Meu Malvado Favorito escrita por mulleriana, Nina Guglielmelli


Capítulo 10
Muito bom, Emmett!




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Vai dizer que não é uma merda quando você precisa acordar no meio da noite pra mijar? Minha bexiga parecia me odiar, sem motivos. Se meu fígado ou pulmões reclamassem, eu entenderia, mas eu ainda não tinha idade para usar o banheiro tantas vezes assim!

Praticamente me arrastei para voltar a minha cama. Naquela escuridão e com o sono que estava, foi um milagre não ter tropeçado em algo. Simplesmente joguei meu corpo de volta no colchão, de bruços, concentrado na respiração pesada próxima a mim.

Ah, não, eu não estava com Bella. Do outro lado do quarto, em sua própria cama, era Emmett quem roncava. Eu deixei a garota em sua casa na noite passada, da mesma maneira que em nosso primeiro encontro. Mas, mesmo assim, aquilo era um avanço.

Uma pequena fresta da porta foi aberta – pude vez a luz atingir a cabeceira da minha cama e logo sumir. Algo pesou no meu colchão, próximo a meus pés. Bufei.

- Bom dia, Carlie. – Murmurei.

- Já é mais de meio dia! Você tem que cumprir sua parte da promessa.

- Tenho a vida inteira pra isso. – Virei a cabeça e afundei o rosto no travesseiro.

Um momento de silêncio enquanto a pirralha engatinhava até perto de mim e repousava o traseiro gordo na minha lombar. Girei o corpo, fazendo-a cair direto para o chão. Ela soltou um grito manhoso, e Emmett grunhiu, remexendo-se em seu colchão.

- Vai, papai, vamos logo! – Ela ficou em pé, apoiando as mãozinhas nas minhas costas para me chacoalhar.

Gemi, reunindo coragem e sentando na cama em um movimento só.

- O que você quer? Que droga! – Esfreguei o rosto ao falar, tentando espantar o sono.

Carlie correu para a porta e a abriu completamente. Emmett gritou um palavrão. Soube que precisava levantar antes que ele mesmo nos expulsasse; assim o fiz, puxando a garotinha junto comigo. Mas que merda. De pé àquela hora!

Arrastei meu corpo para a cozinha. Alice estava dormindo no sofá, uma garrafa de cerveja fora jogada na mesinha de centro. Carlie me seguia como um cão de rua. Fui direto para o armário pegar meu cereal de todas as manhãs, mas, no meio do caminho, encontrei minha refeição preferida em cima da mesa: Pizza amanhecida. É claro que fui obrigado a dar alguns pedaços para minha “filha”.

- Você não se lembra do que prometeu, né? – Ela perguntou sentada a minha frente.

- Nem que eu quisesse. – Respondi com a boca já cheia.

- Eu quero um cachorro! – Ergueu o queixo ao fazer a exigência.

Eu engoli com certa dificuldade naquele segundo, pensando rapidamente numa desculpa.

- Ah, Carlie... Qual é... – Bufei. – Pode pedir outra coisa. Qualquer coisa, menos isso!

Ela esticou as mãos minúsculas e pegou o último pedaço de pizza da caixa.

- Mas eu quero um cachorro, papai! Sempre quis. Não podíamos ter bichinhos no orfanato.

Ela começou a comer. Parecia um ratinho quando o fazia. Terminei meu pedaço e rebati seu pedido, ainda de boca cheia. - Não é problema meu.

Soltei um arroto alto logo após a comida ter descido por minha garganta. Carlie ergueu os olhos assustados para mim e fez um escândalo, é claro. Menina fresca do caralho.

- SEU PORCO! – Ela mexeu a mão no ar, como se tentasse afastar o cheiro.

- Não me enche o saco. – Fiquei em pé e limpei as mãos na calça de moletom que usava. – Vamos logo comprar a droga do cachorro. Mas eu já vou avisando que eu não vou cuidar dele, você vai ter qu...

Parei a frase quando o corpo de Carlie bateu contra o meu. Ela apoiou o rosto em minha barriga, gritando desnecessariamente. Fechei os olhos, respirei fundo, e ela ainda estava agarrada a mim como um macaco.

- OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA! – Ela berrou.

Eu empurrei a menina para o lado e fui na direção do meu quarto. Peguei a primeira muda de roupa que vi, e me dirigi para o banheiro. Ela tagarelou o tempo todo na minha cola, enquanto eu me trocava, escovava os dentes e tentava deixar minha cara amassada mais apresentável. Percebi só então que estava deixando minha barba crescer por tempo demais, e estranhamente me perguntei se Bella gostava disso.

