Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 9
Encontro frustrado


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorei pra crl, eu admito, mas os estudos me tomam mt tempo. (e eu não acredito que eu to dando a desculpa dos estudos) aproveitem



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Madeline’s POV



Fiquei surpresa com a minha aproximação com o Thomas e quando ele me beijou.



No começo não soube o que fazia, mas ele também não tinha pressa. Apenas encostou nossos lábios.



Não sei o que me deu, mas comecei a retribuir. Nossas línguas travavam uma certa dança. Eu não pensava em nada, apenas em retribuir.



Mas então a razão me atingiu. O que poderia acontecer com Thomas, o que sempre acontecia quando eu me aproximava demais das pessoas. Nunca era legal.



Mordi seu lábio inferior com força fazendo ele se afastar de mim abruptamente. Desnorteada, sentei no puuf. Eu sentia vontade de chorar, mas estava com medo de borrar a maquiagem, embora a chuva que caia já fazia isso. Resolvi chorar mesmo.



– Caramba Madeline, por que sempre faz isso? Sempre afasta as pessoas de você. Droga isso me cansa. – Ele se sentou ao meu lado – Por que faz isso droga?



– Não entenderia nem se tentasse. Thomas, não quero me envolver mais, não entende isso? Beijar você não facilita as coisas – Passei as mãos pelo rosto, a maquiagem preta saia e deixava minha cara manchada.



Ele não disse nada por um tempo. Apenas olhava mais adiante.



– Podemos ser apenas amigos então. O enco... A saída hoje ainda ta de pé? – Ele sorriu, mas seu sorriso não chegava aos olhos.



Não gostava de magoá-lo.



– Claro – Dei uma leve fungada – Vamos sair daqui antes que pegamos um resfriado.



Descemos pela minha escada que eu tive o prazer de montar para não ter que pular.



– Até mais Madeline.



– Até.



– Posso te dar um apelido? – Dei de ombros – Que tal.. Maddie?



Por um minuto, só por um minuto, o ar pareceu faltar no meu peito, caí de joelhos antes de fechar a porta. Thomas me carregou até a cama.



– Madeline, qual o problema? – Ele perguntou preocupado.



– Não me chame assim, nunca mais.



– Tudo bem, nunca mais. Já está bem? – Fiz que sim – Posso ir então, acho melhor nem sairmos.



– Não precisa cancelar nada menino. Só preciso dormir um pouco. Sete horas né. – Ele concordou. – Estarei lá. Boa noite



Não o vi sair. Apenas virei para o canto e apaguei, não antes deixar de pensar nela. E em como ela me mimava, me chamava de Maddie. Mas eram só lembranças afinal.



Christopher’s POV

Estava indo para meu quarto quando vi Thomas saindo molhado do quarto da Madeline. Isso sempre me deixava com raiva. Eu acho que é porque ele conseguia se aproximar dela e eu não.



Olhei bem para ele. Era impressão minha ou a boca dele estava borrada de vermelho?



Thomas me pegou o olhando e entrou direto no quarto dele. Acho que eu devia parar de olhar para os outros fixamente denunciando a minha espionagem.



Não resistindo minha curiosidade, fui ao quarto da Madeline, que era de frente para o meu. Tentei entrar sem fazer barulho, vai que ela me via e me matava.



Por sorte ela estava dormindo, seus cabelos quase ruivos estavam molhados e estava sem maquiagem, o que era uma novidade, por mais que nós já tivéssemos dormidos juntos.



Era estranho vê-la sem maquiagem, ela era tão mais bonita sem ela. Dava uma certa inocência na aparência dela, mas quando a olhávamos ficávamos intimidados com aquela cara de tédio e que dava medo.



Olhei brevemente para as coisas ali dentro, paredes roxas, duas camas, o que era estranho. Aquilo era uma roupa de cama dos Beatles? O armário com uma das portas abertas. Resolvi dar uma olhada no que tinha dentro.



Roupas, uma caixa com embalagens fechadas com maquiagem, ela devia gastar muito com isso. Já estava quase indo embora quando vi uma coisa embaixo de umas roupas. Nada interessante, tinha um caderno de capa azul, mas pensei que fosse algo da faculdade. Não dei importância.



