Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 29
Vídeos Cassetes,Aniversariante,a Sabedoria de Rany


Notas iniciais do capítulo

Espero quer agrade.
Boa Leitura



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Capítulo Vinte e Oito: Vídeos Cassetes, Aniversariante e

a Sabedoria de Rany


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.Narradora.

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—Valle, eu posso ir com Pegs, não precisa roubar uma minivan. — Tentou Sury irritada com a atadura do pescoço, Seth sorriu sem perceber, mas notou o olhar de Rany no seu rosto, a olhou de canto de olho, sim, Crowfford o estava encarando.

Por que ela está me olhando desse jeito? Perguntou-se desviando os olhos, incomodado. Os olhos dourados da filha de Eros pareciam acusar ele de alguma coisa, uma coisa que parecia alguém no fundo da sua cabeça já sabia, o acusava também, mas não queria lhe contar o que é.

Valerie se virou para ela, quase levantando a garota do chão pela gola da camisa.

—Você não vai sair da minha vista tão cedo, Carpe. —Avisou. Gray viu Sury sorrir, não como se estivesse irritada por alguém estar mandando nela, mas feliz... Não sabia o motivo, mas estava feliz com aquela ameaça... Carpe assentiu e deu alguns passos para trás, acariciando a cabeça de Pegasus.

Velkan abriu a porta da minivan com o cartão de credito logo depois, se abaixando para fazer uma ligação direta bem rápida, destrancou as portas e mandou todos entrarem, Valerie foi mais uma vez para o volante, Seth sentiu o estomago girar mais uma vez, mas entrou logo depois de Sury, indo para os últimos bancos. Pegasus iria sozinho, os acompanhando do céu.

Velkan mexeu no radio atrás de alguma musica boa. Kyle— que resolvera ir também— se enfiou no meio dos bancos ligando um Ipod ao carro, escolheu uma musica rapidamente. Gray sorriu batendo o pé no ritmo agradável de “Teddy Picker”. Artic Monkeys era uma de suas bandas preferidas perdendo somente para Metallica e AC/DC.

Despair to the point where they provoke/The punch line before they have told the joke/The sheer desperation to be seen/Staring at the television screen. —Cantarolou Carpe ao seu lado, esfregando as mãos umas contra as outras, estava ficando cada vez mais frio. Ela conhecia essa música? Aquilo sim era uma surpresa, não era como se ele tivesse se acostumado às diferenças gritantes daquele grupo, mas Carpe conhecer Teddy Picker era realmente uma surpresa —agradável apesar dele não saber ainda.

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Gray suspirou quase aliviado quando conseguiram sair do transito da Pennsylvania, as chances de Valerie matar alguém tinha diminuído bastante, mas ele ainda estava agarrado ao estofados do assento. Pouco depois do meio dia alguns já haviam dormido lá na frente, como Bárbara caída no colo de Kyle que assoviava feliz como um passarinho brincando com seus cabelos com os olhos azuis brilhando.

Velkan havia se encostado-se à janela mesmo, ressonava baixo com Valerie velando pelo sono dele a cada cinco segundo se certificando que ele não ficaria com torcicolo; toda vez que a filha de Éris tirava os olhos da estrada o coração de Seth batia na garganta e voltava varias vezes e Sury ria ao seu lado.

Quando entraram em uma parte calma da Highway Lincoln Valle não precisou mais fazer tantas ultrapassagens, Gray cogitou a ideia de dormir, mas toda vez que pensava ouvir um barulho de carro acordava de supetão, fazendo Carpe rir ao seu lado.

Passou a mão no rosto, jogando a cabeça para trás.

—Nunca mais ando de carro. Droga, acho que fiquei traumatizado. —A filha de Asclépio riu mais ainda.

—Valle tem esse efeito nas pessoas. —Se inclinou para a janela, tentando ver o céu azul escuro. Gray a observou coçar o pescoço graças a atadura, sorriu por alguma razão que não conhecia. A irritação no seu rosto era divertida de se ver, diferente das dos outros, algo... Agradável, quase como uma criancinha.

Ela achou seu olhar, Seth sentiu a boca do estomago grunhir, e sabia que não era de fome. O olhar verdejante de Sury parecia que ia engoli-lo, era intenso demais, demais de uma forma boa, entende? Mas o que realmente surpreendia era que ela não ficara... “Chocada” quando soube de Akira, ela entendia e apenas deixou de lado, lhe deixando com sua própria dor, como ninguém mais fazia.

O garoto sorriu para ela, sentindo a boca se encher de saliva, queira beijá-la de novo. Não perguntem o por que, ela só queria beijar ela de novo,  era estranhamente diferente; esticou a mão e tocou seu pescoço, Carpe não desgrudou os olhos dos seus, esperando. Era outra cosia curiosa, ela olhava nos olhos, não desviava tímida comoa s outras garotas

Gray se inclinou para ele outra vez, sem saber o por que. Era a terceira vez que a beijava sem saber direito quem era ela de verdade, a situação era a mesma para ela, disso ele tinha certeza. Três dias ou menos. Mas parecia não importar por algum motivo que ele também não descobria exatamente qual, mas não interessava, era perfeitamente relevante.

Sury passou os braços pelo seu pescoço, sem precisar de puxá-lo de fato, Gray já se inclinava para cima dela.

Por que eu estou aqui mesmo?... Ah que se dane. Seth se inclinou para ele, quase a deitando no assento, Se debruçou sobre ela, deixando as perguntas para depois, algo lhe dizia que tinha que aproveitar o máximo possível, lá no fundo ele sabia por que eles estavam se dando tão bem e com tanta rapidez, mas algo parecia bloquear sua mente.