- Tia Alice, você vai com a gente, não vai? – Ouvi Carlie perguntar ao correr para a sala.

Alice respondeu alguma grosseria em resposta. Logo a menina estava ao meu lado outra vez, me puxando pela mão para a porta. Ela disse algumas besteiras que ignorei.

- Onde vão? – Alice perguntou em um bocejo, sentada no sofá.

- Comprar meu cachorro! – Carlie berrou com um pulo.

Alice riu alto, me olhando com as sobrancelhas erguidas.

- Você sabe que isso vai sobrar pra gente, não sabe? – Perguntou.

                                                                   (...)


Havia um canil enorme em Forks, felizmente perto de nossa casa. Alice e eu levamos a menina até lá, relutantes. Eu odiava animais, e Alice não era a maior fã deles, se querem saber. Tudo, desde a entrada, cheirava a vira-latas molhados. Além disso, eles latiam em algum lugar perto dali sem nenhum motivo aparente.

- Boa tarde. – Uma mulher com cara de cavalo nos cumprimentou atrás do balcão.

Fechei a porta pela qual entramos enquanto Carlie puxava Alice até a atendente. Eu me aproximei também, me segurando para não dar uma bronca na menina saltitante.

- Eu vim escolher meu cachorro! – Ela quase gritou.

- Acalme-se, Carlie. – Alice quase rosnou.

A mulher sorriu ao descer de sua cadeira, dando a volta no balcão. Era bem menor do que eu esperava. Indicou uma porta na lateral da pequena sala, e nós a seguimos; demos de cara com um corredor infinito, com diversas “celas”, se essa é a melhor maneira de nomear. Os cães enlouqueceram com nossa presença, latindo e pulando na direção das grades.

A pirralha disparou, olhando para todos os lados sem realmente prestar atenção nos animais. De vez em quando – mais vezes do que eu suportava -, Carlie soltava um gritinho animado, tentando acariciar algum cão, mesmo que a grade os separasse. Eu e Alice simplesmente assistíamos a cena com uma expressão enojada em nossos rostos.

- É esse, é esse! Eu quero esse! – Ela gritou do fim do corredor, erguendo as mãos para nos chamar. A mulher que nos acompanhara foi na frente, e mais uma vez a seguimos.

A menina estava hipnotizada com o que quer que estivesse vendo. Virei o rosto ao mesmo tempo que Alice; o suspiro aterrorizado que a baixinha soltou valeu por nós dois.

Ele era enorme. Não me parecia com nenhuma raça conhecida; era provavelmente mais um vira-lata abandonado. Ou algum tipo de lobo. Sim, lembrava um lobo. Ele poderia arrancar minha cabeça com uma simples mordida. Entretanto, não parecia austero. Balançava o rabo gigantesco, mantendo os olhos nos de minha “filha”.

- Ahn... – Alice abaixou um pouco o corpo magrelo, apoiando as mãos nos joelhos. – Tem certeza, Carlie, querida? – Soltou uma risada nervosa, aproximando o rosto da menina. – Nós podemos procurar um poodle, o que acha? Soube que são adoráveis, tão pequenininhos e fofinhos!

- EU QUERO ESSE! – Carlie deu um pulo, irritada.

Alice endireitou o corpo e me olhou. Eu queria dar um soco naquela pirralha mimada; não sabia nenhum jeito de dizer “não” a ela sem que a funcionária percebesse algo errado. Sua “tia” voltou a olhar para a sobrinha, severa.

- Não. – Disse, simplesmente.

Aquilo foi o fim. Carlie franziu a testa, cerrando os olhos e a boca ao mesmo tempo. Suas mãos se fecharam em punhos rígidos; seus olhos não largaram os de Alice. Mal se passaram cinco segundos, sua boca foi aberta e um choro insuportável começou. Ela gritava como se estivesse sendo estuprada.

- EU QUERO ELE, EU QUERO! – Berrou mais uma vez, pulando como se tentasse descontar a raiva no chão.

Passei uma mão lentamente por meu rosto, começando a contar. 1, 2, 3... Alice me olhou sem a mínima idéia do que fazer. A funcionária do canil deu um passo para trás e abaixou a cabeça, em silêncio. 8, 9, 10...

