Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 7
Um primeiro dia nem tão ruim assim


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora, a vida anda tão complicada *suspiros*. Mas tá ai mais um capitulo. queria agradecer a Giovana_Paludo e a Dinha de souza, pelos reviews em todos os capitulos. é mt importante. Capitulo dedicado a vocês



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         Madeline’s POV

         A ultima semana de férias passou como uma bala perdida, rápido e ninguém sabe onde vai parar, a não ser que perfure alguém e a historia vá parar no programa do Ratinho.



         Mas foi meio tensa também, a Katherine estava meio triste pelo vídeo que ela estrelou. Thomas me mostrou.



         Thomas era um desocupado, mas eu o ajudei a dar um jeito no quarto dele. Alem de desocupado era preguiçoso.



         Christopher resolveu sair toda noite e voltava só de manhã. Não que eu ficasse vigiando, mas eu às vezes gostava de ver o sol nascer do telhado e então eu o via chegar.



         E eu?



         Eu evitei Christopher o máximo que eu pude, detestava admitir, mas estava envergonhada.



         Mas hoje, no primeiro dia de aula eu havia decidido confrontar ele e ver se eu tinha feito uma besteira mesmo.



         Acordei cedo e tomei um banho relaxante e vesti uma roupa bem irada.




         Liguei meu iPod e coloquei uma música que representava bem meus tempos na escola. School’s Out do meu fofo, querido, amado e nem tão bonito assim, Alice Cooper.



         – Bem, nos não temos escolha, Todos os garotos e garotas Fazendo todo seu barulho Porque eles encontraram novos brinquedos. Bem, nos não podemos saudá-los, não achamos uma bandeira. Se aquilo não te servir. Será um arrastão – Cantava junto com a música.



         – Chega de escola no verão. Chega de escola para sempre. Escola tem me deixado em pedaços – Cantei baixo.



         Estava meio que me empolgando, mas tudo bem. Olhei o tempo pela minha janela, estava frio, muito frio. Por isso enfiei um gorro na cabeça, e fui me maquiar.



         – Sem mais lápis. Sem mais livros. Sem mais professores com olhares agressivos.

         Minha maquiagem ficou como sempre, escura e disfarçando qualquer traço de “azul tempestuoso” da minha face. Era só mais uma roqueira londrina.



         – Bem, nos não temos classe. Nos não temos princípios. E nos não temos inocência. Nós não podemos nem pensar em palavras que rimem.



         Desci as escadas até a cozinha e lá encontrei todos sentados a mesa tomando café, peguei apenas uma maçã e balançando a cabeça conforme o ritmo da música, era contagiante.



         – Então, Madeline o que está achando de um primeiro dia de aula na facul? Pensa só deve ser muito irado – Comemorou Thomas.



         Aproveitei o refrão da música como resposta.



         – Chega de escola no verão, chega de escola para sempre. Escola tem me deixado em pedaços.



         Dei um sorrisinho irônico e mudei de música. Uma música do AC/DC começou a tocar.



         – Sabe o que eu não entendo? – Começou Charllote – Se alguém não gosta da faculdade para que ir? – Ela sorriu debochadamente para mim.



         Pensei em responder algo do tipo “Para esquecer que eu tenho traumas, sua bitch”, mas ai entraríamos em uma encrenca no qual eu não estava nem pronta para começar.



         E eu nem queria começar.



         Por isso respondi:



         – Para “trollar” com garotas de cabelos castanhos e olhar de peixe morto quando elas fazem indiretas idiotas – Sorri em vitória, ela me olhava furiosa – Pra mim já deu, fui.



         E então quase na entrada da cozinha para a garagem me lembrei, tinha que confrontar meu mais novo pesadelo.



         Christopher.



         – Hãm, Christopher – Ele me olhou espantado, todos olharam e eu respirei fundo – Quer uma... uma... carona? – Quase desmaiei.



         Ele me olhou mais surpresa, se é que isso era possível, mas concordou se levantando e vindo ao meu encontro.



         Entramos no carro em silêncio e um pouco do caminho também. Para ver se ganhava coragem coloquei no radio um CD do Nirvana e escolhi uma das minhas músicas favoritas “Come As You Are”.



