Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 28
Capítulo 27 - Mil e uma noites


Notas iniciais do capítulo

Amorecos, lembrem-se que a classificação da fic eh 16 anos... portanto, tive q respeitar!! rs
Boa leitura!



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Eu estava feliz. A noite chegou logo e passava depressa na ótima companhia dos beduínos. O pequeno guerreiro que queria minha mão, infelizmente deixou de dançar comigo e eu julguei que já era tarde para ele permanecer de pé. Juntei-me a Harper e Jules, que comiam um bom pedaço de carne recém-assada. Era bom, apesar de os morangos do hotel de Israel serem bem mais agradáveis e leves.

Rafael veio a nosso encontro e também nos elogiou pelos enfeites. Harper deu de ombros e ficou encarando Jules de forma estranha. Era como se ele estivesse esperando ele também dizer algo sobre nossa aparência, mas o calado guerreiro se manteve impassível.

- Temos uma tenda grande e uma menor, os beduínos concederam essa gentileza para que passássemos a noite.

- Ótimo! – Harper se animou – Eu estou exausta!

Nós sabíamos que ela era forte, mas tinha sido um duro dia de caminhada pelo deserto e ela realmente precisava de descanso, mais que qualquer um de nós. Eu ía me oferecer para, mais uma vez, relaxar seu corpo e espírito, revitalizando-a, mas Rafael falou antes de mim.

- Melanie, porque você também não descansa um pouco? Pode deixar que eu cuido da recuperação de Harper essa noite... até porque, eu vou ter que camuflar bastante essa operação para que minha essência de cura não seja captada pelos seres do submundo. Nós vamos nos revezar na vigília do acampamento, mas seria interessante que você também meditasse um pouco.

Eu acenei. A idéia de descansar um pouco o corpo me pareceu muito agradável.

- Vou assumir minha posição. – Jules falou com a autoridade de um guerreiro e se retirou.

- Ótimo, então... boa noite, Melanie. – Harper falou andando em direção as tendas que nos foram reservadas, enquanto retirava os enfeites do cabelo curto.

- Boa noite. – respondi de volta.

O som dos tambores tinha cessado e apenas poucos homens podiam ser vistos, guardando o acampamento em posições estratégicas. Mais distante, vi Harper e Rafael entrarem em uma das tendas e, do outro lado, Miguel, Jules e Gabriel estavam reunidos. O silêncio do deserto era quebrado apenas pelo trepidar do fogo da fogueira e pelo vento ocasional. Olhei para o alto e vi um lindo céu estrelado. Era tão magnífico visto daqui... na cidade tinha muita interferência de luzes e barulho, mas ali, na amplitude e escuridão das areias, o espetáculo era belíssimo.

A temperatura tinha caído bastante e ventava muito também, mas nada que arriscasse a comunidade beduína que, eu reparei, estava localizada bem numa região entre dunas. Era quase um pequeno vale na areia e a enormes dunas protegiam aquela região dos ventos mais fortes e também mantinham a temperatura não muito baixa.

Caminhei então para onde Rafael havia indicado e rumei para descansar na segunda tenda. Era grande e muito bem protegida e suas estruturas pareciam firmes, mesmo enterradas na fofa areia do lugar. Muito tecidos gigantes forravam o chão na parte interior e retirei meus sapatos para poder entrar. Não havia móveis, mas alguns frascos de barro com água e vinho jaziam em um canto e também algumas bacias. Ao lado, uma pequena pilha de tecidos que me pareceram limpos.

Peguei um deles nos braços, visando forrar um pequeno espaço para deitar, e quando me virei, dei de cara com a senhora que encontramos mais cedo, a matriarca da vila, e me sobressaltei. De fato, era raro alguém conseguir assustar um anjo, mas ela entrou sorrateira e não percebi sua aproximação.

A sábia mulher caminhou muito lentamente até estar ao meu lado e me analisou sem dizer uma só palavra por um longo tempo. Fiquei imóvel, deixando que ela tomasse a iniciativa da conversa. Por alguma razão, eu sentia que ela queria me dizer algo.

- Vejo muita pureza em você, criança e também muito amor em seu olhar. – ela disse – Mas também vejo uma culpa enorme que assombra seu coração.

