Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 29
Capítulo 28 - A porta do Inferno


Notas iniciais do capítulo

Geeenten pááára tudo!
Signatum recebeu mais uma indicação! já são duas o/o/ !!
Estou mega feliz porque achei q depois de Savation não fosse conseguir fazer nada à altura, mas ver os reviews que TODOS vcs deixam, ver que estão gostando da fic, me fazem ter forças, fazem minha mente viajar!!
Então, dedico este cap à tds q sempre me deixam reviews e, especialmente, à Angel-Fenix, pela indicação.
^.^



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Melanie sufocou um grito, mordendo o próprio lábio, mas deixou um gemido delicioso escapar por entre os lábios quando sentiu o prazer máximo dominar seu corpo. Ao ouvir aquele som em meu ouvido e sentir seu corpo tremendo em leves espasmos sob o meu, eu alcancei meu próprio clímax. Jamais tinha ouvido um som tão belo. O que senti, foi inexplicável e imensurável. O prazer daquele momento ficaria comigo pra sempre, até o fim dos tempos.

Ofegante, estiquei os braços e a encarei. Seu semblante era o da mais pura beleza encarnada e se tornou impossivelmente mais belo quando ela sorriu. Lentamente eu a beijei, ainda fascinado, e me dediquei a carinhar cada centímetro de seu rosto encantador. Eu faria isso pra sempre, se pudesse.

Enquanto ela respirava fundo, tentando recobrar o fôlego, eu catei nossas roupas íntimas que estavam por perto e as vesti, em mim e nela, e foi quando percebi que eu mesmo tremia levemente. Melanie reparou e sorriu, olhando como meus dedos mexiam involuntariamente ao tentarem fechar a delicada presilha do sutiã, que ficava entre seus seios.

- Você também treme assim quando luta, General? – ela perguntou com um tom divertido na voz, me deixando sem palavras.

- Essa é uma reação que só você me causa. – respondi encarando-a e sorrindo.

O rosto dele ficou vermelho vivo.

Então eu senti uma movimentação próxima a entrada da tenda. Em menos de uma fração de segundo, eu estava de pé, com a Gladius apontada para o pescoço do intruso. Minha mão não tremia mais.

- Calma, irmãozinho, sou só eu.

Gabriel levantava as mãos, como que em rendição, e seu olhar estava fixo na lâmina dourada que parou a milímetros de seu pescoço celestial.

- Tá quente aqui, não é?

Ele enviou um olhar significativo para baixo e depois olhou para a direção em que Melanie estava, apenas de roupas íntimas. Na ânsia em protegê-la, nem reparei que eu mesmo estava quase nu.

- O que faz aqui, Gabriel? – perguntei abaixando a Gladius e a desmaterializando-a.

Ele não respondeu, pois seu olhar estava preso na figura de Melanie, que ainda estava sobressaltada com a visita inoportuna. Só então ela pegou um dos tecidos sobre o chão e cobriu o corpo. Senti vontade de soca-lo.

- Vamos conversar lá fora. – falei determinado. Ele ainda encarava Melanie com aqueles olhos misteriosos e algo me disse que ele estava recordando as palavras dela que o fizeram sorrir pela primeira vez. Por algum motivo, senti um incômodo nas vísceras, mas tentei ignorar.

Rapidamente apanhei minha calça e o sobretudo que estavam no chão e me ajoelhei diante de Melanie, que olhava sem piscar para Gabriel.

- Eu vou ver se está tudo bem lá fora. Volto logo.

Ela desviou o olhar de meu irmão e me encarou. Seus olhos azuis-esverdeados brilhavam pra mim, embora eu visse claramente que estava com vergonha de Gabriel.

- Tá. – ela disse num sussurro, apertando o tecido para proteger o corpo.

Eu acariciei seu queixo e levantei, indicando que Gabriel me seguisse.

Lá fora, vesti rapidamente as roupas enquanto tentava captar algum sinal de perigo. Avistei os guerreiros beduínos em seus postos, assim como Jules, voltado ao norte. Tudo parecia normal.

- Eu nunca pensei que estaria vivo pra ver aquela cena.