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Connor voltou para os eu chalé logo depois da esgrima. O chalé onze nunca estava vazio, sempre havia gente e quase nenhuma privacidade, mas depois de um tempo um filho de Hermes se acostuma e vê o lado bom da coisa. Mais pessoas para roubar e depois vender para outras. Sempre tem um lado bom.

O Stoll se jogou no seu beliche, olhando para o colchão acima da sua cabeça. Sua mente voou para o mesmo ponto. Valerie Stark e seus lábios de hortelã. Franziu os lábios e colocou o braço na frente dos olhos suspirando alto. A filha de Éris havia ido fazia dois dias e ele não parava de pensar nela.

Ela sabe se cuidar, Connor, ela vai voltar bem... E por que Hades você está preocupado com ela?! Pensou irritado jogando o braço com violência para o lado, apertou as palmas das mãos contra o rosto logo depois. Devia estar ficando louco. Stark o havia deixado assim.

Ele tentara falar seus “amigos” aqueles dois dias sem muitos resultados; até mesmo Miguel que tinha a língua ligeiramente solta, apenas o olhou de canto enquanto ajeitava a cota de malha no peito para treinar com Púlox, que também ficara calado de forma estranha. Killian apertou a cota de malha e tocou no seu ombro.

—Relaxa cara, Valle vai voltar. —Connor sentiu que todo seu sangue se concentrou nas bochechas quando ouviu aquilo mais cedo, desviou os olhos do filho de Momo, resistindo ao impulso de ficar estalando os dedos como quando estava nervoso, —coisa que não é lá muito comum.

—O que você quer dizer, Killian? —Miguel, outra vez estava ocupado demais para notar o leve tremor nos dedos do filho de Hermes, apenas se virou para ele outra vez, franzindo as sobrancelhas, os olhos amendoados um pouco confusos.

—Se ela não voltar sua vida perde o sentindo, não é? —Connor ficou branco feito um fantasma— Quer dizer, vocês vivem para se matar. —O ar voltou aos pulmões do loiro quase que de forma dolorida. Stoll agradeceu a Momo pela baixa capacidade de raciocínio do seu filho.

—Tem outros filhos de Éris por ai. —Miguel deu uma risada quase leve e jogou a Alabarda da mão esquerda para a direita, testando um pouco o peso da arma. Killian podia ser um pouquinho idiota, mas dava valor aos amigos e sabia muito bem que não havia outra Valerie Stark por ai, até por que duas Valles era querer explodir o mundo.

—Mas não tem outra Valle por ai, cara. Vou treinar, te vejo depois. —Meu. Santo. Zeus. Connor estaria perdido de Miguel ou qualquer um dos filhos de Momo soubesse que ele estava... Gostando da Stark, a vida de Connor viraria m verdadeiro inferno; os filhos de Momo não têm muitos escrúpulos quando o assunto era tirar gracinhas idiotas. Bem naquele momento, Connor achava que estava escondendo muito bem.

Suspirou deitado no seu colchão

—Connor! Achei você, cara você tem que ajudar. —Travis entrou repentinamente no chalé, com uma bela marca vermelha de cinco dedos na sua bochecha direita. —Eu tenho um plano, preciso que você, cara... —Connor não ouviu nada depois disso, não adiantava negar por que de um jeito ou de outro ele teria que fazer, mas não estava com saco para ajudar o irmão a reconquistar a namorada certinha no momento.

—Falou Travis. Mas que tal você pensara melhor nessa segunda parte, hein? —Connor jogou verde e graças ao bom e amado destino deu certo, seu irmão gêmeo saiu resmungando do Chalé dizendo pré precisaria da ajuda de Jake, um amigo do chalé sete para o tal plano dar certo.

—Como ele é idiota... —Resmungou para si mesmo e levantou pegando seu casaco indo para qualquer lugar que Travis nem ninguém fosse lhe perturbar um tempo. Tinha que limpar a cabeça e parar de pensar em Valerie. É, ele estava ignorando a vozinha no fundo da sua mente que lhe dizia gargalhando que não ia dar certo.

O outono já havia chegado e era por isso que Travis estava tão agitado para ter o perdão de Katie Gardner, ela iria para casa e eles só se veriam no ano seguinte. Alias estava frio demais nesse outono, mesmo no acampamento o vento estava um pouco frio demais.

O filho de Hermes colocou as mãos dentro dos bolsos do casaco no mesmo momento que Púlox e Viollet o atropelaram sem parecer notar, só o filho de Dionísio se virou para ele, torcendo a boca em um sorriso de desculpa sem parar de andar, logo voltaram a correr na direção da Colina Meio-Sangue.

—Foi mal, Connor!

—Vamos Púlox, vamos logo! —Berrou Viollet voltando para puxar o garoto pelo pulso com força. Connor franziu o cenho e se levantou tirando terra do seu jeans, mas foi empurrado outra vez, quase caindo outra vez. Era Nathaly Keller, essa só passou direto. Mas quando viu Miguel correndo na mesma direção e com Guilherme Lannister e sua montanha de músculos que era seu corpo em seu encalço, ele soube o que tinha acontecido.

—Ela voltou.

Viu-se apenas correndo mais rápido que nunca, atrás de Valerie Stark.

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Valerie saiu da minivan junto com todos os outros, no topo da Colina Quíron descia com calma, todos sabiam que ele estava sorrindo, era como um pai para todos, era seu mentor. Não tentou ajudar Velkan a subir, o irmão tinha orgulho próprio e era forte o suficiente para conseguir sozinho. Era um Stark.

Pegasus estava esperando por eles na base da Colina, bufando feliz para Sury, devia ter chegado dois minutos na frente deles. Subiam quase sem pressa, aproveitando a sensação de estarem em casa depois de muito tempo, mesmo que fosse pouco, voltar ao o Acampamento Meio-Sangue vivo e parcialmente inteiro sempre era difícil e algo que merecia alguma comemoração. Ouviu-se um grito.

