Meu Malvado Favorito escrita por mulleriana, Nina Guglielmelli


Capítulo 2
Ah, é claro, era só o que me faltava




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Nos mudamos para uma casa no subúrbio de Forks. Não nos conhecíamos muito bem, ou pelos menos não o suficiente para dividir o mesmo banheiro. Ainda assim, o trabalho exigia esforços.

Eu passara um bom tempo em Seattle, até que os Volturi me convocaram para formar esta célula em Forks. Havia completado 10 anos desde que me envolvera com o crime, e não era mais novidade para mim. Tornei-me um exímio atirador e poucas coisas me intimidavam. Eu tinha tudo para subir nessa carreira.

- Pode ficar com o quarto do meio. – Eu disse a Alice, me auto-declarando o líder do grupo. – Eu e Emmett vamos dividir o outro.

- Há 3 quartos. – O grandalhão disse, trazendo uma caixa e colocando no meio da sala. – Vamos usá-lo pro sequestro?

- Não, será o porão. É que recebi ordens de deixá-lo intacto. Vão falar conosco ainda hoje sobre isso.

Eles se entreolharam e então seguiram seus caminhos para terminarmos de arrumar a casa. Eu pensei em oferecer ajuda a Alice, mas ela estava se virando bem com todo aquele peso. A primeira vez que a vi me preocupou, era muito pequena. Mais tarde percebi que isso seria de grande ajuda. Era talvez geniosa demais para uma criatura tão frágil; seu cabelo era curto e espetado como se tivesse chacoalhado a cabeça e congelado os fios, seu corpo tinha inúmeros piercings e tatuagens, e eu nunca a vira usando uma peça de roupa que não fosse preta. Quanto a Emmett, só estar no mesmo ambiente que ele já era intimidante. Os dois não eram muito experientes com seqüestros, e isso eu talvez tenha descoberto tarde demais.

Alguém bateu na porta; uma, duas, três vezes. Era monótono. Eu e Alice paramos perto do sofá enquanto Emmett abria, mostrando a figura já conhecida de Caius parada ali.

- Bom dia. – Ele disse, limitando-se a nos cumprimentar com um aceno de cabeça. Sentou no sofá sem fazer cerimônia. – O assunto é importante, sim? E estou com pressa.

Alice se ajeitou ao lado dele, e eu e Emmett ocupamos as duas poltronas a sua frente. Apoiei os cotovelos nos joelhos e entrelacei as mãos, olhando para seu rosto com interesse.

- Aro está preocupado. Ele acha que ter uma célula em Forks é uma boa, mas pensa que a cidade é pequena demais. Precisarão de um disfarce.

- Que tipo de disfarce? Vamos mudar nossos nomes, ou...

- Não. Vão mudar quem são. – Caius respondeu, e eu podia ver uma pontada de diversão em sua voz. – E quantos são.

- Como? – Franzi a testa. Alice me imitou, um pouco preocupada.

- Vocês serão irmãos. Vivem juntos aqui. Alice Brandon, você será Alice Cullen. Emmett McCarty, Emmett Cullen. Edward Masen, Edward Cullen. – Olhou para cada um de nós enquanto falava.  – Vocês supostamente terão um site de vendas pela internet. E... – Ele pareceu pensar muito bem na maneira que daria a notícia. – Edward, você terá uma filha.

Fiquei em silêncio, processando a informação por poucos segundos.

- Ela... Mora com a mãe?

- Não, não estou falando de uma criança fictícia. Estou falando de uma adoção real. Uma criança, e seu nome – ou pelos menos o nome falso – estará em sua certidão de nascimento.

Encarei Caius por longos segundos, e então me limitei a rir.

- Vocês enlouqueceram! – Disse, ainda rindo. – É a única explicação! – Encarei seu rosto sério, e vi que ele realmente estava dando aquela ordem absurda. – Eu não sei cuidar de uma criança! Eu nem mesmo gosto delas. Por que eu? Por que não Alice?

Ela grunhiu com meu pensamento machista, e Caius balançou a cabeça.

- Vocês três irão cuidar dela. Só iremos registrar com o seu nome porque é mais seguro, Aro confia mais em você. Não tem erro, seus documentos falsos estão prontos e foi fácil conquistar a assistência social.

O homem ficou em pé, dando uma rápida olhada na casa e em nós três antes de falar.

- A menina está segura conosco, numa célula brasileira. É americana, mas passou os últimos meses bem isolada enquanto arrumávamos tudo. Achamos melhor. Será transferida para cá até o final da semana. Tratem de arrumar o quarto vazio para ela.

Eu assenti, ficando em pé também.

- Não vamos falhar. – Prometi.

Caius não precisou se despedir com grandes formalidades para ir embora.

                                                                          (...)

Não ia dar certo. Essa era minha única certeza. Eu era péssimo com crianças; não gostava delas, e nunca havia tido muito contato. Era um disfarce criativo, precisava assumir. Ainda assim...

Eu me livrei daqueles dois patetas por algum tempo, optando por dar um passeio pela cidade. Era pequena. Acabei parando na praça principal perto de casa; era circular, e eu perdera a conta de quantas vezes andei por toda a sua volta. Muitas coisas me preocupavam, mas a principal delas envolvia a célula.