A voz de Gabriel surgiu atrás de mim. Havia vários tons nela, que variavam do sarcasmo ao verdadeiro.

- O que aconteceu? – perguntei encarando os olhos azuis quase brancos de meu irmão.

- Bom, eu não sei se você percebeu, durante o calor de sua batalha com Melanie, mas seu escudo não estava camuflando você totalmente, meu querido irmão. Se eu senti, provavelmente os sentinelas de Dudael também devem ter sentido sua presença, mesmo que fraca.

Respirei fundo. Eu sabia disso, sabia que isso ía acontecer, mas pela primeira vez na vida, conscientemente arrisquei a eficiência de uma missão apenas para ter a chance de estar com Melanie... e não me arrependia dessa escolha.

- Bom, então rezemos para que eles não tenham percebido. – falei de maneira rude. Eu não entendia o motivo, mas minhas vísceras ainda se agitavam estranhamente ao lembrar do olhar que Gabriel deu à Melanie.

Ele pareceu se divertir com minhas palavras.

No horizonte, avistei os primeiros raios da manhã, que acompanhavam uma mudança expressiva na cor do firmamento.

- Vamos seguir com o plano. – falei firme, ajeitando o sobretudo – Chegaremos hoje a Dudael e encontraremos um jeito de fechar a porta que eles abriram.

Gabriel respirou fundo e não disse nada. Ficamos olhando para os primeiros raios alaranjados que surgiam no céu. Minha cabeça fervilhava com tudo o que tinha acontecido e meu corpo ainda sentia o calor de meu envolvimento com Melanie. Internamente eu estava uma bagunça porque, agora, mais do que nunca, minha prioridade tinha mudado e eu orava ao Pai para que isso não atrapalhasse nossa jornada.

Antes de eu me virar para retornar a tenda, ouvi meu irmão dizer:

- O pobre menino guerreiro ficaria decepcionado se visse o que você fez com a princesa dele... bom, mas eu tenho que admitir você tem muito bom gosto, pelo menos.

Minhas vísceras reviraram mais uma vez e ignorei seu comentário, continuando a caminhada na direção da grande tenda marfim.

...

Caminhávamos sob o sol escaldante da tarde do deserto, sempre ao norte. Minha mente ainda revivia o momento constrangedor que Gabriel entrou na tenda e me viu deitada no chão, descabelada e vestindo apenas as roupas íntimas. Céus, ele sabia o que tinha acontecido entre eu e Miguel e aquilo me deixava encabulada.

Os outros pareciam alheios ao que tinha acontecido. Harper estava completamente curada, graças a ajuda de Rafael, e Jules tinha passado uma noite tranquila e sem incidentes da vigília do acampamento beduíno. Rafael não disse nada que denunciasse que ele desconfiasse de alguma coisa, mas nem precisava. Eu sabia que Rafael estava ciente de tudo, ele sempre estava.

Miguel voltou a liderar o grupo, guiando-nos sempre ao norte, e partimos do acampamento beduíno ao fim da tarde. Rafael explicou que só poderíamos tentar entrar nos domínios do Submundo durante a hora do dia em que os portais se tornavam ainda mais fracos, às três da manhã. Por isso partimos no fim da tarde, almejando chegar de noite próximos à entrada de Dudael. Miguel estava atento, mais até que o normal, como se estivesse esperando que nos atacassem a qualquer momento. Apesar disso, de estar concentrado na missão, eu sentia que de vez em quando, seus olhos verdes me enviavam um afago silencioso.

Chegamos ao topo de uma duna, depois de algumas horas de caminhada árdua, e os três arcanjos pararam, olhando para baixo, para onde devia ser o nosso destino. Ao meu lado, Harper tremeu.

- Harper? – Jules correu ao seu lado.

- Eu sinto algo muito ruim... é como... se estivéssemos dentro deles...

Sua voz era contida, embora Harper estivesse visivelmente assustada. Eu não conseguia sentir as oscilações que Harper podia, mas eu sentia um outro tipo de incômodo, um que eu conhecia bem e tinha nome.