Saí dali antes que ela acordasse e trombei com a Kate. Reparei que ela tinha uma pequena mala ao seu lado. Para onde será que ela iria?



Ela reparou no meu olhar confuso e se apressou em dizer:



– Vou a Liverpool. – Notou que eu ia dizer algo – É uma coisa que eu preciso fazer. Não sou feliz sem ele. Não escolhemos quem amamos e nem como amamos Christopher. Mas mesmo assim obrigada e eu volto – Ela me abraçou e me deu um beijo na bochecha – Até mais Christopher.



E então eu fiquei com cara de tacho a vendo partir.



Thomas’s POV



Logo que tomei um bom banho e troquei de roupa estava pronto. Isso às quatro da tarde e iríamos sair às sete. Mas não era nada de mais.



Resolvi sair do quarto depois de andar de um lado para o outro no meu quarto. Chris estava na sala olhando para a tevê, mas não estava realmente assistindo. Sentei no outro sofá, cinco minutos depois Christopher foi embora. Havia algo errado comigo?



Aproveitei e peguei o controle remoto. Passei os canais até que eu passei pelo Cartoon Network. Estava passando Dragon Ball Z. Era meu desenho favorito quando era pequeno, e então vi que estava velho. E só tinha dezenove quase vinte anos.



A nave Sayajin passou e eu resolvi testar meus companheiros de casa. Peguei uma bolinha de papel pintei de roxo e bati na porta de Joe.



A principio ninguém atendeu, bati com mais insistência. Nada ainda. Será que eles haviam saído? Não me lembrava de ninguém ter saído da casa.



Bati mais vezes na porta até eu quase bate na cara do Joe.



Ele abriu a porta e me olhou com cara de nenhum amigo. Olhei de relance e vi Charllote deitada na cama. Pensei em brincar, mas ai lembrei da m. que eu fiz. Olhei para o chão, mas quando meus olhos iam descendo, vi que o amigo de alguém estava animado. Prendi o riso e comecei:



– Bem, primeiro queria pedir desculpas pela minha infantilidade com a sua namorada, é que eu fiquei com raiva quando o vi com a Madeline. Eu acho que gosto dela e Charlie, eu sinto muito por estragar qualquer coisa que vocês já se resolveram.



Eles sorriram para mim e deixaram-me entrar.



– Está perdoando, mas se fizer de novo te matamos – Charlie sorriu.



– Obrigado. Posso testar vocês?



– Como? – Joe perguntou.



– Isso – Apontei para a nave – Isso é o que?



Charllote olhou para mim e disse:



– Uma bolinha de papel amassada e pintada de roxo



– Parece uma nave Sayajin mal feita



– Tirando o insulto do meu desenho você está certo. Charllote vai ver desenhos animados. Os livros destroem o cérebro. São piores que as “dorgas”. – Sai do quarto resmungando – Por que as pessoas lêem se existe a televisão?


Eu estava ouvindo coisas ou pude escutar os dois rindo da minha cara?



Bati na porta da Kate, ninguém atendeu. Ah, a Barbie Liverpool devia ter ido fazer umas compras.



– Ela foi pra Liverpool – Comentou Christopher.



– Anda lendo mentes, americano? – Perguntei.



– Não, é que você bateu na porta dela e ninguém atendeu. Eu só imaginei que você queria saber onde ela estava, já que como eu disse antes você bateu na porta dela. – Christopher me olhou com uma cara do tipo ¬¬’.



– Ah, valeu então. O que é isso? – Perguntei quase enfiando a nave na cara dele.



– Uma bolinha de papel pintada de roxo.



Como o povo dessa casa pode ser tão burro?



– Pensando bem – Christopher refletiu, olhando a bolinha.



Senti a esperança crescendo dentro de mim.



– Não, é só uma bolinha de papel mesmo. Vai procurar um tratamento garoto. – Ele voltou para seu quarto.



