- Toma, isso vai ajudar a te recuperar... – Hellt escuta uma voz, ele abre seus olhos de leve para ver de quem se trata.

- M-Mestre...?! – Fala com muita dificuldade.

- Descanse garoto, eu injetei com uma seringa em você um remédio para curar, você vai se sentir melhor daqui a pouco. – O mestre fala e depois começa a se afastar seguindo até as escadas.

- Mestre aonde você vai? – O jovem pergunta.

- Enfrentar meu destino. – Afonso fala e começa a subir os degraus, não eram muito longos, davam numa sala onde havia um elevador que se abre automaticamente, Afonso entra e aguarda uns segundos. A porta se abre novamente e ele vê a sala principal do prédio, a sua frente Yagi olhando uma foto.

- Quem está aí? – O maior pergunta se virando, qual foi sua surpresa ao ver seu velho amigo.

- Como vai Simon? – O mais velho pergunta.

- Velho amigo...?! Surpreendente você também se libertou do chip! – Yagi fala.

- Sua obsessão precisa parar, você sabe que o que deseja é impossível! – Os dizeres do idoso.

- Não me diga o que é impossível Afonso! – Simon fala alterado. – Existe a esperança, veja os avanços que fiz, veja Lucian, veja o chip de controle mental...

- Nunca será a mesma coisa e você sabe disso! Você só está se enganando! – O mestre fala novamente.

- Eu não serei contrariado Afonso, nem por você e nem por ninguém! – O maior fala se dirigindo a uma porta lateral secreta. Ele a abre e uma escadaria aparece a sua frente. – Imagino que não veio aqui pra conversar não é? – Fala e começa a subir as escadas, Afonso o segue.

- Mas o que é isso? – o mestre pergunta ao chegar ao fim da escadaria, estava diante de uma grande gaiola de aço de forma semi-esférica.

- Esse é meu ringue particular, ele é mais que revestido pra qualquer batalha entre zoans. – Yagi fala decidido. – Acha mesmo que pode me vencer velho amigo? – Simon pergunta ironicamente, o mais velho nada responde, apenas caminha para a gaiola. – Certo, que seja! – Eles abrem as portas e se posicionam no centro do local, se põem em posição de luta.

- Prepare-se Simon! – Afonso fala e parte assustadoramente rápido pra cima de seu adversário, um soco de direita é desferido reto com muito ímpeto. Simon se defende com o braço esquerdo, um leve sorriso se desenha em seu rosto, rapidamente Yagi desfere uma joelhada de direita. Afonso se defende com seu braço esquerdo e rapidamente gira sentido horário desferindo um golpe com a parte externa do punho, Simon se defende com seu braço direito.

- A idade fez mal pra você velho amigo! – O maior fala enquanto o mestre permanece calado. O mais velho desfaz o golpe e desfere seu golpe chute duplo que acerta Yagi em cheio, os dois golpes lhe acertam no queixo o projetando ao alto, como um flash o mestre aparece ao lado do assassino desferindo um golpe com o braço esquerdo num movimento sentido horário, golpe que acerta no queixo com Yagi, ainda no ar, o mais novo é projetado e bate na extremidade da gaiola.

- Ótimo! Pelo menos suas técnicas continuam interessantes! – Simon fala se levantando, um pouco de sangue escorre do lado direito de sua boca e um leve sorriso se desenha em sua face.

Subitamente Simon ataca como um relâmpago golpeia Afonso com um soco descendo de direita. O mestre pensa em se defender, mas percebe que se fizer isso o dano será pior então se esquiva, Simon acerta o chão com sua mão espalmada e a usa como impulso para atacar o mestre em pleno ar. Yagi golpeia com uma joelhada de esquerda que visava à face, o mais velho se defende fechando seus braços a frente de sua face. O golpe defendido arremessa o idoso na extremidade da gaiola, o impacto é forte demais e faz Afonso cuspir sangue, nesse instante Yagi aparece a sua frente o segurando com sua mão direita na cabeça, o maior o gira sobre o corpo e o lança ao solo. O mais novo solta seu adversário e com ele caído desfere dois socos monstruosos em seu abdômen. No terceiro Afonso reage segurando com suas duas mãos o braço do adversário, rapidamente ele desfere um punho esmagador no braço de seu adversário o quebrando, depois rapidamente apoia suas mãos no solo e com um impulso passa por sobre a cabeça do maior, o mais baixo desfere um violento chute de esquerda que prega Yagi no solo.

