Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 43
Capítulo 42 - Sob asas protetoras


Notas iniciais do capítulo

Gente, meu fds foi agitado demais! Desculpem por não postar ontem como disse que faria... espero recompensar hj postando dois caps. Tenho que revisar o próximo, que vai ter surpresas... rs
Bjs e mto obrigada pela paciência e por continuarem firmes acompanhando a fic!! ... bom, nem todos, mas a maioria, espero..rs
Boa leitura!!!



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A espada negra de Semjaza desceu em minha direção, cortando o ar. Levantei minha Gladius a tempo de impedir o ataque e um estrondo cortou o céu quando as duas se chocaram. Antes que ele pudesse pensar, desferi um gancho em seu queixo tão forte que seu corpo enorme cruzou o ar e sumiu de vista, indo parar a muitos metros de distância.

Sem tempo para pensar, senti a presença deles me cercando. Num movimento rápido esquivei-me das mãos magras e ressecadas de Mammon e voltei a cortar o ar com minha Gladius sagrada. O demônio desapareceu antes que minha lâmina o cortasse, mas o outro demônio que estava com ele não teve tanta sorte. Corte uma das patas e metade da língua venenosa de Belzebu, que vinha por trás.

Belzebul grunhiu de dor ao sentir minha lâmina cortar seu corpo imundo e o sangue negro da criatura jorrou em todas as direções. Sua língua bifurcada foi parar longe e sua pata sumiu na escuridão. Rapidamente me recompus, voltando a posição de defesa inicial. Tudo não durou mais que meio segundo, mas eu sabia que era só o começo. A luta não seria assim tão simples.

Eu sabia que Semjaza não era meu único adversário. Como o maior guerreiro dos Céus, eu tinha mais dois príncipes em meu encalço, enquanto meus irmãos enfrentavam os outros dois. O som da luta entre os outros Arcanjos ressoava em meus ouvidos

Ouvi o som de aplausos lentos. Semjaza estava ao lado de Belzebul e Mammom, sorrindo.

- Vejo que não perdeu o jeito, Miguel... isso vai ser melhor do que eu imaginava...

Encarando meu adversário, eu sorri. Esta batalha podia estar decidindo o destino da humanidade, mas meus instintos falavam mais alto. Pra mim, era mais uma batalha e quando eu lutava, eu não era mais eu. Eu não pararia até que os cinco Príncipes estivessem mortos.

...

Tudo estava escuro. Eu senti, aos poucos, os sons da luta acima de nós. Meu corpo doía pelo esforço, mas, contra todas as possibilidades, tinha resistido à provação.

Jules ainda estava sobre mim. Seus braços fortes me envolviam e apertavam contra si. Ouvi sua voz urgente em meus ouvidos, chamando meu nome repetidas vezes. Estava desesperado. Foi estranho ver tanto nervosismo vindo dele, que sempre foi tão controlado... mas foi bom.

- Harper? Harper?

- Jules... – um grunhido saiu de minha garganta... estava seca.

Abri os olhos lentamente e vi seu rosto a centímetros do meu. Seus olhos acinzentados brilharam e um suspiro profundo de alívio saiu de seu peito. Ficamos nos encarando por um tempo. Eu não entendia o motivo de estar tão feliz. Por um instante, esqueci que acima de nós a batalha final se desenrolava.

Eu não entendia que sentimento era aquele em meu peito, mas era forte e quente. Minha barriga parecia um abrigo de borboletas. Incomodada com a proximidade de Jules e meu nervosismo, eu disse:

- Se você sair de cima, eu agradeço, camarada.

- Incrível... você, me salvou. – ele disse, ignorando totalmente meu comentário.

- Bom... eu devia isso a você... então considere-me quite.

Sentindo meu rosto esquentar, virei a cabeça pro lado pra não encará-lo mais. Eu não podia aceitar... eu... eu podia estar apaixonada por ele.

- Por que fez isso? Por que se arriscou por mim? - ele perguntou, ainda inconvenientemente perto.

Calei-me. O que ele queria ouvir, afinal? Que eu faria qualquer coisa pra salvá-lo? Que eu não me imaginava sem ele? Céus, que porra eu estava pensando? Eu devia ter enlouquecido com tudo isso, só pode!

Ele tirou a mão da minha nuca e tocou meu queixo, me forçando a virar em sua direção.

- Responde. – ele exigiu.

Engoli seco. Odiava ser pressionada.

- Eu não sei, Jules! Eu só fiz, OK?! – respondi agressiva.

- Por que eu sinto que você não me conta a verdade?

- Como assim? Do que você está falando? – perguntei exaltada.

- Harper, por que me salvou?

Seu tom foi tranquilo, mas exigente. Eu não entendia o motivo daquilo, mas não podia dizer o que sentia. Mas diante daquele olhar brilhante e da pressão do seu corpo contra o meu, eu simplesmente não pude evitar, as palavras escorreram da minha boca antes que eu pensasse.

- Eu... eu não sei, Jules. Eu só percebi que não podia perder você.

Ele parou de respirar e eu me arrependi imediatamente do que disse.

- Então, será que você podia sair de cima de mim? Caso você não tenha percebido, tem uma batalha acontecendo e a gente devia estar ajudando e não aqui batendo papo porque...