         Respirei fundo e perguntei:



         – O que fizemos na noite em que eu fiquei bêbada?



         Ele me olhou pensativo e disse:



         – Eu sabia que você não me chamaria só pelo prazer de minha companhia.



         Apertei o volante com força, sentindo minha raiva chegar.



         – Por favor, só me fala – pedi com educação.



         Ele deve ter percebido pelo meu tom de voz que eu não estava brincando, então suspirou, como se lembrasse de algo desagradável. Foi tão ruim assim para ele?



         – Nada demais, só tentou me agarrar depois nos beijamos e você tomou café, ficou de óculos escuros até dormir.



         – E por que acordamos juntos na mesma cama?



         – Eu ia dormir na de cima, mas você disse que estava carente.



         Senti minhas bochechas pegarem fogo.



         – Foi só isso mesmo? – Perguntei.



         – Foi Madeline – Ele respondeu apenas.



         O que se seguiu a seguir foi um silêncio desconfortável, até eu o ouvir cantar bem baixinho um trecho da música.



         – Venha no seu tempo, se apresse. A escolha é sua, não se atrase. Pegue o resto, resta você amigo.



         Ele olhava para a paisagem, e não pude evitar dar um sorrisinho, afinal ele não era tão ruim assim. Ele poderia ter abusado de mim de varias maneiras porque estava bêbada, mas não. Talvez se ele fosse menos chato sempre, eu poderia ser uma espécie de amiga dele. Igual eu sou com Thomas.



         Estacionei o carro e sai, mas Christopher ficou.



         – Ta esperando o que para sair? – Perguntei com toda minha educação.



         – Você sair comigo – Ele piscou para mim.



         Retiro o que eu disse. Ele é pior do que eu imaginava.



         – Eu vou te trancar aqui, sai logo – Disse em aviso.



         Não sei o que o fez sair, talvez eu tivesse falado sério. 



         Já que estava tudo resolvido, tranquei o carro e comecei a andar. Estava tudo bem, até o louco gritar.



         – SAIA COMIGO MADELINE!



         Ele iria morrer isso era um fato. Mas não aqui, em casa.



         Agora, eu iria fingir que não era comigo. Ajudou muito no ensino médio.



         Peguei meu horário com uma mulher da secretaria e minha conta no site, ela disse que foi para descongestionar a secretaria e o site ajuda a ver suas notas, eventos e etc.



         Eu chamo isso de preguiça de trabalhar



         Olhei o papelzinho amarelo, a minha primeira aula era calculo.



         Caminhei entre pessoas com cuidado, tentando não ser vista nem esbarrada por ninguém. Estava conseguindo.



         Entrei na sala ainda vazia, composta apenas por alguns alunos. Ninguém olhou para mim.



         Sentei numa cadeira no meio da sala e fiquei escutando minha música alta. Foi assim por uns dez minutos até que a sala estava cheia e eu vi a personificação do demônio. Sem exageros.



         Era um professor. Dava para ver pela idade. Mas provavelmente não daria pelo seu jeito ridículo de ser. Ele usava uma calça azul e uma camisa rosa choque. Sem falar no tênis furta cor dele. O cara devia ter uns sessenta anos. Sem exageros de novo.



         – Fala galera – Ele abriu a boca e eu já o odiava – Tipo, sou Senhor Glendwood, mas esse nome é muito careca. Chamem-me de Matt.



         Eu não o chamaria assim, mas nem fodendo.



         – Bem, como vocês podem ainda ta com as férias na cabeça vou passar uma parada leve. Juntem se em duplas e copiem o que vou passar, vai ser uns deveres sobre áreas.  Aqui tem alunos de arquitetura e engenharia. Vai ser importante. Bom para relembrar.



         Eu sempre gostei de desenhos e matemática, talvez seja por isso que escolhi Arquitetura.



         Copiei tudo, mas não fiz o mínimo esforço para fazer dupla. Não tava a fim de me socializar, queria apenas me formar em paz. Enquanto isso, todos já tinham se arrumado em duplas.



         Eu achava isso



         – Com licença, Madeline.



         Eu estava errada. Surpreendi-me com alguém sabendo meu nome, mas depois vi que era só o francês. Tentei  me lembrar que curso ele fazia e depois lembrei que era Engenharia.