Levantaram a cabeça a tempo de ver seis pessoas ultrapassando o centauro indo ao seu encontro.

Rany soltou um grito ligeiramente fino começando a chorar e correu para abraçar a filha de Ares. Mal sentiram o choque no impacto, eram melhores amigas desde sempre e nunca ficavam muito tempo separadas já que ambas eram Campistas de Ano.

Valle não teve tempo para ver o resto dos abraços. Por que foi pega por um.

Ela sabia quem era, olhou nos olhos dele antes dele lhe agarrar, mas se deixou levar, mentindo para si mesma que não pensou rápido o bastante. Connor a pegou pela cintura, sentindo feliz e aliviado ela passou os braços no seu pescoço, afim de se equilibrar, claro, a girou no ar duas vezes, antes de colocá-la no chão.

Tirou o rosto da curva de seu pescoço, abrindo os olhos para achar os olhos dela fechados. Algo se retorceu dentro do peito, era a primeira —e talvez a ultima— vez que via o rosto de Valerie tão... Sereno. Tocou seu rosto com calma, e lhe beijou com mais calma ainda e para a surpresa do mundo: A filha de Éris, lhe puxou pela gola da camisa, dando um beijo cheio de sentimentos estranhos e profundos, para ambos os lados.

Oh. My. Fuckin’. God!— Berrou Miguel fazendo que Sury que lhe abraçava se virar também, o filho de Momo segurou ambos os lados da cabeça. Todos arregalaram os olhos para cena, menos Rany que estava sorrindo para cena, quase saltitando. Ela estava certa. Sabia que os dois se gostavam.

—Que Hades é isso? — Perguntou Nathaly perdida e confusa. Os dois e separaram, Connor não tirou os braços dela, estava bom do jeito que estava, mas assim que abriu os olhos viu Velkan lhe encarando, os olhos amarelos não diziam coisa nenhuma e, por mais que a filha de Éris o tivesse beijado, ela não estava lhe abraçando e isso era mal. Muito mal.

Engoliu a seco. Velkan era mais calmo que Valle, mas era bem mais genioso e cruel com os planos que fazia e com quem não gostava. O filho de Éris se aproximou dos dois, Valerie apenas deu espaço, ficando a direita do Stoll, o rosto vazio. O Stark caçula lhe acertou um soco no estomago.

Isso foi por ser um babaca e ter beijado a minha irmã sem a minha permissão. —Connor levantou a cabeça, e Velkan deu um soco na sua boca— E eu ainda odeio vocês, não pense que vamos pegar leve só por causa disso. —Valerie encostou o punho com o do irmão que continuou subindo a Colina. —Eu vou dormir.

Valerie quase sorriu, orgulhosa do irmão. Velkan era mais inteligente que a maioria acreditava; Velkan Stark ficava na sombra de irmã pro que gostava e lhe era útil, era o cérebro da dupla, descobria os segredos das pessoas através de cálculos mentais e cosias do tipo, sabia que ela tinha alguma coisa com Connor mesmo antes de ela admitir, mas nunca falou nada, gostava de ver os outros lutarem para descobrir as coisas a cara de idiota que elas fazem quando percebem cosia que ele já sabia há muito tempo.

Velkan Stark ia alem de causar caos para os outros, causava entre os seus também, e era por isso que Valerie amava tanto o irmão, ele sabia o que fazia e como faria, era o orgulho dela, e não só dela também, a própria Éris ria do Olímpio vendo as artimanhas do filho.

E aquilo nem tinha começado, Velkan e Valerie ainda tinham muitos planos para os Stoll. Ah se tinham...

Valle suspirou e começou a seguir o irmão, não que quisesse dormir, mas quem sabe cortar os pulsos por ter sido fraca e ter beijado o inimigo. Sua cabeça estava pulsando em perguntas e isso queria dizer que ela tinha que bater em alguma coisa muitas e muitas vezes. Estava se afastando quando Connor segurou seu pulso e lhe puxou para um beijo surpresa. A filha de Éris cerrou os olhos e acertou um soco no queixo do Stoll que ainda estava sorrindo.

—Faça isso de novo, Stoll, que eu lhe jogo na fogueira de novo. —A ameaça talvez fosse séria, mas Connor nem estava ligando para isso. Mas é claro que ele ia fazer de novo.

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.Sury Carpe.

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Ver Valerie beijando Connor foi à coisa mais esquisita que eu vi na minha vida. Minha boca estava aberta assim como Miguel, ambos em estado de choque. E qual foi daquele papo do Velkan? Ele já sabia de tudo, e não fez nada? Por que ele tinha aceitado tão bem? Balancei a cabeça voltando à realidade, Pegasus bufou ao meu lado, confuso.

—Também não entendi nada, Pegs.

—Eu não me lembro de ter bebido muito hoje, princesinha, eu bebi demais? —Indagou Púlox para a irmã, que media um Connor curvado de dor no meio deles, apenas negou lentamente coma cabeça.

—Não Púlox, apenas duas taças de vinho de manhã e uma no almoço. Você está bem lúcido.

—Então por que eu vi o fim do mundo? —Indagou um pouco avoado. Miguel balançou a cabeça para os lados e me abraçou pelos ombros, como se eu fosse um bote salva-vidas.

—Então nos dois estamos bêbados cara, por que eu vi a mesma coisa. —Soltei uma risada e me afastei de Miguel, me agarrando com o grandão. Guilherme me levantou do chão sem nem perceber meu peso, me abraçando de forma que quase me quebrou as costelas.

Assim que me colocou no chão, colocou a mão enorme e áspera na minha cabeça, me dando um sorriso largo e tranquilo.

