Dear Pegasus, escrita por DiraSantos


Capítulo 28
O Outro Lado da Morte,Pegs Fala, De Volta ao Lar


Notas iniciais do capítulo

Espero que Gostem
Boa leitura



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Capítulo Vinte e Sete: Do Outro Lado da Morte, Pegs Falando

e De Volta ao Meu Lar

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Por um segundo depois que apaguei naquela clareira eu vi Cronos. Eu estava no fundo do Tártaro com Cronos lá, me dizendo para ressuscitá-lo, ele esticou o braço grudado ao ombro único que estava junto à cabeça p ara mim, me apertando nos dedos enormes, me torcendo entre os dedos, quase fiz, mas, de repente senti a pressão da grama no meu corpo e soube que era como um sonho— um sonho a qual eu estava presa, mas dane-se—, mas o que me sugou para dentro de um redemoinho foi uma adaga que reconheci espetando na mão de Cronos.

O cabo curto era de um couro preto, o vinco da lamina era fundo o que fazia o sangue lubrificar por si só a lamina. Era de Valerie, mas não tive tempo para isso o redemoinho me sugou para escuridão por um tempo, apertei meus olhos com força e os abri, esperando ainda achar o preto, mas eu estava em um quintal com piscina.

Estava cheio de gente, de todas idades. Havia um cara fazendo churrascos e rindo com mais dois amigos, garotas pegavam sol, crianças correndo, pessoas idosas de baixo do guarda-sol. Era um almoço em família deduzi, mas nenhum deles parecia ser parentes.

—Blythe, pegue a sua irmã! —Me virei em direção a voz, e vi a minha mãe usando um biquine com os símbolos da paz rosa e verde com uma canga leve amarrada na cintura, e Blythe pequena, me agarrando pela cintura, eu estava esperneando para voltar a correr atrás da piscina onde provavelmente eu iria me afogar.

Ash apareceu ali, entregando uma garrafa de cerveja a minha mãe meio a contra gosto e vindo em direção de Bly e me pegou no colo, me ninando e mimando levemente, enquanto eu parava de chorar numa velocidade absurda, e começava a rir apontando para a água, excitada.

—Você quer mesmo entrar na água? —perguntou meu pai, eu, talvez com três dentes na boca comecei a soltar gritinhos finos que, hoje em dia, eu não conseguia mais. Nilá se aproximou sorrindo, fazendo cócegas em mim, sem largar a cerveja, mas eu ainda não tinha visto ela dar um gole. —Nilá, largue essa garrafa, pela sua saúde.

Mamãe o encarou com um sorriso debochado e deu um gole longo.

—Ash, acredite isso não vai me matar agora. Vamos me dê a minha filhinha. —Ela balbuciou essa ultima parte, como uma mãe faz para um bebezinho. Apesar de sempre ter achado ridículo, aquela cena me fez sorrir; o Deus me passou para ela, o rosto torcido em dor.

—Não fale em morte, por favor. —Sussurrou. Notei em choque que, aquilo já devia ser um problema antes mesmo da descoberta da doença da minha mãe, quer dizer, meu pai era imortal e a minha mãe mortal, ela ia morrer um dia, o problema que foi cedo demais.

Mamãe levantou a cabeça para ele, vários cachinhos caindo na frente do seu rosto, já mais pálido, mas não tanto, nem parecia tão fraca. Ela deu um sorriso simples para ele, e lhe tocou na bochecha como se não fosse nada e se encaminhou para a piscina, tirando a canga rapidamente na grama, Ash a pegou e tomou a mão de Blythe, suspirou, arrancou sua camisa branca e sem mangas mostrando o físico perfeito que havia puxado para meu avô Apolo.

Por mais estranho que seja admitir que meu pai é gato, meu avô é mais ainda.

Colocou os tênis que já carregava nas mãos, uma pequena bolsa com coisas de bebê, a sua blusa em cima de uma espreguiçadeira vazia, entrou na água primeiro, e depois colocou a minha irmã na água que já estava com um maio verde. Aproximou-se de Nilá, que me girava na água, rindo junto comigo.

—Todos morrem um dia, Ash —me puxou para o colo e o olhou— até mesmo os deuses.

—Nilá, você sabe a verdade agora, sabe que não é bem assim que as coisas funcionam no— olhou para os lados, certificando que ninguém ouvisse— Olímpo.

