Signatum escrita por MilaBravomila


Capítulo 24
Capítulo 23 - Os Arcanjos


Notas iniciais do capítulo

Gente, primeiramente, desculpem a demora. Estive totalmente sem tempo!
Segundamente - rs - queria compartilhar minha alegria com vcs: Salvation, minha fic anterior a essa, teve mais uma indicação!! o/o/o/o/o/o/o/o/o/ Jah são nove!!! Estou mega feliz ao ver q msm depois de tanto tempo, Salvation continua acelerando corações!! rsrsrs
Bom, um mersham bááásico: qm naum leu e quer conhecer uma história repleta de surpresas, romance e sangue, entra rapidinho no meu perfil e dá uma olhada nas fics anteriores minhas. Lah vc vai encontrar minha inspiração divina! :D
Bom, sem mais delongas... espero q gostem do cap!... com gente nova!!
bjus



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Logo após sentir a presença de meus irmãos, saí em disparada para fora da caverna, carregando Harper comigo, mas nada me desesperou mais do que sentir a agonia dela, de minha Melanie.

Em um tempo curto demais para precisar, eu já estava diante deles. O corpo desacordado de Jules estava em um canto e Gabriel e Rafael estavam parados de frente para Melanie, caída no chão, com a Gladius prateada longe do alcance. Harper correu ao encontro de Jules que, apesar de desacordado, estava vivo.

Meus irmãos não conseguiram me ver passar, tamanha a velocidade que cheguei até Melanie. Estava desmaiada, mas inteira. Meu alívio foi tão grande ao ver que respirava que agradeci ao Pai em voz alta, sem perceber. Jules e Melanie devem ter encontrado muito além de demônios comuns neste lugar.

Com extremo cuidado, tirei uma mecha de cabelo que lhe cobria os olhos. A pele brilhava sutilmente e percebi que suava um pouco. Havia apenas um pequeno hematoma ao lado do olho esquerdo, provavelmente decorrente da queda. O pulso estava estável, embora fraco. Lentamente a segurei nos braços e levantei, apertando seu corpo frágil contra o meu. Pela segunda vez, eu tinha falhado com ela. Primeiro, eu prometi que Lucius não a machucaria e depois, que eu a protegeria pra sempre.

Eu, que nunca em minha existência deixei de honrar um compromisso, já havia falhado duas vezes com Melanie e isso me matava por dentro. Justamente o ser que eu mais queria manter seguro, era o que mais me escapava das mãos, uma ironia ácida do destino.

À distância, vi que Jules já estava de pé e encarava Melanie com preocupação e eu entendia muito bem o motivo. Acenei quase que imperceptivelmente pra ele que imediatamente relaxou, sabendo que Melanie estava viva.

- Ora, ora, ora... você nunca me carregou assim, irmãozinho.

Encarei o dono da profunda e sarcástica voz. Gabriel sempre agia dessa forma, era sua marca registrada. Em seu rosto, o mesmo sorriso superficial.

- Por que vieram? – perguntei desviando o olhar para Rafael, que encarava Melanie com genuína preocupação.

- E você acha que nós iríamos ficar de fora da brincadeira, irmãozinho? – falou Gabriel, esticando a mão para tocar o rosto de Melanie.

Antes que ele piscasse, sustentei o peso dela em um dos braços e, com o outro apontei minha Gladius para a garganta de Gabriel, a milímetros de sua jugular. Todos ficaram imóveis.

- Nem pense nisso. – falei friamente, segurando a espada em sua direção.

Gabriel sorriu de modo usual e levantou os braços em rendição. Rafael se aproximou de mim e tocou a testa de Melanie.

- Vocês dois podem parar com isso? – ele falou sério. Era raro ver Rafael alterado desse jeito.

Olhei para meu irmão, que rapidamente iniciou uma prece na língua antiga, enquanto encarava o corpo desfalecido em meus braços. Rafael fez menção em segurá-la, mas me afastei.

- Miguel, sei como se sente, mas Melanie precisa de cuidados. Cuidados que você não pode oferecer no momento.

As palavras de Rafael foram duras. Engolindo seco, entreguei-a a seus braços capazes. Fiz força para não encarar o sorriso largo e irônico de meu outro irmão. Essa situação estava saindo de controle, mas eu não era eu quando se tratava dela.

Rafael sentou-se no chão da caverna, na posição de lótus, com o corpo de Melanie em sua frente. Imediatamente, uma profusão de palavras antigas foi dita e uma luz amena fluiu de Rafael para Melanie. Era uma energia muito poderosa e revitalizadora. Como o Arcanjo da Cura e Força Espiritual, Rafael tinha o dom de amenizar a dor e o sofrimento, além de controlar a poderosa força do Espírito. Eu sabia que somente ele poderia ajuda-la, mas me incomodava o fato de não ser eu.

