Acidentalmente Apaixonados escrita por luisalanajacs


Capítulo 8
Capítulo 6- A aprendiz de Rita Skeeter


Notas iniciais do capítulo

Nossa, eu estou tão feliz :-) Essa história tem dado um retorno tão animador que os capítulos estão saindo na realidade da luz, eu sento no computador e sem perceber eu já estou no Word! Estou muito feliz com os comentários, e para os novos leitores, sejam bem-vindos!

OBRIGADO PELOS REVIEWS!

Vocês vão entender o título do capítulo assim que lerem-no, tudo bem? Beijinhos!



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Rose saiu da enfermaria no dia seguinte amparada por Albus, sua perna cheia de bolhas amarelas que estouravam gradualmente, escorrendo de um líquido viscoso e nojento. Em conseqüência disso, ela usava suas pernas completamente enroladas numa gaze magicamente encantada para absorver qualquer líquido.

Todos apontavam pra ela com desdém quando passavam, dando risadas maldosas e sussurrando ofensas pra dirigir à ela. Sua raiva estava a um passo de explodir, mas ela a controlava, porque não estava em condições de ficar dando chiliques. Albus fazia careta e parecia estar com pena de Rose. Sabendo que ela odiava ser motivo de pena (e se odiava!) tentava esconder isso do modo que podia, mas estava bem difícil.

Estavam indo almoçar quando um corvinal parou Albus no corredor, cutucou-se e lhe meteu um recorte de jornal na cara, antes de sair às gargalhadas.

_São tão idiotas!_disse ele, ao terminar de ler, encolerizado._Quem será que escreveu isso?_

Rose pegou o recorte de jornal (sentindo seus dedos bem duros por causa dos tumores nas mãos) e começou a lê-lo.

A HUMILHAÇÃO DE ROSE WEASLEY: INJUSTIÇA OU MERECIMENTO?

Ontem, toda a Hogwarts testemunhou uma humilhação pública para a sextanista Rose Weasley, da casa Sonserina,  que deixou a adolescente o dia inteiro na enfermaria sob os cuidados médicos da enfermeira Madame Pomfrey, que declarou, bem assustada, que “não sabia quem seria capaz de um ato tão cruel e humilhante”

A verdade não será revelada com muita facilidade, mas nossos repórteres procuraram as respostas durante todo o dia, e várias teorias poderiam ser apresentadas, algumas mais verossímeis do que outras...

Rose Weasley, em sua personalidade, é descrita como uma menina violenta e sem escrúpulos pra conseguir o que quer, a ponto de roubar nos testes de quadribol para conseguir a vaga de apanhadora do time da Sonserina, enganando a todos os que assistiram aos treinos. Sempre é vista com o bruxo Scorpius Malfoy (que se recusou a nos dar uma entrevista) em brigas, a ponto de já terem ido para a diretoria nesse mesmo ano. E além de tudo isso, uma fonte que não quis se identificar disse que ela abusa muito do cargo de monitora, dando punições desnecessárias apenas para saciar seu prazer em ver a desgraça das outras pessoas.

_Além do mais, ela é uma vadia._diz Mary Flint, uma corvinal muito bonita do sexto ano._Não é nada, com aquele cabelo que parece um Bombril enferrujado... Nunca vi menina mais mal vestida e também mais masculinizada... E, além de tudo isso, roubou meu namorado!_

Essas informações nos fazem pensar se essa humilhação não tenha sido, apenas, o ato de dar para a estudante um pouco do próprio veneno. Ou pode ser uma vingança de alguma pessoa que ela já tenha humilhado. McGonagall não quis dar informações sobre o que fará para descobrir o culpado, mas de uma coisa, sabemos: cruel e sádica como Rose Weasley, essa humilhação não é nem de longe aquilo que ela merece por ser a pessoa que é.

_Rita Skeeter._ declarou Rose Weasley definitivamente irritada, dando um soco na parede momentaneamente se esquecendo das bolhas dos dedos, o que lhe fez surgirem lágrimas nos olhos.

