Acidentalmente Apaixonados escrita por luisalanajacs


Capítulo 10
Capítulo 8- Cartas, corujas e planos articulados


Notas iniciais do capítulo

Eu seeeeei que eu demorei mais do que deveria... Mas meu computador pegou um vírus, o Nyah barrou minha entrada no site, tive que formatar e tals... Em compensação, volto com o um capítulo maior, o maior que já escrevi até agora! Espero que gostem...
E EU ESTOU MEGA FELIZ COM TODOS OS REVIEWS QUE EU RECEBI ATÉ AGORA... TÔ FALANDO SÉRIO, EU BEIJARIA VOCÊS SE PUDESSE! MUUUUUITO OBRIGADA!
Agora, terminado meu surto, vamos ao capítulo.



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 Rose dormiu como um anjo, muito satisfeita consigo mesma e com o que fizera com Scorpius. Tinha conseguido extravasar boa parte da própria raiva, e, quando acordou, se dirigiu calmamente para os corredores de Hogwarts.

As ofensas ainda estavam no seu auge, isso era muito claro, mas a perspectiva de uma vingança parecia deixá-la mais animada para encarar toda aquela humilhação. Chegou à mesa da Sonserina anormalmente calma, e sentou-se normalmente ao lado de Albus, sentindo a palpável áurea de ódio que emanava de Scorpius. Ele ainda não esquecera o mergulho no lago. Rose direcionou-lhe um sorrisinho.

_E você Rose, como está?_ perguntou o primo. _Como estão as bolhas nas pernas?_

_Graças à Merlin..._suspirou ela, feliz. _Vazias e cicatrizando rapidamente. Em dois ou três dias estarei nova em folha._

_Ah, isso é bom._Albus sorriu, sua expressão suavizando-se um pouco. _O que você foi fazer fora da cama ontem?_

Ela engasgou-se com o leite que tomava, e ouviu Scorpius fazendo o mesmo. Felizmente, Albus não notou; parecia bem concentrado em Rose e na espera por uma resposta.

_Como ficou sabendo disso?_ perguntou ela, calmamente.

_Aquela amiga sua, a Parkinson, eu acho. Ela me disse que acordou em torno de meia-noite e meia, quase uma da manhã e você não estava na cama. Veio me perguntar hoje de manhã se você estava comigo._

Maldito interesse da Amara no Albus, pensou a Weasley, abrindo uma carranca.

_Senti fome e fui até a cozinha pegar um pouco de comida com os elfos domésticos. Não sei se você sabe, mas Fred me mostrou a entrada para a cozinha. Eles são muito prestativos, os elfos domésticos._ mentiu ela, impressionada com a própria rapidez. Scorpius suspirou de alívio, e ela revirou os olhos para ele.

_Ah, ainda bem. Achei que você tinha saído para arquitetar algum plano maléfico. Conhecendo você como eu conheço, isso é bem possível..._

Felizmente, o raciocínio certeiro de Albus foi interrompido pela entrada rotineira das corujas e suas correspondências. Astoria (a mamãe mimo, como Rose costumava chamá-la), como sempre, enviara ao Malfoy uma remessa de doces e tortas, que certo dia Albus confidenciou-lhe que era um costume de família.  A coruja da família Potter, branca e cinza, chamada Edwiges II pousou em frente à Albus, trazendo um curto pergaminho com saudações de Harry e Gina pela entrada do filho novamente no time de quadribol.

Não era comum Rose receber cartas—Hugo, sentado à mesa da Grifinória, era o único dos dois que pedira correspondências regulares aos pais—mas naquela dia, Píchi, a velha coruja de Rony, pousou à sua frente, absolutamente exausta, deixando cair um pergaminho no colo da Weasley, que abriu-o imediatamente.

Tinha sido escrito com a caligrafia desleixada da mãe, e, pelas manchas de tinta na extensão do pergaminho, Hermione o escrevera sob grande preocupação.

