CRACK! Acordei com o barulho de Draco aparatando em meu quarto, ou pelo menos eu pensei que fosse Draco. Quando me virei, me vi de cara com mais dois garotos.

- Ainda não está pronta? – perguntou Draco e então me lembrei que eu compraria minha varinha, e rapidamente levantei e entrei no banheiro. Me vesti, fiz minha higiene pessoal, e ao sair, os três estavam me esperando. Eu diria que “roupas de trouxas” seria o termo apropriado para o que eu estava usando, e provavelmente seria por isso que os três fizeram uma careta, e quando eu vesti uma capa que Draco me deu, voltaram a sorrir.

O beco diagonal era ainda mais incrível do que eu pensava.

- Mogno, 30 centímetros, flexível, com pêlo de unicórnio. – disse o senhor Olivaras, e quando dei por mim, já estava sendo empurrada para fora da loja pelos três garotos.

- Ei, que tal entrarmos na loja de corujas? – perguntou Draco.

- Sinceramente, se não posso pagar nem por esta varinha, e não entendo como poderia pagar por uma coruja. – disse melancólica. Queria muito uma coruja.

- Sabe, Serena, seu pai tinha muito dinheiro em Gringotes. – ouvi-o dizer ao me puxar pela mão para dentro.

- Sendo assim quero a coruja negra que está no fundo. – disse ao apontar para a coruja com uma única mancha branca em seu corpo perfeitamente negro.

- Bela escolha – disse Draco e sorriu docemente ao entregar os galeões.

Compramos minhas vestes, meus livros e então voltamos para o caldeirão furado.

Os dias se passaram muito mais rápido do que eu esperava, e logo eu estava em frente ao expresso de Hogwarts. Draco me acompanhou para dentro junto com Alvo e Tiago. Então, ele se uniu aos outros professores e eu sentei em um vagão vazio.

Os meninos nos seguiram, e mais um garoto se uniu a nós. “Ótimo, não vou ter nenhuma amiga.”

- Sou Gerald Longbottom. – disse ele. Neville deve ter uma esposa linda, seu filho era simplesmente um gato. – posso sentar aqui? - Eu assenti. Tiago e Alvo pareciam ter uma pequena amizade com ele.

Depois de um certo tempo, uma garota apareceu em frente à porta. E entrou (não, eu não estou louca). Sentou ao meu lado.

- Oi, prazer – disse ao estender a mão – sou Gabrielle Johnson, Grifinória.

- Serena Terrence.

Nós cinco tivemos uma conversa realmente interessante a caminho de Hogwarts. E quando finalmente chegamos, meu coração acelerou mais ainda.

Entramos em Hogwarts, e eu senti como se todos os meus sonhos se realizassem. Ao entrarmos no salão principal, ouvi alguns murmúrios de boa sorte de vozes conhecidas vindo da mesa da Grifinória. Percebi que a maioria que estava aguardando o chapéu seletor não era primeiranista.

- Serena Terrence.

Quase imediatamente que coloquei o chapéu, ouvi “Grifinória!”, vivas de alegria, e então meu coração congelou. Sentei-me entre Gabrielle e Tiago, em frente a Alvo.

Nós comemos a melhor refeição de minha vida e depois fomos ao salão comunal. Não que eu me lembre muito do que aconteceu, pois ainda estava com o coração palpitando de alegria.

Voltei à realidade quando descobri que dividiria o quarto com Gabrielle. Já havia sido demais por um dia, e eu precisava mais que tudo dormir.

A primeira aula do dia era DCAT com Alvo e Gabrielle, como todas as outras exceto poções, na qual teria que me contentar com Gabrielle, e Herbologia, na qual Alvo e Gerald me acompanhariam.

Ao entrar na sala, sentei-me na primeira fileira e... ARG! Estava fazendo de novo! É só mais um professor! E eu sou estúpida!

A aula começou, e por algum motivo, senti que Draco não parava de olhar para mim. E percebi que não prestei atenção no que ele falava.

- Senhorita Terrence, pode vir aqui na frente e mostrar para a classe como se faz um patrono? – disse ele. Eu o encarei com cara de “porque você fez isso?” e fui para frente da sala. Você consegue. Pense na memória mais feliz que já teve! E rapidamente mentalizei o chapéu seletor gritando “Serena Terence, Grifinória!”.

- Expecto Patrono! – gritei e vi um filhote de panda sair de minha varinha. Estava certamente decepcionada. Eu não esperava conseguir de primeira o meu... panda fofinho e bebezinho para me proteger. Draco me olhou em um misto de surpresa e orgulho.

- Muito bem, Srta. Terrence- ouvi sua doce voz dizer.

Alvo me fitou com admiração, enquanto eu admirava meu patrono. Era muito bonito. Ouvi um riso no fundo da sala. Um riso que eu reconheci ser da filha de Pansy Parkinson. Não pensei duas vezes. Fui até lá e derrubei tudo que estava em cima de sua mesa.

- Serena Terrence- ouvi a calma voz de Draco – detenção. – disse ele com um leve sorriso nos lábios. Era minha impressão, ou Draco Malfoy realmente queria me por de detenção desde que entrei naquela sala?

Esse foi o pensamento que permaneceu em minha mente durante o resto do dia. Até que chegou a hora da detenção e eu mal podia esperar para ver qual era meu castigo (OK, eu disse mesmo isso?)

- Olá senhorita Terrence. – disse Draco com sua voz angelical. Três botões de sua camisa estavam abertos, deixando um pedaço de seu belo corpo à mostra – pronta para separar o trabalho dos alunos? – disse ele.

- É o primeiro dia de aula, porque teria trabalhos? – perguntei.

- Os alunos do terceiro, sexto e sétimo anos fizeram uma pesquisa nas férias. – disse ele sorrindo. Em pouco tempo já me apaixonei por aquele sorriso.

- Draco Malfoy, você é um homem mal. – disse, e seu sorriso se expandiu.

Nos sentamos, e eu comecei a separar minha pilha (bem maior) de trabalhos. Primeiro por ano, então por casa, e por ordem alfabética.

POV Draco:

Nos primeiros minutos eu tentei realmente me concentrar. Então arrisquei uma espiada para frente para ver como Serena estava indo. Abri mais um botão de minha camisa. Serena mordia sensualmente sua unha do dedo mínimo, e seus longos cílios escondiam por completo seus olhos castanhos profundos e cintilantes. Percebi que leves cachos se formavam na ponta de seus cabelos na altura do ombro.

Resolvi que não podia mais ficar parado. Ela me deixava louco, e apesar de ser errado, eu TINHA que tomar uma providência sobre isso.