Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 45
Capítulo 44 - A confissão de Uriel


Notas iniciais do capítulo

Viram, antes do feriadão!!!!
o/
Geo Lefay, este cap é dedicado a vc pela recomendação e lindíssimas palavras!!! Signatum agora com seis estrelinhas!! Uuuhhuulll o/o/o/o/o/o/
Obrigada a TODOS que me deixam review e que curtem Signatum!
Momentos finais de pura tensão nos próximos caps. Cardíacos, cuidado!! hahahaha Boa leitura!!



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Apertei o corpo dela ao meu e me entreguei àquele momento. Eu não estava pensando em mais nada. Pra mim, não havia luta, demônios, céu ou inferno, havia apenas Harper. “Eu... eu não sei, Jules. Eu só percebi que não podia perder você.” Estas foram as palavras que eu precisei ouvir para ter certeza de que a amava e de que meu mundo jamais seria o mesmo sem ela.
Embolei minha mão em seu cabelo e a mantive perto... mas nada parecia ser o suficiente. O gosto da sua boca, de seus lábios e sua língua me dominaram por completo. Senti uma luxúria e paixão tão avassaladoras que chegava a ser assustador.
Nosso beijo foi ardente e profundo e senti que ela estava cada vez mais entregue a mim. Com urgência, ela deixou suas mãos passearem em minhas costas, pressionando da maneira certa os meus músculos até a base das minhas asas. Não pude evitar soltar um grunhido de excitação e meu corpo precisou de mais dela. Sem ser muito delicado, emaranhei ainda mais minha mão em sua nuca, prendendo os cabelos sedosos entre os dedos. Puxei sua cabeça levemente para o lado até expor seu pescoço e deixei minha vontade ser saciada.
Com os lábios, percorri o caminho de sua orelha até o início do ombro, onde sua roupa me permita chegar e um tremor percorreu o corpo dela sob o meu e foi tão forte que eu também tremi. Ela cravou as unhas em meu braço e tensionado e o prazer daquela sensação me preencheu. Depois disso, voltei a invadir sua boca com mais vontade que antes.
Paramos o beijo bruscamente, ambos sem ar nos pulmões. Era como se eu estivesse acabado de acordar e ainda me perguntava se aquilo foi irreal ou não.
Não tivemos tempo pra nada mais, uma explosão enorme abalou as estruturas de todo lugar. Instintivamente, ainda abraçado a ela firmemente, levantei e voei com minha Harper o mais depressa que consegui e foi bem a tempo de desviar da torre de energia que caía para o lado devido ao impacto de alguma coisa. Tudo estava escuro, mas ainda vi o reflexo de Aziel encarar o Arcanjo Gabriel, que o enfrentava. Naquele momento me dei conta do desenrolar da batalha.
- Melanie?
O som da voz de Harper me acordou e visualizei melhor as coisas, embora tudo acontecesse muito rápido, até mesmo para meus olhos de guerreiro celestial.
Melanie estava aqui, o que significava que Miguel também estava. Olhei para o alto e vi meu general lutando contra três dos príncipes, um deles era Semjaza. Mais afastado, Rafael encarava Bohr.
Com um poder incrível, a Gladius de Gabriel desferiu um golpe fatal em Aziel, que foi dilacerado por estilhaços de gelo. Logo após, uma grande explosão aconteceu e eu apenas apertei mais Harper contra mim e a protegi com minhas asas. Depois que passou, encaramo-nos em silêncio. O rosto de Harper era gracioso, com as feições finas e exóticas, mas conseguiu ficar ainda mais lindo com o leve rubor que surgiu em suas bochechas. Levantei a mão e toquei gentilmente seu queixo. Queria falar o que sentia, queria explicar que estava me sentindo mais completo e realizado como nunca imaginei. Mas não pude. Rapidamente, o mundo foi perdendo as cores. Harper me abraçou apertado e eu a acolhi em meus braços. Não entendíamos o que estava acontecendo, mas em segundos, tudo era escuridão.
- Jules? O que está acontecendo? O que é isso? – ela perguntou assustada, mas sua voz estava estranha, mais grave, como se estivesse em câmera lenta.
Eu mesmo demorei a respondê-la. Eu queria acalmá-la, pois sua agonia me inquietava. Até onde eu tinha entendido, os arcanjos tinham praticamente vencido a batalha, não esperava por isso.
- Eu não sei, mas nada vai te acontecer. – respondi com dificuldade, apertando seu corpo frágil com meus braços e asas.
Então enxerguei um ponto luminoso e vinha da direção de onde Gabriel estava. Rapidamente, os fios negros de escuridão voltaram para o ponto de origem, a espada negra de Semjaza. Então o que se seguiu foi o pesadelo.

...

