. Oh, eu tinha viajado durante tanto tempo assim? Olhei para o chefão directamente nos olhos e completei o meu discurso

- EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊS TRAFICAREM O MEU SANGUE!

Ele olhou para mim como já tinha olhado várias vezes esta noite, e ficou olhando, como se se tivesse tornado uma estátua.

- Sabe, se tirar uma foto dura mais tempo. Estou envelhecendo só de você olhando para mim. Você não?

O poderoso riu-se de mim. Onde está o meu pau?

- Não, querida, nós não envelhecemos, nós somos vampiros, lembra-se?

- Não seja ridículo, lá porque a sua gangue se chama "Vampiros" não quer dizer que tenham os poderes deles. - Esse homem era louco. Imagina, dizer que é vampiro. Forks é terra de gente louca mesmo, estou devia fugir enquanto posso, antes que fique louca também. Ou então fico e salvo todos dessa loucura, e depois fazem uma estátua gigante em minha homenagem, e Forks passa a chamar-se Bella's Forks (Garfos da Bella). Olhei para o chefão. Já estava ficando enervada de lhe chamar chefão, então perguntei o seu nome, ao que ele respondeu ser Aro.

- Que nome feio! Aposto que você foi muito gozado na escola! Eu tive sorte, tenho uma nome lindo, toda a gente diz que combina comigo, porque é Bella, e eu sou linda, então está perfeito, sabe...

- Bom, chega de conversa, estou começando a ficar farto.- disse Aro com cara de mau. Que na verdade não assustava ninguém, porque parecia que ele estava com dores menstruais. - Nós somos sim vampiros de verdade, e vamos demonstrar isso p'ra você.

É agora. Adeus Forks. Adeus cupcakes.