Afonso cai ao solo e rapidamente se posta em posição de luta, ele limpa o sangue nos dois cantos de sua boca e observa seu adversário caído, sabe que se tentar golpear provavelmente Simon contra atacará com alguma coisa.

- Sua força ainda não me convence velho amigo... – Fala em meio a risos com seu braço sendo regenerado. – O tempo não foi justo com você!

- É o ciclo natural da vida Simon, os seres nascem, envelhecem e morrem. Só você não quer aceitar isso. – Afonso fala sem nenhuma expressão, entretanto suas palavras causam muita fúria em seu adversário.

- O que quer dizer com isso? Que sou louco? Não me importo! Que todos me chamem de louco, eu vou alcançar meu objetivo e só isso importa! – O assassino fala quase gritando e parte furiosamente pra cima do mestre. Afonso não teve tempo de reação, quando percebeu o joelho direito de Simon já estava em seu estômago o erguendo ao ar.

- GRANDE FÚRIA! – Simon grita desferindo seu golpe de múltiplos socos. Os golpes não paravam e o idoso recebia a todos, o sangue jorrava, Yagi para seu golpe segurando o ombro do mestre. – Você nunca vai me impedir! Você não pode me vencer! – O maior fala desferindo uma cabeçada violentíssima na testa de Afonso que o arremessando na grade novamente.

O mais baixo bate na grade, mas desaparece como um flash e aparece no lado superior direito de Yagi, raios caminhavam por seu braço direito que estava preparado para golpear.

- PUNHO ESMAGADOR! – O mestre gritava enquanto golpeava com aquele poderoso soco, no entanto Simon percebe a movimentação e rapidamente se vira num movimento que ao mesmo tempo desvia do golpe e desfere uma cotovelada de esquerda na face de seu adversário. Afonso é arremessado às grades novamente.

- Desista, é a terceira vez que direi: você não pode me vencer! – Simon fala confiante.

- Eu nunca quis te vencer, eu só preciso te amaciar... – Afonso fala muito ferido se levantando, Yagi não entendeu o que “amaciar” queria dizer, achou que seu velho amigo estava delirando. – O fato de não poder vencer não vai me impedir de lutar... – O mestre flexiona bem suas pernas e seus braços, abaixa sua cabeça, parece que se concentra, desfere um grito uma luz branca toma conta de seu corpo, seu grito se torna um rugido e ele se transforma no leão.

- Está disposto a morrer? Então que seja! – Yagi fala estufando o peito e abrindo bem os braços, pernas separadas e cabeça olhando para o alto, a luz branca toma conta de seu corpo e ele se transforma no fauno.

A luta entre velhos amigos acaba de entrar em outro nível, um nível de assassinos ferozes e bestiais, um nível zoanthrope. Aparentemente a morte não é empecilho para que eles se enfrentem.

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- É isso o que tem velho amigo? É esse o máximo que pode chegar? – O fauno pergunta, repentinamente o leão aparece a sua frente, desfere um soco reto de direita seguido de um soco reto de esquerda, depois um leve pulo um movimento com a perna esquerda para confundir e um chute subindo de direita que acerta o que seria ser o queixo de Simon. Como um relâmpago Afonso aparece acima de Yagi e desfere um punho esmagador que acerta em cheio no abdômen lançando o fauno furiosamente ao solo. O leão cai de pé e se afasta.

Yagi se levanta limpando o sangue que escorria do canto esquerdo de sua boca. O leão some novamente e aparece ao lado direito de Simon, sua intenção era desferir um golpe reto com as garras da mão direita, entretanto Simon parece perceber a intenção de seu adversário e se desvia primorosamente, ao mesmo tempo ele gira e desfere uma cotovelada de direita sentido anti-horário na face do mestre, outras duas cotoveladas idênticas são desferidas pelo assassino. Os golpes afastariam o leão, porém Simon o segura no ombro esticando seu braço esquerdo, Simon o puxa e desfere uma furiosa cabeçada, por último, ainda o segurando, Yagi desfere um chute reto com o casco direito no peito de Afonso o arremessando nas grades.

Próximo capítulo: O leão assassino contra o fauno lendário