Sorri tristemente, suas palavras me alegraram e entristeceram ao mesmo tempo. Ela me chamava de criança, mas não fazia idéia do quão mais velha eu era em relação a sua idade terrena, embora, de algum modo, a matriarca fosse inexplicavelmente mais velha e sábia. Ela lia em mim o que precisava saber.

- Você é muito rara, muito rara...

- Me chamo Melanie, senhora. – eu disse, mais confortável com minha visitante.

- Melanie... tem um caminho difícil pela frente. Eu vim apenas lhe agradecer, minha jovem. – ela disse, fazendo uma reverência desengonçada pela dificuldade que tinha ao se mover.

Rapidamente, eu a ajudei a se endireitar. Ela riu. Era mais como uma tosse profunda, mas reconheci uma risada ao fundo.

- Minha carcaça já está velha, mais nunca serei velha demais para agradecer.

Seu tom foi leve e por mais um instante ela me olhou profundamente. Suas palavras eram confusas e eu não compreendia seu significado. Então, de repente, ela se virou e caminhou lentamente para a saída da tenda, dizendo:

- Vou deixa-la descansar agora.

- Espere! –e eu disse correndo em sua direção e a alcancei sem demora.

Ela me encarou com seus olhos perspicazes.

- Por que me agradeceu? – perguntei.

Sorrindo, ela respondeu:

- Porque quando a hora chegar, você vai fazer a escolha certa e sua decisão, salvará a todos nós.

Sem mais, ela se retirou, me deixando a sós.

...

Depois de me certificar de que tudo estava sob controle, caminhei até uma das tendas que havia sido reservada pra nós. Melanie estava a sós, sentada na posição de lótus, em meditação. Sem fazer barulho, dei meia volta para não atrapalhar seu merecido descanso, até que sua voz me chamou.

- Miguel?

- Desculpe, não queria te atrapalhar.

- Tudo bem eu não estava meditando ainda... estava apenas... tentando entender as coisas.

Eu me aproximei e abaixei de frente pra ela, seu rosto estava confuso.

- Entender o quê? – perguntei sem demora.

- Bom... é confuso de explicar mas parece que eu tenho um caminho a escolher e que pode mudar muita coisa em nossa jornada... bem, foi o que me disseram, pelo menos.

Avaliei seu rosto e o conteúdo de suas palavras. Ela parecia um pouco aflita, como se estivesse com medo de si mesma. De qualquer maneira, não perguntei quem foi que lhe disse tal coisa.

- Bom...nós somos obrigados a fazer escolhas o tempo inteiro e acredite, cada uma delas é decisiva em nosso futuro, por menores que pareçam.

Ela me encarou ainda com os olhos tristes.

- É que... eu não sei se vou ser capaz de fazer o que tem que ser feito... seja lá o que for.

- Não se subestime, eu sei o quão forte você é. – respondi com um pequeno sorriso que a atingiu. Por um segundo, eu vi que ela se perdeu em meus olhos e ficou feliz. Meu coração mais uma vez, descompassou.

- Eu queria ter tanta fé em mim quanto você. – ela disse com uma pequena e suave risada, mas parecia que ainda escondia o medo.

Estiquei a mão em sua direção e lhe acariciei o rosto. Eu não estava acostumado a ter esse tipo de impulso, mas era tão doloroso não tocá-la. Eu queria sentir Melanie a todo instante e não consegui me controlar. Ela fechou os olhos e respirou fundo, inclinando levemente a cabeça na direção de minha mão, que encaixou perfeitamente em seu rosto delicado e suave.

- Você é especial. – eu falei num sussurro, enquanto sentia a maciez de sua pele em minha mão. Não sei se falei mais pra ela ou pra mim mesmo, mas era assim que eu a via.

Melanie levantou uma das mãos e cobriu a minha, sobre seu rosto, e sorriu.

- Eu queria me sentir especial como você diz que sou e ter a certeza de que não vou decepcioná-los... mas só o que sinto é que não estou no lugar certo.

Ela abriu os olhos e me encarou, seus olhos azuis-esverdeados estavam brilhando. Eu vi claramente o medo das lembranças de Lucius e do que poderia acontecer daqui pra frente. A cada passo que dávamos, Melanie se aproximava mais dele e isso a deixava com medo de errar novamente. Eu via tão claramente, que era como se ela estivesse me dizendo, diretamente à minha alma.