Fui para o meu quarto. Estava ansioso para meu encontro com a Madeline. Mas por que será que ela ficou tão nervosa com o apelido? Será que algum namorado dela a chamava assim e ai ele deu um pé na bunda dela e ela se sentiu deprimida?



Resolvi fuçar a vida dela na melhor coisa para fazer isso que já inventaram no mundo.



O Facebook.



Procurei Madeline Sullivan, seu sobrenome, no facebook. Achei umas varias, mas nenhuma era parecida. Nenhuma tinha cabelos castanhos arruivados. Ou usava maquiagem escura.



Passei paginas até ver uma que me chamava a atenção. Ela parecia a Madeline, mas estava feliz.



Cliquei na pagina da garota e comecei a fuçar. As atualizações foram as primeiras coisas que vi. Não havia uma atualização há oito meses. Mas eu fui vendo. As atualizações eram irrelevante, coisas sobre cheerleaders, e festas.



Só que eu não conseguia deixar de ver tudo, desde o começo, quando a suposta Madeline criou sua conta no facebook.



Resolvi então ver as fotos. Havia mais de um monte. A maioria de festas. Eu não sei porque ainda estava vendo essa merda nem deveria ser da Madeline. Tinha uma vida social muito agitada, e a Madeline não parecia ser exatamente a pessoa mais agradável do mundo para conversas em geral.



Vi fotos de comemorações familiares. A garota parecia demais com a Madeline, mas não poderia ser. Estava feliz demais, sem a maquiagem e o principal.



Ela estava feliz demais.



Olhei todas as fotos. Só faltava um álbum, de uma tal festa a fantasia.



Na primeira foto eu fiquei de queixo caído. Definitivamente era a Madeline. A fantasia irônica de roqueira a denunciava perfeitamente, a não ser pelo gigantesco sorriso em sua face. Ela parecia genuinamente feliz em estar ali, com pessoas reais.



Havia uns comentários, mas de um cara em particular. Um tal de Ray Levine. Comentários sobre como a Madeline, a minha Madeline estava linda.



Não que ela soubesse que era minha, mas... ah que se dane. Cliquei na pagina do tal Ray, aproximei o rosto.



– Pronto para irmos avassalador?



Assustei-me com a voz da Madeline no meu quarto e me atrapalhei na hora de fechar a pagina do facebook.



– O que estava vendo ai Thomas?



– Eu... é... o que? Ah nada Madeline – Gaguejei.



– Anda vendo pornografia na internet?



– Não sabe que se ate em portas antes de invadir cômodos? – Perguntei já me recuperando.



– Não. – Ela disse simplesmente e saiu do meu quarto em direção a garagem.



– Posso dirigir? – Perguntei quase babando no carro dela.



– Não baba – E eu vi que a baba estava literalmente quase caindo.



Eu sempre sonhei em ter um carro desses, grandes. Que colocavam medo em pessoas na rua e em carros como o da Kate. Mas eu nunca tive condições para isso. Não que eu me importasse.



É que pela primeira vez na vida eu queria ter a sensação de poder, dirigindo aquele carro.



– Vai Madeline, deixa, eu prometo que vou dirigir direitinho. Imagina o mico que eu pagarei ao ser visto na carona de um carro assim. Poxa vai deixa...



– Só se você se ajoelhar.



– Mas nem fodendo. Prefiro ir no carona.



Entrei no carro. Ele tinha um cheiro engraçado. Não era ruim, uma espécie de flor, mas ao mesmo tempo parecia ter perfume misturado. Era muito bom, suave.



– Vamos Avassalador? – Ela perguntou.



– Vamos – Concordei animado.




(...)



– Tu é muito ruim, garota – Ri comemorando meu nono strike.



Já Madeline, bem, ela fez um e olhe lá.



– Deixa de ser otário Thomas – Ela resmungou.



Ela se concentrou e jogou a bola, passou longe de qualquer pino.



– Merda – Ela resmungou de novo.



– Admita Madeline, eu sou melhor que você – Disse convencido.



– Quer apostar?



O dispositivo “grana fácil” apitou na minha cabeça.



– Já é. Quanto?



– Cinqüenta mangos.