—Tente não fugir de novo, Sury. —Assenti sendo agarrada por Púlox que já tinha superado do choque, me girou para perto de Viollet, que me deu um soco forte no ombro. Gritou bastante comigo, dizendo que eu estava proibida de sair de perto de qualquer um de nós e que provavelmente ela teria que comprar uma coleira para colocar em mim.

—É bom ver você também, Viollet. —Ela bufou e deu espaço a Quíron que me olhou com um sorriso estranho no rosto, mas não disse nada, só algo como bem-vindos, e nos avisou que não havia muita comemoração por que os outros não sabiam desta missão. E mencionou Kyle também.

—Ora, vejo que voltou cedo Kyle. —Savian deu um sorriso cara de passou e abraçou Bárbara por trás, apoiando seu queixo no ombro dela que estava quase tão vermelha quanto os cabelos ao meu lado.

—Bárbara me fez voltar. —Quíron levantou um sobrancelha balançando a calda, curioso.

—Ah, fez?

—Assim que vi ela, meu coração não me deixou sair de perto dela. — Disse o loiro sorridente, Louis ficou vermelha e se afastou dele, lhe dando uma tapa no ombro.

—Pare de falar besteiras, Savian! —Guinchou evitando olhar para o rosto sorridente do centauro e de todos os outros que estavam por perto. Kyle deu um meio sorriso apaixonado.

—E quem disse que eu estou falando besteira?

 —Eu! —O filho de Hermes se aproximou o rosto dela a ponto dos lábios estarem raspando, Louis estava quase para sucumbir, mas virou o rosto brigando consigo mesma provavelmente, mordendo o lábio com força.

—Hum, se nem ela concorda com o que disse... —lhe arrancou um beijo de verdade — Acredite em mim então, Quíron. —Bárbara se armou para lhe dar uma tapa, mas Savian foi mais rápido, rindo baixo.

Desviei os olhos para Quíron que sorriu para mim, indicando o topo no topo da colina.

—Bem vindos de volta. —Pegasus relinchou, me chamando, montei nele e subimos a Colina, assim que passamos pela barreira mágica, entrando no terreno do acampamento um vulto laranja voo na minha direção me derrubando violentamente no chão. Pegs empinou assustado, mas assim que viu o que era bufou e arrancou um grande nicho dos cabelos de Lika.

A dríade estava encolhida no meu peito, agarrada a minha cintura como um cadeado, chorando, soluçando e murmurando todo tipo de agradecimento em grego antigo. Lhe abracei também e tentei me levantar, mas ela não me largou, suspirei.

—Lika, eu estou aqui. Pode me soltar. —A laranjinha limpou o rosto na minha camisa e levantou os olhos verdes-musgos para mim, por causa do choro, dei um sorriso sem graça, ela estava irritada. Não acho que seja legal irritar uma arvore, sei lá.

—Nunca mais suma desse jeito, Sury! —Engoli a seco outra vez e recebi uma tapa no braço. A laranjinha fungou limpando o rosto fino. Quíron nos levou para a Casa Grande, dissemos tudo o que havia acontecido enquanto o centauro nos ouvia com atenção. Todos ficaram apreensivos quando chegou na parte do medo que eles tinham “Dele”.

—Não faço ideia de quem é Quíron, mas eles estavam morrendo de medo de libertar quem quer que fosse. —Falei sentada ao lado do filho de Hefesto que mantinha seu braço enorme envolta do meu ombro, o rosto moreno não estava tranquilo como antes, mas não desesperado, apenas confuso e preocupado. Gray falou algo sobre o fato de Jessie ter fugido, deveríamos comear a trazer os meios-sangues para perto, as cosias poderiam começar a ficar bem mais perigosas que o normal —como se o “normal” não fosse perigoso o suficiente.

Saímos um tempo depois, respirei fundo enquanto contornávamos a varanda. Os Campistas me olhavam desconfiados. Mas que se dane, eu estava de volta ao Acampamento e era isso que importava.  Luke e Rany acabaram ficando na varanda mesmo, conversando sobre algo, rindo um para o outro.

Estava indo em direção ao meu chalé quando Viollet me pegou pelo pulso, os olhos roxos em chamas.

—Non pensarci nemmeno scomparire di nuovo, Sury, perché io ti do un motivo per avereda nascondere. Capito?. — Rugiu para mim, com a voz rouca de raiva.

Sì, mamma. —Bati continência e ela se foi bufando com Púlox rindo atrás dela, mexendo nos cabelos.

—O que ela disse?  Odeio italiano as vezes. —Perguntou Miguel abraçado com Nathaly.

—Para eu não desaparecer, se não ela me daria um motivo para me esconder. Eu disse “sim, mamãe”.

Own, A uvinha é tão fofa, não é? —Miguel brincou imitando uma mãe paparicando um filho, ri um pouco e lhe de um soco leve no ombro.

—Ah é, doce como uma uva amarga. —Concordou Kyle ao lado de Bárbara que ainda estava rindo de Miguel, o filho de Momo se virou para ele como se fosse o tivesse notado agora, o que eu achava um pouco complicado já que Kyle Savian era um cara alto, não muito, da altura quase exata de Seth, talvez uns cinco centímetros mais alto.

—Eu não me lembro de você. —Disse o filho de Momo.

—Ah, sou Kyle, filho de Hermes, ajudei os Stoll a pintarem o Chalé de Éris de rosa. —Killian levantou as sobrancelhas e pegou a mão do loiro que estava estendida, dando um sorriso simpático e curioso.

—Eu me lembro disso... Não foi você que a Valle amarrou em uma arvore onde a Sra. O’ Learey usa como banheiro? —Kyle franziu o nariz, dei uns quatro passos para trás fazendo Seth e Nathy rirem.