_Não, Rose, é do jornal de escola. Quem será que o escreveu? Gostaria de ter uma conversa séria com essa pessoa!_ argumentou Albus, vermelho de raiva.

Rose pegou o recorte. Era obrigatório o nome de quem escrevia qualquer matéria no jornal; McGonagall tinha sido esperta em descer aquele decreto. Ocorreu-lhe a ideia de que o nome estava lá, só que escondido... Estudando-o com atenção, pegou sua varinha e, tocando o manuscrito, murmurou:

_Revele seus segredos._

Em reação imediata á suas palavras, começaram a se formar palavras de tinta preta no final da folha, revelando um nome...

Natasha Lewis.

A mente de Rose voltou imediatamente para as palavras de Scorpius na noite anterior e ela teve que admitir, com raiva, que ele tinha razão.

Natasha acabara de passar no corredor, juntamente com Robert, Aleto vindo em seu encalço e Rose viu o queixo de Albus cair, compreendendo no mesmo momento que não adiantaria lhe dizer a verdade. Todos na escola admiravam os gêmeos, não havia nenhuma exceção, ninguém estava disposto a se virar contra eles. A não ser...

_Se não é Rita Skeeter..._começou ela, tirando aquela vaga hipótese da cabeça. _É sua filha, porque é o mesmo estilo._

_É, Rose, você tem razão. Vou levar você pra aula de Poções e venho te buscar quando eu terminar Adivinhação, tudo bem?_

_Tudo bem, Albus. Tudo bem._

Ele ajudou-a até a porta das masmorras e deixou-a lá, subindo com pressa para a torre, enquanto ela entrava. E se deparava com uma das piores cenas de sua vida.

Alguém tirara várias fotos da hora em que ela estivera desacordada, que estavam magicamente ampliadas. Elas mostravam ela cheia de tentáculos nos cabelos duros, o rosto queimado e todo cheio de bolhas. Outras davam destaque pra para o corpo inteiro, incluindo suas roupas chamuscadas e as bolhas horrorosas nas pernas.

_Bonita, não é?_zombou Ashley Smith, uma corvinal por quem sentia grande antipatia._Agora sua horrorosa feiosa, não está se achando tanto agora, não é? Quem mandou ser vadia e roubar o namorado da Mary? Ainda bem que a Natasha apareceu por lá e mostrou pra ele o que é bom gosto de verdade, seu pedaço de bosta._

Ela corou, ultrajada, mas não disse nada. Não estava em condições pra brigas, embora nunca tivesse sentido tanta vontade de bater em alguém. Todos começaram a rir, cruelmente, menos Scorpius, que lhe encarava como se perguntasse: “Vai deixar isso barato?”

_Rose, querida, o que houve com você?_ a voz de Nott soou atrás dela, e, de uma hora pra outra, as fotos sumiram e as risadas cessaram.

Ela moldou sua expressão para ficar o mais natural possível.

_Foi uma infelicidade, Professor. Vou sobreviver._

_Sente-se, querida._

Ela foi para o lugar vazio perto de Malfoy, embora Ashley tivesse se espremido para que ela sentasse ao seu lado, um sorriso maldoso no rosto. Assim que ela se sentou, ele se virou pra ela sem sorrir, e perguntou:

_Já se decidiu?_

_Não sei. E não estou com pressa de descobrir. Nem um pouco de pressa, se quer saber._

_Tudo bem. Vou esperar mais um pouco._

A aula correu normalmente, e quando Albus veio buscá-la, Rose não falou nada sobre o que ouvira na aula. Teria a impressão que o primo endoidaria se contasse, uma vez ele parecia exausto e um pouco distante.

Logo no fim do corredor, Jonathas e Mary se agarravam de um jeito muito nojento, completamente em público, e as pessoas moviam seus olhos da cena para Rose com deboche no rosto. Foi uma das piores coisas que ela poderia ter sentido, a raiva mesclada com uma espécie de traição e a dor da rejeição.

