Meu Malvado Favorito escrita por mulleriana, Nina Guglielmelli


Capítulo 6
Se ela quer guerra, é o que vai ter!


Notas iniciais do capítulo

Nota MUITO especial la no final do capítulo, fizemos uma surpresa pra vocês *-*. Beijos e boa leitura!



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- Você vai.

Emmett apontou pra mim, com a boca cheia enquanto mastigava um pouco de lasanha. Rosnei baixinho, pegando o prato de comida das mãos de Alice. Vesti a touca que escondia meu rosto.

- Faça ela calar a boca. – A baixinha disse. - Carlie vai chegar logo e, além disso, temos vizinhos.

Caminhei até a escadaria contra a minha vontade. Odiava obedecer ordens.

Desci.

O porão era repugnante. Não era aberto há muito tempo pelo antigo proprietário da casa, provavelmente, e nós não nos incomodamos em limpar nada. Colocamos uma cama de solteiro encostada na parede, um cobertor relativamente grosso, e um recipiente para suas necessidades fisiológicas.

Rosalie estava sentada no colchão, abraçando suas pernas, o rosto inchado de tanto chorar. Vestia roupas (pretas) de Alice, pequenas demais para ela. Uma única lâmpada estava acesa no teto, pendurada num fio que ameaçava se romper. Piscava de vez em quando, e deixava o porão mal iluminado. Ela parou de berrar assim que me viu.

- Almoço. – Disse, rígido.

- Não estou com fome. – Uma resposta típica, com a voz rouca de tanto gritar.

- Ótimo. Morra em jejum. Mas quem sabe o que faremos com seu corpo?

Seus olhos se arregalaram por um segundo. Ignorei, e deixei o prato no chão. Observei o rosto da Rosalie; seus lábios cheios estavam trêmulos. Ela era estonteante, sem dúvida, mas não iria ceder – a menos que desenvolva algum tipo de Síndrome do Estocolmo. Eu não sou nenhum maluco estuprador.

- É melhor comer. – Completei, me virando e indo em direção à porta outra vez.

- Eu me lembro do seu rosto. – Ela murmurou. – Acha mesmo que iria esquecer?

Sua voz falhou no final. Girei o corpo para encará-la outra vez.

- O que? – Perguntei quase num tom de ameaça.

- Não vai conseguir esconder quem é. Logo vão dar tudo o que vocês pedirem e eu vou embora daqui. E vou denunciar os três.

Sustentamos o olhar um do outro por um longo tempo. Simplesmente abaixei a mão para meu bolso enquanto ia na direção dela, em silêncio. Puxei seu corpo pelos cabelos da nuca, erguendo um estilete com a mão livre e pressionando contra sua garganta. Rosalie arfou.

- Faça isso... – Sussurrei próximo a seu ouvido. – E eu acabo com sua liberdade pessoalmente.

Soltei seu cabelo, forçando um pouco o corpo da garota contra a cama. Ela gemeu e recomeçou a chorar, mas eu ignorei, finalmente saindo do porão e trancando a porta por fora.

(...)

Ninguém é mal. Ninguém, em sã consciência, acorda pela manhã e decide matar alguém. Eu tenho meus motivos para tal. Aprendi a ser frio. Aprendi a fazer o necessário por minha sobrevivência.

Adquiri esse estilo de vida por volta dos 16 anos. Eu queria ser independente, esse era meu único problema: Não suportava depender de meus pais, não suportava a pressão de me tornar um advogado como ele. Eu queria fazer o que eu quisesse sem precisar de permissão, e queria logo.

Conheci pessoas que me ofereceram tudo, e eu fui aceitando. Era só mais um adolescente mimado que achava estar encontrando uma saída nas drogas.

Comecei a dever dinheiro, e aí foi a mesma história de sempre. Roubava pequenas coisas de meus pais, até que não foi mais suficiente. Eu não era um viciado; eu só queria estar com eles, queria ser dono de mim mesmo. Ficava feliz por estar quebrando as regras. Parei de usar qualquer coisa que me ofereciam, mas já era tarde demais. Fui ameaçado, e não pude fazer nada. Minhas dívidas custaram a vida de meus pais e meu futuro.