- Ele está te esperando. – Harper falou olhando diretamente pra mim.

Jules me encarou e todos nós sabíamos de quem ela estava falando. Meus músculos se tencionaram e, instintivamente, convoquei minha Gladius.

Miguel, Gabriel e Rafael me encararam, mas meus olhos se direcionaram para baixo, onde havia um pequeno grupo de pedras, como que formando um arco velho e decomposto pelo tempo. A luz da lua cheia iluminava o ambiente amplo como se fosse dia. Pude ver que tinha algumas pedras mais altas, formando diversas pilastras espalhadas ao redor do desgastado ardo, e me pareceu que a disposição das pedras não era aleatória. O silêncio era profundo, como se nem o vento passasse por ali. A nossa volta, apenas o escuro e infinito deserto.

- Chegamos. – Gabriel falou, olhando para baixo.

- Bom, e o que fazemos agora? – Harper perguntou, com uma voz estranha como se estivesse trêmula e insegura.

- Vamos. – Miguel falou, virando o corpo em direção às pedras lá embaixo.

Seguimos os Arcanjos e a cada passo, o temor crescia dentro de mim. Eu podia sentir como se mil olhos nos enxergassem, como se nos esperassem, e sentia Lucius dentro de mim, me aguardando.

As pedras estavam desgastadas e à luz do luar, não conseguia dizer ao certo qual era a cor predominante. O arco velho se formava na areia e composto por diversas pedras dispostas estrategicamente para terem aquela formação. A nossa volta, uma floresta de pedra se erguia. Cada pilastra era muito maior do que primeiramente pensei. Tinham o diâmetro maior que um corpo deitado e o comprimento como os dos hotéis de Israel. Suas sombras se projetavam de forma fantasmagórica na areia e eram como se formassem uma floresta morta no meio do deserto, cujo centro era o arco misterioso.

- Mantenham-se atentos. – Miguel ordenou, e percebi que todos os anjos também portavam sua Gladius, enquanto Harper apertava apertado as pequenas e afiadas adagas nas mãos.

Foi então que reparei nas espadas dos Arcanjos. A de Miguel era dourada e eu já conhecia bem. Sua lâmina larga e sólida transmitia toda a força da aura de seu dono, o chefe dos exércitos de Deus. A de Rafael, também dourada, tinha outra consistência. Era pairava linda e translúcida nas mãos do arcanjo. Meus olhos não piscavam tamanha minha admiração. A Gladius de Rafael parecia que tinha alma, era translúcida, com um centro pulsante, vivo, dourado. Era incrível.

Somente uma luz diferenciada me fez olhar para o outro lado. Gabriel empunhava a sua espada sagrada, cuja lâmina emanava labaredas de fogo. Esqueci-me de respirar por alguns instantes. Era como se de sua lâmina dourada, flamejasse lava incandescente e poderosa. As labaredas que soltava eram quentes como o fogo, mas se comportavam como água líquida, dançavam como o vento e era fortes como a terra. Foi então que percebi que cada uma delas emanava exatamente a essência de seu mestre: Miguel era sólido, firme e poderoso, Rafael era translúcido e puro, como sua aura, e Gabriel, flamejante como os elementos que comandava.

Então, um ar gelado surgiu da algum lugar. Não era vento, pois não ventava ali, era como um frio que vinha de dentro e todos pareceram sentir. Miguel se posicionou ao meu lado e vi de relance que Jules e Rafael rodearam Harper.

- O que é isso? – ela perguntou olhando em todas as direções.

- Isso é o portal do Inferno. – Gabriel respondeu, mas sua ironia dividia espação com a atenção.

- Essa é a hora deles. – Rafael falou para todos nós e olhamos para o arco a nossa frente.

Como se fosse mágica, o arco que era apenas um monte de pedras sob o efeito da erosão, pareceu mudar de cor. Assumiu um tom escuro, que mesmo a noite eu pude perceber que era vermelho, denso como o sangue. Era como se a pedra sangrasse e uma espécie de véu começou a se formar, preenchendo o espaço antes vazio do arco. Uma coisa negra, como um véu, se formou no interior do arco, e vimos a simples formação de pedra, se transformar em um portal imenso e agourento.

