Como Água e Óleo escrita por Lillissa_M


Capítulo 11
Reviravoltas


Notas iniciais do capítulo

Oi, minhas leitoras do meu coração! Fiquei muito feliz em postar o bonus. Apesar dele ter sido pequenino, vai esclarecer muita coisa no futuro. Este capítulo foi um dos que eu mais gostei de escrever. Espero que gostem. Boa leitura!



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Às vezes precisamos de uma trégua para perceber que nossos inimigos não são quem achamos.

P.O.V. HERMIONE GRANGER

Merlin, se você queria que eu pagasse todos os pecados que eu cometi e que eu cometerei, você conseguiu! Eu nunca mais quero sair de casa! Não vou aceitar mais convite de ninguém nem convidar uma pessoa para sair. Por quê? Estou traumatizada!

Você deve estar se perguntando: e o jantar com o Diogo? Eu responderei. Foi o PIOR encontro de toda a minha vida. Imagina você em um restaurante caro, com um homem lindo e de repente... Você encontra com a ultima pessoa que você gostaria de ver no mundo acompanhada com a ex do seu acompanhante. Aí, o seu acompanhante lindo junta as mesas e fica a noite INTEIRA conversando com a EX.E a única pessoa com que você pode conversar é A ÚNICA QUE VOCÊ NÃO QUER NEM OLHAR! É ou não é traumático?

Pois é, eu já estava contando os segundos para que o meu dia terminasse e eu pudesse ir para casa. Estava viajando legal, pensando em uma grande barra de chocolate, quando Diogo chamou o garçom.

-Garçom! – um garoto que aparentava uns 18 anos apareceu. – A conta, por favor! – você não sabe o quanto eu fiquei feliz quando ele disse essas palavras. Por fora eu estava completamente normal, mas por dentro eu estava saltitando de felicidade.

-Sim, senhor. – o garoto saiu. Dois intermináveis minutos depois, lá estavam as duas contas.

-Bom Draco – Diogo começou. – Você não se importaria de pagar a conta da Mel, né? Afinal, ela é sua acompanhante.

-Jura? Tinha até me esquecido. – sussurrou Malfoy para si, mas eu consegui ouvi-lo.

-O que disse? – Diogo perguntou.

-Claro que eu pago. – Malfoy disse na maior cara de pau. Diogo entregou a conta e Malfoy a olhou, meio desanimado. Olhei de esgueira para o papel e me assustei muito. ESSA MULHER COMEU O QUÊ? UM BÚFALO INTEIRO? A CONTA DAVA PARA PAGAR UMA PRESTAÇÃO DE UMA FERRARI! (autora: conta meio carinha, hein?) Carinha? Se o Malfoy não for a falência, ele é um pé de coelho.

Bom, depois do meu susto passageiro, Malfoy e Diogo pagaram a conta e levantaram-se. Eu já estava animada para sair dali, mas Diogo, como sempre, me fez ter mais vontade de nunca mais sair de casa.

-Draco? – perguntou.

-Hum? – Malfoy olhou-o.

-Você poderia levar a Hermione para casa? Eu e a Mel temos coisas para conversar. – Mais coisa para conversar? Merlin, se eu te encontrar, arranco cada elinho de sua barba com uma pinça!

-Claro. – Malfoy deu um sorrisinho cínico. Diogo e a Mel saíram de mãos dadas e rindo, como se eles fossem um casal.

-Então, Granger. Vou para casa, ok?

-Vamos. – eu disse derrotada.

-Vamos? – ele perguntou, deixando-me confusa. – Eu disse que eu vou. Você eu não sei.

-Malfoy, como assim? Você não ia me dar uma carona? Afinal, moramos na mesma casa.

-Quem disse isso? Eu vou embora sozinho. Adeus Granger. – Ah, Malfoy! Espera! Vai ter troco!

Ele saiu de lá bem calmo, enquanto meu sangue borbulhava. Eu ia degolar o Malfoy! Depois eu ia arrancar cada pelo dele com uma pinça, depois ia arrancar cada unha dele, depois eu ia rasgar seu peito com uma faca, depois eu ia castrá-lo com as minhas próprias mãos, depois... (autora: pensamentos meio assassinos, não é Draco? *cricricri* Draco?). MALFOY, ME AGUARDE!

Saí de lá com fumaça saindo por cada poro meu. Maldita hora em que deixei minha varinha em casa! Comecei a andar em direção a minha casa, mas meu pé começou a doer muito. Tirei aquela porra de sapato e saí pisando duro. Espero que o Malfoy tenha batido com aquele carro. Idiota.