Todos aqueles sentimentos, ao invés de fazerem-na parecerem deprimida, deram-lhe um ar de inegável arrogância, e sua raiva fez-lhe soltar do apoio de Albus e virar-se para ele, forçando uma voz bem calma; nem Rose conhecia alguém tão mestre quanto ela em ocultar sua raiva.

_Albus, eu sei que eu sou pesada e que está sendo difícil pra você, mas já está melhor!_não era mentira; a ardência na perna diminuíra bastante._Não quero que você fique me arrastando para todos os lados toda hora. Odeio depender dos outros. Gosto de fazer as coisas sozinha._

_Típica sonserina: amiga leal, mas incrivelmente orgulhosa._disse ele, sorrindo._Tudo bem Rose. Se você se sente melhor, isso é o que importa._

_Ah... Obrigada Albus. Você está do meu lado, não está?_

Ele sorriu mais abertamente, com certo deboche.

_No dia em que você deixar de ser Rose Weasley, eu vou deixar de ser seu amigo. Enquanto esse dia não chega, sim, eu estou do seu lado._ e, com isso, foi em direção à aula de Runas Antigas, enquanto Rose, o queixo erguido com arrogância, andava pela escola (a perna ainda doía à beça) à procura de Scorpius Malfoy.  Encontrou-o perto da sala de Aritmancia, conversando com Charles Maddock, e respirando fundo, tomou uma decisão.

_Malfoy?_ chamou-o.

_Sim?_

_Eu aceito._

Ele a olhou e sorriu levemente, o que foi rapidamente substituído por uma expressão de desdém.

_Muito bem Weasley._riu com deboche._Está gostando de ser a estrela das atenções? Acho que não se sente tão “demais” agora que todo mundo te odeia, não é?_

Rose Weasley nunca sentira tanta raiva em toda a sua vida, e o peso daquele dia horroroso voltou com tudo em seus ombros. Suas unhas novamente se enterraram nas palmas das mãos, buscando o controle da raiva através da dor, e ela não ligou para os calos nos dedos reclamando à pressão.

_Pelo menos as pessoas olham pra mim, Malfoy. Falando bem ou mal, elas me notam. Ao contrário de um bosta como você, do qual ninguém nota a existência!_

E entrou para a sala, ouvindo o assovio de Maddock sem olhar para a reação de Malfoy. A aula de Aritmancia começou, e, Amara, entrando correndo e balbuciando desculpas desajeitadas para o professor, sentou-se ao seu lado, pálida e preocupada.

_Rose, pelo amor de Merlin, o que estão fazendo com você? Isso é terrível! Fui ver você na enfermaria hoje e me disseram que tinha saído..._

Logo Rose contava pra ela o resumo do seu dia, tirando a parte em que aceitara uma ajuda aparentemente impossível à Malfoy; ela não sabia do que se tratava, e, enquanto não tivesse certeza, não contaria à ninguém—ela tinha a impressão de que morreria se alguém soubesse.

No meio da conversa um bilhete caiu na mesa das duas, e Rose abriu-o apressada, constatando que tinha sido escrito em caligrafia fina e delicada, o que, pensou ela com deboche, combinava bem com a posse “afeminada” de seu remetente:

Muito bem. Encontre-me na Floresta Proibida hoje, meia noite e meia. Pegue a capa da invisibilidade de Albus, se precisar. Não conte à ninguém sobre isso, nem traga ninguém com você. Certifique-se de que não está sendo seguida. E leve comida, vamos precisar. Scorpius Malfoy”

Ela suspirou e enfiou o bilhete da mochila, sem que Amara o percebesse. Depois partiu um pedaço de pergaminho e rabiscou rapidamente uma resposta:

Não sou burra.”

Malfoy leu o pergaminho e olhou pra ela sorrindo, como se perguntasse: tem certeza?

Rose suspirou. Não queria nem saber o que lhe prometia aquela noite, mas prometera ir, e nunca voltava atrás de suas promessas. Nunca.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? No próximo capítulo, o encontro na Floresta Probida...
Beijos!