- Harper, cala a boca! – ele me interrompeu

Antes que eu pudesse processar suas palavras, sua mão ágil voltou a pressionar minha nuca e me puxou pra si. Seus lábios quentes pressionaram os meus com avidez e, sem pensar duas vezes, enlacei seu pescoço e o beijei.

...

Mesmo sabendo que Miguel não me queria no local da batalha e que, de fato, não havia muito que eu pudesse fazer para ajudar aos Arcanjos, eu queria estar lá e Uriel sabia disso. Senti os braços fortes dele me envolverem com carinho e vi suas asas incríveis baterem uma vez. Estávamos indo para o local da luta. Eu sabia que Uriel se sentia culpado por tudo, mas depois de saber a verdade, eu não podia julgá-lo.

Paramos sobre um trailer e a Gladius do Arcanjo estava preparada.

- Cuidado. – ele me disse antes de sumir.

Assim que Uriel se distanciou meu corpo se dobrou e caí de joelhos sobre a estrutura metálica. O ar entrou como ácido em meus pulmões e meu corpo pesado estava arrepiado. O cheiro da morte estava por todos os lados.

Olhei pro alto e vi relâmpagos inundando o céu rubro como sangue venoso. Acima de mim, via os estrondos do combate das Gladius sagradas dos enviados de Deus contra as criaturas do submundo. Eles eram muito velozes para meus olhos mortais, mas eu sentia toda a tensão da batalha.

Vi, tarde demais, quando um vulto negro se aproximou em uma velocidade descomunal. Não tive tempo pra nada, apenas dei um passo para o lado e o vulto passou de raspão por mim, indo acertar em cheio uma das torres imensas de energia, provocando uma pane elétrica no lugar. A torre brilhou em azul, com as belas correntes de eletricidade descendo por toda sua extensão. Seguiu-se um estrondo forte, que me obrigou a tapar os ouvidos, e um cheiro forte de queimado. Gabriel estava ao meu lado, protegendo-me com seu corpo contra a criatura que atingiu a torre de energia.

- Eu sabia que você vinha. – ele disse dando um meio sorriso em minha direção e apontando sua espada flamejante para frente.

Meu coração batia violentamente contra o peito e não consegui fazer nada além de acenar.

- Olha lá, nosso amiguinho torrado.

Ele falou virando-se na direção da torre destruída. Da fumaça, vi uma figura encapuzada flutuar em nossa direção lentamente. Como uma parte da iluminação tinha se perdido com o incidente, a espada flamejante de Gabriel era o que me permitia enxergar o demônio.

Seu corpo era esguio, como de um homem comum. O capuz estava quase que totalmente destroçado e a criatura o retirou e o deixou cair. Seu corpo exalava um odor terrível de carne queimada e a pele do demônio estava negra e chamuscada. Ao meu lado, Gabriel zombou:

- Nem assim você é mais bonito que eu, Aziel.

O demônio sorriu. Seus dentes perfeitos brilhavam na escuridão. O corpo de Aziel estava se regenerando a uma velocidade incrível. Sua pele voltava a ficar branca e sedosa, as asas negras começavam a brilhar de tão escuras. Seu rosto era perfeito, delicado e simétrico, mas seus olhos... eles eram tão frios que me gelaram a espinha. Em poucos segundos, o demônio estava totalmente regenerado e sua beleza estonteantemente cruel me atingia como um baque.

- Quando vai aceitar que não existe comparação entre nós, meu caro Gabriel? – Aziel falou com a voz aveludada, olhando para mim em seguida.

- Querida, que bom que chegou.

Senti dificuldade para engolir a saliva, mas Gabriel se pôs diante de mim, apontando a Gladius para o outro, sem perder a pose.

- Bom, vamos ver se você gosta mais do frio, então. – Gabriel falou.

No mesmo instante, sua espada se transformou. As chamas, antes vermelhas e amarelas, transformaram-se em gelo. Com um movimento rápido, Gabriel cortou o ar e de sua Gladius saiu uma rajada de vento gelado. Uma nevasca violenta atingiu o belo corpo de Aziel, que teve sua carne cortada e perfurada por milhares de pedaços de cristal.

O demônio gritou e seu corpo voou até atingir novamente a torre de energia. Desta vez a força do impacto foi tão grande que a torre quebrou e com um estrondo colossal começou a cair, tombando para o lado rapidamente.

Antes de eu pensar, estava flutuando no ar, longe do impacto fatal da torre gigantesca. Com um braço ele sustentava meu peso, com o outro pontava sua Gladius na direção da pedra de gelo que era Aziel.

- Devia ter escutado Miguel. Aqui não é lugar pra você.

Encarei Gabriel de perto, finalmente voltando a respirar. O coração ainda descompassado. Ele não foi rude com as palavras, apenas sincero.

- Me desculpe, mas não há nada que eu ainda possa perder. – respondi, passando o braço em torno de seu pescoço para me segurar.

Eu já tinha perdido minha essência angelical, já tinha perdido minha alma para Lucius... morrendo aqui ou não, eu já não tinha mais escolhas. Gabriel percebeu o que eu disse.

- Bom, só estou falando isso porque meu irmão iria ficar ainda mais chato do que normalmente é, se acontecesse alguma coisa com você aqui.

Ele e Harper eram parecidos, ambos se escondiam atrás de uma máscara. Ela da ironia, ele a do sarcasmo.

Ele desceu e me colocou em terra firme. Nessa hora, vi um clarão vindo de trás e uma explosão. Gabriel me abraçou firme e tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

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