Bloody Roar Hellt escrita por Hellt


Capítulo 83
A saga de um mercenário, escolhas




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Meu pai foi um grande homem, um poderoso empresário, um lutador incrível e um exemplar modelo social, entretanto ele tinha um segredo, ele era um dos generais da Olhos do Destino, era conhecido como o fauno lendário. Ele também tinha uma obsessão, que eu tomasse seu lugar na organização.

Desde que me entendo por gente ele me treinou para que eu despertasse meus poderes zoans, para surpresa dele eu era um gênio, um talento único. Aos catorze anos consegui me transformar, era um fauno como meu pai, e nessa mesma época ele me apresentou a Olhos do Destino. Naqueles dias me tornaria um mercenário.

Não era tão simples entrar na organização, passei por outro treinamento lá com vários mestres diferentes. Momentos árduos, mas como meu pai havia me ensinado eu nunca deveria desistir.

Eu estava na faixa dos quinze anos e treinava muito a cada dia quando, naquela tarde, recebi aquela notícia.

- Garoto preciso te informar algo. – Aquele mercenário falou após interromper meu treino. – O fauno lendário foi abatido em combate, antes de morrer ele me disse que você o substituiria em breve. – Receber aquela notícia foi indescritível, mas eu caminhava para me tornar um mercenário, não deveria deixar que sentimentos me dominassem. Meu pai desejava que eu o superasse e era o que eu faria.

Com dezesseis anos consegui entrar oficialmente para um exército da Olhos do Destino. Um guerreiro conhecido como Leão Assassino me apadrinhou se assim se pode dizer, ele tinha uma noção diferente de exército, dizia que exércitos não deveriam ser de muitos e sim dos poucos. Ele vivia repetindo isso e com a prática eu entendi o que ele queria dizer, o exército ideal deveria ter os melhores mesmo que fossem poucos.

O Leão Assassino teve sua vida salva por meu pai, por causa disso ele me requisitou pra seu exército. Éramos três no exército do Leão, Afonso o leão, Shaw Long o mantis (ou louva deus) e eu, Simon o fauno. Juntos fizemos várias missões, chegamos a tomar um país em guerra civil. Nossa fama crescia a cada missão, éramos o melhor exército da Olhos do Destino e éramos só três.

Não me lembro quantos anos tinha quando aconteceu, mas pelas missões juntos desenvolvemos certa amizade, de repente frequentávamos os mesmos lugares, íamos às mesmas festas e o mais interessante é que parecia que nossa eficiência melhorava com a proximidade. No entanto Shaw Long ficou forte demais, ele se tornou um dos generais da organização e nosso exército que já era curto teve uma enorme perda.

Afonso não conseguia achar ninguém a altura, ou próximo, de Shaw Long para substituí-lo, a questão não era força, era confiança. Infelizmente eu não era tão poderoso quanto Shaw Long fora, só eu não era capaz o suficiente para a equipe. Por esses motivos Afonso decidiu optar por uma opção longe do que ele algum dia desejara, ele começou a usar mercenários armados. Para a organização, os mercenários armados, são apenas peões, totalmente descartáveis, pelo menos eles eram bem pagos, também o risco de vida era enorme. Mas de uma coisa não se pode questionar sobre os mercenários armados dessa época: eles eram úteis, eram os humanos mais incríveis que se podia conseguir.

Eu tinha pela casa dos vinte anos quando fomos enviados para uma missão na Europa oriental, íamos aproveitar uma guerrilha para tomar um país, vários mercenários armados foram conosco, vários morreram. Não sabíamos, mas vários zoans estavam naquela guerra, se tratavam de exemplares muito poderosos. Afonso estava enfrentando guerreiros formidáveis e não tinha tempo de me proteger, eu não tinha força e nem experiência suficiente para uma missão daquele gabarito, enfrentei um poderoso inimigo que estava acabando comigo.

Ele ia me matar, eu estava caído e destransformado e aquele monstro mirava suas garras para arrancar minha cabeça. Foi quando ele foi alvejado por tiros nas costas, não eram balas comuns era um tipo de relaxante muscular para diminuir a capacidade de zoanthropes. A criatura se voltou para o mercenário que me ajudara e o atacou, o ser o atravessou com suas garras, eu aproveitei a distração, me transformei e arranquei a cabeça daquele inimigo com um golpe só.