Lilith, Lucius e Lúcifer estavam parados a nossa frente. Foram trazidos pelo portal criado por Semjaza e aberto pelo sangue puro de Melanie. Alinhados, Rafael, Gabriel, eu e Uriel encaramos os demônios libertos pelo portal, um portal que não deveria existir, permitindo uma fuga que não poderia acontecer.
A tensão estava em toda parte, a perversidade que emanava de Lúcifer era muito além do que vimos com os príncipes do submundo. Meu coração batia acelerado, temeroso. Eu sabia que meus irmãos e eu lutaríamos até o fim para manda-los de volta ao Inferno, mas a presença de Lucius fez reavivar lembranças amargas, imagens que eu gostaria de esquecer. Ele possuía Melanie. Ela era sua por direito e não havia nada que eu pudesse fazer e essa verdade me destruía. Ela era minha única fraqueza.
Eles deram um passo a frente, muito lentamente, saindo de cima dos símbolos sagrados fincados no chão. Ao meu lado, a tensão e surpresa de meus irmãos eram tangíveis, mas, acima de todos nós, Uriel se mostrava o mais abalado. Provavelmente ele temia muito pelo destino dos humanos.
Com as quatro Gladius apontadas para os demônios e Melanie ao meu lado, eu estava preparado para tudo.
- Que magnífica batalha, senhores! Esplêndido! – Lúcifer bradou alegremente, aplaudindo de uma forma quase que genuína. Era estranho encará-lo depois de tudo. Eu não conseguia enxerga nele nenhum traço do que já foi um dia, não havia nada nele que lembrasse sequer uma sombra de meu irmão.
- Que isso Lúcifer, trouxe a família para um passeio? – Gabriel falou, mantendo o tom impressionantemente normal e irônico.
Lúcifer soltou uma breve gargalhada.
- De fato... não percebia o quanto sua ironia me fazia falta, Gabriel.
- Pois eu fico muito bem sem seu perfume de enxofre, Lúcifer, obrigado.
Antes que essa conversa se prolongasse, Rafael perguntou:
- O que faz aqui?
- Como assim, o que faço aqui? Eu estou no meu direito, não é mesmo, Melanie?
- O acordo era liberar apenas os cinco príncipes, Demônio, não a você e sua família! – Melanie falou exaltada. Sua voz demonstrava o desespero. Ela certamente se culpava por isso, o que era inconcebível.
Lúcifer riu mais uma vez.
- Fica calma minha querida, eu cumpri o acordo... o sangue que você me forneceu durante sua visita em minha casa serviu apenas para liberar os meus guerreiros... foi o sangue que Semjaza tirou hoje que me permitiu estar aqui... Ah! E, é claro, o seu vínculo com meu filho, Lucius.
Engoli duramente ao ouvir estas palavras e Melanie ficou ainda mais tensa ao meu lado. Senti sua mão pequena segurar a minha e entrelacei meus dedos aos seus. Eu me agarraria a qualquer oportunidade de tê-la comigo.
- O que faz aqui, Lúcifer? – Rafael voltou a perguntar em tom sério. Ele também estava desconfiado e pronto para a batalha.
- Rafael, meu caro, vim apenas para assegurar que meu filho tenha o combinado... você sabe como sou um pai zeloso.
- O que você acha que somos? Acha que não sabemos que quer algo mais? – Rafael respondeu, perdendo a paciência.
- Na verdade... eu também vim prestar um favor a um irmão querido...
Dizendo isso, Lúcifer encarou Uriel, que estava ainda estatelado ao meu lado. Ele mal suportava o peso de sua Gladius nas mãos. Permiti-me olhar para meu irmão. Seus olhos estavam marejados e fixos em um único ponto que ía além de Lúcifer... Lilith.
- O que está acontecendo? – exigi.
- Oh! Miguel, vocês ainda não sabem, não é?
- Não sabemos de que? Uriel o que está acontecendo? – Rafael perguntou, tirando as palavras de minha boca.
- Uriel foi o responsável por isso... aliás... Lilith foi a responsável por tudo isso, não é minha querida? – Lúcifer perguntou e, estendendo a mão, puxou a mulher para frente.
- Responsável? Responsável pelo quê? – Gabriel perguntou, tão confuso quanto eu.
- Arcanjos, não se façam de cegos. Quem mantinha o portal celestial aberto era seu irmãozinho Uriel, um sensitivo alfa. Por quê? Bom, simplesmente porque ele não aguentava mais ficar longe de seu grande amor... minha esposa.
O silêncio foi absoluto. Eu não podia crer nas palavras de Lúcifer, mas... era como se eu pudesse juntar diversas peças pequenas. Fragmentos de informações se juntando em minha mente, entre elas, o estado Uriel ao ver Lilith.
- E você espera que a gente acredite em você? – Gabriel perguntou em seu tom usual.
- Conte a eles, Uriel... você não acha que seus irmãos merecem ouvir a verdade de você?