- Tá, vamos levar a droga do cachorro. – Soltei a frase arrastada. Carlie não calou a boca.

A mulher pigarreou, tirando um molho de chaves do bolso. Abriu a porta, tomando cuidado para os outros não escaparem. A menina só parou de chorar quando seu novo cão pode sair tranquilamente, farejando o chão. Seu nariz o levou até mim. Ele cheirou meus pés, parte de minha calça, e ergueu a cabeça para que nossos olhos se encontrassem. Então, começou a latir, tentando avançar.

Praticamente pulei para trás. A funcionária o puxou pelo pêlo, inventando uma desculpa qualquer sobre “ele não ser assim normalmente”. Eu estava muito fodido. Carlie ia levar aquela coisa monstruosa para nossa casa – e tal coisa ainda me odiava.

O animal lançou um olhar estranho para Alice ao passar por ela e seguir pelo corredor, sempre guiado pela funcionária. Carlie foi junto a eles.

- Há somente alguns papeis que precisam assinar. – A mulher alertou.

A menina parou um pouco, olhando para trás. Nossos olhares se encontraram, e ela sorriu, demoníaca. Secou as lágrimas dos olhos teatralmente, sussurrando logo em seguida diretamente para mim. - Otário.

(...)

- Aqui, aqui, e aqui. – A atendente mostrou o papel para mim em cima do balcão, indicando com a caneta os lugares que precisavam de minha assinatura. Por pouco não assinei meu nome verdadeiro; ainda não me acostumara com “Cullen”.

A mulher sorriu para mim e recolheu o papel. Apertamos as mãos.

- É um ótimo animal. Esteve conosco nos últimos dois anos, e raramente deu trabalho.

- Tenho certeza que sim. – Resmunguei. – Obrigado.

Alice estava na porta, olhando entediada para Carlie, que quase amassava seu cachorro ao lhe dar um abraço. O animal parecia feliz com o rabo balançando.

- Ele vai se chamar Jacob. Eu gosto desse nome. Jake! – A menina gritou, beijando seu focinho.
Abri a porta com um longo suspiro. Alice saiu primeiro, mas Carlie ficou imóvel, agarrada ao cachorro.

- Vamos logo! – Resmunguei, olhando de canto para o balcão.

Ela ficou em pé e tentou puxar Jacob, cujo traseiro imenso não saiu do lugar. Ficou parado ali, com a mesma cara de idiota e a língua pendurada pra fora do focinho marrom. Quando finalmente resolveu saiu do lugar, não pode passar por mim sem antes soltar um longo rosnado. Segui os três, deixando a porta se fechar atrás de mim.

- Eu quero esse bicho muito longe de mim, ouviu bem? – Exigi para Carlie.

- Ele vai ficar o tempo todo comigo. Não é, fofinho? Não é?

Revirei os olhos com a vozinha ridícula que ela fez.

- É bom, mesmo. Até quando for a escola. Estou falando sério. Se ele me encher o saco, é muito rápido para que eu me livre dele. – Ameacei.

A menina me soltou um olhar sério, quase numa advertência. Foi preciso apenas um segundo de distração para aqueles dentes enormes abocanharem minha mão. Esquivei-a rapidamente, franzindo o nariz com a dor aguda em minha pele marcada.

- Porra! – Esbravejei, esfregando a palma de minha mão.

Como se entendesse o que havia feito, ele começou a abanar o rabo outra vez, soltando um latido animado para Carlie. Ela tinha um defensor agora. Ótimo.

A pirralha e seu cachorro foram na frente, pulando com uma alegria desnecessária. Alice se colocou ao meu lado, com os braços cruzados no peito, andando devagar.

- Eu não vou mover um dedo pra cuidar desse negócio. Já vou avisando. – Alice disse.
Eu ri baixinho.

- Pelo que você move qualquer coisa, Alice? – Rebati.

Ao invés da raiva que eu esperava, ela ergueu o rosto e sorriu para mim. Foi um pouco mais tardio do que com Emmett – e mais estranho, também - mas foi naquele momento que nossa amizade realmente começou.

- Aro está irritado. – Comentou um assunto totalmente diferente.

- E com razão. – Rebati, entredentes. – Nem sei mais se vale a pena ficarmos com a garota.

- Vamos dar um jeito. – Ela suspirou. – Quando finalmente resolvermos algo, ela valerá muito. Confie em mim. Rostinhos bonitos que nem aquele fazem falta na indústria da moda. Não dou muito tempo para envolverem a policia nisso. Será arriscado, mas... – Deu os ombros, omitindo o final obvio para a frase.