Rose querida,

O que está ocorrendo com você, meu bem? Não sabe a preocupação que tivemos quando chegou a coruja de Minerva, avisando do estrago que fizeram em você! Acredite, seu pai perdeu, no mínimo, uns dez tufos de cabelo enquanto eu escrevo esta carta. Você está bem? As feridas não tiveram nenhum problema para cicatrizar? Estão te dando doses certas de poção analgésica?”

_Ela não me conhece._comentou Rose, rindo. _Como se eu fosse querer poção analgésica._ e, ainda rindo, voltou à carta.

E agora de manhã, quando seu pai estava começando a se acalmar, me chega às mãos esse recorte de jornal horroroso! Você está lidando bem com isso? Estamos preocupados e discutindo a hipótese de a decadente Rita Skeeter se infiltrar em Hogwarts apenas para tocar o terror em nossa família. Ela nunca gostou muito de mim mesmo...

Rony está quase berrando que você nos mande uma resposta rapidamente. Levando em conta a (in)eficácia da velha Píchi, essa carta só vai chegar daqui à alguns dias, mas nunca é demais se apressar, não é mesmo?

Sei que esta carta ficou confusa, mas sabe que eu não funciono bem sob pressão e Rony está me pressionando pra escrever isso desde a hora em que fomos nos deitar. Espero que fique bem, querida, e, qualquer outro problema que tiver, avise-nos imediatamente.

Com amor, Hermione.

P.S. Gostaríamos também de saudá-la por sua entrada no time de quadribol. Imagino que será reserva agora, por causa de seus ferimentos, mas Rony chorou quando nos foi informado sua entrada no time. Isso é tão... Rony. Também estou orgulhosa de você, apesar de não ser uma grande fã... Parabéns! Rony insistiu em te dar um presente... Ele deve chegar pouco depois da chegada desta carta.”

Rose terminou de ler a carta, e Albus, curioso, começou à lê-la sobre o ombro da prima. Terminada também a leitura de Albus, os dois se entreolharam por um segundo e começaram a rir.

_Só podia ser meu pai._ofegou ela, depois de alguns minutos de riso._Albus, você tem uma pena aí com você? Tenho que responder. A coitada da Píchi vai morrer na volta, mas tudo bem, não é mesmo, Píchi?_ disse Rose, passando o dedo carinhosamente pela cabeça da coruja, que lhe deu uma carinhosa bicadinha no dedo.

_Acho que tenho uma aqui comigo._respondeu o primo. _Mas não está muito boa, então, não estranhe se tiver as manchas de tinta._ ele lhe entregou uma pena desgastada e um tinteiro quase vazio. Rose rapidamente respondeu no verso do pergaminho, com a letra mal-feita e apressada.

Mamãe e papai, estou bem. Minhas feridas na perna estão quase cicatrizadas. Claro que vou o cabeleireiro vai ter um belo trabalho pra concertar meu cabelo chamuscado, mas isso é o de menos, não é mesmo? Eu sempre o mantive preso, mesmo.

Rita Skeeter não se infiltrou aqui, Minerva não gosta muito dela, e eu duvido que ela consiga entrar aqui. Afinal, desde que o ministério descobriu que ela é uma animaga não-registrada as coisas ficaram pretas para o lado dela... Se bem que ela mereceu. Aquele livro sobre o Dumbledore é um insulto.

Esse recorte não me afeta muito. As pessoas vão ficar hostis por um tempo, mas logo depois eles esquecem...

E obrigada pelos elogios. Mal posso esperar para saber qual é o presente! Beijos.”

_Obrigada, Albus._ Rose lhe entregou a pena. Amarrou o pergaminho, e, deixando que Píchi beliscasse um pouco da sua comida, permitiu que ela levantasse vôo e saísse, parecendo exausta.

_Qual será o presente?_perguntou ele, guardando a pena.

Mal terminara ele de fazer essa pergunta quando o salão inteiro irrompeu num enorme “OOOHHH”, todos olhando para cima. Rose, acompanhando o olhar deles, surpreendeu-se ao ver uma linda coruja atravessando o salão com suas enormes asas. Logo constatou que era uma coruja muito rara, dado o tom de suas penas—um vermelho bonito e vivo, que brigava com o do cabelo de Rose—e o seu tamanho incomum.