Minha mãe apenas desviou os olhos, não parecendo surpresa, na verdade, ela parecia uma fonte de paz ali no meio. Ela o olhou de volta com um olhar sábio que não surpreendeu só a mim, mas também a meu pai, que parecia preso no olhar dela.

—Nada é para sempre, Ash, nem mesmo os deuses. Tudo tem que ter um fim para ter novo começo, não há um tempo certo para cada coisa acontecer, elas apenas ficam até ser o momento, mas uma hora tudo se vai para algo novo começar. —Desviou os olhos para Blythe e depois para mim e por fim o abraçou, vi uma família ali no meio, uma bela foto.

—O que realmente importa Ash...

—Nilá, eu... —Ela o interrompeu da mesma forma que ele fez.

O que realmente importa Ash, é fazer valer o agora. O amanhã está muito longe para pensarmos nele. Não é minhas meninas?! —eu e Bly soltamos um gritinho juntas e mamãe se virou para um rapaz que estava perto de um som grande e antigo— Mark coloca alguma coisa boa para ouvirmos!

Mark era definitivamente mais hippie que a minha mãe e mais novo também. Ele soltou um “tá bom” longo demais e mexeu no som, com seus dreadlock enormes amarrados atrás da cabeça, uma musica animada, mas leve começou a tocar, não sei ao certo de quem era, mas era blues.

—Você é um anjo, Mark! —Agradeceu minha mãe, o tal Mark deu um sorriso lerdo e algo como uma declaração de amor, mas a voz dele foi diminuindo com o olhar enciumado do meu pai, o hippie entrou na casa coçando a nuca e passos arrastados e relaxados que eram quase irritantes.

Nilá bateu no ombro de Asclépio.

—Ash, Mark e eu íamos juntos para nosso acampamento de verão, meu Deus, ele é o meu melhor amigo.

—E ele precisa ficar se declarando pra você? —Indagou ele lhe fitando com os olhos verdes injetados de ciúme, mas minha mãe, apenas bufou e jogou um pouco de água nos meus ombros, por estar sol.

—Sempre nos tratamos assim, okey? E outra coisa, meu amor, seja mais ciente da sua própria posição na minha vida. —ele franziu o cenho, mamãe sorriu e lhe deu um beijo longo, sem se importar com as filhas nos braços ou com os olhares— Tenho duas filhas lindas, um namorado tão lindo quanto, o que mais eu posso querer?

—Casar comigo quem sabe? —A meu ver casamento não é lá uma coisa que se peça em um dia na piscina e com tanta tranquilidade, mas meu pai sempre tentou fazer minha mãe casar com ele sem conseguir. Fazer o que, não é? Minha mãe era difícil.

—Não, gosto como as coisas estão, até por que uma hora seus parentes vão descobrir e eu conheço a sorte os seu pai e dos filhos dele, não quero colocar em perigo Sury e Blythe por causa de uma cerimônia antiquada e velha. —Disse simplesmente.

—Cerimônia antiquada e velha; parece você falando. —Olhei para trás e vi a minha irmã, minha irmã mesmo perto da churrasqueira que estava a pouco menos de dois metros de mim, meu coração veio na garganta, mas minhas pernas foram mais rápidas.

Corri em direção a ela, me agarrando ao seu corpo, graças aos deuses, solido. Tinha o cheiro de panquecas, com xarope de borde e uma pitada de canela, apesar dela estar vestindo algum tipo de vestido grego branco, os cabelos negros e lisos enrolados em fitas de ouro.

Blythe me abraçou com força, logo estávamos ambas chorando, nos afastamos minimamente. Bly pegou meu rosto nas mãos, passando os polegares na ponte do meu nariz, como se para memorizá-lo de novo e me puxou para o peito outra vez.

—Suh... Susu... Vai ficar tudo bem, eu prometo, okey? Mas você vai ter que ser forte, não podemos estar sempre com você, não queria ter lhe deixado tão rápido, mana, mas ao importa agora. Tem mais coisa em jogo, eu e a mamãe estamos vigiando você sempre. Não temos tempo, como você está?

Encarei seu rosto e dei um sorriso mínimo, estava sem forças.

—Não sei o que está acontecendo lá fora, mas vi a adaga de Valerie. —Blythe assentiu— Mas... mas como você, como eu...

