Hellt escutava passos, tentava abrir os olhos, mas era difícil, quando conseguiu enxergou a figura de Yagi de pé o olhando. “Como ele consegue estar de pé? O que ele vai fazer?” se perguntava em sua mente, de repente o maior faz um movimento com se golpeasse com sua mão direita o jovem.

O que realmente Simon fizera era retirar o soro de cura que tinha consigo e depois aplicar no braço de Hellt. O jovem não entendia o porquê daquela atitude.

- Esse soro faz efeito mais rápido em você que em mim, eu demoraria várias horas para me recuperar. – Fala e se senta.

- Por que está fazendo isso? Não entendo... – o jovem pergunta.

- Porque o que eu mais desejo é impossível, eu percebi que era após ver Lucian em ação, eu só me iludi, deixei que me iludissem por ser um fraco... – Para Hellt aquelas palavras não faziam sentido algum, para Simon faziam todo sentido.

- Na verdade acho que era impossível desde o início, é impossível ser igual a Deus, é impossível trazer de volta quem já foi, Arthur sempre soube só que me iludiu para ter acesso a tudo o que queria, eu me deixei enganar... – As palavras de Simon começavam a formular hipóteses na mente de Hellt.

- O que você quer de mim? – Fala o jovem.

- Logo em frente tem um elevador que dá no subsolo do prédio, lá é um laboratório de última geração, vá até lá e destrua as pesquisas... Evite que o que aconteceu com Lucian, Afonso e o falcão caçador se repita... – Falou antes de fechar seus olhos e desmaiar novamente. Hellt também estava cansado, seus olhos se fecharam contra sua vontade, mas de repente se abriram, seus ferimentos não doíam mais.

O jovem se levantou surpreso, viu Lucian, Simon e Afonso caídos no mesmo lugar que estavam, não fazia ideia de quanto tempo havia passado. Num estalo ele se lembra das palavras de Yagi, ele segue até onde estaria o elevador para o subsolo, procura algum botão, acha alguns comandos didáticos e os aperta, o elevador se abre e ele adentra.

Ele sente que está descendo, olha o teto, pensa em seus colegas, mas o que mais martela em sua cabeça são as palavras de Simon, “Não entendi muita coisa, mas eu sei que preciso destruir esse tal laboratório.”, ele pensou.

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No laboratório, Arthur olhava uma seringa grande com feição eufórica, estava em meio a pesquisas espalhadas e a instrumentos de cirurgia, a sua frente um ser humanóide dentro de um incubadora de vidro, estava dentro de um líquido.

- Ótimo, ótimo, ótimo! Consegui aperfeiçoar o soro, agora eu encontrarei a perfeição! Eu nunca teria a chance de conseguir isso se não tivesse me aliado a Simon, por sorte consegui o enganar... – Fala e olha para a incubadora. – Criar o que ele queria era impossível, se ele quisesse só uma escrava com as feições dela seria tranquilo, mas recriá-la perfeitamente igual física e mentalmente? Isso é impossível! – De repente seu raciocínio é cortado pelo barulho do elevador.

- Enfim essa coisa parou, não sabia que era tão longe. – Hellt fala ao sair da máquina, Arthur se assusta e se vira e frente para ele com suas mãos para trás.

- T- t-rex?! – O cientista fala assustado.

- Você deve ser o tal de Arthur, escuta cara eu vim aqui para destruir as pesquisas da Olhos do Destino. – O jovem fala.

- S-sério?! – Arthur responde ao mesmo tempo em que aplicara a injeção em si mesmo, como seus braços estavam atrás do corpo Hellt nem desconfiou.

- Mais que esquisitisse é essa? – O jovem pergunta ao ver o ser humanóide na incubadora.

- Essa...?! Essa é Serena, ela e Simon iam se casar, só que ela morreu, então ele me pediu para cloná-la... – Arthur tentava ganhar tempo.

- Cloná-la?! Assim como o Lucian?! Mas isso é insano! Agora eu entendo o que ele quis dizer... – Célio fala pensativo. – Você tem noção que isso é impossível né? Eu não entendo muito de ciência, mas recriar perfeitamente um ser humano é simplesmente impossível, mesmo que se recrie um corpo como repetir as mesmas memórias?

- Eu sei, eu sempre soube, se ele quisesse algo mais simples, eu podia fazer um ser com a mente controlada, igual eu fiz com Afonso e com o falcão caçador, mas ele não queria, queria algo perfeito... Eu alimentei suas esperanças para continuar meus experimentos. – Os dizeres do cientista.

- E você fala assim na minha cara? Você é doente? Tem noção que ta falando do meu mestre? – O jovem fala visivelmente alterado, ele percebe tremores no mais velho.

- Você acha que eu ligo para você? Você acha que eu ligo para alguém ou alguma coisa? – Arthur responde com uma voz mais grave, seus olhos ficam com pupila reta como a de um felino.

- O que ta acontecendo com você? – Hellt pergunta.

- Vocês zoans são privilegiados pela genética, força, regeneração, agilidade, suas capacidades são além de qualquer coisa! Vocês são a maravilha máxima da genética, não é justo que só vocês tenham esses poderes! – Falava enquanto seu corpo mudava.

- O que você fez? – O jovem pergunta novamente.

- Eu fiz o que sempre quis fazer quando cheguei nesse laboratório na primeira vez, recriei a essência de vocês, um soro capaz de transformar homens em zoans! – Falava em meio a risadas.

Seu corpo foi ficando disforme, o tamanho só aumentava, músculos iam se desenvolvendo, suas garras cresceram, sua pele ficou esverdeada, surgiram duas asas, uma de pássaro e uma de morcego, suas pernas sumiram e uma longa cauda de réptil apareceu, seu rosto se projetou para frente, dentes ficaram serrilhados, surgiram dois chifres na testa voltados para frente, seus olhos ficaram bem vermelhos, a criatura era muito grande e assustadora.

- Mas o que é isso?! Deus do ceu! – Hellt fala surpreso ao ver aquele monstro na sua frente.

- Será que eu consigo vencer o lendário t-rex? – O monstro olhava Hellt, estaria rindo se conseguisse nessa forma. – Contemple o nascimento da quimera t-rex!

Preview:

- O que foi t-rex? Sou forte demais pra você? – debocha o monstro, repentinamente Célio aparece a sua frente, transformado no tiranossauro, desferindo um punho esmagador em seu tronco, dessa vez quem é jogado é a quimera, entretanto Arthur se vira no ar e cai sem sofrer dano aparente algum.

- Vamos ver até onde vai sua resistência criatura! – Hellt fala sumindo, aparece à frente de Arthur golpeando com um soco reto de esquerda no abdômen, em seguida golpeia com um soco de direita mais forte um poço abaixo do sítio anterior, o monstro se afasta um pouco e o dinossauro pula desferindo sua típica voadora recolhendo o pé. A quimera cai devido ao combo, Hellt aproveita e a segura pela cauda, ele a arremessa furiosamente na parede, pensa: “Ele é assustadoramente forte, mas não tem experiência nenhuma em lutas, tenho que me aproveitar disso!” o dinossauro pula pra cima de seu adversário visando golpeá-lo com o punho esmagador, porém o monstro segura sua mão, o garoto então golpeia com a outra mão que também é segura. A quimera aproveita a guarda aberta de seu adversário e golpeia com uma furiosa cabeçada.

Próximo capítulo: Arthur a quimera