E para a surpresa de toda a mesa da Sonserina, a coruja pousou em frente à Rose, olhando-a com certa dignidade. Rose desamarrou o bilhete.

Dados os seus insistentes pedidos para ter sua própria coruja, aí está ela. Rony escolheu-a porque disse que é ela é idêntica à você: Linda, diferente, rara e especial. Esperamos que goste!”

Todos olharam maravilhados para a coruja, inclusive Albus, que arrancou o bilhete da mão de Rose muito excitado.

_É sua?_exclamou ele, excitado._Que coruja mais linda!_

_Pois é._disse Rose, acariciando a coruja. _Linda. Parece uma fênix._

Passada a surpresa inicial, todos voltaram às suas conversas. Rose, ignorando os pedidos insistentes de todos para vê-la de perto, resolveu mandá-la para o corujal, enquanto discutia o melhor nome para dar à coruja.

Ela e Albus foram juntos para a aula de Trato de Criaturas Mágicas, aonde o professor Hagrid (grande amigo de seus pais, segundo eles próprios) apresentava unicórnios, as criaturas mais fofas que Rose já vira. Até mesmo Scorpius, frieza e “macheza” em forma de pessoa, suavizava a expressão ao encarar os animais.

Depois, foram para as estufas, aonde podaram os mais estranhos tipos de arbustos que Rose já viram. Seus galhos se retorciam como braços, e eles soltavam um agourento grito quando eram cortados. Rose saiu da aula ligeiramente tonta, seus olhos se revirando sem parar nas órbitas, coisas que o Professor Longbottom disse que eram normais para quem ficava muito tempo ouvindo repetidamente os sons dos arbustos.

_Experimente ficar sem falar por um tempo._disse ele, sorrindo. _Se quiser isto..._ele lhe mostrou um par de abafadores de orelhas._Costuma ajudar bastante._

Ela aceitou o par de abafadores e passou o resto do dia com eles, captando muito pouco das aulas dos outros professores. Finalmente quando estavam livres, Scorpius veio pelo corredor e arrancou-lhe o acessório.

_Não sei se você ouviu, ou melhor, sei que você não ouviu, mas temos um treino agora. E, até onde eu sei, você é nossa apanhadora..._

Rose deu de ombros, arrancou os abafadores da mão dele e começou a segui-lo pelos corredores do castelo, sem reparar em nada. Nem sequer via os sorrisos maldosos que lhe eram mandados. Na verdade, usando o acessório, ela tinha a impressão de que nada poderia preocupá-la, sua mente estava levemente vazia, e no meio daquele poço de calma, ela percebeu que, provavelmente, aqueles abafadores tinham algum tipo de encantamento.

Chegando ao campo, ele se virou para ela, a expressão severa.

_Muito bem._ disse ele, muito alto. _Sra. Weasley, digo-lhe que a despeito de seu bom teste. _ele torceu as duas últimas palavras. _Não quero alguém com a sua reputação no time. Por isso, você agora é reserva._

Ela sentiu raiva, muita raiva, quando o olhar dele, atento, voou dela para Natasha, sentada nas arquibancadas, olhando aquela cena deliciada. Lembrou-se do plano, e, respirando fundo, procurou de acalmar.

_VOCÊ NÃO PODE ME REBAIXAR ASSIM! NÃO PODE!_berrou ela, genuinamente irritada, apesar de aquilo fazer parte do plano. _QUEM VAI COLOCAR NO MEU LUGAR? HEIN? QUEM?_

_A segunda pessoa que fez o teste, e que jogou melhor que você!_nessa hora a voz dele tremeu levemente, mostrando sinal de que queria rir. Mas logo depois se recompôs. _Lewis, você quer entrar no time?_

O rosto de Natasha, que observava a cena interessada, se descontraiu num sorriso glorioso, e todos os garotos do time, com exceção do rosto de Scorpius (que continuava impassível, apesar de Rose notar que ele inconfundivelmente prendia o riso) ofegaram. Ela desceu as escadas, elegante, e, logo em frente à Scorpius, olhou desdenhosamente para Rose.