Ela riu, uma risada meio aguda meio rouca, algo que fazia seus olhos se fecharem, e suas bochechas rosadas ficarem quase vermelhas, o corpo delgado e longo estava frio... Morto em outras palavras, mesmo quando estava abraçadas não senti seu coração batendo ou ela respirando.

—Suas oferendas a Perséfone nos renderam esse tempo, Suh, ela veio até mim e ouviu nossa historia. Elas nos ajudou a chegar até você.

—Então, existe algum deus que vá com a minha cara? —ela abriu a boca pra responder— Cale a boca Blythe. —ela riu e passou os dedos nos meus cabelo sujos, os olhos verdes brilhante analisando meu rosto. Não falamos muito coisa depois disso só observávamos nossa família se divertindo na água, até por que, eu não queria saber de mais nada. Já tinha coisa demais para pensar, se ela e a mamãe estavam bem, eu também estava.

Eu já sabia demais, não queria mais nada, só aproveitar o pouco tempo que eu tinha com a minha irmã, que, diga-se de passagem, foi quase nada, menos de dez minutos. Blythe, quando teve que se despedir, me deu um beijo na testa, disse que me amava que ela nunca estive sozinha, em momento algum. Por mais difícil que fosse, eu sempre acreditei nas palavras de Blythe Carpe

—Estamos sempre com você, Suh, eu e a mamãe, bem aqui.—ela tocou onde meu coração batia e pôs a minha onde o seu deveria estar batendo— E você está aqui comigo e com a mamãe. E... Feliz aniversário adiantado.

—Como? —Indaguei confusa

—Amanhã é três de outubro, Sury, feliz aniversário. —Ela sorriu, mas não tive tempo de responder, o mundo começou a se dissipar como fumaça colorida, e logo eu estava no meio da escuridão flutuando e esperando acordar antes que mais alguém me puxasse para algum pesadelo.

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(http://www.polyvore.com/sury_carpe_vinte_sete/set?id=46879363)

Abri meus olhos embaçados com calma, tontura e preguiça. Havia um teto em cima de mim. De madeira corrida, como casas de pessoas normais. Franzi a sobrancelha e girei minha cabeça para direita achando uma janela aberta e o sol matinal agredindo meus olhos com seus raios amarelos, olhei para o outro lado e algo bem menos caloroso me recebeu.

Menos caloroso, mas definitivamente, mais agradável e familiar.

Era o rosto pálido e longo de Velkan.

Suspirei e me sentei, sentindo minhas costas doerem com o esforço, ardendo de forma lerda quase não sentia, franzi o cenho e estiquei minhas mão por cima do ombro e dentro da camisa e toquei uma atadura bem apertada, na verdade varias camadas de atadura. Foi quando me analisei melhor, meu cabelo estava molhado, limpo e penteado, estava usando uma blusa maior que eu e uma bermuda que também não era minha.

Ergui a camisa e vi que todo o meu tronco, mesmo meus seios estavam envoltos por ataduras, engoli a seco e percebi que a meu pescoço também. Forcei meus olhos até conseguir enxergar direito e olhei ao redor. Era um quarto de garoto definitivamente. Tinha pôsteres de bandas como Foo Fighters e Marron 5, uma camisa autografada dos Bull’s da Carolina do Norte, reconheci imediatamente assinatura.

Michael Jordan.

Não consegui ofegar, as ataduras me apertavam os pulmões; o resto do quarto era quase normal, alguns troféus de atletismo e em cima do criado mudo do lado de Velkan havia a foto de um garoto loiro abraçando uma garota ruiva que me parecia familiar, fora o fato que ela tentava esconder um sorriso. Era...

Era Bárbara.

Percebi as cosias rápido demais, fiquei tonta por um segundo, mas estava sorrindo. Tinha dado certo afinal? Estávamos todos vivos em bem? Certo, eu não sabia que diabos eu fazia ali ou como havia chegado, mas não importava. Olhei para Velkan deitado ao meu lado e sorri mais, lhe toquei o ombro, tentando acordar o garoto, que gemeu, me mandando para longe, mas por fim acordou.

E fez algo que eu não esperava.

Assim que me enxergou passou os braços no meu pescoço, me puxando para cima dele. Acredite, Velkan é magrio, mas ele tem muita força. Ri um pouco, deixando poucas lágrimas me escaparem, lhe abracei também por um tempo até que ouvi um grito em conjunto e depois dois braços magros e brancos me passaram pela cintura, em apertando sem a menor piedade.