—Não, aquele foi o Travis, ela me amarrou com uns quatro lençóis e me jogou no lago de canoagem, as náiades me tiraram de lá vivo por pouco. E ela empurrou Connor na fogueira, ele ainda tem uma cicatriz na costa, ela pegou leve.

Ah claro, superleve.

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Não sei como cheguei tão rápido a frente do chalé, mas fiquei parada na porta, encarando a porta pintada de preto, com o símbolo de Asclépio bem no meio dela, o cajado com uma cobra enrolada nele. Ash estava lá dentro, dava para sentir.  Esfreguei meus braços com frio olhando para a porta preta na minha frente.

Respirei fundo e abri a porta, não vi ninguém. A fechei atrás de mim me encostando-se à porta, minhas mãos apertadas atrás de mim. Suspirei. Eu estava ficando paranoica.  Joguei-me para frente de olhos fechados, e bati contra alguém, senti cheiro de limpeza, os braços de Asclépio em circundaram com força.

Sury! Nunca mais faça isso!... Minha pequena... Minha princesinha, você está bem? —Ele segurou meu rosto em suas mãos, os olhos úmidos de lágrimas. Droga. Comecei a chorar também. Agarrei-me a sua blusa, escondendo meu rosto no seu pescoço. Ash me apertou outra vez, apertando minha cabeça contra seu peito largo.

Eu a vi, pai. Blythe, ela me visitou em um sonho, como você. —Grasnei com a voz embargada pelo choro, ele soltou uma risada curta, assentindo compreensivo.

— Devia saber que Blythe nunca deixaria você sozinha, sempre lutou por você, da forma que podia. Sempre corajosas demais, sinceras demais, vocês três. Tão diretas e retas que se quebram com tanta facilidade, escondem seus próprios pedaços; —ele pegou meu rosto outra vez, uma lágrima correu a ponte do seu nariz, ficando presa na ponta dele— Eu não deixaria nada acontecer com você, querida. Não poderia.

Engasgada tentei falar algo coerente.

—Nos três? —Ash sorriu e se afastou um pouco sem soltar a minha mão apontou para uma TV de LED média que eu não lembrava, estava em cima de uma mesa pequena, junto com um vídeo cassete bem antigo, franzi o cenho limpando meu rosto.

—Você, Blythe e Nilá eram tudo que eu tinha, mas eu nunca me enganei um dia, tudo aquilo iria acabar, mas isso não mudou nada, eu precisava ter vocês por perto, mesmo longe. — ele se sentou no sofá, me puxando para o seu lado, sem desviar os olhos— Vi você crescer de longe, Sury, acompanhei cada passo seu, me corroí não estar lá quando você precisou. Vi a saudade infantil que tinha de mim se tornar em um ódio forte toda vez que via Blythe chorar no terraço de casa.

Engoli a seco, o deus da medicina acariciou meus cabelos com um sorriso tristonho nos lábios.

—Não foi culpa sua, minha querida. Nem minha, nem da sua mãe ou irmã. Depois de tanto tempo conseguir entender o que Nilá dizia, tudo tem uma razão de ser e acontecer. —tocou no meu rosto, mas não estava me enxergando, estava perdido na própria cabeça— Tudo o que aconteceu-nos fez amadurecer.

Nós? —Indaguei assustada, quer dizer, ele é um deus. O que mais ele precisaria amadurecer? Ele assentiu, pegando minhas mãos.

—Eu queria pegar você nos braços e tomá-la para mim desde o momento que lhe deixei, passei os últimos quinze anos ansiando em pegar a minha menininha nos braços, pra guardar você para mim. Mas não foi isso que aconteceu. —ele sorriu orgulhoso o que me fez corar— Você me repudiou, me fez perceber, que você também tinha um coração de meio-sangue, que perdeu a mãe e a irmã e não correria para os braços de um pai que se manteve afastado por tanto tempo. Você foi dura e gélida, mas firme em sua decisão, me fez lutar para poder voltar a ser seu pai.

Apertei meus lábios e abaixei o rosto sentindo meu rosto em chamas.

—Você amadureceu com tudo isso, veja só agora. É quase uma mulher, e tão linda... Mas com tanto a aprender e tanto para mostrar. —foi nesse momento que ele disse algo que fez um caroço surgir na minha garganta— Exatamente como Nilá; ela não era perfeita, minha pequenina, era simplesmente humana. É por isso que os deuses ficam com mortais. Procuram pela humanidade de vocês.

—Não sou mortal, pai. —Asclépio me pegou pelos ombros de repente, com os olhos verdes brilhando no sol que entrava pela janela.

—A parte mais bonita é Sury! —suspiro— Não se trata de ser meio-sangue e se agarrar por ser meio deus, mas sim se agarrar nesse lado humano de vocês, essa parte é que torna vocês um lado melhor de nos, vocês vem tanta beleza no mundo, nas menores coisas, são tão simples... Isso me encantou em Nilá, ela me fez ver essa simplicidade. O modo como às nuvens finas pareciam estar grudadas no azul e as mais grossas flutuando, como o orvalho fica bonito quando congela no inverno, me mostrou que o trabalho de Apolo é uma das coisas mais lindas que existem...

Ele se aproximou de mim, beijando minha testa.

—Você tem muito de Nilá e Blythe em você Sury. Mais do que imagina, minha querida. —se afastou de novo, e estalou os dedos, fazendo varias fitas cassetes empilhadas em duas torres, lhe encarei sem entender— Você disse que queria saber mais da sua família, ai está. Filmei tudo o que pude, cada momento que Nilá me permitiu usar sua filmadora antiga. Feliz aniversário querida aproveite o agora, muita coisa vai acontecer.