Era bastante, mas no fim eu ia ganhar mesmo.



– Tudo bem, eu começo. São cinco strikes, quem conseguir primeiro ganha.



Ela concordou e eu peguei a bola para jogar. Acertei oito pinos, joguei de novo, acertei os outros dois.



– Sua vez Sullivan.



Ela pegou a bola e graciosamente a jogou, fazendo um belo de um strike.



Meu queixo caiu.



– Você... você.. Você me enganou. – Acusei.



– Que nada Benson, foi sorte. Sua vez.



Joguei e fiz um strike. Eu ainda poderia ganhar a grana.



Madeline jogou mais uma vez e fez um strike. Ela fez a mesma coisa outras três vezes. Não tinha como comparar aos dois strikes que eu fiz.



– Pode passando a grana cumpadi.



Tirei as cinqüenta libras* da carteira, mas ela recusou.



– Use a sua grana para pagar o lanche, te enganar me deixou com uma puta fome.



– Não sei porque, mas só te pagar parecia ser uma idéia bem melhor. – Sussurrei e ela riu.



Fomos até a lanchonete e sentamos na primeira mesa que vimos. Madeline logo pegou um cardápio e esperamos até a garçonete chegar.



– E então o que vão querer? – A garçonete com voz de pato perguntou.



Ela mascava um chiclete, mas ela fazia isso com um barulho nojento que me fazia querer vomitar só de ouvir.



– Eu vou querer um cheeseburger duplo com refrigerante grande, batatas fritas e milk shake grande de chocolate.



– Anotado, e você garoto?



– O mesmo que ela, mas o milk shake é de morango.



 Ela se virou sem dizer uma palavra.



– Gosta de milk shake de chocolate? – Ela perguntou.



– E você gosta do de morango?



Falamos juntos ao mesmo tempo .



– Desprezo infinito



Rimos, era bom encontrar alguém que visse os memes.



– Fala ai o que eu perdi Estabanada?



Olhei assustado para o garoto que sentou ao lado de Madeline e passou o braço no ombro dela. Depois do susto, veio a raiva.



– Bem, se não se incomoda Thomas, eu chamei um amigo, Peter esse é o Thomas e Thomas esse é o Peter.



– Prazer – Disse apenas. Ele fez o mesmo



Logo eu meio que morri naquela saída. Eu percebi porque Madeline parecia bem contente com ele ali. Peter era Madeline de calças. A jaqueta de couro, a camisa de uma banda que eu não fazia idéia da existência e os coturnos davam a ele uma aparência totalmente contraditória aos cabelos loiros encaracolados e aos olhos castanhos meio verdes.



Os pedidos chegaram e comemos em silencio. Na verdade eu comi em silencio, já que Madeline e Peter não paravam de conversar sobre musica, filmes, shows de bandas essas coisas.



Depois de sobrar por tanto tempo resolvi ir embora.



– Já vou indo gente, sabe amanhã tem aula e coisa e tal. Tchau.



– Espera ai, eu te levo. – Madeline disse e eu pude jurar que vi Peter escondendo um sorriso.



– Relaxa Madeline, eu pego um táxi ou sei lá. Podem ficar ai.



Sai de lá com cara de forever alone. Peguei o primeiro táxi que apareceu.



Em casa Joe e Charlie estavam vendo um filme, acho que eles perceberam minha cara de tacho, pois Joe perguntou:



– Aconteceu algo Thomas?



– Relaxa, eu só preciso ir para o quarto e dormir, estou com sono. Até amanhã cambada.



No quarto, deitei na cama direto, sem trocar roupa nem nada.



Eu nunca fui o mais popular na escola, mas eu nunca fui deixado de lado desse jeito.



Será que era porque ele combinava mais com ela, por gostar das mesmas coisas?



Talvez fosse isso, mas eu queria conquistar Madeline, mas eu não mudaria nada em mim.



Só que seria tão difícil conquista-la sendo apenas o Thomas.



Com os pensamentos confusos eu acabei adormecendo, e por sorte, ou não né, não sonhei.



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Notas finais do capítulo

gostaram? bem eu não. achei mt ruim