Você está viva! Meus Deuses, não sabia mais o que fazer! Limpamos suas feridas e colocamos néctar e ambrosia, mas você não reagia! Graças a Apolo você está viva! —Berrou Crowfford depois que me largou, os olhos dourados brilhando de leve, com lágrimas neles.

Certo, depois veio Valle e como eu esperava o soco veio.

Mas eu fui mais rápida dessa vez, puxei um travesseiro para frente do meu rosto. Eles riram, menos Valle que, assim que abaixei o travesseiro, colocou a mão na minha cabeça, me bagunçando de leve os cabelos, com um sorriso mínimo no rosto levemente corado por alguma coisa.

Eu me senti um cachorrinho, mas não importa, eu estava feliz em ver ela e eu sabia que ela também. De um jeito torto e violento, mas era Valle fazer o que?

Não abri a boca pra falar com Luke, apenas sorri e para mim já era o suficiente, tinha vaga impressão que tanto eu quanto ele não queria falar sobre o que tinha acontecido. Não por hora pelo menos. A parte constrangedora desse —coisa que está se tornando comum— reencontro foi quando Seth entrou pela por do quarto se encostando à mesa de um computador, havia tomado banho usava roupas que pareciam apertadas nele, a camisa preta de mangas compridas que ele usava deixava seus músculos quase saltados.

O que era bastante vulgar; apesar do resto está normal, estava com as mesmas calças jeans, mas com um par de All Star pretos que eu não reconhecia.

Rany percebeu que eu estava encarando ele e deu um sorriso enorme, pegou Luke pela mão o puxando para porta e incentivou Velkan e se levantar para tomar um banho, o gótico achou uma boa ideia e foi apoiado na irmã mais velha que parecia uma leoa protegendo o filhote, mas quando Seth tentou se mexer para ir junto ela me solta:

—Deixa de ser idiota, fica com ela! — Bati com a mão na testa olhando para baixo com uma imensa vontade de esconder minha cara em um buraco no chão, o ouvi dando uma risada sem graça, e se mexer para sentar na minha frente enquanto a filha de Eros corria para a porta, aos saltitos.

Gray se sentou na minha frente, puxando as mangas para cima até um pouco a abaixo do cotovelo, vi que seu braço também estava enfaixado, e toquei a atadura apertada com todo o cuidado do mundo, mas ele mal pareceu notar, ou estava fingindo muito bem.

—Onde estamos? —Perguntei depois que o silencio ficou estranho demais. Isso foi uns três segundos depois dele sentar e eu não levantei a cabeça.

—Hãn, na casa do Kyle Savian, deve ser namorado ou cosia parecida da Bárbara, ficou todo felizinho quando ela apareceu na porta e quase não se importou em nos dar roupas. —segurou minhas mãos entre as suas— Cara, você está sumindo, como eu não notei isso?

—Tínhamos, temos, outras coisas para nos preocupar do que com o meu peso. —debochei coçando a nuca um tanto inquieta— Estou bem. Alias, como tudo aconteceu? Não me lembro de nada.

Seth soltou minhas mãos e puxou mais as mangas apesar de quê, por ele ser grande demais para a blusa elas nem se mexeram; levantei o olhar. O filho de Hades passou a mão no queixo, em um tique quase charmoso se ele não estivesse editando alguma coisa na cabeça. Soltei meu ar com força e apertei sua coxa com as unhas, o garoto se encolheu.

Seu jeans estava úmido.

—Gray, o que aconteceu? — Ele fez um barulho com a garganta, algo que parecia um ronronado só que um pouco estrangulado, mas seja o que fosse, fez meus braços se arrepiarem. O garoto tentou saltar minha mão sem conseguir, eu só o apertava mais.

—Você desmaiou uma hora, pensei que estivesse morta, depois... Depois Rany chegou quando iam tentar lhe acordar e estourou a cabeça daquela coisa que usava arco depois houve toda a carnificina, Valerie cuidou de quase tudo sozinha.

—Lembra que você em disse que não era fácil te enganar? Bem, você não consegue mentir para mim também. —Ele ficou me olhando por uns poucos segundos sem desviar os olhos dos meus, depois soltou a respiração que eu não sabia que você estava prendendo.

Bagunçou os cabelos na parte de trás da cabeça com força.