Carlie, correndo, já chegara a casa – um pouco longe de nós. Jacob sentou ao seu lado e ambos ficaram ali, esperando que os alcançássemos. Quando finalmente o fizemos, alguns largos passos depois, fui eu quem se adiantou para abrir a porta.

A cena dentro da casa foi surreal. Alcançou meus olhos em questão de segundos, mas meu cérebro demorou o equivalente a anos para processar o que eu via.

Vamos por partes; devagar. Primeiro, deixe-me respirar o mais fundo que consigo. Feito.
Esse é o problema de contar uma história, entendem? Reviver todos os sentimentos. E nesse momento em que vos falo, não sei se o mais apropriado é rir ou chorar.

Vamos ao que interessa.

Ali estava a sala. Nada de diferente, é claro. O sofá, a mesa de centro abarrotada de restos de comida e embalagens, a televisão ligada em um filme entediante, alguns poucos brinquedos de Carlie pelo chão, a escassa decoração brega nas paredes e a estante desnecessariamente grande com livros que ninguém nunca leria.

Nada fora do normal. A não ser por um pequeno detalhe. Um pequeno adendo estranho no ambiente. Quem sabe não era... A GAROTA LOIRA SENTADA NA PORRA DO SOFÁ?

- O que ela faz aqui? – Alice berrou. – O que diabos ela está fazendo aqui?

A baixinha bateu os pés no chão enquanto andava na direção de Emmett. Ele somente ergueu a cabeça, sentado ao lado de Rosalie, que assistia a TV tranquilamente. Assim que nos viu, ela ficou em pé quase num salto, um pouco assustada. Eu estava paralisado na porta. Carlie, ao meu lado, não entendia nada.

- Ei, ei, ei! – Nosso cúmplice grandalhão ficou em pé, estendendo as palmas das mãos para Alice. – Respira fundo, gata!

- Respira fundo é o caralho! Por que ela está aqui? Você enlouqueceu? – Ela jogou as mãos para o alto, quase soltando fogo pelas narinas.

- Eu posso explicar tudo depois que você se acalmar... – Ele começou a dizer, mas Alice já estava ao lado de Rosalie, provavelmente planejando alguma loucura. – EI! – Ele gritou para parar o que quer que estivesse querendo fazer.

Eu me adiantei, correndo até Alice e segurando suas mãos atrás do corpo antes que ela alcançasse a modelo.

- Você está fodido, Emmett McCarty! Absurdamente fodido! – Alice esbravejou.

Eu virei o rosto para Carlie, sério. - Vá para o seu quarto com Jacob. Não saia de lá até eu deixar, me ouviu bem?

Normalmente, a pirralha faria algum tipo de chantagem, mas meu rosto provavelmente estava sério demais para ela desobedecer. Assim que entrou em seu quarto e fechou a porta, eu e Alice respiramos fundo ao mesmo tempo, pesarosos. Eu a soltei, prestando atenção a todos os seus movimentos.

- Diga. – Ela disse a Emmett, sombria. – Mas escolha muito bem suas palavras...

Rosalie caiu sentada no sofá outra vez. Usava roupas mais adequadas a ela, saídas sei lá de onde. Parei em pé ao lado da garota, olhando ora para Emmett, ora para Alice. Eles se encararam, sérios.

- Ela estava... Com fome. – Emmett murmurou. – Ninguem merece aquela coisa nojenta que estávamos dando a ela. Qual é! Pensei que podia trazê-la aqui em cima, e lhe oferecer um pouco de conforto. Nada demais...

- Nada demais? NADA DE-MA-IS? – Alice deu outro passo a frente. Eu, felizmente, estava por perto. As baixinhas são sempre as mais nervosas? Isso é mesmo uma regra geral?

Rosalie ficou em pé ao meu lado, mas tratou de se afastar um pouco de Alice antes de falar.
- Eu não vou entregar vocês! Eu prometo. – Disse num tom de voz vivo que eu nunca ouvira saindo de sua boca antes. – Emmett foi muito gentil comigo... Eu não quero prejudicar vocês!

Ela terminou de falar, mas ninguém complementou nada por algum tempo. Foi Alice quem quebrou o silêncio, é claro, ironicamente.

- Ah, é claro que você não fará nada, que garota boa! Você é tão legal, princesinha, que nem uma única pessoa nesse país está preocupada com seu sumiço! – No final da frase, já estava gritando novamente.