Eu deveria deixar o mercenário morrer, era o certo para a organização, porém eu resolvi ajudá-lo, afinal ele salvou minha vida. O levei para um local seguro, quando tirei sua máscara descobri que se tratava de uma mulher, nunca imaginei que mulheres se tornavam mercenários armados. Cuidei dos ferimentos dela com ajuda de Afonso, ele chamou outra equipe para nos ajudar e conseguimos tomar o país, a garota ficou internada quase dois meses num país vizinho.

Me sentia em dívida com aquela garota, ela me salvou, sempre a visitava no hospital na esperança de vê-la acordada, queria saber seu nome pelo menos. Naquela tarde eu a vi desperta pela primeira vez, tinha olhos bem negros, cabelos curtos castanhos e uma pele clara, não parecia alguém que se tornaria um mercenário. Me apresentei, ela também, seu nome era Serena, descobri que a história dela era parecida com a minha, seu pai, um mercenário, a treinou para tomar o seu lugar quando morresse, ela só estava seguindo as expectativas de sua família, porém ela me disse algo interessante que ia contra seu treinamento:

- Depois que eu parar com isso de mercenário vou me tornar uma fotógrafa, gosto muito de tirar fotos de paisagens. – Não éramos tão iguais, ela sonhava além dos ensinamentos do pai, ela ousava sonhar algo por conta própria, talvez essa capacidade, que eu não tinha, fosse o que manteve ela viva mesmo com aqueles ferimentos sérios.

Com o tempo ela voltou a trabalhar, fazíamos missões juntos e nas horas vagas nos encontrávamos, saíamos, ríamos de piadas idiotas, das pessoas nas ruas e, meu Deus, como o sorriso dela era lindo. Era um sorriso quase inocente, como uma mercenária poderia sorrir assim? Ela causava contradições dentro de mim, eu começava a pensar em possibilidades que nunca antes pensara, por que essa garota me influenciava tanto?

Naquela noite saímos para comer, andamos pelas ruas, conversamos, eu estava usando um gorro por causa do frio, ela o pegou e saiu correndo. Ela sorria fugindo de mim e eu sorria de igual modo, ela tropeçou e eu a segurei, eu conseguia sentir os batimentos cardíacos dela, nossos rostos se aproximaram e nos beijamos. Não sei quanto tempo se passou no mundo real, no meu mundo particular aquele momento durou anos, pela primeira vez eu estava apaixonado.

Afonso tem uma característica interessante, ele consegue perceber as coisas no ar, ele parecia enxergar minhas dúvidas, meu pai desejava que eu me tornasse um guerreiro melhor que ele, Serena queria uma vida comum, queria que nós tivéssemos uma vida comum, o que eu deveria fazer? Afonso me disse:

- Sua cabeça ta saindo até fumaça de tanto que você pensa... Siga sua felicidade Simon, não pense duas vezes... Eu vou sair da Olhos do Destino, vou forjar minha morte e sumir, não quero mais ver a morte dos outros, eu cansei dessa vida, faça o mesmo, viva com a mulher que você ama.

Afonso sairia da Olhos do Destino, iria planejar a própria morte, eu poderia aproveitar o momento e fingir a minha e a de Serena. Me decidi, iria fugir com ela e iria viver uma vida comum com. Iríamos contra a decisão de nossos pais e faríamos de tudo para sermos felizes.

Preview:

A missão parecia fácil, tínhamos que resgatar um de nossos generais, porém tudo se tratava de uma emboscada, o tal general traiu a organização e iria matar o exército do leão para provar a sua hegemonia. O problema de ter uma grande fama é o quanto se é visado, o traidor queria a cabeça de Afonso.

A batalha era intensa demais, eu lutava com três inimigos ao mesmo tempo, alguns mercenários armados estavam comigo incluindo Serena, aquela seria nossa última missão, precisávamos sobreviver aquilo tudo se queríamos ser felizes juntos. Consegui matar dois dos inimigos, achava que havia matado o terceiro, foi esse meu engano. Quando me distraí ele me atacou, um golpe furioso que me jogou longe, depois começou a atacar os mercenários armados, foi matando um a um na minha frente, tentava incessantemente me levantar e não conseguia.

....................................

- Por causa desses motivos que decidi sair, não poderia mais conviver com as mortes. – Era a voz de Afonso, ele se arriscou de vir até mim e ser descoberto só para conversar comigo. – Simon desista da organização, siga o que você planejou, eu consigo forjar sua morte, você pode recomeçar...

Próximo capítulo: A saga de um mercenário, perda e recomeço


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Notas finais do capítulo

É o primeiro cap contando sobre o passado de Simon Holfs................ tem mais aguardem.........
té mais......



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