O cheiro nos atingiu aos poucos, trazendo o odor forte de enxofre e podridão, e ao longe podíamos ouvir os gritos, como uma legião de almas em agonia. Era terrível.

Levei a mão livre para a boca, suprimindo um grito de horror. Miguel me olhou firme e eu sabia que ele estava ali, que me protegeria a todo custo. No fundo eu estava dividida entre a segurança sem fim que Miguel me passava e o medo pelo o que me esperava do outro lado.

- O que fazemos agora? Nós podemos... entrar? – Harper perguntou com a mesma voz trêmula e assustada.

Os Arcanjos se entreolharam e eu senti um clima diferente. Até que Rafael falou para todos.

- Os seres da Luz, não podem entrar no Submundo. – ele disse – Mesmo querendo, nossa essência não atravessa o portal.

- Rafael, se convocarmos o círculo, podemos transferir a Harper nossas habilidades, pelo menos por um tempo. – Miguel falou, encarando o irmão – Ela poderia...

- Não! – Jules interveio – Senhor... o senhor está sugerindo que Harper entre no submundo? Sozinha?

O anjo encarava o superior com respeito, mas estava visivelmente desesperado. Eu também estava, era absurda essa idéia de Miguel.

- Miguel, Jules está certo, Harper não pode entrar lá sozinha. – falei.

- Ela é nossa única esperança, Jules, se Harper aceitar nossos poderes, podemos fazer com que nossas habilidades de batalha, cura e comando dos elementos sejam emprestadas a ela por um tempo, Harper é uma sensitiva beta, seu corpo é treinado, ela é a única que pode fazer isso.

Os argumentos de Miguel eram bons. De fato, entre todos nós, Harper era a única que não possuía uma essência angelical para poder passar pelo portal. Jules estava calado, olhando para Miguel com o punho cerrado. Miguel, por outro lado, não havia imposto nada, apenas tinha explicado qual era nossa possibilidade.

- Jules, eu entrei nessa, não entrei? – Harper falou, olhando para o companheiro de batalha.

- Não, Harper, você não faz idéia de como é lá embaixo! Você não vai sobreviver nem um segundo sequer! – Jules explodiu, apertando a Gladius na mão esquerda – Até porque, se você decidir entrar lá por contra própria, mesmo que você não morra, pode não sair jamais.

Harper estava ofegante e encarava Jules com vontade. Ela queria fazer, mesmo com medo, ela sabia que era a única que poderia, mas eu senti claramente que seu coração não queria deixar Jules. Estávamos em um impasse.

- Harper, você jamais será forçada a nada, mas entre nós, você é a única que pode entrar e tentar fechar a porta. – Miguel era firme e falava diretamente com ela, que absorvia tudo.

- De fato... não é o único jeito.

Todos olhamos para Gabriel e eu já não conseguia entender.

- Isso é ridículo! – Miguel explodiu – Você não está sugerindo...

- Se um anjo abdica de suas asas, deixa de ter a essência angelical e se torna mortal. – Gabriel interrompeu.

- E você pretende deixar que eu arranque suas asas, irmãozinho? – Miguel perguntou com o tom sarcástico direto para Gabriel.

- Bom, se a porta do lado deles foi aberta, somente um entre nós poderia fechá-la, e esse alguém não sou eu.

As palavras dele foram como um soco em meu estômago e de repente, tudo fazia sentido. Agora eu entendi o motivo de Rafael e da matriarca terem dito que meu caminho chegaria a uma bifurcação, onde eu teria que escolher meu destino. Mesmo que Harper entrasse, ela não poderia cumprir a missão. De todos ali presentes, somente eu era a chave, somente eu poderia entrar e fechar a porta, e pra isso, eu teria que abdicar de minhas asas e de minha imortalidade.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, senti um baque forte ao lado do corpo e fui jogada contra um dos pilares da floresta de pedra.


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Notas finais do capítulo

Bom, como puderam ver, anotei a preferência de vcs por caps maiores :) tah bem grandão esse!! rs
Reviews??