Era uma quinta-feira que esses acontecimentos tiveram inicio, Kay estava no segundo andar do subsolo, chamado por todos que sabem de sua existência de andar menos 2, estava amarrado a uma maca, forte presilhas em seus pulsos, pescoço, abdômen, pernas e calcanhares, usa roupa de paciente de hospital, está em um laboratório que é branco com instrumentos hospitalares, pias e maquinário típico, um homem entra com um jaleco branco de enfermeiro e grandes fones de ouvido.

- Oi Kay, como estamos hoje? – O homem tira o fone e se pronuncia.

- Vá pro inferno Juliano! – Kayke responde de maneira ríspida.

- Não é assim que se trata um amigo Kay. – Disse rindo de maneira irônica, preparava uma injeção, foi até a perna do ruivo e aplicou sem pestanejar, Kay não fez feição de dor. – Uau essa droga que o Arthur desenvolveu é sensacional vocês zoans não podem com ela. – O ruivo se sentia muito fraco pois a droga realmente esvaia suas forças além do que não costumava comer a sopa que lhe era servida pelo próprio Juliano. A situação que o rapaz se encontrava era terrível, não conseguia enxergar uma maneira de escapar, duas câmeras se movimentavam de maneira contrária e em pontos diferentes, como fugiria? Porém naquela sexta...

- Juliano seu idiota! – Kayke falou bem baixo para que só ele escutasse, seu torturador entrara na sala da mesma forma do dia anterior entretanto no seu bolso mais inferior do lado direito do jaleco estava lá um bisturi, naquela fração de segundos o ruivo formulou um plano de fuga, mas precisava de muita coisa para seu plano funcionar. – Hei, hei, Juliano, eu to com fome! – Falou quase gritando para o homem de fones escutar.

- Hoje você quer comer? Quer finalmente colaborar comigo cachorrinho? Vou te dar seu “remédio” depois de dou sua sopa neném. – O homem disse debochando, aplicou a injeção com a droga e pegou o prato de sopa numa geladeira que possuía na outra sala e a esquentou num microondas.

- Eu juro Juliano, eu vou te matar! – Kayke falou isso para seu algoz enquanto este lhe dava de comer e zombava dele, Kay fazia força para comer já que na sua cabeça precisava de toda força possível para fugir.

- Agora que você já comeu eu tenho que ir.

- Oi? Não, espera! Me conte como estão as coisas lá em cima, que dia é hoje?

- Milagre, você está sociável. – O ruivo fez como se não estivesse escutando e o homem foi se aproximando dele cada vez mais até que chegou bem perto do ouvido dele, quase debruçou-se por cima do jovem na maca, o bolso do jaleco está sobre a mão do ruivo que sente o bisturi, ele olha para a câmera que consegue o enxergar já que a outra está encoberta pelo homem quase debruçado, faz um movimento rápido com a mão tirando o bisturi do bolso dele e escondendo debaixo de sua mão e braço. Juliano de útil só diz que é sexta-feira o resto foram banalidades, ele nem sente o movimento de Kayke.

- Esse remédio é muito forte mesmo, não imaginava que abalava sua audição, até mais Kay se você continuar sociável assim podemos até ser amigos. – O homem continuava o deboche, Kayke agradecia aos em pensamentos pela idiotice de Juliano, começou a observar o movimento das câmeras para descobrir se tinham um ponto cego e descobriu que depois de duas horas elas tem um ponto cego de um minuto.

- Ótimo! Agora tenho que serrar essa amarra da mão direita! – Falou em tom quase inaudível, esperou o ponto cego, puxou o bisturi, virou sua mão e começou a serrar, constatou que o bisturi estava cego, não poderia dormir nos próximos dias, teria que ficar serrando enquanto podia, mesmo o bisturi estando cego deveria insistir nele pois não tinha opções.

Era sábado, Juliano adentra a sala com seu jaleco e seus fones de ouvidos mas dessa vez olhava para o chão.

- Bom dia Kay, escuta você não viu um bisturi por aí? Eu o perdi, menos mal que estava cego e tem um outro bom aqui. – Disse apontando o dedo para um bisturi que estava na pia.

- Ei me conta sobre a Olhos do Destino, Simon e Tereza ainda saem as quartas para reuniões de negócios?