Sem hesitar deixei meu coração agir, deixei com que fizesse a única coisa que importava. Deslizei a mão de seu rosto para o pescoço e depois para a nuca e a puxei pra frente devagar, trazendo-a pra mim, sem deixar de olhá-la um segundo nos olhos.

- Eu sinto que você está exatamente onde deveria estar. – eu sussurrei pouco antes de provar seus lábios mais uma vez, como eu há muito deseja fazer.

Ela simplesmente se entregou a mim e nos beijamos de um jeito que eu não saberia explicar. Eu tremi quando senti a mão dela em meu próprio pescoço, me puxando para frente e então nosso beijo mudou para algo mais. Era ela, sempre foi ela quem minha alma desejou. Ali naquele instante eu soube que seria capaz de morrer por Melanie porque se em algum momento eu não a tivesse mais por perto, minha própria existência já não faria o menor sentido.

Instintivamente, projetei meu corpo para frente, ao mesmo tempo em que ela me puxava ainda mais para si. Caímos ambos e eu sustentei meu peso com o braço para não machuca-la. De repente, a tenda em que estávamos não existia mais, eu só a sentia comigo, em minhas mãos e boca e queria mais, queria pra sempre. O que senti foi tão absurdamente intenso, que minha essência escondida quase foi revelada porque meu controle não existia mais. No último instante, com um sobressalto, afastei-me dela, e respirei fundo rapidamente para manter meu escudo no lugar, rezando para que não tivesse estragado nossa aproximação a Dudael.

- Miguel? Me desculpe! – ela se apressou em dizer, sentando-se rapidamente, assustada por não entender minha reação.

- Não... me desculpe é que... – minhas palavras saíram atropeladas, eu ainda estava sob o efeito de seu beijo e meu corpo reclamava visivelmente por estar longe de seu calor.

Ela estava ruborizada e totalmente sem jeito e desviou seu olhar do meu. Rapidamente eu fui ao seu encontro e me ajoelhei ao seu lado. Peguei seu rosto delicado mais uma vez, agora entre ambas as mãos e a encarei.

- Me desculpa. – repeti – Meu escudo quase se perdeu e eu tive que me concentrar, por isso me afastei de você.

Ela abriu a boca, mas não esperei pelo o que queria me dizer, baixei meu rosto e a beijei mais uma vez. Era irresistível e eu simplesmente precisava que soubesse que a última coisa que eu queria era me afastar. Ela me correspondeu, mais uma vez, e dessa vez eu prestei atenção – o máximo que consegui – em manter meu escudo ativo, mas todo o meu ser estava focado nela novamente.

- Miguel... – o sussurro dela me levou a um paraíso onde nunca estive e me fez quer ouvi-la dizer meu nome por toda a eternidade.

Então eu a puxei mais contra mim e senti seu corpo frágil e quente se moldar ao meu e aquilo foi como fogo em minha pele. Pressionei sua nuca mais uma vez, dessa vez embolando de leve seus cabelos em meus dedos e ela cravou as unhas em meus bíceps. Minha boca urgente desceu por seu pescoço, mordendo, beijando, provando cada milímetro dela... era desesperador como a desejava.

...

O meu céu era verde, exatamente o tom dos olhos dele. Eu me sentia em chamas e não importava o quanto a temperatura havia baixado desde a hora que entrei na tenda, pois cada toque de Miguel em minha pele era fogo. Eu o queria de um jeito urgente, vital. Era como se ele fosse a salvação de minha alma, minha razão de viver.

Eu não sabia de onde vinha tanto sentimento, afinal, foi há muito pouco tempo atrás que o vi em Abyssi pela primeira vez, mas era como se eu sempre fosse dele, como se tivesse sido feita exclusivamente para Miguel. E eu era.

Ele então me encarou de perto, ofegante, depois que nos beijamos e seus olhos mais uma vez me fizeram enlouquecer. Eu via o desejo nele e era o mesmo que o meu, tinha a mesma necessidade e urgência. E eu decidi naquele momento o que fazer, já tinha tomado minha decisão. E queria ser dele totalmente.