_Quando você quiser que eu jogue, eu jogarei, Scorpius._

_Aqui dentro, é Malfoy._corrigiu ele, severamente._Vá lá dentro e troque de roupa. E você, Weasley, se sente. Quero que veja como se joga quadribol._

Ele tinha pegado pesado, e o próprio Scorpius admitiu isso mentalmente, enquanto via o tom da pele dela ir do normalmente pálido até um vermelho que empatava com o da coruja que ela ganhara. Ele sentiu a palpável atmosfera de raiva que ela emanava por um momento, até que, gradualmente, o vermelho foi clareando até sobrar um delicado tom de rosa. Com o pretexto de discutir com ele, Rose se aproximou.

_Vou fingir que não quero matar você nesse momento. _sibilou a Weasley._Não dá para te encontrar na floresta proibida hoje, tenho que ficar até tarde na sala comunal terminando meu trabalho de Herbologia.  Me encontre no salão comunal às três da manhã. Se não puder ir normalmente, use a capa da invisibilidade._

_Que está com você._retrucou ele.

_Quando você precisar dela, ela estará lá para você. E leve comida._

_Você sabe muito bem que não é preciso levar comida._ brincou ele, sorrindo.

_Só para você perceber o quanto isso é..._a Weasley viu Natasha se aproximando, torcendo o cenho com a aproximação dos dois. _UM SACO!_

O olhar dele voou para a Lewis numa fração de segundo.

_EU JÁ DISSE! VOCÊ ROUBOU NO TESTE, EU NÃO SEI COMO, MAS ROUBOU! A LEWIS, PELO MENOS, JOGOU HONESTAMENTE! ELA PEGOU O POMO EM MAIS TEMPO, MAS DO MODO CORRETO. E NÃO ME QUESTIONE! EU SOU SEU CAPITÃO!_

_AH, MALFOY, TODOS NESSA ESCOLA RESOLVERAM DESTRUIR COM A MINHA VIDA! COMO EU ODEIO ISSO!_

_WEASLEY... FORA DO CAMPO! VOCÊ ESTÁ EXPULSA DAQUI. AGORA SOME!_

Ela olhou para ele uma última vez, sibilando silenciosamente as palavras “três da manhã” antes de sair bufando, passando por uma Natasha que mostrava no rosto inegavelmente belo um doentio prazer.

Rose voltou para o salão comunal nas masmorras e desenrolou seu pergaminho, pegando os livros que reservara para aquele trabalho, além da pena recém-comprada e escreveu um metro e meio, sobrando apenas um metro e meio para terminar à noite. Depois, guardando suas coisas no dormitório, subiu para o corujal para admirar sua coruja.

Ela estava encarapitada majestosamente, seu tom de vermelho fazendo-a se destacar entre todas as outras. Parecia realmente uma fênix. Rose, tendo ouvido quando criança as várias histórias das aventuras do tio quando estava em Hogwarts, tentou lembrar o nome da fênix de Dumbledore, diretor que ela sabia que viera antes de McGonagall, que ajudara Harry a se curar na câmara secreta.

_Fax... Fackes... Fawes... Fales... Fawkes..._sua mente clareou. _Fawkes!_ seus dedos voaram para as penas sedosas da coruja, acariciando-a com um sorriso. _Seu nome é Fawkes. Uma homenagem à uma grande ave!_

A coruja olhou para ela e bicou carinhosamente seu dedo.

_Você está com disposição para fazer sua primeira viajem?_ perguntou Rose, o que a coruja respondeu se curvando levemente.

A Weasley tirou um pergaminho da bolsa e escreveu um bilhete rápido, agradecendo à Harry por ajudá-la em seus treinamentos. Logo, Fawkes abriu suas enormes asas vermelhas e, dignamente, cortou o céu. Vendo-a sumir nas montanhas, Rose não pode deixar de sorrir. Uma coisa tinha dado certo, afinal.