—Sei lá que merda aconteceu, Sury. —disse engasgado— Você estava largada na grama e parecendo a bandeira nacional: pálida, ensanguentada e com a boca e os olhos azuis; não prestei atenção em muita coisa. —Espera. Para um Instante. Ele tinha ficado tão preocupado assim? Ele estava sendo sincero, sincero meesmo, de verdade, mas, dane-se, o que eu não entendo é:

Por quê?

Engoli a seco e olhei para baixo e parei de lhe apertar, passei a mão no meu rosto e tentei respirar fundo sem conseguir, as ataduras estavam pressionado meu coração contra as costas. Tossi um pouco e me curvei para frente cansada, o moreno me pegou pelos ombros, o rosto bem mais próximo. Certo, vou ser mais específica, estava muito próximo mesmo, o bastante para saber que ele tinha escovado os dentes com pasta de dente sabor hortelã.

—Carpe?

—Estou bem, é só que... Essas ataduras estão bem apertadas. —levantei o rosto— O que você está fazendo?

Uma das suas mãos havia envolvido o cabelo da minha nuca e a outra estava no meu ombro, mesmo, mas deslizando tão lentamente que estava provocando arrepios na minha coluna, os meus dedos, se agarraram no pouco pano que eu podia me agarrar no seu peito, já o puxando na minha direção.

Ele riu e passou os lábios nos meus.

—Algo que eu já estava afim fazia um tempo. —Sua língua procurou a minha com rapidez, passei meu braços pelo seu pescoço, o puxando junto comigo enquanto eu me deitava. Ele teve cuidado para não se deitar em cima de mim, por causa das minhas costas.

Puxei sua gola para os lados, mas sem força o suficiente para rasgá-la de verdade.

—Essa camisa ficou ridícula em você. —Ofeguei sem seus lábios, e como resposta risonha, recebi:

—Me ajude atirar então. —Bem, eu tirei— facilmente— a sua camisa alisando finalmente seu tronco e me aproveitando do calor incrível que ele expelia para mim enquanto me beijava, sendo que no fundo da minha cabeça, bem lá no fundo mesmo minha consciência e o desejo travavam uma batalha feroz pelo controle do meu corpo.

O Desejo estava ganhando com uma vantagem gigantesca.

Minha consciência gritava perguntando o que eu tinha na cabeça, eu estava me agarrando com um cara que eu não conhecia só por que ele tinha aparecido na minha cabeça? Onde estava a sanidade que Blythe havia me ensinado? E o desejo gritava as resposta na maior tranquilidade.

Claro que eu sabia o que eu estava fazendo, era obvio não era? Não estava me agarrando com ele só pro que ele havia aparecido na minha cabeça, mas por que queria, por que merecia um pouquinho disso, Blythe havia me ensinado a aproveitar com sabedoria e eu sabia muito bem onde aquilo ai dar e sabia me proteger. Deixei-os discutindo por um bom tempo, e tudo estava perfeito até que alguém gritou da porta.

—Rá! Pode parar esse negocio, nem eu transei nesse quarto ainda e eu sou o dono deste negocio, parou com a sacanagem na minha cama! —Um garoto loiro apareceu na porta, pegou um travesseiro e tacou nas costas de Seth com força, varias vezes até ele se levantar. Fuzilei o garoto com o olhar, com a minha consciência cantando vitoria ao fundo.

—Gray, eu não te conheço, mas respeita a virgindade do meu quarto. —Falou o loiro com um sorriso no rosto. Depois de passar muitas vezes a mão no rosto o moreno assentiu e olhou para o garoto com um sorriso quase amigável. Lembrem-se que eu disse: QUASE.

Acredite, se você nunca teve alguém para atrapalhar em uma hora dessas. É muito chato.

—Foi mal aê, Kyle. —os olhos castanhos escuros encontraram os meus, cintilando com algo que eu conhecia para variar— Mas não deu pra controlar.

—Eu notei bem isso, mas, Carpe, me mandaram ver se você consegue descer, cara diz que sim. —Ele parecia suplicante, com um sorriso engraçado no rosto, os olhos brilhando com algumas brincadeiras que ele estava esperando para completar. Ele parecia um pouco com Miguel nesse ponto, quem sabe um Killian com rédeas? Talvez.

—-Aconteceu alguma coisa? —Indaguei calçando meus tênis sujos os lado da cama, sem me preocupar em passara todo o cadarço apenas enrolando o cadarço grande e dando dois laços para segurar, me pus de pé e cambaleei de volta pra cama. Tonta.