         – Fala Josephe.



         – é que não quis fazer dupla com ninguém, mas te conheço, mesmo que não seja muito. Tem problema se fazermos juntos?



         Pensei muito, talvez se fizesse sozinha, o Professor Colorido ficasse “revolts”.




         – Tudo bem, não me importo.



         Ele sentou do meu lado e começamos a fazer em silencio, nos restringindo a fazer poucas perguntas sobre números e algo parecido. Tinha que admitir ele era muito inteligente, mas não fiquei atrás. Quando acabamos e ele ia voltar para onde quer que ele estivesse antes. Mas o professor marcou um ponto a menos na minha lista.



         – Agora a surpresa. Ficaram com essa dupla até o resto do meu curso. Não é irado? A outra surpresa é que farão um trabalho. – Ele entregou as folhas.



         Não era difícil, mas tinha que planejar com o francês um lugar que estivesse com as áreas determinadas por ele.



         – Mas não façam agora, meus amores. Entreguem-me depois, na próxima aula.



         – Que ódio desse homem – Sussurrei abaixando a cabeça, achando que ninguém me ouviria.



         – Poderia ser pior – Josephe disse.



          Virei-me assustada.



         – A camisa dele poderia ser laranja. – Ele disse sorrindo.



         Segurei o riso e antes que pudesse dizer algo, Professor Colorido disse:



         – Galerinha –? – A aula acabou que pena, até a próxima, já amo vocês.



         Reprimi minha vontade de dar na cara dele e me virei para Josephe:



         – Me ajuda a matá-lo?



         Ele riu e juntou suas coisas enquanto eu juntava as minhas.



         – Não é necessário jorrar sangue – Saímos juntos da sala e paramos no canto do corredor – Qual sua próxima aula?



         – Desenho – Respondi olhando no papel – E a sua?



         – Meio ambiente – O olhei confusa – Também não sei do que se trata. Mas é nesse prédio.



         – A minha é no outro. Quando podemos fazer o trabalho do Professor Colorido?



         – Professor Colorido? – Ele riu – Hoje mesmo mais tarde. Bom que morramos no mesmo lugar. – Ele colocou a mão no meu ombro. – Au revoir Madeline.



         Ri do francês, o inglês dele era muito carregado de sotaque, também não me importei com sua mão no meu ombro e da proximidade que poderíamos estar estabelecendo.



         Eu sabia que os franceses eram assim. Experiências próprias.



         De repente memórias começaram a me assolar, mas antes que tudo fugisse do controle como quase sempre acontecia, sacudi a cabeça para espairecer, e olhei no relógio.



         Eu estava atrasada para a aula.



         Corri que nem uma desesperada para o outro prédio e quando estava quase na sala indicada esbarrei em alguém me fazendo cair no chão e papeis voarem.



         – Olha por onde anda – Resmungamos juntos – Olha você – resmungamos juntos de novo – Pare de falar junto comigo.



         Enquanto levantávamos parei para olhá-lo. E então e ouvi um cara muito, muito bonito.



         Ele tinha os cabelos encaracolados, e loiros, com alguns cachos caindo pelos olhos, sua pele era clara e seus olhos eram um castanho esverdeado. Poderia dizer que era um anjo se não fosse pelo visual dele.



         Ele usava uma jaqueta de couro, uma camiseta do AC/DC, calças pretas e coturnos.



         Um típico roqueiro.



         Ele olhou para mim, me analisando e seu olhar de raivoso passou para amigável.



         – Me desculpe – Falamos juntos e rimos. – Isso já está ficando sem graça – Repetimos.



         Ele fez um gesto representando que era para eu falar primeiro, sorri com esse ato.



         – Madeline – sorri e estendi a mão ele a pegou e a beijou, senti minhas bochechas pegarem fogo.



         – Peter, mas me chame de Pete – Ele sorriu – E eu posso te chamar de...?



         – Madeline – Respondi bruscamente, logo me arrependi.



         – O.k Madeline – Ele riu, seu riso parecia um sino, ou sinos.



         – O.k Peter –Olhei meu relógio – Droga estou muito atrasada. Tchau Peter.