Logo, desceu para o jantar e comeu rapidamente, indo para as masmorras logo depois. Sentou-se num canto, e desenrolou o extenso pergaminho, escrevendo furiosamente o trabalho de Herbologia. Não percebeu a figura que se aproximava, e nem a cascata de fios louros que de repente se espalhou pela mesa. O que denunciou a presença de Natasha foi o cheiro fortíssimo de lavanda que ela exalava, num tom que chegava à ser enjoativo.

Rose levantou a cabeça, logo se arrependendo do ato.

_Não está se sentindo tão vencedora agora, não é mesmo Weasley? _sussurrou ela, venenosa. _Difamada, perdeu sua vaga no time de quadribol e sua pose de durona. Talvez agora você aprenda a lição._

A Weasley, segurando a própria raiva, lembrou-se do plano e fingiu confusão.

_Como é que é?_

_Você estava inconsciente, me esqueci. Weasley, eu fui feita para ficar no topo. Eu sou mais bonita que você, sou mais simpática que você, sou mais desejável que você e sou mais inteligente que você. E não vai ser por causa de uma bosta como você que eu vou ficar pra segundo plano, tudo bem? Isso..._ela apontou para as cicatrizes de queimadura e o recorte de jornal. _Foi só o começo. Fique longe do meu caminho, Weasley, e nada mais te acontece._

Rose olhou para ela, fingindo com maestria uma ponta de medo, segurando o intenso impulso de rir que apossou-se dela.,

_Se é assim que você quer, Lewis..._ ela deu uma risada amargurada. _Esquece que eu existo. Não vou te incomodar mais._

Natasha olhou para ela, e de novo Rose viu aquele doentio prazer em seus olhos. Depois, virou-se, e, com uma arrogância exagerada, começou a desfilar pela sala.

A Weasley deu de ombros e começou a escrever novamente no pergaminho. Terminado o trabalho, tirou o dever de Aritmancia e começou a fazê-lo, também. Depois de pronto o dever de aritmancia, tirou o trabalho gigantesco de defesa contra as artes das trevas que só tinha prazo de entrega para dali à duas semanas e terminou-o também.

O exercício para passar o tempo funcionou. Terminada a última linha do trabalho de defesa contra as artes das trevas, já eram duas e meia de manhã, e a sala comunal estava completamente vazia. Para matar o resto do tempo restante, Rose começou a anotar uma fórmula complicada de poções, que ela mesma estava desenvolvendo à semanas. Finalmente deu três horas da manhã e, pontualmente, Scorpius Malfoy desceu as escadas.

Inconvenientemente, estava sem camisa, e o olhar analítico de Rose passeou desde a linha do queixo até o cós da bermuda. Ela quase deixou escapar um murmúrio de aprovação, mas, se lembrando de quem se tratava, preferiu focar apenas a “cara de bosta” que tanto odiava.

_Ouvi sua conversa com ela mais cedo._disse ele, baixinho._Muito bom. Pelo menos assim ela para de desconfiar de você._

_Meio difícil fingir estar furiosa quando se tem uma vontade doida de rir... Para uma pessoa com o Q.I que ela tem, eu esperava menos ingenuidade._ exclamou Rose, a voz tediosa.

_Não se deixe enganar. Mas, e aí, qual é o plano?_

_Bem, pela lei, deveríamos articular essa parte juntos._disse ela, irritada._Não vou pensar em tudo sozinha._

_Tudo bem._suspirou Scorpius, se sentando. _A ideia é fazê-la provar do próprio veneno. Como?_

_Inicialmente, o plano é fazer os dois acreditarem que estão em paz. Como eu já disse, não podemos ser vistos juntos, nem conversando pacificamente. Eles nem podem sonhar que estamos travando algo._

_Depois?_

_Todas as vergonhas públicas com as quais pudermos pensar. Escorregar no corredor, perder notas numa prova, cair da vassoura, etc. Não vou ser boazinha, se ela vai jogar baixo, nós também vamos._

_Isso é meio arriscado. Você quer ser igual à ela?_

_Tá ficando muito Grifinório pro meu gosto, Malfoy._zombou ela, com um sorrisinho._Não vou ser igual à ela. Mas vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para fazê-la sumir daqui. Inclusive desfazer a reputação maravilhosa de boa moça que ela tem._

_Weasley..._advertiu ele.

