Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 8
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas tá ai mais um, espero que gostem



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Christopher’s POV


         Não sei exatamente o por quê, mas desde que voltei para casa não consegui parar de pensar na Kate.



         Apesar de as vezes ela ser meio chatinha não merecia passar pelo que está passando, é triste. Parei em frente a porta dela e tentei abri-la com o meu poder da mente, mentira estava pensando no que iria dizer. Bati na porta uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes e nada dela abrir. Eu podia jurar que estava ouvindo soluços.


         Abri um pouco a porta e botei a cabeça dentro, a vi sentada no canto do quarto abraçando uma almofada e chorando.


         Foi a cena mais triste que eu já vi, por um momento esqueci o que havia ido fazer e todas as coisas inúteis que já fiz e continuo a fazer.


         Entrei no quarto, sentei-me ao lado dela. Não sabia o que dizer tão pouco o que fazer, fiquei apenas sentado esperando a hora em que ela decidisse se manifestar. O silencio não me incomodou, lá fora a chuva começou a cair forte e eu me dediquei a ouvir o barulho da chuva e os soluços abafados de Kate.


­         – Se fosse com você, o que faria? – Kate segurou as lagrimas, me encarou com aquele olhar triste que me fez vir aqui. Suspirei.


         – Não sei. – Fui sincero.


         – Por favor. – Uma lagrima caiu de seus olhos. – Por favor. – Pediu novamente.


         – Eu queria muito poder dizer, mas eu não sei de verdade. Eu nunca me apaixonei pra saber como é ver a mulher que você ama dançando quase nua ou a dor de ser corno – Dizer era bem pior do que pensar, nunca fui tão verdadeiro em toda minha vida ainda mais com uma garota.


         Ficamos nos encarando, acho que ela estava chocada ou não estivesse sentindo nada apenas a tristeza dela. Abraçamos-nos como se fosse necessário, e talvez fosse.


         Separamos-nos, Kate ficou parada em frente à janela olhando a chuva e eu? Poderia ter ido embora, mas não queria ir. Liguei o radio do meu celular, uma coisa que eu nunca fazia, havia acabado de começar uma musica chamada You Found Me – The Fray


         Era uma musica lenta, me identifiquei com ela e ao que parece Kate também. Pois como eu, ela se mexia de um lado para o outro no ritmo da musica.


Eu disse,“Onde você esteve?”
Ele disse, “Não pergunte nada.”
Onde você estava? Quando tudo estava desmoronando
Todos os meus dias foram gastos ao telefone, que nunca tocou.
E tudo que eu precisava era uma ligação, que nunca veio.

        
        
Não sei bem o que deu em mim, tirei Kate para dançar. A musica estava mais animada e começamos a nos soltar, eu a girei. Fazíamos caretas, improvisávamos no refrão e dançamos fora do ritmo.



         Esquecemos o que nos preocupávamos, balançamos a cabeça e pulamos na cama. Fomos só nos por alguns instantes, voltamos a ser como crianças que não ligam pra nada a não ser brincar. Mas a musica estava chegando ao fim levando com sigo nosso momento de felicidade.



Logo de manhã a cidade nasce e eu estive ligando durante anos e anos
E você nunca me deixou mensagens, você nunca me enviou cartas
Você teve a ousadia, tirando tudo o que eu quero.
Perdido e inseguro, você me achou. Você me achou.


        
Após mais alguns versos a musica acabou, mas eu ainda a sentia no ar e em mim. Queria ouvi-la repetidas vezes até enjoar. Isso era muito gay, mas não liguei.


        
Perdido e inseguro, você me achou. Você me achou, deitado no chão. – Cantei baixinho mesmo sem musica. – Cercado, cercado.


         – Por que você teria que esperar? – Kate completou. – Onde você estava? – Nos encaramos a música significava pra mim algo muito diferente do significado dela, mas não importava.



         – Só um pouco tarde, você me achou. – Cantamos juntos. – Por que você teria que esperar, pra me achar? – Assim que cantamos a ultima parte, fui embora.



Charllote’s POV



         Eu e o Joe voltamos molhados do nosso passeio, eu estava tão feliz. Acho que eu nunca me senti tão bem depois de um dia de aula, Joe me disse que ia estudar ou fazer um trabalho com alguém. Não lembro muito bem, estava muito concentrada em beijar ele e não em ouvir o que ele tinha a dizer pelo menos naquele momento.