         – Tchau, a gente se vê por ai.



         Cheguei atrasada na sala, mas estranhamente pensando muito no Peter.



         Só não sabia por que me importava tanto com isso...



Charllote’s POV



         Ai, a ultima semana de férias foi perfeita. Joe e eu saímos para vários lugares. Fomos ao cinema, num parque, fizemos coisas que casais apaixonados fazem. Como namorados.



         Mas o problema é que ele não havia me pedido ainda. Que saco. Qual era meu problema. Eu era bonita, pelo menos ele dizia isso sempre para mim. Mas por que raios ele não me pedia logo? Poxa eram só três palavras. Quer. Namorar. Comigo, será que custava tanto assim?



         E para piorar, entramos de mãos dadas na Faculdade, ele me levou até minha sala e ele foi para a dele, que disse ser no mesmo prédio que a dele. Eu iria buscá-lo.



         A aula de sociologia foi extremamente agradável. Eu sempre gostei desse tipo de matéria. E de Biologia. Era fascinante. Pena que não eram todas as pessoas que concordavam comigo.



         Assim que o professor liberou a classe fui em busca a sala do Joe. E então eu vi.



         Ele estava aos risos com a Madeline e ela retribuía, sendo que ele nunca sorria e para se despedirem ele colocou a mão no ombro dela. Ela nunca deixava o Thomas fazer essas coisas com ela, e eles eram bem chegados.



         Talvez eu estivesse com muitos ciúmes de Joe, mas estava muito apaixonada.



         Bufando de raiva, olhei no papel minha próxima aula. Meio Ambiente, ótimo, talvez assim minha raiva passasse.



         Ao entrar na sala indicada me surpreendi ao ver as mesas em dupla e o Joe sentado em uma delas. Ao lado da mesa dele estava uma vazia.



         Por mais que não quisesse, minhas pernas caminharam involuntariamente até o lado dele e minha bunda se sentou na cadeira. Ele me viu e deu um largo sorriso. Não o retribui, o que fez murchar o seu.



         – O que houve Charllote? – Perguntou preocupado.



         Como se ele se importasse



         – Nada, Josephe, nada mesmo – Respondi tentando ser dura com ele, mas ele notou minha magoa na voz.



         Ele era muito perceptivo, mas disse que a maioria dos franceses era assim.



         – Aconteceu algo, eu sei, diga logo Charlie – Ele disse visivelmente frustrado.



         Ai, como eu amava aquele sotaque dele, era tão romântico e por incrível que pareça sexy. Logo desisti de dar uma de durona



         – Não aconteceu nada, pergunte para aquela roqueira se aconteceu algo, e para completar, passe as suas mãos francesas no ombro londrino dela.



         Eu exagerei, admito, mas não pude conter a raiva. E o desgraçado riu.



         Como a risada dele era sonora, me fazia suspirar sempre.



         – Como é boba Charlie, não aconteceu nada do que está pensando! – Ele disse rindo.



         – Como não, sabe que não gosto dela – Bufei.



         – Está com ciúmes? – Perguntou divertido.



         – Não – respondi imediatamente, mas logo me arrependi – Quer dizer, não me importo. Ela pode estar lá que eu não ligo, você pode passar a mão no ombro dele que eu ao ligo, pode rir com ela que eu não ligo.



         – Sabe, – ele começou brincando com meus dedos – Eu morreria de ciúmes de você se te visse com outro.



         Lembrei-me da cena com Christopher e do nosso primeiro beijo, foi tão bom. Suspirei e me lembrei que tive trabalho para fazê-lo me escutar. Suspirei de novo.



         – Tem um minuto para se explicar Joe – Disse.



         Ele sabia que independentemente da resposta dele eu o perdoaria, pois ele me compreendia, por palavras ou gestos, nesse caso foi tê-lo chamado de Joe. Ele sabia que minha raiva havia passado.



         Ele calmamente me explicou que eles estavam na aula de calculo e que o professor passou um trabalho em dupla e que depois ela pediu ajuda para matar o pobre do professor com Síndrome de Peter Pan.

         A mão no ombro e os risos foi algo involuntário. Não acreditei muito.