- Sim é lógico! Tenho uma novidade legal para você o projeto 2 vai ser executado em você, na verdade em você e em mais dois zoans de alto nível, um deles é conhecido como falcão caçador, o outro é chamado de leão assassino, esse leão assassino é mestre de seu coleguinha t-rex sabia? Esse mundo é muito pequeno. – A sorte de Kay era o tamanho da língua proporcional ao tamanho da idiotice que Juliano tinha. – O Richard, o Victor e o Lucian vão sair em missão e é provável que só estejam aqui quinta, ou seja quarta é o dia perfeito para seus amigos invadirem e fugirem com você. – Começou a rir enlouquecidamente. – Como se eles fossem fazer isso.

O ruivo pensava que não precisava de t-rex e sem futuro para ajudá-lo, ele ia escapar sozinho e teria que ser na quarta porém Kay se atentou a uma coisa.

- Escute quem é esse Lucian que você falou? Eu não me lembro dele.

- É o projeto número 1, ou você se esqueceu de todos os exames que você foi submetido? – Kayke não sabia o que eram projeto 1 e 2 e disse isso a Juliano tão logo ouviu a resposta da face psicopata de seu algoz. – Projeto 2: controle da mente, projeto 1: clonagem. – Após tais palavras não havia como o ruivo esconder seu espanto. – Sim Kay você foi clonado, um novo e poderoso guerreiro nasceu: Lucian, contudo por algum motivo ele tem olhos vermelhos mas isso não interessa, o que eu quero te contar é que breve sua mente será controlada e teremos dois espadachins furiosos na equipe. – Juliano ria como louco Kayke não tinha palavras. – Arthur é um gênio! Ele desenvolveu essa brincadeira de Deus e eu tenho o privilégio de participar disso. – O homem  continuava a rir e Kay continuava pasmo, agora mais que nunca sabia que precisava fugir.

Seguiram-se os dias e Kayke continuava a serrar aquelas presilhas, conseguiu deixá-las bem finas sabia que era o momento de escapar, porém ia dormir o máximo que podia nessa segunda e terça para ter forças para escapar na quarta-feira.

- Bom dia Kay, como está nessa manhã de quarta? – Passava das dez da manhã Simon já saiu para sua reunião, Juliano estava com seus fones e nada escutava, virou-se de costas para Kayke, o ruivo sorriu e forçou para cima seu braço direito rasgando a presilha, rapidamente puxou com a mão livre a presilha do pescoço, depois a do pulso esquerdo e a do abdômen, depois com as duas mãos puxou as presilhas dos dois calcanhares se libertando por completo, apareceu atrás de Juliano que nada escutara, encostou o bisturi cego em seu pescoço.

- Bom dia seu desgraçado! Pronto pra morrer? – Juliano pediu por piedade suando frio, ele lembrou a Kay sobre o que ele havia falado sobre não matar fracos. – Você tem razão, eu sou contra matar os fracos mas eu sou humano o suficiente pra apreciar uma boa vingança! – depois dessas palavras rasgou o pescoço do homem de jaleco, pegou o bisturi afiado e saiu pela porta, sabia que as câmeras registraram sua libertação e que logo mercenários estariam ali para impedi-lo de fugir e ainda tem a maldita droga, ele não tomou sua dose hoje entretanto ela é tão forte que ainda surte os efeitos das doses dos dias anteriores.

Ele cambaleava com os dois bisturis nas mãos seguindo em direção as escadas, não era louco de pegar os elevadores, sabia que eles eram traváveis, usava o cartão chave que pegara do corpo de Juliano para abrir as portas trancadas, derrepente mercenários armados de metralhadoras a sua frente protegendo as escadas ele se escondeu atrás da parede e juntou forças, partiu pra cima deles como um flash, tiros desferidos e ele passava por eles os cotando e desviando chegou aos incontáveis mercenários e desferiu vários golpes com os bisturis, o sangue jorrava de vários deles, suas gargantas estavam abertas, o ruivo recebeu seis tiros, ele não se regenerava, subiu as escadas para o andar conhecido como menos 1, mas antes pegou uma granada de um corpo ao chão.

- Rendasse sr. Frings! – O mercenário falou protegendo as escadas para o térreo, derrepente o bisturi voa na cabeça dele fazendo o sangue jorrar, todos desviam seu olhar com a cena e Kay aparece segurando o corpo usa suas duas metralhadoras e atira na cabeça dos soldados, muitos atiram para acertá-lo enretanto acertam o corpo do soldado que o espadachim segurava, agora todos estão mortos ao chão o ruivo cai de bruços, ele está quase desmaiando quase desfaleceu mas não poderia se entregar agora que estava tão perto de fugir, se levantou e cuspiu muito sangue, ouviu o barulho de tropas se chegando perto dele essas se aproximavam das escadas quando um bisturi acertou a parede se prendendo nela, uma granada estava presa nele pelo pino, ela se solta devido a força da gravidade caindo ao chão, Kayke abre a porta e sobe as escadas, escuta a explosão e dá um leve sorriso, enxerga a porta para o térreo a última porta a qual o cartão de Juliano era importante, ele a abre cambaleando.

