- Uau, então vocês conseguiram mesmo descobrir o Goyle e ainda fazê-lo se entregar? – perguntou uma das garotas animadas que nos rodeavam.

- Sim. E depois que ele tentou me matar, apareceram mais quinze comensais! Eles eram todos enormes, monstruosos e perigosos, mas conseguimos acabar com a raça deles. Isso sem falar dos dementadores que estavam na entrada do beco.

Vários murmúrios animados foram ouvidos pelo salão comunal. Até algumas coisas bem idiotas como “meu herói!”. Eu ia protestar, dizendo que não foi bem isso que aconteceu, mas assim que abri a boca, Alvo me impediu.

- Deixa ele. Esquece isso. Vamos dar o fora daqui? – eu assenti, e ele me levou escada acima para seu quarto. Era certamente mais arrumado que o de Tiago. – Agora que isso acabou, finalmente temos algum tempo juntos. – Seu sorriso lindo brilhou enquanto me olhava.

- É. Acho que a gente não ficou mesmo muito tempo junto depois daquele dia. – falei acariciando seu rosto.

- Que dia? – ele sorriu inocente, mas malicioso.

- O dia que começamos a namorar. – disse franzindo o cenho, tentando descobrir o que ele estava fazendo.

- Eu não me lembro desse dia. – continuou com a mesma expressão. – acho que você vai ter que refrescar a minha memória.

- Ah, seu bobo. – sorri, dando um leve tapa em seu braço. – Você não lembra mesmo? – fingi estar triste, fazendo biquinho.

- Não mesmo. Vai ter que me ajudar a lembrar. – com isso, aproximou mais os seus lábios dos meus.

Começamos a nos beijar tão apaixonada e docemente quanto na primeira vez que o fizemos. Ele deitou-me em sua cama e começamos a rolar nela como fizemos na grama naquele dia. É claro que dessa vez eu poderia ficar um pouco mais sexy já que não ia ter grama no meu cabelo.

Ele não levou suas mãos, nem ao menos uma vez, ao fecho da minha saia ou os botões da minha camisa. Ele só me beijou docemente e apaixonado durante todo o tempo que tivemos. Aquilo era mais delicado do que Tiago e Draco jamais foram comigo. Mas o Al era diferente.

É claro que a cada segundo que passava eu queria ainda mais arrancar as suas roupas fora de uma vez por todas, mas era fofo daquele jeito. E eu acho que conseguia me contentar com os arranhões (que eu me esforçava para que fossem leves) em seu pescoço sexy.

E vez ou outra (mas claro, menos do que eu gostaria) eu também sentia seus bíceps definidos. Quando já estava difícil respirar para nós dois, pegamos fôlego e ficamos simplesmente nos abraçando. Eu tirei sua gravata vermelha e dourada.

- Eu te amo, Serena. Mais que tudo, desde sempre, e pra sempre. E não vou te esquecer. – disse, entrelaçando sua mão na minha e passando a outra mão levemente por meu cabelo. – É uma promessa.

- Tem certeza?

- Sim.

- Eu também. É simplesmente impossível te esquecer. – abri um sorriso meigo, e ele me acompanhou.

- É. – soltou uma risada nada modesta. – Eu sei. Eu sou o máximo. Você pensa o tempo todo em mim.

- Não penso o tempo todo em você. Quando você está longe, mesmo que um pouco, eu sinto saudades. E quando está perto, eu simplesmente não consigo pensar em nada. – falei, impressionada com como aquilo realmente tinha soado romântico.

- Assim você ainda me mata, Se. Para de ser perfeita. – deu um único beijo estalado em meu pescoço.

- Para você de ser perfeito, e depois eu penso no assunto. – nós dois rimos.

- Quanto tempo mais ou menos faz que a gente está aqui? – perguntou, franzindo o cenho.

- Não sei alguns minutos? – falei, indiferente, mas ele me encarou.

- Se, já anoiteceu. – apontou para a janela e eu fiquei assustada.

- Uau, o tempo realmente passa rápido quando você está com quem você ama. – disse, entrelaçando minhas mãos nas dele enquanto nós saíamos.

- Gente! – gritou Tiago, assim que sentamos nas poltronas perto da lareira. – vamos jantar?

- Hum, acho que pode ser. – falei.

Saímos, seguidos de Ella e Gerald, que ficaram o resto da tarde juntos. O jantar estava melhor do que jamais foi, assim como toda a Hogwarts. Finalmente conseguimos ter paz e saber que não íamos precisar nos preocupar com nada além do trabalho de poções naquela noite.

- Ei, o que vocês acham de irmos comemorar, só nós quatro? – perguntou Tiago com animação.

- Fazer o que, por exemplo?

- Não sei, podíamos fugir na capa da invisibilidade e levar algumas cervejas amanteigadas. Podíamos ir para perto do lago negro, ou sei lá... – respondeu, distraído.

- Nós todos cabemos lá embaixo? – perguntou Ella.

- Não sei, mas podíamos tentar, não é?

Por mais que a ida até lá tenha sido um pouco (ok, talvez nem tão pouco assim) desastrosa, lá estávamos nós. Deitados na relva, agora nem tão seca pelas gotas de orvalho, perto do lago negro. E tomando cervejas amanteigadas e deliciosas que eu ainda não sei onde Tiago arrumava.

- Se. – Thi sussurrou baixo para que eu fosse a única ouvi-lo. – você sabe que eu nunca vou deixar de te amar e nem te esquecer, não é?

- Sei, e você é um fofo por isso, Tiago. – disse com uma pequena (bem pequena) pontada de culpa.

Talvez Alvo tenha ouvido isso, pois quase que instantaneamente segurou minha mão com delicadeza. Nos entreolhamos e nossos olhos cintilavam com o brilho da lua. Era realmente uma linda noite. Principalmente ao lado das pessoas que eu mais amava em Hogwarts.

- Gente, olha como as estrelas estão ainda mais brilhantes em Hogwarts hoje! – animou-se Ella, apontando para o céu, que não tinha um só centímetro que não brilhasse.

- É mesmo. – concordaram Al e Tiago em uníssono.

- É, acho que elas estão sempre mais brilhantes em Hogwarts. – sorri, aproveitando o clima agradável da noite de primavera, e o cheiro de hortelã e lírios que se espalhava pelo ar.

                                                                      *  O fim  *