Comecei a trabalhar para Aro. Com 18 anos, participei do meu primeiro seqüestro. Com 19, matei um homem pela primeira vez. Foi fácil, tão fácil quanto disparar uma pistola d’água numa criança. Não sei como consegui um diploma no Ensino Médio. Não tinha mais uma residência definida, e passava as noites com mulheres e bebidas diferentes. Aos 20 anos de idade já tinha uma ficha criminal extensa.

Após o sequestro de Rosalie,, uma semana se passou rapidamente. Ela era só mais uma vítima dos inúmeros crimes que estava acostumado a cometer. Ela não teve nada a ver com as mudanças em minha vida, pelo menos não como Carlie ou Bella.

Carlie.

Ela tinha ordens expressas de nunca – nunca -, em hipótese alguma, descer para o porão. A modelo não fazia mais nenhum barulho, felizmente, e a pirralha aprendera a nos obedecer. Ela falava pouco comigo, porque eu sempre lhe dava alguma patada, principalmente quando pedia para brincarmos juntos. Emmett, por sua vez, a tratava muito bem. Ela o apelidou de “irmão urso”, e dizer isso era o suficiente para o idiota fazer todas as suas vontades.

- Pai, pai, pai, quer brincar comigo? – A pirralha veio pulando.

- Não.

Eu andava de um lado para o outro, tentando completar a ligação para Demetri. Sempre dava ocupado, o que estava começando a me irritar.

- Por quê? – Ela insistiu.

- Porque estou ocupado.

- Por quê?

Parei com o celular próximo a orelha, virando para ela. Estava bem na minha cola.

- Por que o quê, garota? – Franzi a testa.

- Por que está ocupado? – Colocou as mãos para trás, me encarando.

- Porque estou trabalhando.

Voltei a andar. Ela veio atrás.

- Por quê?

- Porque é isso que os adultos fazem. Como acha que compro comida pra você?

- Você não compra comida. Você compra pizza.

Girei o corpo e abaixei o celular, erguendo as sobrancelhas ao encará-la.

- É possível que você seja tão ingrata? Pelo amor de Deus!

- Cheguei aqui há quase duas semanas, e só comi pizza, macarrão instantâneo e lasanha congelada. Eu pensei que meu pai ao menos saberia cozinhar!

- É? Bom, ele não sabe, porque tem coisas mais importantes a fazer.

- Como o quê? – Ela cruzou os braços, quase num tom de desafio. – Tentar falar com a Bella?

É. Bella.

Eu ia ao parque todos os dias, e tentava persuadi-la de todas as maneiras possíveis. O tempo estava passando; 6 meses é um tempo curto demais quando se trata de uma garota tão geniosa. Minhas idéias estavam acabando, e até mesmo a pirralha intrometida já tinha percebido que eu era um fracasso.

- Bom dia!

- Não vou sair com você.

- Ei, ei, ei! – Ergui as mãos na altura do peito, mostrando as palmas para ela, como se estivesse me defendendo. Fiquei ao lado dela um sorriso enorme. Bella mexia em suas flores, visivelmente irritada. – Por que tanta grosseria, querida? Nem mesmo ouviu minha proposta.

- Não preciso. – Ela respirou fundo, virando um pouco para me olhar. – O que vai ser desta vez? Chocolate, convites para uma peça inédita ou reservas em algum restaurante caro de Seattle?

- Na verdade, eu conheço um restaurante que oferece uma picanha divina.

- Sou vegetariana.

- Você é. Claro que é.

Respirei fundo enquanto ela dava a volta na banca, arrumando as flores do outro lado. Anotou algo e então me olhou.

- Já disse que não deveria perder seu tempo, senhor Cullen.

- É Edward. – Corrigi.

- Tanto faz. Vá embora, e não volte mais.

- Só estou pedindo um único jantar. É muito? – Me aproximei dela, ficando bem a sua frente e abrindo meu melhor sorriso. – Saia comigo uma vez, e então veremos no que dá. O que acha?

Bella sorriu e ergueu a mão para tocar meu ombro. Me encarou daquela maneira por alguns segundos, até ficar ficar séria repentinamente, e gritar com o rosto perto do meu.