- Sr. Frings? O que houve com o senhor? – A moça da portaria o pergunta assustada, Kay sabia que muita gente ali trabalhava no ramo imobiliário e nem imaginava que Simon era um super criminoso, o isolamento acústico dos andares do subsolo era perfeito, além da força monstruosa daquelas portas e paredes daqueles corredores subterrâneos, ele não podia culpá-la por não saber o que acontecia, aquela moça só estava preocupada de ver tanto sangue naquele que ela acreditava ser só um dos seus chefes.

- Não se preocupe Alice, eu estou bem! – Pegou um sobretudo de Yagi que ficava por ali apenas de enfeite e saiu, a luz do sol era mais quente do que o jovem imaginava, doía os olhos mas ele não ligava, gostava de sua liberdade, por sorte um taxi passava por ali, ele o parou se jogando afrente do carro.

- Pra onde meu jovem?

- Minha casa. – Ele disse com muita dificuldade quase desfalecendo já dentro do carro.

- Não prefere ir a um hospital, você não parece bem. Deus do céu isso é sangue? – O taxista aconselhou pois o jovem parecia doente, se assustou bastante ao ver o sangue que começava a aparecer pelo sobretudo.

- Não, minha casa, por favor! – Kay suplicou, o taxista atendeu sua súplica ele conhecia o jovem magnata Kayke Frings das revistas de negócios já que gostava muito delas e já sabia onde era sua casa, era o dia de sorte do ruivo apesar dos pesares. Depois de pouco tempo de carro eles chegam à porta da mansão, dois jovens estão lá perto.

- Meus jovens vocês trabalham aqui? – A garota pensou rápido e respondeu que sim. – O patrão de vocês ta aqui atrás, ele não está bem mas não quis ir pro hospital. – Hellt abriu a porta do taxi que tinha vidros negros.

- O que está acontecendo aqui? – Hellt perguntou vendo aquela cena. – Kay o que houve com você? – Kay estava deitado, aparentemente estava sofrendo muito e sangrava, Evellin coloca suas mãos na boca, ela pensa: “Esse é mesmo o Kayke da escola? Deus do céu...”

- T-rex... – Ele fala com dificuldades. – Seu mestre corre perigo! – Após dizer isso desmaiou.

- Evellin leva o Kay embora pra minha casa, eu vou até o mestre. – Disse mais algumas coisas e saiu o mais rápido que pôde, estava preocupado com o mestre e estava preocupado com o ruivo, mal sabia ele o que seus inimigos tramavam.

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Um flash corta os céus, Lucian parte pra cima de Afonso desferindo um golpe de direita pra perfurar a cabeça de seu adversário, o mestre desvia e usa seu golpe chute duplo que acerta em cheio o ruivo que cai mas rapidamente se levanta rindo, passa a mão em sua boca e percebe que está sangrando, começa a rir como louco e olha para seu adversário.

- Sangue é isso que eu quero meu velho! – Novamente parte pra cima de seu adversário, mais rápido e mais feroz, desfere uma estocada de direita, dessa vez o mais velho não consegue se desviar completamente, o golpe raspa seu ombro direito o surpreendendo, o ruivo desfere mais várias estocadas com a espada direita, o de cabelos brancos tenta se desviar mas recebe vários cortes, ombro esquerdo, braço direito, perna esquerda, lado direito das costelas, lado esquerdo do rosto, Afonso levanta um pouco seu pé esquerdo para se desviar e Lucian aproveita esse momento para deferir um chute forte a altura dos pés que acerta em cheio, chute este de direita da direita para esquerda, o velho está caído e o jovem vira suas duas espadas de forma que as lâminas ficam mais perto do mindinho, desfere um golpe com as duas espadas ao mesmo tempo, a estocada visava o peito do de cabelos brancos que rola rápido para trás se desviando, o sangue desce de sua cabeça e cobre seu olho esquerdo.

Próximo capítulo: O assassino de olhos vermelhos e espadas negras.