Levantei a cabeça, mas ele já tinha ido, me deixado sozinha com aqueles vídeos. Aproximei-me deles esperando que eles fossem explodir a qualquer momento, mas peguei a primeira de uma das filas, havia uma fita crepe na fita, identificando.

“NILÁ GRAVIDA DE SURY NA VARANDA CANTANDO ‘I’LL BE THERE’”

Sorri para a fita gasta e a deixei ali mesmo, mas separada das outras e me arrastei para o banheiro. Arranquei aquelas roupas e lutei contra as ataduras que não queriam me saltar de forma nenhuma, acabei arrancando na mão uma delas e desenrolei elas no meu tronco, sentindo meus pulmões inflares por poder respirar direito, tirei as do meu pescoço.

Sorri, Ash tinha curado minhas feridas.

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 (http://www.polyvore.com/sury_carpe_cap_vinte_oito/set?id=47790126)

Saí do banho enxugando meus cabeços com as duas mãos, me sentindo leve por ter tomado um banho bem e longo. Sentei-me na frente da minha TV nova, a liguei e peguei a fita na minha mão. Foi difícil, colocar a fita lá dentro eu digo, a fita. Mas no final em obriguei a para de tremer e empurra a fita cassete para dentro, dando play.

Ash havia ligado a câmera em uma sala pequena, com as paredes roxas e laranjas, havia plantas para todos os lados, quadros diversos, o chão era coberto por um tapete persa que parecia com o que tínhamos em casa, o que Pegs havia comido. Sorri cruzando minhas pernas.

Papai virou a câmera para o lado, passando por uma porta aberta com uma cortina de miçangas na frente, havia algo no pequeno fogão que pude notar, passou por uma estante com quadros de família e por fim a uma porta de vidro que dava para uma varanda pequena.

Nilá estava sentada em uma cadeira de madeira trançada com palha seca, acariciava a barriga enorme com uma mão e mexia em um radio antigo com a outra. O deus se aproximou, mirando o parque de Niagara Falls logo a frente, não sabia dizer se o Sol estava nascendo ou se pondo, voltou a minha mãe. Tentei engolir a seco sem conseguir.

Ela estava tão linda.

Os cachinhos finos e castanhos espalhados pelos ombros e pelo rosto fino, um deles pendendo bem na frente do rosto, os olhos castanhos estavam brilhando na luz do sol, ela levantou a cabeça para o meu pai e sorriu, parecia estar sorrindo para mim...

—O que você tanto filma, Ash?

—Você e Sury. —Ela corou e papai deu uma risada rouca. Mamãe acariciou a barriga protuberante com um sorriso leve no rosto, mexeu do radio só um pouco, distraída, achando o Jackson Five cantando de forma doce a musica, sorriu de novo, deixando a musica começar, passou os braços na sua barriga.

—Ouça, Sury, estão tocando sua musica no rádio. Está ouvindo? Quer que eu cante, meu bebê? — Algo bem pequenino e redondo empurrou por pouco tempo a barriga dela por dentro. Ela abriu mais um sorriso e ouvi o arquejo de Ash, passei a mão no rosto de forma instintiva e percebi que estava chorando.

You and I must make a pact/We must bring salvation back/Where there is love, I'll be there/ I'll be there. — Ela se curvou sobre si mesma cantando baixo, a voz calma e melódica como uma nota de piano; me rescostei na mesinha de centro na frente do sofá no mesmo momento que Ash aumentou o zoom.

I'll reach out my hand to you/I'll have faith in all you do/Just call my name and I'll be there/I'll be there. — Cantou mais alto, colocando a mão bem em cima da sua barriga, eu, lá dentro, pareci esticar minha mão, tocando a sua. Todo o ar pareceu escapar dos meus pulmões. Papai se sentou ali do lado, ajustando o foco para nos duas.

Minhas mãos foram à boca, era incrível que eu visse tudo com tanta clareza já que as lágrimas desciam como uma cachoeira do meu rosto, minha garganta tinha se fechado. A porta do meu chalé foi aberta, mas não olhei para ver quem era, não me importava. A pessoa se aproximou e soltou um “Ah” de compreensão e uma risada rouca e leve, mas não foi embora, se sentou do meu lado.

Reconheci o perfume quente.

—É a minha mãe, Seth. A minha mãe grávida de mim. — Ofeguei entre meus dedos sem desgrudar os olhos da tela nem por um segundo, vendo Nilá cantar com suavidade e calma, o corpo curvado sobre a barriga grande. Gray se ajeitou do meu lado, senti seus olhos no meu rosto, senti seu sorriso.

—Ela era muito bonita e cantava bem.

—Ela era perfeita, olha pra ela. Olha só. —Puxei os joelhos para o peito sem tirar os olhos da tela. Não seis e ele olhou, mas eu sim. Mamãe cantava agora olhando ora para o parque no pôr do sol ou nascer do Sol ora para a barriga enorme.

Em certo momento, Blythe apareceu ali na varanda, chamando com a voz rouca de sono chamando pela mãe. Os cabelos lisos espetados para todos os lados coçava o olho direito com o punho fechado, bocejando. A blusa que ela usava era masculina e bem maior que ela, mas como sempre, tudo, absolutamente tudo ficava bom em Blythe Carpe.

—Venha cá, Blythe. —Nilá esticou a mão para a filha que correu na sua direção se sentou do seu lado— Quer cantar comigo para sua irmãzinha? —Minha visão finalmente ficou turva e eu fiquei sem enxergar nada, escondi meu contra meus joelhos, chorando tanto que estava machucando minha garganta. Gray me puxou para perto, passando a mão no meu ombro de um jeito tranquilizador e ficou ali, até eu me acalmar o que demorou um pouco.

