Malas prontas, rodoviária, Hellt havia adiantado sua volta em uma semana, seu abatimento era visível, no ônibus pensava em muita coisa, uma delas no que Theo havia falado com ele alguns dias atrás.

Flash back on

- Você ta louco! Ir atrás de Yagi assim, ele vai acabar com você de novo! Essas coisas têm que ser planejadas! – Falou Theo.

- Sabe-se lá o que Kay ta passando na mão daquele louco, eu não posso simplesmente ficar aqui sem fazer nada!

- Pensa um pouco cara, Yagi queria o Kay vivo, senão naquele dia ele teria o matado, Kay é forte ele pode aguentar qualquer tortura, tenha mais fé na força dele e treine, treine bastante, aí depois nós vamos atrás do barba de bode! Que droga Hellt! Eu sou o cara impulsivo e você é o que pensa logicamente, não inverta os papeis.

Theo tinha toda razão, não era situação para se agir no impulso, contudo pensar antes de agir é mais difícil do que parece.

Flash back off

O lutador chega a sua casa, abre o portão, abre a porta, sua mãe se surpreende, ele chegou antes do previsto e sem avisar e ainda com essa feição de abatimento. A mãe de Hellt tem os cabelos pretos encaracolados, usa óculos e é magra, baixa, tem 47 anos, se chama Lídia. O garoto chegou em casa usando a mesma camisa das batalhas, mas uma camisa de mangas longas preta por baixo, luvas ao estilo motoqueiro pretas, calça jeans preta, com vários bolsos, usava também os mesmos tênis que usara nas batalhas.

- O que aconteceu Célio?

- Não se preocupe, é coisa minha. – Célio afirmou e foi para o quarto, lá pegou um caderno de desenho e começou a grafitar um nome, isso costuma o ajudar a pensar melhor, grafitou hellt, daí o apelido, de repente seu celular toca, uma mensagem de texto de Evellin, dizia assim:

“o que houve? eu liguei para o theo e ele disse q vc já tinha voltado, pq vc naum disse nada? algo me diz q vc ta com problemas eu to indo aí, abrçs.”

.........................................................

Evellin bate a porta atônita, Lidia atende.

- Bom dia dona Lídia! Desculpe incomodar tão cedo, é que eu preciso ver o Hellt. – Disse Evellin após a porta aberta.

- Ele está no quarto, está pensativo, eu não sei o que ouve, pode ir lá. – Lídia falou ao abrir a porta, antes estava ao fogão fazendo chá. Evellin vai ao quarto, ela vestia uma camiseta sem mangas vermelha, causa jeans meio desbotada rasgada nos joelhos, meio larga, tênis verde e branco, um colar com uma cruz, uma camisa xadrez aberta por cima da camiseta, seu cabelo com a mesma trança e franja já citados, ela abre a porta do quarto e Hellt está lá, sentado na cama, corpo meio encurvado, duas mãos no queixo.

- O que foi cara, o que ta rolando? – Ela se senta ao lado dele. – O Theo tava muito esquisito ao telefone e agora você ta aí desse jeito, o que aconteceu? – Hellt de súbito se vira e abraça Evellin, ela fica vermelha e dá um pequeno sorriso, Hellt diz que muita coisa aconteceu depois à solta e começa a contar sobre tudo na viagem.

- Espera, quer dizer que esse negócio de zoanthrope existe e que o magnata do setor imobiliário, Simon Holfs sequestrou Kay... Puxa Hellt você deveria ter mais consideração por mim, quer dizer eu vim aqui preocupada e você me conta essa historinha de criança e acha que eu vou acreditar... – Era fato que Evellin não acreditaria Célio já esperava por isso, então ele se levanta e se transforma bem na frente da jovem e da mãe dele que acabara de adentrar quarto trazendo chá em xícaras, ela deixa as xícaras caírem e põe as mãos a boca assustada. Hellt tinha certeza que se sua mãe lhe visse assim teria uma reação de susto, porém a surpresa dela não foi da forma que imaginou, foi até menor, “ela sabe de algo” ele pensou, Hellt se destransforma e vai até sua mãe.

- Célio, a gente precisa conversar! – Lídia fala a seu filho.

- Eu também acho mãe. – Afirmou Hellt. – Mas antes tenho que fazer algo.

- Tem mesmo! Tem que me ensinar a fazer isso, a transformar, é claro que se você e Theo podem se transformar eu também posso! – Foram as palavras de Evellin, Hellt já esperava essa reação da jovem, ele dá um meio sorriso e pega na mão direita dela delicadamente com sua mão esquerda, Evellin fica corada novamente pensando no que Célio iria dizer, Então o jovem lhe dá um puxão e começa a correr.

- Vem Evellin vem comigo até o mestre.

- Espere Hellt, eu sou uma dama, preciso ser tratada com delicadeza, Hellt para de me puxar!

Ambos passaram pela porta correndo pegaram um ônibus e foram até o mestre, Lídia pensara o porquê de ter acontecido, não era justo que essa maldição tivesse despertado em seu filho, agora toda vida pacífica que desejara se foi, se esvaiu pela porta como os dois jovens.