Encarei Lúcifer pronunciar as palavras e todos aguardamos a resposta de Uriel. Eu estava confuso. Por mais que houvesse pedaços de evidências, eu não acreditava que pudesse ser verdade, até que Uriel fez sua Gladius desaparecer, e deu um passo a frente, sem tirar os olhos da figura também atônita de Lilith.
Eles se encaravam sem disfarçar, sem sequer tentar dissimular o sentimento que, agora, estava tão evidente pra mim. Uriel e Lilith se olhavam com carinho, com amor. Dos olhos dela escorreram lágrimas cristalinas e silenciosas que Uriel correspondeu com um amor que doía em mim de tão grande.
- Me perdoem. – ele disse, sem tirar os olhos dela – Mas eu não pude suportar mais.
- Uriel... – um sussurro saiu da boca de Rafael, que lentamente baixou sua Gladius em direção ao chão. Naquele momento, nós três sentíamos o amor que ele tinha por Lilith e que há tanto tempo escondeu.
Uriel levantou sua Gladius e se aproximou de mim. Com um leve toque de sua lâmina sagrada um turbilhão de imagens, sons e cores, veio à minha mente. Eu vi que ele foi designado pelo quinto Arcanjo à uma missão na Terra, vi que durante sua missão ele encontrou Lilith, que ainda era humana. Vi a paixão e o amor entre eles e senti seu coração despedaçar quando Lúcifer a tirou de seus braços para concretizar a profecia.
A dor em meu peito era agoniante, me dilacerava a alma. Uriel sofreu por milênios o desespero e a desolação de ficar sem Lilith, assim como eu ficaria sem Melanie. Eu me senti tonto, confuso e desorientado.
Calmamente, Uriel tocou os outros com a Gladius e eu vi a luz do entendimento em Rafael e Gabriel também.
- Eu não esperava reavê-la... apenas... ter a chance de ver Lilith uma última vez.
A voz melancólica escapou de sua garganta, sem deixar de olhar para seu objeto de adoração.
- Você os condenou por isso, Uriel. Sua fraqueza levou à consequências graves. – Rafael falou assim que retornou à realidade.
- Eu sei, Rafael, e aceitarei de bom grado a punição que vocês, meus irmãos, decidirem.
Silêncio.
Senti a mão de Melanie apertar a minha e voltei em sua direção.
- Miguel... não o julgue. – ela disse com a voz doce e carinhosa – Uriel agiu com imprudência, mas também com amor, e ambos sabemos o que somos capazes de fazer pela pessoa que amamos.
Eu sabia a que ela se referia. Eu mesmo havia infringido inúmeras regras apenas para tentar salvá-la de seu destino. Solicitei as forças das trevas para resgatá-la de Lucius, levei seu corpo mortal ao Paraíso Celestial... e estava disposto a qualquer coisa para livrá-la de sua promessa de sangue. De certa forma, eu compreendia Uriel, mas não conseguia admitir.
- Mulheres... sempre as mulheres... O Pai de Todos as criou exclusivamente para que os homens cometessem as maiores loucuras por elas.
Lúcifer falou sorrindo, quebrando o silêncio que havia se formado. Nós, arcanjos, ainda não sabíamos o que pensar.
- Lilith, minha rainha, vai. Eu lhe permito uns minutos para matar a saudade que lhe corrói. Você me serviu fielmente durante todo esse tempo, eu acho justo que tenha sua recompensa. Mas não pense que eu fico feliz ao vê-la nos braços de outro.
Lilith deixou mais lágrimas escaparem de seus belos olhos e caminhou para longe de seu amo. O longo vestido negro lhe caía como uma luva e o cabelo se camuflava à seda escura e brilhosa.
Sem se conter mais, seus passos apressados se tornaram uma corrida e ela encerrou a distância que a separava de Uriel, abraçando meu irmão que ainda não acreditava que a tocava daquela forma. Ficamos olhando aquela cena de carinho extremo, tão íntima entre os dois, num reencontro emocionado. Ao meu lado, Melanie sorria e eu não sabia o que estava sentindo. Tudo estava misturado e os sentimentos de Uriel inundavam a todos nós.
Mas cedo demais a voz de Lucius pronunciou as palavras que tanto temia.
- Agora Melanie, minha amada, eu ordeno a você que honre o pacto que fizemos. Venha pra mim. Você irá me servir por toda a eternidade.
Eu estava ofegante e me sentia vazio por dentro como nunca antes. Eu precisava agir. Eu não podia perder Melanie por nada, nem que pra isso, eu tivesse que acabar com Lucius e Lúcifer juntos! Eu não permitiria que Melanie fosse tirada de mim. Com uma força descomunal, até mesmo pra mim, apertei minha fiel espada nas mãos e voei de encontro aos demônios.


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Notas finais do capítulo

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