—Vamos, —eu, que estava com o rosto escondido na curva morna do seu pescoço, me ajeitei encarando seus olhos castanhos escuros— Vamos sair daqui um pouco.

—Não. Os vídeos, Seth, eu... —O filho de Hades deu uma risada rouca e tocou meu rosto de uma forma esquisita, mas era um esquisito bom, muito bom; com as pontas dos dedos. O garoto ficou me encarando nos olhos antes de me dar um beijo muito de leve.

—Sei que são sua família, mas não vale a pena passar a vida relembrando o passado e esquecer de viver. —Ele conseguiu me fazer sorrir.

Harry Potter pode ensinar lindas lições de vida, não é? Dumbledore, “Não vale a pena viver sonhando e se esquecer de viver”. —Gray riu com mais força dessa vez abaixando o rosto um pouco corado, não sei bem o porquê, mas de qualquer jeito era uma cena boa de ver.

—Só editei para o momento. —Gray levantou o rosto, bem próximo do meu— Ainda ganho pontos pela adaptação?

—Tá brincando? Você citou Alvo Dumbledore, claro que ganha pontos, muitos pontos. E quem sabe uns extras, mas isso eu vejo depois. Mas não vou sair com você. —Sorri passando os braços no seu pescoço e avançando contra seus lábios, mas o filho de Hades me parou, segurando meus pulsos agora.

—Qual é, não posso trocar os pontos?

—Depende do que você quer. —Disse insinuativa, estava escrito na minha testa do que eu estava falando e estava nos seus olhos que ele estava pensando na mesma coisa. Mas Seth era sutil e sabia esperar, era um dos motivos que ele sempre parecia ter pontos com todas— me incluindo nesse “todas”.

—Vem dar uma volta comigo na hora da fogueira. Só nos dois, quero conversar com você. — Tirei a franjinha dos meus olhos, franzindo o nariz.

—Pode falar agora. —Gray balançou a cabeça para os lados com um sorriso matreiro nos lábios.

—Não complique as coisas pra mim, não sei como convidar a menina-que-não-devia-ter-nascido pra sair,eu quero me iludir um pouco, okey? —Foi a minha vez de ficar vermelha, tentei soltar meus pulsos, mas ele não deixou, encarou meus olhos de tal forma que não tinha como escapar.

—Ah, okey então... —Ele riu e me deu um selinho longo, sentir seu halito quente no meu rosto me deixou mais calma, de uma forma que eu não estava entendendo droga nada. A fita já tinha acabado e estava impossivelmente calma comparado o jeito que estava há dez minutos.

—Você fica tão fofa corada... —Lhe empurrei o ombro, irritada, Gray caiu no chão rindo de mim.

—Seu idiota. —Resmunguei olhando para o outro lado, me arrastei até a TV e tentei desligar. Ele tinha razão, eu não estava fazendo isso do jeito certo. Estava me lamentando, querendo voltar àqueles dias que eu mal me lembrava. Tinha acabado e eu devia... Devia aceitar.

Apertei o botão central e a tela apagou. Antes que eu pudesse me arrepender Seth me puxou pela mão, que já estava em pé e sorrindo como se estivesse tudo bem, saímos do chalé logo depois, assim que bati a porta atrás de mim senti frio. Abracei-me imediatamente tremendo um pouco.

—Frio. —Reclamei para mim mesma, vi Seth tirando o casaco e o estendendo para mim logo depois.

—Pega.

—Não, você vai sentir frio depois, relaxa surfista, sou do Canadá, aguento um friozinho. —Sorri passei o seu lado, mas o moreno não me deixou ir, agarrou meu cotovelo e me encarou com uma sobrancelha levantada, duvidando que eu estivesse negando alguma coisa pra ele.

—Meu cavalheirismo não permite que eu deixe uma moça com frio em pleno outono de Long Island. —Contrapôs com um sorrisinho cheio de si.

Cavalheirismo? Pensei que isso não existisse mais, eu nunca vi. —Falei cruzando os braços no peito, Seth franziu o nariz abrindo a boca para falar alguma coisa.

Como nunca viu? E eu? —Miguel surgido do nada se postou ao lado do filho de Hades com a cara de pau fingindo estar indignado. Revirei os olhos.

—Você, Miguel? Você não vale nada. —Killian tocou no coração com uma cara cômica de indignação e surpresa, para dizer a verdade, um pouco feminina demais, jogou o cabelo castanho para o lado de um jeito mais... Gay ainda. Respirei fundo e soltei o ar de forma audível.

—Pergunte para Nathy, sou um ótimo namorado. —Falou revoltado.

—Espera. Namorado? —ele deu um sorriso fofo e assentiu lhe abracei sorrindo— Cara, que ótimo, pelo menos ela coloca o mínimo de ordem em você, hein garoto?

—Não sou tão péssimo assim...

—Ah é sim. —Discordei depressa.

—É, tem razão, eu sou demais.— Ri e comecei andar, ignorando um pouco Seth. Miguel me perguntou sobre o que eu tinha achado do “meu presente” quando estávamos passando pelo chalé de Hipnos, engasguei na hora. Pegs tinha falou a ele que era meu aniversario? Que presente era esse? Não sou boa com presentes, quer dizer adoro recebê-los, mas fico totalmente errada em agradecer, fica bem falso.

Meu o que? Não tem motivo par me dar nada.—Guinchei encarando o filho de Momo que bagunçou os cabelos. Estava sem seu chapéu, o que era estranho.

— O Presente... Ah, Luke não lhe deu, né? Certo, eu vou pegar com ele, nos falamos depois! —Saiu correndo na direção da Casa Grande. Saltei meu ar com força, Killian iria fazer um estardalhaço enorme se soubesse que meu aniversario está chegando. Não gostava de festas, por quê comemorar meu aniversario? Mais um ano que estou perto da morte? Não quero.