         Eu nunca havia comido tanto, comi macarrão e agora estava comendo um pacote de biscoito. O acho que quando eu fico feliz também fico com fome.


         A casa estava silenciosa demais para o meu gosto. O quarto do Chris estava vazio, o do meu Joe também e o do Thomas. Cadê o povo?



         Eu ia olhar no quarto da Kate, mas hesitei. Ela anda tão tristonha, a porta do quarto se abriu e eu posso jurar que meu coração estava saindo pelo minha boca.



         O Chris saiu do quarto e não dirigiu nem uma palavra a mim. Aquilo estava estranho. Mais estranho ainda era eu não saber onde está meu namorado.


         É tão bom chamá-lo de meu namorado, eu estou meio abestada com isso. Mas a culpa não é minha, é o efeito Josephe. Fui para piscina lembrar no meu primeiro beijo com o Joe.


         – Charlie.


         Cai da cadeira por causa do susto, meu coração. Thomas não parava de rir, eu quis bater nele. Mostrei o dedo do meio pra ele.


         – Vem cá. – estendeu a mão na minha direção e eu o puxei para o chão – Você vai se arrepender. – Me ameaçou rindo tanto quanto eu.



         – Eu estou morrendo de medo – Sorri debochada.



         – Ah, mas você vai sentir muito medo mesmo. – Thomas me olhou com uma cara estranha, me afastei aos poucos. – A onde a mocinha pensa que vai ?


         – Eu vou ali, sabe num lugar. Ouvi me chamarem – Me enrolei nas minhas palavras, alguma coisa dentro de mim dizia que iria acontecer alguma coisa.


         – Charlie senta, vamos conversar. – disse se sentando em uma das cadeiras, sentei-me ao lado dele. – Como foi o primeiro dia na facul?


         – Bom e o seu?


         – A foi normal sabe como é. – Sorriu – Como o que fez depois das aulas?


         – Saí com o Joe. – Não sabia se podia dizer que estávamos namorando, é um relacionamento publico ?


         – Vocês andam saindo muito... O que está rolando? – Thomas me pareceu bastante curioso e uma parte de mim gostou. Aqui não há ninguém para conversar sobre o Joe.


         – Ah, só estamos namorando – Tentei dizer como se não fosse nada. Mas não funcionou, um sorriso tomou conta do meu rosto.


         – Sua safadinha. – Disse rindo e se aproximando de mim.


         – Não sou safadinha. – Eu realmente me senti ofendida.


         – A é sim, sua pegadora de franceses. – Mostrei o dedo do meio para ele. – Você tem uma tara por franceses, pode dizer.


         – Eu não tenho tara nenhuma.


         – Tem sim, eu sempre desconfiei. – Piscou pra mim fazendo uma cara estranha. – A Charlie é safada e gosta de um francês. Ela ta tarada, ta tarada, ta tarada por um francês. – Ele cantou no ritmo de funk, eu levantei para bater nele.



         Eu fui com tudo pra cima dele, mas o desgraçado me segurou. No meio do empurra-empurra, caímos no chão. Estava tentando bater nele e ele tentava se defender.


         – Essa é a segunda melhor coisa que eu já vi desde que cheguei aqui. – Disse Madeline rindo, reconheci a voz. – O que acha disso Josephe ?


         Ela disse Josephe? Levantei desesperada e o vi parado ao lado dela, me olhando de um jeito estranho. Eu senti o meu mundo caindo.


         – Joe eu posso explicar – Falei chegando perto dele e o Thomas me seguindo.


         Joe chegou pra trás para ir embora, mas a Madeline o segurou e não soltou seu braço. Seu não estivesse pensando em como me explica pro Joe eu brigaria com ela por encostar no meu homem.


         – Não a escute. Ela só quer jogar na sua cara que te traiu. – Disse Madeline com um sorriso sínico na cara, eu quis matá-la.


         – EU NÃO O TRAÍ. –Gritei desesperada. – Eu só estava tentando bater no Thomas, eu juro – Sussurrei, sem tirar os olhos dele.


         – Não acredite nela, Não vê que ela está mentindo. Ou realmente estava tentando bater né – Ela foi deixando a voz morrer propositalmente.


         – VOCÊ NÃO SABE DE NADA, GAROTA. CALA A SUA BOCA – Meus olhos estavam marejados, tudo estava embaçado. É a Madeline acariciava o cabelo dele.


         Thomas passou o braço a minha volta e beijou a minha testa, o que ele está fazendo?