Senti Miguel estremecer quando percebeu em meu olhar a permissão que desejava. Com uma sutileza e carinho impossíveis, suas mãos fortes rodearam minha cintura e delicadamente fez o movimento certo para retirar minha blusa. Eu vestia uma peça íntima que Harper tinha me ajudado a escolher na época e era bonita, em tecido preto de cetim. Ele deslizou o dedo pelos detalhes do decote onde havia uma pequena e brilhante pedrinha e eu via meu próprio peito subir e descer com os movimentos provocados pela respiração acelerada. Minha pele se arrepiava por onde deu dedo passeava.

Ele me beijou mais uma vez e foi gentil, tranquilo, como se de repente toda a urgência de segundos atrás tivesse se acalmado, mas o desejo permanecia ali, ainda mais forte. Vagarosamente, as mãos de Miguel desceram pelas laterais do meu corpo e abriram o fecho da calça. Ao mesmo tempo, eu abri os primeiros botões do sobretudo que usava e logo senti a pele quente de seu peito nu em minhas mãos, o que me fez arfar.

Com num movimento sutil e extremamente sexy com os ombros, ele deixou o pesado e escuro casaco cair ao chão. Eu estava deitada e ele meio que ajoelhado meio que sentado em meu ventre, mas eu não sentia o peso do seu corpo sobre o meu. Minha visão era a coisa mais linda que já tinha visto e fiquei admirando toda a perfeição de seu ser, assim como ele me encarava com um sutil sorriso nos lábios.

- Você é linda demais... – ele falou baixinho, apenas me admirando com os olhos verdes e brilhantes.

Sorri, sentindo mais uma vez o rosto ruborizar.

As mãos dele desceram até meu rosto novamente e me carinharam de um jeito único, delicado, e foram descendo sem pressa pelo pescoço. Suprimi um gemido quando alcançaram os meus seios, sobre a peça íntima. O caminho prosseguiu, atingindo as curvas de minha cintura e a essa altura, minha respiração já estava descompassada. Miguel me carinhava com as mãos e com os olhos e me deixava completamente sem ação tamanha adoração via em seu olhar e gestos.

Foi com esforço que levei minhas próprias mãos para a perfeição de seu abdômen, sentindo cada músculo sob meus dedos e ver o efeito que provoquei foi sensacional.

Ficamos assim por um longo tempo, nos explorando, nos conhecendo, e minha vontade dele só crescia a cada minuto. Ele então desceu o tronco lentamente e veio me beijar e eu sabia que finalmente teria com ele o que meu corpo queria, o que minha alma ansiava. Nossas roupas não foram um empecilho por tanto tempo e eu me senti muito a vontade com ele. Quer dizer, eu estava fascinada com Miguel e como ele me tratava. Eu percebia claramente que ele se controlava, mesmo seu desejo sendo absurdo, tanto quanto o meu, e aquilo me atingiu profundamente. Não pude deixar de lembrar de minha noite com Lucius, das carícias desmedidas, do desejo insano e do jeito tão diferente que me tratou. Com Lucius eu era fogo e torpor, eu estava dominada por uma vontade além de mim, mas com Miguel, tudo era consciente, tudo que eu sentia vinha do corpo, da alma e do coração.

- Melanie, se você quiser... – ele começou com a voz rouca e controlada, mas eu o interrompi, colocando a mão suavemente sobre sua boca. Não queria ouvi-lo perguntar se eu queria continuar porque minha escolha já tinha sido feita.

Eu o abracei e senti todo o peso de seu corpo sobre o meu. Senti seu calor, me pressionar deliciosamente e seus beijos voltaram a me enlouquecer. E foi assim, totalmente certa do que queria, totalmente entregue, que senti meu corpo e o de Miguel se tornarem apenas um.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei, os caps estaum ficando longos demais. OK, adimito, mas eh que eu tenho sérios problemas com escrever pouco, sabe?? rsrsrs
Vou tentar fazer igual a Salvation, com caps mais dinâmicos e talz.. mas me digam então se querem que em encurta ou se os mantenho assim, OK?
Please, deixem suas opiniões pq eh baseada nelas q eu melhoro a fic.
E sempre deixo meu recadinho >> entrem no meu perfil e leiam Salvation, nem que seja só o primeiro cap pra ver se não vale a pena :D
bjim