_Tudo bem, tudo bem, tudo bem!_irritou-se ela._Vamos fazê-los passar vergonha, e vamos fazê-los colocar a culpa em todos que são inocentes. É uma boa forma de fazer todos se virarem contra eles. Enquanto tiverem apoio, esses dois não somem daqui._

_É razoável. Mas e Robert?_ perguntou Malfoy, pensativo.

_Ora, bolas._exclamou Rose._Eu já pensei em como acabar com aquela Natasha. Pense você em como acabar com o Robert!_

_Então você não vai me ajudar?_

_Claro que vou. Vou ajudar você a executar seu plano. Que plano será esse, se vire para descobrir. Tenho mais coisas para pensar do que na sua vingança contra o Robert. _

Malfoy suspirou, passando a mão pelo ninho de rato que estava seus cabelos, desgrenhando-os ainda mais.

_Ok._disse ela._Eu criei o plano, agora você me ajuda a executá-lo!_

_Ah... Você vai ter que entrar no jornal da escola. E tentar conhecer Natasha de todas as maneiras possíveis. Tente se tornar amiga de todas as pessoas ligadas à ela. E, principalmente, seja inocente. Se você não atuar de modo autêntico, logo vão desconfiar de alguma coisa._

_Por enquanto é só isso?_ indagou ela, ansiosa.

_Claro. Não podemos simplesmente desfigurá-la. Apesar do que você disse hoje mais cedo para ela, tenho certeza de que aquela menina está esperando que você se vingue de alguma forma. Então, se acalme, finja que o furacão virou uma simples ventania por um tempo. E, quando ela menos esperar, a gente começa._

_Exatamente do jeito que eu gosto. E já vou avisando para você, um cara muito justo para o meu gosto, que eu não vou jogar limpo._ disse Rose, se levantando, dando um longo bocejo.

_Eu não esperava por isso mesmo._retrucou ele, com um sorrisinho.

Rose não disse mais nada e começou a subir as escadas, exausta, quando a voz de Malfoy soou atrás dela.

_Estamos juntos nessa, não é mesmo?_

Ela se virou, achando que era algum tipo de  gozação, mas deu de cara com um par de olhos frios e desbotados encarando-a. Seus olhos se fixaram, mas ela não viu nenhuma zombaria ali. Só alguma espécie de apreensão, e, por um segundo, ela viu preocupação. Mas achou logo que era impressão dela. Sua vontade era dar um sorrisinho e dizer que não, que eles nunca estariam juntos em nada que fosse, mas sua boca simplesmente contradisse todos os seus pensamentos.

_Sim, Malfoy._disse ela, a voz morta. _Nós estamos juntos nessa._

_Boa noite._

Ela parou à dois passos da porta, incrédula. Sua conclusão era que o sono simplesmente desfigurara a mente de Malfoy. Ele não seria dócil com ela numa situação normal. Ou senão, ele utilizara alguma droga entorpecente, ouvira seu pai falar de uma droga trouxa chamada maconha, que deixava as pessoas simplesmente daquele jeito: loucas.

Não se virou e também não respondeu. Abriu a porta e entrou, deixando Malfoy para trás.

E não viu a expressão assustada de Scorpius com as próprias palavras, como se um estranho o obrigasse a dizê-las. O que estava havendo com ele, afinal?


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Notas finais do capítulo

Muito bom, agora eu gostaria de fazer um pedido.
Na vingança propriamente dita eu ainda não pensei, e seria legal ouvir as sugestões de vocês sobre o que a Rose e o Scorpius vão fazer com o Robert e a Natasha... Se tiverem alguma ideia bem maléfica, podem dizer, vou tentar colocá-la na história.
Espero voltar rápido, mas provavelmente com um capítulo curtinho. Beijos. E para não perder o costume, mereço reviews?