- Cai fora!

(...)

Voltei para casa, frustrado e cheio de raiva. Precisava fazer alguma coisa. Precisava tomar uma medida drástica. E assim o fiz.

- Se quiser falar comigo, estarei na praça. – Disse para Carlie, indo na direção da porta com uma mochila nas costas e um grande saco cilíndrico em mãos. Ali, guardava minha velha barraca. - Mas acho que seus tios vão dar conta de tudo, não é?

- Você precisa me ajudar com a lição de casa!

- Não é problema meu. – Rosnei, saindo de casa. – Se vira, você está indo pra aula, deveria saber fazer isso sozinha! Volto assim que puder. Não faça nenhuma merda por aí.

Fechei a porta, atravessei a rua e andei mais um pouco, até chegar naquela grande área verde. A praça estava começando a ficar lotada, mas eu não me importei. Andei por vários metros até chegar ao lado da banca de flores, onde Bella atendia um senhor.

Ela sorria para ele, que logo foi embora com um buquê de rosas. Assim que Bella virou e me viu, soltou um gemido de frustração, apoiando-se na beirada do pequeno balcão.

- Mas que droga você...? – Começou a perguntar, analisando a sacola.

Joguei tudo no chão e olhei para ela. - Ainda não vai sair comigo?

- Não.

Abaixei, puxando o zíper da sacola e começando a tirar tudo dali de dentro. Bella ficou me analisando, sem entender, enquanto eu armava a barraca bem ao lado de sua banca de flores.

Demorei um pouco até tudo estar pronto; ela continuou a trabalhar normalmente, atendendo alguns clientes. Tinha a leve impressão de que ela estava ignorando minha presença ali.

Finalmente, minha nova “cama” estava pronta. Joguei um cobertor que trouxera na mochila ali dentro e sentei na beirada da barraca, respirando fundo. Ela cruzou os braços e parou a minha frente, me obrigando a olhar para cima. Estava séria como nunca.

- Certo. Que palhaçada é essa?

- Essa vai ser minha nova casa, bem ao seu lado. Pelo menos até aceitar sair comigo.

Seus olhos se arregalaram.

- Não pode estar falando sério.

- Pareço estar brincando? – Ergui as sobrancelhas.

Bella olhou de um lado para o outro, sem saber exatamente o que fazer. Bufou, olhando em meus olhos outra vez, com a mesma expressão de uma mãe repreendendo uma criança.

- Vá embora, Edward. Você não sabe com quem está brincando.

Ignorei sua “ameaça”, enfiando as mãos em minha mochila e tirando um pacote de salgadinho dali.

- Servida? – Falei de boca cheia, erguendo o pacote para ela.

Ela parecia estar tentando me derreter com o olhar. Se me conhecesse bem, saberia que eu não iria desistir tão facilmente. Nos encaramos por longos segundos; minha expressão divertida só a irritava ainda mais. Por fim, ela ergueu as sobrancelhas, um sorriso sarcástico se formando abaixo dos olhos de chocolate.

- Ótimo. Vamos ver por quanto tempo aguenta essa maluquice.


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Notas finais do capítulo

E ae galera tudo bem? Então hoje a nota vai ser bem diferente. Eu e a Carol gravamos um podcast pra interagir melhor com vocês. Pra quem não sabe um podcast é como se fosse um programa de rádio onde vamos falar não só das nossas fics mas do que vocês quiserem que a gente fale. Pra isso eu criei um email pra vocês mandarem perguntas por que eu não sei quantos de vocês que leem aqui mas não são cadastrados.
Vou colocar o link do programa aqui, vocês podem tanto ouvir online quanto baixar, fica a gosto do freguês. Espero realmente que vocês gostem e pra quem quiser meu twitter é o @ninamelli e o da carol é @mulleriana, e o twitter citado no programa é o @porrarobsten. Ah e claro, o email pra mandar as perguntas é o dizainyah@yahoo.com .
Espero que gostem, beijos e quero muito ouvir a opinião de vocês *-*
http://dizainyah.podomatic.com/entry/2011-08-23T11_36_55-07_00