- Só precisam falar com as pessoas certas! – Rosalie rebateu. - Telefonem para Royce. Eu falo com ele, e pagarão a quantia que quiserem. Só me deixem sair logo, e eu não falo nada, é uma promessa!

- Acha que já não tentamos? – Alice bufou, cruzando os braços no peito. – Acha que somos idiotas? Esse Royce também não está nem ligando. Disse que deveríamos “agüentar” mais um pouco. Ah, mas que grande merda!

Rosalie encolheu um pouco os ombros, olhando nossos rostos, amedrontada. - Então... Então... Me deixem...

- O que? Ir embora? Acha que somos idiotas, não é? – Desta vez, fui eu quem falei. Fiquei a frente dela, falando bem próximo a seu rosto. Seus olhos castanhos se arregalaram, provavelmente lembrando-se da nossa primeira conversa. – Não vamos sair no prejuízo. Você sai daqui para recebermos nosso dinheiro, ou não sai.

Girei o corpo até encontrar o olhar de Emmett, encarando-o com seriedade.  - Você fez a merda, e não tem conserto. – Rosnei, o que o fez se retrair um pouco. – Ela ficará por aqui, não tem sentido voltar para o cativeiro. Mas vou avisando! – Olhei para a modelo outra vez, com as sobrancelhas erguidas. – Se você tentar fugir, ou qualquer tipo de gracinha, eu te acho. Eu vou atrás de você pessoalmente. E aí, vai estar fodida. Entendeu bem?

Ela simplesmente assentiu. Eu recuei alguns passos e olhei para a porta de Carlie, chamando seu nome. Ela veio em menos de segundos; é claro que estava só esperando na porta a hora em que poderia sair.  E, mesmo que tivesse ouvido algo, não entenderia muita coisa. Seu cachorro correu atrás dela, mas foi direto cheirar Emmett e Rosalie, pessoas que ainda não conhecia. A menina parou a minha frente, curiosa.

- Está é... Rosalie... Cullen. – Suspirei, apontando para a modelo. – Sua tia.

- Outra tia? – Franziu a testa.

A modelo - apesar de ser aparentemente impossível - entendeu tudo rapidamente. Levou uma mão a boca, pensando o pior ao imaginar a razão de haver uma criança ali.

- Está é minha filha. – Ignorei a pergunta de Carlie e simplesmente a apresentei.

A pirralha sorriu para ela, que nada fez além de permanecer imóvel.

- Ela ficará conosco por algum tempo. – Completei.

Jacob rosnou ao sentar no meio das duas, como se tentasse separá-las.

- Jake não gosta dela. – Carlie murmurou.

- De quem é que ele gosta? – Respondi entredentes, empurrando o traseiro enorme do cão com o pé. “Jake” rosnou novamente. – Tira esse vira-lata daqui, Carlie.

- Ele não é um vira-lata! – A menina gritou, me empurrando com uma força ridícula.

Seu cão veio para perto, pronto para protegê-la se eu tentasse algo. Naquele momento, tanta proteção começou a me irritar. Chutei o animal para o lado, ficando na frente da menina.

- Estou falando sério, Carlie! Tira ele da minha frente! – Gritei.

- É por isso que ele não gosta de você! É um homem mal e grosseiro! – Ela gritou de volta.

Mostrou-me a língua antes de disparar para seu quarto. Esperou que o cachorro entrasse atrás dela, e então bateu a porta. Respirei fundo, ainda imóvel. Emmett e Alice se jogaram no sofá como se nada tivesse acontecido, prestando atenção na TV.

Virei o rosto para Rosalie, que olhava a cena com uma expressão confusa. - Sabe cuidar de crianças? - Perguntei.


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Notas finais do capítulo

Carol aqui! Mais um capítulo sem podcast, pois é... Eu to devendo isso há muito tempo, mas vocês não sabem como é complicado reservar um tempinho com a Nina pra gravar. Não vou mais prometer nada, deixa pra quando Deus quiser.
Bom, além de um descuido do Emmett que vai mudar muita coisa, temos um personagem novo a partir de agora AHUHAUHA Acho que não tenho muito o que dizer sobre Jacob e Rosalie, vocês tirem suas conclusões ou esperem pra ver.
Ah! E se, como eu, vocês não aguentam esperar nem um diazinho depois da estreia, um ótimo 18/11 né? xD
Beijos!