         – Joe... – Tentei andar em direção a ele, mas o Thomas me segurou.


         – Eu não quero ouvir. – Meu rosto ficou banhada por lagrimas ao ouvi-lo dizer isso.


         Novamente tentei ir até ele, mas o Thomas me apertou contra seu peito. Joe me olhava desolado, empurrei o Thomas com uma força que eu nem sabia que tinha.


         – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Gritei com o Thomas e me virei para o Joe. – Escuta... Eu sei que o que você viu pareceu ser algo estranho. – Limpei minhas lagrimas e tentei conter o soluço. – Eu amo você, acredita em mim. Eu nunca te trairia ou faria alguma coisa pra te magoar, porque toda vez que eu olho pra você e vejo seu sorriso e me pergunto como eu consegui viver todo esse tempo sem ter você comigo. E a pior coisa que poderia acontecer é te perder, não poder olhar nos seus olhos e ver a coisa mais pura que eu já vi em uma pessoa. – Respirei fundo. – É assim tão difícil você acreditar em mim?


         – Não, não é. – Joe me abraçou e me beijou.


Thomas’ POV


         Não sei o que deu em mim, ver a Madeline tocando no Joe mexeu comigo. Eu tentei provocá-la, usando a Charlie. Mas não deu muito certo.


         A garota gritou comigo e ainda me empurrou, não sabia que ela era forte.



         Eu sou mesmo burro. Eu cortei meu cabelo sou muito burro. Tentei tirar a imagem do vídeo da minha cabeça.


         Madeline.



         O que será que ela estava fazendo? Hoje ela nem me deu atenção, será que cansou de mim e resolveu ir atrás do francês também?


         Entrei no quarto dela tentando não fazer barulho, subi na segunda cama, sem os sapatos para ela não me matar. Notei que ela usava uma roupa de cama dos Beatles. Onde ela arranja isso?



         Puxei a portinha que daria para o telhado, automaticamente uma espécie de escadinha, uns sete ou oito degraus, caiu até a cama sem fazer nenhum ruído. Quando aquilo fora parar ali?



         Subi as novas escadas que davam pro telhado. Eu estava igual ao homem aranha, meu celular começou a tocar e eu me desesperei. Fiquei tão confuso que meu celular desceu escada a baixo e eu dei de cara com a parede.


         Ouvi a risada da Madeline, por que tudo sempre acontece comigo? Tentei rastejar para escada na esperança de que ela não estivesse rindo de mim.


         – Thomas o que você está fazendo? – Ela ria como louca. Fingi que não era comigo e continuei a rastejar, talvez funcione. – Meu Deus. – Ela ria mais alto a cada segundo. – Levanta dai.


         Levantei como se não tivesse feito nada, Madeline olhou para minha blusa e riu ainda mais. Não acredito, minha blusa branca estava preta. É tudo comigo. Tirei a blusa e a joguei num canto qualquer.


         Madeline havia parado de rir, mas não desgrudava os olhos da minha barriga. Que a propósito é muito linda e definida. Andei em sua direção.


         – Melhor fechar a boca se não a baba vai começar a cair – Ri da minha própria piada.



         –Vai à merda garoto – Revirou os olhos. Mas reparei que ela havia ficado vermelha.


         – O que você estava fazendo com o Joe? ­– Perguntei tentando parecer indiferente.


         Aquilo conseguia me incomodava mesmo não querendo.


         – Nada demais sabe. – Sorriu. Que tipo de sorriso é esse? É de felicidade, satisfação ou alguma outra coisa? – Só estávamos fazendo o dever da faculdade, nada demais. – Suspirei de alivio ao ouvir isso. – Ciúmes? – Ignorei a pergunta.

        
         Uma gota d'água caiu na minha testa e nós dois olhamos para o céu, estava cinza e lindo. A chuva caiu pesada, mas não saímos de lá, a chuva limpa a alma, era o que a minha mãe dizia quando era pequeno.



         Estava frio, Madeline se aproximou de mim e suspirou. Passei a mão pelo rosto dela, nunca percebi o quanto a pele dela era macia e convidativa.



         Cheguei meu rosto perto do dela eu esperava  um reação, que não aconteceu, a mão dela estava um pouco mais acima da minha cintura. Segurei seu rosto entre minhas mãos e juntei nossos lábios selando o inicio de algo novo.


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Notas finais do capítulo

percebi que coloco mt muita musica na fic. aah to nem ai