Forcei-me a sair de perto dela e caminhei até Jules, que estava de pé apoiado por Harper.

- Jules, como está? – perguntei analisando sua carcaça forte e ferida.

- Bem, Senhor. – ele respondeu, ajeitando o peso do corpo para não precisar do apoio de Harper, que o soltou.

- O que aconteceu? – perguntei intrigado.

- Chegamos ao final da caverna e já não conseguíamos andar. O lugar começa a se fechar de um jeito que torna impossível a caminhada. No meio do caminho de volta, sentimos a presença dele. Era mais forte que tudo o que já enfrentei. Não estava em sua forma física, mas seu expectro me atacou e caí desacordado com o impacto. Ele não se parecia com nenhum demônio que eu já tenha visto.

Não havia medo nos olhos do guerreiro. Nós, não sentíamos medo – não usualmente -  mas Jules estava visivelmente abalado. Nosso inimigo potencial era forte o suficiente para derruba-lo sem passar a este plano, então só havia uma possibilidade na qual eu podia pensar...

- Era Semjaza.

Virei na direção da voz grave de Gabriel, que continuou.

- Rafael sentiu um distúrbio grande na área e viemos. Encontramos a garota caída e ele se preparava para ataca-la mais uma vez. Foi a espada da Cura de Rafael que o enviou de volta pro inferno.

- Quem é Semjaza? – Harper perguntou, juntando-se a nós.

- Ele é o chefe dos Príncipes do Inferno. – respondi.

Minha mente vagou a um tempo distante. Um tempo em que a Terra e os homens eram diferentes do que são hoje. Nos primórdios da civilização, quando os primeiros anjos caíram, eu e meus irmãos fomos enviados pelo Pai pra capturar Semjaza e seu bando e trancá-los nos confins do submundo, junto à Lúcifer. Foi a maior batalha que enfrentamos. Naquele tempo, o exército ainda não havia sido formado. A missão foi dada aos quatro Arcanjos, e Gabriel, Rafael, Uriel e eu a cumprimos, expulsando os Anjos Negros para o submundo.

...

Abri os olhos devagar, sentindo o calor maravilhoso do Pai fluindo em mim. Estava relaxada e não sentia mais a dor que a espada negra me causou. Focalizei a figura ao meu lado. Estava sentado na posição de lótus e falava em uma língua que eu não conhecia. Reconheci a figura imediatamente. Tinha as feições finas e pacíficas. Os olhos estavam fechados, mas eu sabia que tinham um tom dourado como os de Miguel. O cabelo parava a altura dos ombros, loiro e brilhoso. O nariz reto, a boca fina e uma aura que emanava a paz infinita.

- Rafael?

Meu espanto momentâneo me levou ao desrespeito. O Arcanjo Rafael era o líder de minha casta, a dos Anjos da Cura e da Força Espiritual. Eu já o tinha encontrado, em raras ocasiões, mas nunca tive a honra de ser cuidada por sua aura incrível. Ele sorriu e abriu os olhos dourados.

- Que bom que está melhor.

Eu o encarei por alguns segundos e desviei o olhar, envergonhada com minha ousadia.

- Me desculpe, Senhor. – falei rapidamente, podo-me sentada.

- Não estamos em casa, Melanie, não precisa desviar seu olhar do meu.

Sua voz era tão incrivelmente suave e tranquilizadora, que me aliviava apenas em ouvi-la. Ele se levantou e eu o segui. Assim que virei, avistei a figura imponente de Miguel. Por meio segundo, eu estava em casa através dos olhos doces dele.

Avistei uma figura alta e esguia que surgiu entre nós. Tinha os cabelos curtos e negros, bagunçados, que emolduravam um rosto meio quadrado e perfeito. Era totalmente despojado e trazia no rosto um sorriso sarcástico. Assim que avistei o tom dourado de seus olhos, soube que era outro Arcanjo.

- Bem vinda de volta. – ele disse e sua voz ressoou grave e sedutora pela caverna.

Desviei o olhar para Jules, sentindo meu rosto corar. Era bom saber que estava bem, mas ter tantos Arcanjos juntos reunidos me deixava desconcertada. Eles eram os anjos mais nobres, os mais próximos do Pai. Eram mais antigos que qualquer um de nós, e sua força e imponência superavam em muito a nossa capacidade.

- Obrigada. – respondi tímida àquele que deveria ser Gabriel.

- Bom... agora que a família está reunida, o que vamos fazer?

Todos olhamos para Harper. Ela cruzava os braços e esperava uma resposta. Em sua ingenuidade humana, ela não fazia idéia de que três dos quatro seres de mais alto grau da hierarquia angelical estavam diante dela e nem da honra e responsabilidade que isso implicava. Na verdade... nem eu sabia...


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Notas finais do capítulo

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