         Voltei a falar, mas dessa vez baixo, pois a professora começou a aula.



         – Quer que eu acredite nessa historia de jorrar sangue, poupe-me Joe.



         Ele suspirou.



         – Eu sei que acredita, pois sabe que você é a única para mim.



         – Sei é? – Perguntei fazendo manha



         – Sabe, porque sabe que eu te amo.



         E minha raiva se esvaziou. Ele me amava. Era quase tão inacreditável quanto a historia dele, mas ele estava certo. Eu acreditava completamente, pois eu via em seus olhos que ele não mentia. Tínhamos essa conexão.



         Sabia que ele me amava como ele sabia que eu o amava completamente



         – Pode repetir? – Perguntei sorrindo feito boba.



         – Posso. Eu te amo Charllote Williams



         Ignorei o fato de ele ter usado o sobrenome. O sobrenome do homem que um dia foi meu pai.



         – Posso te contar um segredo? – Perguntei me aproximando.



         – Pode – Ele afirmou se aproximando também, nossos lábios a centímetros de distancia.



         – Eu também te amo.



         Ninguém entenderia o que aquilo significava para nós. Era a primeira vez que falávamos aquilo um para o outro. Era estranho, pois não era em um lugar romântico como sempre tinha imaginado, mas especial, pois o amor era verdadeiro e puro.



         Nós acabamos com o espaço entre nós, selando nossos lábios. Sem duvidas foi o melhor beijo de todos, era cheio de amor. O amor que por mais que sentíamos ainda não havia sido revelado. Ele estava reprimido e agora ele havia sido libertado. Era muito bom.



         Fomos interrompidos, não pela falta de ar, mas sim pela professora nos olhando com uma cara nada agradável.



         – Sei que isso é bom, mas, por favor, vamos nos concentrar na aula.



         Ela voltou a dar a aula e todos nos observavam, senti minhas bochechas pegaram fogo, olhei de relance para Joe e ele estava como eu. Nossas mãos se encontraram e eu me senti estranhamente segura



         Era como se tudo tivesse em seu devido lugar




Christopher’s POV

         Três, quatro, cinco, sete, nove.



         Nove números de telefone só nas minhas duas primeiras aulas. Reconheci umas duas meninas que eu peguei na minha ultima semana de aula.



         Foi bom e ruim.



         Bom porque as meninas eram boas de cama, mas estranhamente eu me sentia muito culpado. Era como se transar fosse um pecado.



         Embora que no século catorze fosse. Mas estávamos nos vinte e um, preciso parar com esses pensamentos.



         Tive aula de saúde, primeiros socorros, historia da medicina entre outras, foi bem interessante, embora odiasse historia.



         Sempre gostei de ajudar os outros, de cuidar deles, por isso não consigo me ver fazendo nada alem disso. Era satisfatório, falavam que cansava muito ser medico, mas como também disseram, quando se trabalha com o que gosta não se cansa. Era assim que eu me sentia.



         Quando minha ultima aula acabou, fiquei parado no carro da Madeline esperando por carona, ela me convidou né?



         Pensar em Madeline me fazia lembra da festa e na reação dela depois. Qual seria seu segredo? O que significava a letra t em seu pescoço naquele dia? Eu não tinha certeza de nada, mas algo em Madeline me fazia ficar intrigado.



         Fiquei esperando por umas meia hora, até que eu a vi. Ela sorria lindamente, mas estava acompanhada. Não de Thomas, mas de um cara desconhecido.



         Não sei o que deu em mim, mas lá estava eu indo até ela e atrapalhando a conversa.



         – Madeline, que bom que está aqui, podemos ir para a casa agora, querida?



         Quase ri, mas achei mais prudente não fazer nada afinal o olhar de Madeline de feliz foi para matador. Eu estava ferrado.



         – Vocês estão juntos? – O outro cara perguntou.



         – Não, claro que não, esse retardado não se manca. Alias Christopher, querida é a sua vó.



         – Mas é serio, temos que ir, combinei de fazer um trabalho que o professor de Anatomia passou e como vim com você, temos que ir juntos de novo – Meti o caô.



         – Vai com a Katherine.



         Ela estava mais difícil que eu esperava, mas eu conseguiria.