Gray me pegou pelos cotovelos, me levantando.

—Você tem que colocar alguma coisa que preste no estomago.

—Depois eu penso nisso. —Me afastei dele assim que conseguir andar sozinha, Kyle foi à frente me mostrando o caminho.

Era um segundo andar da uma casa, bem na frente da escada era a porta do quarto. O papel de parede era listrado de azul, com alguns quadros familiares bem simples. Era o tipo de casa que eu e Blythe tínhamos, queria saber o que havia acontecido com ela, esperava que não tivesse virado cena de uma sequestrou ou mesmo de um crime.

Não sabia o que a Nevoa tinha feito os mortais verem ou pensarem.

Entramos em uma sala grande, onde Rany fazia uma bolha de sabão contra a luz do sol, Bárbara estava em pé se preparando para jogar uma dracma. Mensagem de Iris. Luke estava sentado no sofá, com Rany debruçada sobre sua perna, parecendo enrolar seu tornozelo com mais ataduras. Ela tinha força eu tinha que admitir.

Kyle passou direto indo para o outro cômodo, o segui chegando a uma cozinha pequena com uma porta aos fundos, para um quintal eu acho. Savian foi em direção à filha de Atena que observava atentamente a TV, falava sobre uma caminhonete roubada por um grupo de adolescentes esquizofrênicos.

O loiro a abraçou pelos ombros com força, lhe beijando o pescoço e dizendo alguma coisa baixa com um sorriso. Vi Bárbara ficar tão vermelha quanto os cabelos, mas estava prendendo um sorriso.

—Own, que casal fofo. —Comentei, eles se viraram para mim, o garoto com um sorriso largo no rosto e ela tão vermelha quanto os morangos de Viollet.

—Não somos um casal! —Havia tanta certeza na voz dela que quase me comoveu.

—Só por que ela não quer. —Respondeu Kyle ignorando Louis e se sentando ao seu lado sorrindo como uma criança que ganha um brinquedo novo, assenti para ele bocejando levemente.

—Não somos um casal! —Ela tentou outra vez.

—Claro que não Bárbara, acredito em você, com toda a certeza. —ironizei, ouvindo a risada de Seth encostado na soleira da porta. —Então, Savian o que aconteceu?

—No quintal. —Fui até o quintal, mas não havia nada lá fora um pequeno depósito com uma das portas largas abertas, uma arvore que fazia sombra em quase todo o quintal e uma grama bem cortada. O tempo tinha passado rápido. As folhas estavam quase que totalmente avermelhadas e douradas, apesar de poucas caídas.

—Meus Deuses, o verão já acabou... —Percebi alarmada, notando que um vento cortante estava quase fazendo meus joelhos tremerem e secando meu cabelo deixando totalmente despenteado e seco como palha. O verão havia acabado e meu aniversario era amanhã.

Curioso, Lika gostará de saber disso.

Pegasus pousou e galopou até mim, abracei seu pescoço com força sentindo um cheiro agradável grama recém-cortada e terra úmida, ele bufou nos meus cabelos, as asas batendo ao lado do corpo, no seu jeito de mostrar felicidade e agitação.

—Não conte a ela, Pegs, por favor, vão querer fazer festas e tudo mais... Não faça isso comigo. —ele bufou uma risada se afastando um pouco e apertando o focinho contra o meu rosto, respirando fundo no meu rosto os olhos grandes fechados. —Também estava com saudades, Peg.

Um relinchar leve, concordando comigo.

—Por que você não fala? Não é mais fácil? Alias, desde quando você fala? —Perguntas acariciando seu maxilar forte, Pegasus me olhou nos olhos, olhos inteligentes, bem mais espertos do que de muitos mortais e deuses também.

Sempre pude falar, Sury. Mas nunca precisei, não com você, palavras não falam o tanto como gestos e ações; aprendi isso com você. Palavras têm muitos sentindo, um gesto não. Nossa comunicação sempre foi simples e eficaz, diferente com a dos outros, mesmo com Lorde Zeus. Palavras complicam as coisas.

—Você não falava comigo por que não precisava, é isso? —Indaguei encantada tanto pelas palavras dele como pela voz solene e calma que soava na minha cabeça. Era incrível, estranho pro ser a voz de uma cavalo, mas era perfeita para Peg, simplesmente era a voz dele.