Já estava andando uns dez minutos quando eu escuto barulho de passos atrás de mim. Olhei para trás e vi uma silhueta masculina. Meu Merlin, estou sendo seguida!

Apressei um pouco o passo e a criatura atrás de mim também. Ela era um pouco curvada, as mãos pareciam estar no bolso e andava rápido. Eu vou morrer! (autora: incorporando o Tiririca, minha gente!).

Mas se aquela criatura achava que ia mexer comigo e sair ileso, estava muito enganado. Além do mais, eu precisava descontar a minha raiva. E aquela “pobre” criatura iria ser o meu saco de pancadas.

Diminui o passo, mas a coisa não. Logo, logo ela estaria me alcançando. Mas eu estava preparada. Um... A criatura estava a menos de dez metros... Dois... Ela se aproximou ainda mais e podia me tocar... Três...

-Gran...? – JÁ! Pulei na pessoa e comecei a bater e arranhar e bater e machucar. Aonde eu via um pedaço de pele, lá estava eu batendo. A criatura tentava se proteger, mas não conseguia comigo batendo forte daquele jeito. Até que ela pegou os meus pulsos e virou-me, fazendo-me ficar embaixo dele.

-ME SOLTA, SUA CRIATURA DOS INFERNOS!

-Granger, você é doida? – eu estava reconhecendo aquela voz...

-MALFOY?

-Sim, sua maluca. Sou eu. – ele me soltou e levantou-se.

-O que você está fazendo aqui? – perguntei levantando-me e limpando minhas roupas.

-Alguma coisa – disse com uma raiva contida na voz – furou todos os meus pneus e agora vou ter que voltar pra casa andando.

-Por que não aparata?

-Pelo mesmo motivo que você. – idiota! Esquece a varinha! Mas... Se ele é idiota, então... Voltando...

-Então, você volta por outro caminho, que este aqui já é meu!

-O caminho não é seu!

-É sim! Vai para bem longe!

-Granger, o caminho é meu!

-É meu!

-É meu!

-É meu!

-É meu!

-É meu!

Nessa hora, passa um carro em alta velocidade e SHUÁ! Joga água imunda em mim e no Malfoy. HOJE. NÃO. É. MEU. DIA. DE. SORTE.

-MAS QUE MERDA! – Malfoy gritou. – SERÁ QUE AINDA PIORA?

Foi nessa hora que um trovão ruge no céu e caí o maior pé d’água! Olhei para o Malfoy mortalmente.

-Olha o que você fez!

-Eu?

-Sim, você! Todo o mundo sabe que quando você pergunta se tem como piorar, sempre piora!

-Eu não sabia!

-Burro!

-Idiota!

-Retardado!

-Debilóide!

-Energú... – um trovão soou mais alto. Eu não queria confessar, mas eu morro de medo de trovão.

-Tá com medinho, Granger?

-Malfoy, não enche a porra do saco. – disse começando a andar.

-A Sabe-tudo Granger falando palavrão? O mundo vai acabar.

-Você quer ouvir palavrões? Então aí vai: Por que não cala a porra desta sua boca, Malfoy? Vai encher o saco de algum filho da puta, vai? Me deixa em paz e vai se fuder em outro lugar! – nunca tinha falado tantos palavrões, mas o Malfoy estava pedindo.

-Ui, estressou! – aquele peste! Eu juro que eu vou arrancar aquele sorrisinho com as minhas próprias unhas!

Continuei andando enquanto a chuva não parava de cair. Malfoy andava ao meu lado com um sorrisinho cínico. Estávamos normais na medida do possível quando um trovão soa ANORMALMENTE MAIS ALTO! Eu não agüentei. Gritei e pulei no colo do Malfoy que me segurou com uma cara de interrogação. Eu sabia que iria me arrepender depois, mas eu só queria que a chuva parasse.

-Granger? – perguntou um pouco confuso e provavelmente desconfortável.

-Por favor, Malfoy. Faça parar... – eu disse escondendo meu rosto em seu pescoço.

P.O.V. DRACO MALFOY

Quando um trovão soou mais alto que o normal, parece que as barreiras da Granger caíram, pois ela se jogou no meu colo, depois de dar um grito.

-Granger? – perguntei um tanto confuso e desconfiado.

-Por favor, Malfoy. Faça parar... – ela disse escondendo o rosto em meu pescoço. Ela realmente tinha medo de trovões.