         – Não sei onde ela está, procurei no estacionamento, mas não vi o carro dela.



         Na verdade eu havia visto. Madeline me olhou e fiz minha carinha de cão abandonado. Madeline suspirou e por fim disse



         – Vamos. Peter nos vemos depois, quem sabe depois eu te empreste meu CD.



         – Tudo bem, Madeline, até mais. – Ele sorria para ela e ela para ele. Ela nunca sorria para mim.



         Assim que chegamos ao carro seu sorriso se murchou e sua cara se fechou completamente quando ela viu algo. O carro de Kate.



         – Desce do meu carro – Ela disse num sussurro que parecia um rosnado.



         Achei melhor não contrariá-la, sai do seu carro, mal fechei a porta e ela saiu cantando pneu pela universidade até a estrada. Acho que eu tinha irritado-a. Entrei no carro da Kate e logo Thomas também entrou.



         – Ué, não ia com a Madeline? – perguntou.



         Notei que ao falar Madeline sua voz amoleceu. Tinha alguém caidinho na da roqueira. Irritei-me com isso.



         – Ela me expulsou de lá – Dei de ombros.



         – Normal. – disse rindo.



         Ficamos conversando amenidades até Kate chegar. Ela estava de papo com uma menina.



         – Cadê Charlie e Joe? – Perguntou com a voz arrastada.



         Ela estava muito mal desde que o vídeo do strip dela vazou e o namorado dela viu. Thomas havia me contado.



         – Não sei – Disse e Thomas concordou.



         –Bem, vamos então – Ela deu a partida e se focou na estrada, sem falar com ninguém e podia jurar que vi uma lágrima escorrendo pelos seus olhos.



         Por incrível que pareça, estava com pena dela.


Thomas’ POV

         Perdi de vista o carro da Madeline e por isso deduzi que Christopher estava lá, mas me surpreendi ao ver ele no carro da Katherine.



         Pobre Katherine, vê-la chorando era tão riste, mas isso aconteceu quase a semana inteira e fiquei triste por ela. Ela devia amar muito seu namorado.



         Cheguei em casa e vi o carro de Madeline estacionado. Ótimo.



         Procurei-a pela casa inteira não a achei por isso fui até o telhado e me surpreendi ao ver a tal hidromassagem instalada no canto. Como aquilo chegou ali?



         Mas Madeline não estava lá, estava sentada num pufe com fones de ouvidos e seu óculos de sol, o que é estranho, já que estava frio. Mas acho que eu sabia o que significava aquilo, só precisava confirmar.



         – Oi Madeline – Disse sentando em um pufe do seu lado



         – Oi – Ela sorriu minimamente – Como foi a aula?



         – Foi legal, minha favorita foi a de leis e a sua?



         – Desenho – Ela sorriu bobamente como se lembrasse de algo bom.



         – Que bom, posso ver seus óculos? – Perguntei e ela fechou a cara.



         Eu sabia o que era.



         – já não está vendo? – Mas os retirou e eu vi.



         Ela estava sem maquiagem e pude reparar em seus olhos. Eram azuis. Não azuis como a maioria, nem os azuis escuros de Charllote. Eram de um azul como uma tempestade assolando o mar. Eram lindos, porém cheios de tristeza, podia ver. Tristeza e mistérios.



         – seus olhos são lindos, por que os esconde com toda aquela maquiagem.



         Ela tampou os olhos novamente com os óculos e disse apenas.



         – É melhor assim – Disse. Mas não havia raiva em sua voz, apenas tristeza.



         Como se ela se lembrasse de algo ruim. Achei melhor então mudar de assunto. Falei a primeira coisa que veio a cabeça



         – Quer sair comigo?



         Mesmo não demonstrando vi que ela estava chocada, depois me lançou um sorrisinho.



         – Tipo um encontro?



         – Quem sabe, depende de você – O.k de onde eu tinha tirado coragem para isso?



         – Tudo bem eu topo.



         – Boliche amanhã, às sete da noite.

Katherine’s POV

         Minha vida havia acabado.



         Ao contrario do que pensei meu primeiro dia foi terrível, mas as aulas foram legais.



         A culpa era do meu estado. John e eu brigamos e ele pediu um tempo para pensar, mas eu tinha tido um plano.