Estava acostumado a trabalhar com pessoas mais experientes. E se eu falhasse com Aro por causa dos parceiros que ele me arranjara? Em Seattle, eu estava começando a me destacar. Era impressionante como minha carreira poderia declinar de repente.

Parecia que a cidade inteira resolvera passar por ali. Estávamos perto do horário de almoço, e os pequenos restaurantes estavam lotados. Famílias inteiras saíram de suas casas naquele sábado, os casais apreciavam o local de mãos dadas e suas crianças remelentas corriam soltas pelo gramado úmido. Só saí de meus devaneios quando uma delas me atingiu.

- Desculpe! – O menino gritou, correndo atrás de um bola. Fiz uma careta, passando a mão em minha coxa, onde ele encostara.

Não ia dar certo, não mesmo... Eu, Edward Masen, cuidando de uma criatura nojenta como essas? E se a que designassem para mim fosse ainda pior?

Chacoalhei a cabeça e fechei os olhos, parando próximo a uma árvore. Meu celular vibrou no bolso da calça e eu atendi antes que começasse o toque escandaloso.

 “Oi, meu amor!” Tanya cumprimentou, manhosa. “Você não me ligou ontem...

 - Eu sei, princesa. - Suspirei. - Tenho muitas coisas do trabalho pra resolver. Eu ia ligar já, já.

 “Estou com saudades! Quando vamos nos ver de novo?” Perguntou.

Abri a boca, pensando numa resposta, e apoiei as costas na árvore. Abaixei um pouco a cabeça e ajeitei meu cabelo do jeito que todas as mulheres gostavam – como se estivesse conversando com a garota a minha frente, e precisasse seduzi-la de alguma forma. Eu já estava vendo Tanya há algum tempo, e gostava disso. Mas meu trabalho não me permitia ter relacionamentos muito sérios.

Nunca tive problemas no campo amoroso porque não me apaixonava; na realidade, terminava os namoros antes disso. Eu ainda podia me permitir ficar com Tanya por algum tempo a mais; ela fazia o tipo “mulher-fatal”, tinha corpo demais e cérebro de menos, e não era o tipo de garota que eu me via casando. Sinceramente, não havia nenhuma garota com quem eu me via num relacionamento duradouro.

- Logo. Eu prometo. Também quero te ver, minha linda, mas agora eu...

Ergui o rosto enquanto falava, mantendo a mão livre no bolso da calça jeans. Automaticamente, meus olhos varreram todo o ambiente.

E foi assim que a vi pela primeira vez.

Ela estava sorrindo. Exalava alegria. Eu me sentia bem somente por estar olhando pra ela. Estava parada ao lado da banca de flores, com as mãos para trás, enquanto um cliente examinava as rosas. Deduzi que era a vendedora, considerando o avental e tudo mais. Virou-se um pouco para responder qualquer coisa que ele perguntou e passou a mão nos cabelos castanhos timidamente. Meu coração esquentou de maneira estranha com esse gesto; ela era linda, tão linda quanto uma boneca com pele de marfim e olhos de chocolate.

Usava uma saia rosa quase até o joelho, um suéter branco e sapatilhas marrons, que combinavam com os óculos um pouco grandes demais. Deu um único passo e se desequilibrou. Era uma das coisas mais estranhamente lindas que eu já vira e, apesar das roupas nada chamativas e da visível timidez, eu sabia que havia o corpo de uma deusa por baixo daqueles tecidos.

“Edward? Edward?” Tanya chamou do outro lado da linha, e eu saí de meus devaneios.

- Eu estou realmente ocupado, minha linda. Mas eu ligo para marcarmos, ok? – Ela começou a retrucar, e eu ignorei. – É, é, até mais.

Desliguei o aparelho e o guardei, sem tirar os olhos da beldade do outro lado da praça. Dei um passo a frente, pensando numa provável desculpa para me aproximar. Ela virou um pouco para falar com seu cliente, mostrando o cabelo caído pelas costas e a curva da bunda de tamanho ideal. Deus, seria possível? Onde eu estava esse tempo todo?

Meu celular vibrou em meu bolso, e eu parei num sobressalto antes de pegá-lo, xingando mentalmente. Era Emmett. Respirei fundo, virando na direção de casa enquanto atendia sua ligação.

- O que foi? – Perguntei.

- Eles estão com pressa. – Respondeu do outro lado da linha. – Querem que comecemos logo. Já estão trazendo a menina.

- Estou chegando. – Respondi, entredentes, e então desliguei.

Merda! Não ia dar certo. Não mesmo...


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Notas finais do capítulo

Ai gente que emoção estar aqui de novo *-*, Nina aqui postando o primeiro capítulo dessa nova fic que ja estamos planejando com tanto carinho para todos os orfãos de The Cullen's HAHUHUAHUAHAU.Espero que gostem dessa fic tanto quanto gostaram de TC, claro que é uma história completamente nova e bem diferente, vão notar que mudamos muito a personalidade dos personagens mas eu garanto que vão gostar.Bom, ta aí, fic novinha em folha e não só esperamos os leitores de TC aqui como novos e se você for um novo leitor corra pra ler TC que eu garanto que não vai se arrepender.É isso aí gente, beijos a todos ;*