Pegs bufou um sim.

Não forçamos uma ligação, Sury, apenas aconteceu.

—E por que eu? Quer dizer, com tantos outros, deuses, outros semideu-deuses, Percy por exemplo, por que eu? —O cavalo inclinou a cabeça para o lado, parecendo pela primeira vez confuso. Se você nunca viu a cara de um cavalo confusos e sublime, não tem como descrever o que eu senti de verdade.

Era como estar falando com um alguém sábio, mas de outra forma.

Pergunta-me se há um motivo mágico para nossa amizade? Nem tudo é premeditado, nem tudo foi decidido pelo Oráculo de Delfos ou mesmo pelos deuses. Não há nada muito antigo que me ligue a você Sury, apenas o que você é hoje e o que foi ontem. Sua alma e caráter me aproximaram de você, não é assim que vocês fazem amizades?

—Eu acho... —Ele relinchou rindo um pouco.

Não preciso que os Deuses me digam de quem me aproximar, Sury, sou tão livre quanto eles. Você não é minha meio-sangue tanto quanto eu não sou seu pégaso. Somos amigos, Sury Carpe. Não falei com você antes por que nunca precisei, e não preciso hoje, palavras confundem e você nunca precisou delas para me compreender. Sou seu amigo pelo que você é, tanto quanto você é minha amiga pelo o que eu sou.

Senti meus olhos arderem e lhe apertei pescoço.

—Entendi, eu entendi, Pegs. Mas você não é meu amigo, é o meu melhor amigo.—Lhe acariciei atrás da orelha, Peg bufou levemente mente e se virou para porta, olhei também, Valle, Velkan e Seth me chamavam da porta.

—Você tem que comer, Sury, não deixei você morrer ainda. —Disse Valerie com os olhos com um brilho amarelado autoritário mesmo naquela distancia. Dei um sorriso e beijei Pegs entre os olhos, ele bufou e voltou a comer a grama bem cuidada abaixo de nossos pés.

Corri até eles, Valerie me agarrou pelo pulso e me sentou na mesa da cozinha, a minha frente uma grande torre de panqueca, estavam encharcadas de xarope de bordo, Rany se aproximou jogando um pouco de canela nelas, o cheiro agradável subindo pelas minhas narinas.

Blythe, sorri.

—Coma para podermos ir embora, temos que roubar um carro ainda. —Avisou Velkan se sentando do meu lado, com o controle da televisão na mão, mudando aleatoriamente os canais. Assenti e avancei nas panquecas, não eram as mesmas de Bly, mas ainda sim me senti em casa, rodeada de pessoas estranhas e complicadas. Mas seus sabia que não tinha acabado.

—Então, o cavalo não vai mais falar na minha cabeça não é? Aquilo é bizarro. — Implorou Kyle, em pé ao lado de Bárbara, todo riram um pouco e Louis só o encarou por um tempo, tempo o suficiente para ele lhe roubar um belo beijo e sair rindo, com ela em seu encalço. O retso acabou se disperçando, se arrumando para ir embora, Só Gray ficou ao meu lado e Velkan, que estava concentrado na TV.

Olhei para fora. Raios e trovões cortavam o céu em vários tons de cinza, os mortais não pareciam notar os clarões frequentes, mas nos sim e eu sabia quê logo Zeus e seus outros queridos deuses decidiriam o que fazer comigo.

Bem, acho que o meu querido bisavô tinha belos planos para mim dessa vez.

—Então, que tamanho acha que foi a confusão que você arrumou? —Quis saber Velkan sem me olhar. Deu uma mordida em mais um panqueca e dei de ombros olhando para mais um raio.

—Vamos dizer quê, se eue stiver viva até depois de amanhã estamos no lucro.

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Notas finais do capítulo

Beem, como eu estou super atrasada para a minha escola, não vou conseguir dar muitas explicações agora, mas vamos lá:
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Perdão pela demora, tive um bloquei criativo forte dessa vaz, mas estou fazendo meu melhor, e também estou fazendo cursinho para o meu ENEM esse ano então mil desculpas.
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Tentei explicar melhor um pouco da relação Sury&Peg, espero que tenham compreendido a simplicidade da coisa. Amizade mesmo sabe?
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Espero que tenham gostado pro que eu tenho que ir, beeijos!
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