         Eu iria a Liverpool



         E pediria desculpas.



         E tudo se acertaria



         Eu esperava.



         Tentei ligar para John de novo. Nada, caia na caixa postal, tudo bem que ele estava com raiva de mim desde que conversamos pela ultima vez.



Flashback

         – John, eu posso explicar – Disse logo após ele gritar comigo.

         – Estou aguardando

         – Não vou mentir, é meu melhor amigo e eu te amo demais para isso. Fiquei bêbada na festa, mas leve em consideração eu estava empolgada demais com a nova vida aqui em Oxford. Não é a primeira vez que fico bêbada. Da ultima vez que fiquei confessei que te amava

         Ouvi-o suspirar até que disse:

         – Olha Kate, sei que eu te amo e sei que o sentimento é recíproco, mas vamos dar um tempo para nos acertamos. Era por isso que eu não queria que você fosse embora, Oxford está te mudando.

         Senti uma lágrima cair.

         – Tempo? Mudando? Está louco John? Não faça isso comigo! John? John?

         Mas ela já havia desligado

         Afundei na cadeira querendo esquecer de tudo, até do meu nome, mas isso não era possível, minhas lágrimas escorriam sem parar. Não me importava com a presença de Thomas ali comigo

         Fiquei surpresa quando seus braços fortes me envolveram e me permiti chorar ali com alguém que nunca fui muito com a cara.

Fim do Flashback

         E agora eu tinha certeza que iria lá atrás do John, pois eu o amava muito e faria tudo por ele.



Josephe’s POV

         Esperei pacientemente até Charlie sair de sua aula de Botânica, achava interessante ela gostar desse tipo de coisa.



         Assim que ela saiu vi seu sorriso aumentar ao me ver e ela vir correndo em minha direção me dar um selinho. Notei que seus joelhos estavam levemente sujos de terra.



         – O que aconteceu? Caiu no mato?



         – Engraçadinho, mas não. Estava tendo uma aula pratica – ela disse pegando em minha mão.



         Saímos pelos corredores até a saída, mas poucos carros ainda estavam por lá. Nenhum sinal de Madeline nem de Katherine



         – Nossa carona murchou



         – Que bom assim poderemos sair.



         – Para aonde? – Ela me olhou com expectativa



         – Surpresa, mas seus joelhos combinaram muito com isso.



         – Vai me levar pro mato?



         – Quase isso. – Respondi levemente enrubescido pelo fato do duplo sentido da frase.



         Fomos conversando amenidades até chegar a um parque



         As folhas estavam um pouco caídas e o clima frio deixava tudo bem romântico e finalmente conseguiria fazer meu pedido.



         – Por que me trouxe aqui? – Ela perguntou



         – Nada demais, o que é aquilo?



         Aproveitei que ela se virou e me ajoelhei. Clássico dos franceses, românticos apaixonados.



         – Não tem nada al... O que é isso? – Ela perguntou espantada quando me viu



         Aproveitei o choque dela para pegar em sua mão



         – Sabe, eu sempre fui um pouco diferente, gostava de ler e estudar, mas sempre soube como cortejar uma garrota, até te conhecer. Erra diferente de tudo que já vi e senti. Nunca havia acontecido antes. Sabe o que é isso Charlie? – Ela negou – É amor. Eu te amo como nunca amei ninguém e acho que o sentimento assim não pode ser escondido. Isso não poderia ser adiado por muito mais tempo. Charllote quer ser minha namorada?



         Ela não respondeu nada. Por isso pensei que ela só havia retribuído o meu “eu te amo” porque não queria me deixar mal. Levantei-me e me preparei para ir embora dali. Mas ela me parou quando estava começando a ir embora.



         – Onde meu namorado pensa que vai?



         A felicidade que me atingiu, foi tão intensa que só consegui envolvê-la em meus braços e beija-la intensamente. Ela era agora minha namorada e ninguém poderia mudar isso.



         – Eu te amo Joe, te amo muito mesmo.



         – Não mais do que eu Charlie, não mais do que eu.



         Eu sabia que havia encontrado minha felicidade.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? diz que sim, diz que sim, diz que sim, siiim?