—Não sei como eles acreditam em você. Você não sabe mentir. —dei de ombros, cruzando meus braços no peito. Devia ter pegado um casaco, usar só aquela regata estava me dando frio. Gray suspirou e encostou-se à parede do chalé. — O que você está escondendo, Sury?

—Nada demais. —ele ergueu uma sobrancelha— Nada que deva lhe interessar, pelo menos.

—Uau, tudo bem, só foi uma pergunta. —O moreno ergueu as mãos e ameaçou ir embora, suspirei e lhe agarrei a barra da camisa dele. Sabia bem que ele estava sorrindo, mas simplesmente não deu pra evitar fazer o que ele estava insinuando.

—Tudo bem, sentimental. —Gray se virou para mim, ficando bem na minha frente, tocando meus cotovelos com calma. Meus Deuses. Ele era bom naquilo. Seth Gray estava jogando comigo, e estava ganhando.

—O que você está escondendo dele? —Disse baixo. O filho de Hades tinha a voz extremamente rouca e com ele falando baixo, o som quase... Aranhava nos meus ouvidos, arrepiando os pelos dos meus braços. O garoto estava com a cabeça inclinada para mim, os lábios bem próximos da minha boca.

Certo, aquilo era maldade.

—Nada demais. Meu... Okey, eu vou te dizer, mas você tem que prometer ficar calado.

—Você vai sair comigo? —Indagou logo depois, calmo sem desviar os olhos dos meus por um segundo. Abri a boca fingindo estar chocada; ele deu um sorriso, estava se segurando para não rir.

—Você sempre tem que estar na vantagem, não é? Me deixa ganhar uma. Hades. —Reclamei.

—Vais sair comigo, já está no lucro.

—Nossa, você realmente se acha, não é? Tudo bem. Já que não vai me deixar ir embora...

—Você nem quer ir, Sury, não minta pra mim, você não consegue. —Riu superior.

—Você também, não quer ir... —lhe dei um beijo provocante, puxando seus lábios para baixo comigo— Quer, Gray? — Seth sugou o ar pelos dentes, apertando meus braços, os lábios descendo para os meus de novo, mas me afastei, lhe olhando vitoriosa.

—Pois é, estamos na mesma situação, Seth.

—Apenas me diga o que estava escondendo. —Sussurrou baixo.

—Meu aniversario, amanhã. —Respondi coma voz fraca. Algo bipou no meu peito. Não. Bipou não é a palavra certa, algo bateu mais forte no meu peito, não era meu coração, isso era mais forte e algo me dizia que tinha algo bem estranho nisso.

Seth deu um sorriso.

—Aniversario?

—É. Mas você não pode dizer isso para ninguém! Por favor, não quero festa, é ridículo.

—Ridículo? Você vive quase morrendo, um ano de vida devia ser comemorado com fogos de artifícios chineses. — Riu o garoto, lhe dei um soco no ombro me afastando alguns passos. Ficamos nos olhando por um tempo, calados. Aquilo não podia estar estranho só para mim.

—Sury? É você? Meus Deuses. —Seth e eu nos viramos para a direita. Will Solace deu uma pequena corrida na minha direção me abraçando com carinho, Gray mexeu a cabeça um pouco estranhando a aparição do loiro de repente, meteu as mãos nos bolsos e me olhou.

Dei um sorriso de desculpas, sem graça. O filho de Hades me deu um meio sorriso, piscou e acenou andando de costas por um segundo antes de pegar o rumo para qualquer lugar. De novo algo “bipou” no meu peito, mordi o lábio e não consegui beijar Will quando ele tentou; o loiro me encarou com um sorriso.

—Está tudo bem?

—Tá. Claro, é só que... —eu não sei o que estava dando em mim— Nada, então como se virou sem mim? —Will deve ter pensado em uma resposta, mas foi interrompido por Rany e Nathy que me param para longe, dizendo que Miguel estava me esperando na Arena. Agradeci por um segundo.

Mas assim que chegamos a Arena, as duas me prensaram sentada no pequeno muro de preda, os olhos de Rany brilhavam de um jeito diabólico.

—Pode abrir a boca, agora! Como não me contou antes?!

—Oi? Contar o quê, Rany? Nathy traduz para mim. —Nathaly apenas riu e cruzou os braços no peito, com o mesmo olhar acusatório. Estava ficando com medo daquela situação. Crowfford guinchou e começou a saltitar na minha frente e abriu aquela boca para deixar as cosias mais complicadas para mim.

—Que você está apaixonada pelo Seth! Eu andei prestando atenção em vocês, você está caidinha por ele Sury, não adianta falar diferente! Eu vi! Está escrito na sua cara! Você está apaixonada por ele!

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Notas finais do capítulo

Não posso dar desculpas, então só espero que estejam ai(as ideias estão vindo quebradas, não consigo escrever direto). Bem eu estou meio duvidosa sobre a parte Stoll&Stark, acho que saiu um pouco do contexto. Sejam sinceros, saiu?
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A-V-I-S-O: Penúltimo capítulo é esse, ou seja, logicamente o próximo é o ultimo, se alguém ainda fizer questão posso fazer um epílogo e a segunda temporada, se alguém ainda estiver ai. Tudo está sendo definido já para a próxima parte, espero que gostem.
Bem acho que é isso, espero que estejam gostando, estava pesando em postar na sexta, mas é o aniversario de cinco anos da morte de um dos meu melhores amigos ai não estava no clima...
Espero que tenham gostado.
Ainda mereço reviews? Por favor se não gostaram me digam, estou duvidosa sobre algumas partes.
Beeijos
DiraLautner