Não sei o que me deu, mas eu comecei a andar com a Granger no meu colo. Eu sentia o seu rosto colado ao meu pescoço, quando ela respirava, arrepios se formavam. Seu corpo sacudia um pouco, parecia estar chorando. Não entendo, como alguém como ela, que ajudou a derrotar Voldemort, tem medo de trovões?

-Granger, me esclareça uma coisa? – perguntei um pouco ofegante. Já andávamos a mais de uma hora.

-O que, Malfoy? – ela perguntou com a voz rouca.

-Como alguém como você tem medo de trovões?

-Alguém como eu? – ela perguntou, revelando seu rosto.

-Sim. Você derrotou Voldemort junto com os seus amigos, mas tem medo de trovão. Por quê?

-Voldemort era uma pessoa. Uma pessoa muito má, mas uma pessoa. Não devemos temer as pessoas. Devemos temer a natureza ao nosso redor. Ela nos dá muito, mas também pode nos tirar. E ela me tirou o meu pai desse jeito. Por causa de uma chuva. Um raio atingiu nossa casa e só meu pai estava lá. Ele não conseguiu sair a tempo e... E... Ele... – ela não conseguiu continuar e começou a chorar, abraçando-me. Não queria trazer a tona tantas lembranças amargas. Eu sei como é perder alguém próximo da família.

-Desculpa Granger. Não queria fazer você sofrer. Eu sei como você se sente...

-Sabe? – ela disse ainda chorando.

-Sei. Quando eu tinha dez anos, um ano antes de entrar em Hogwarts, perdi o meu irmão gêmeo. Minha mãe ficou muito abalada e desde aquele dia, eu decidi fazer de tudo para agradá-la. E para agradá-la, eu precisava agradar o meu pai. Foi por isso que eu fiz tantas coisas ruins.

-Eu não sabia... Desculpa.

-Não precisa se desculpar. É a vida. Ela nos dá tanto, mas também nos tira.

Ela sorriu e voltou a esconder o rosto em meu pescoço. O calor que ali estava era bom. Andei por mais alguns minutos e cheguei a casa. Abri a porta com a Granger ainda no colo e me deparei com os nossos “filhos” dormindo no sofá. Decidi levar a Granger para a cama, antes de voltar e o s ajeitar melhor.

Subi as escadas e entrei no quarto dela. Coloquei-a na cama. Ela já dormia a sono solto. Cobri-a e já estava indo embora, quando ela segura o meu braço.

-Que foi? – perguntei.

-Muito obrigada, Draco. – assustei-me. Não por ela ter me chamado pelo meu primeiro nome, mas por ele sair tão belo de sua boca.

-De nada. Mas não pense que eu não te odeio. Nada mudou, ok? – disse, tentando convencer mais a mim mesmo do que ela.

-Quem disse que algo mudou? Digamos que foi uma trégua. Amanhã voltaremos a ser o que sempre fomos. – e voltou a dormir.

-Boa noite, Hermione. – sorri, saindo do quarto dela sem fazer nenhum barulho. Quem sabe essas férias não sejam tão terríveis quanto eu pensei?

Fui para o meu quarto e tomei um banho quente. A água quente lavava o meu corpo, renovando todas as minhas forças. Depois de uns bons minutos, saí de lá e coloquei uma roupa bem confortável. Desci as escadas a fim de comer algo, afinal o meu jantar foi tão desastroso que não consegui comer uma azeitona. Aquele Diogo...! Se eu pudesse, mandava-o para os quintos dos infernos! Por causa dele, eu não consegui uma noite digna com a Melanie. (autora: mas e a Granger?). A Granger é diferente. Ela também não merecia um acompanhante como ele. (autora: e quem seria perfeito para ela? Você?) Clar... Autora, acho melhor eu ir dormir. Afinal, estou um pouco tonto e não estou pensando coisa com coisa. (autora: merda! Quase arranquei uma confissão dele).

Fui à cozinha, peguei um pacote de biscoito e comi. Enquanto eu comia, fui à sala e fiz com que cinco colchões aparecessem. Arrumei cada criança em um colchão, cobrindo-os. Percebi que o rosto do Potter-miniatura estava manchado. Será que ele chorou? Bom, deixa para lá. Arrumei cada um, cobri-os e fui para a minha cama dormir. Estava muito cansado. Mas apesar disso, eu não queria que o dia acabasse. Amanhã voltaria tudo ao normal. Tudo, até a Granger. E eu, particularmente, gostei da trégua que fizemos naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Esclarecendo: o Malfoy ainda não gosta da Granger. Ele ainda a odeia, mas descobriu que ela não é tão ruim quanto pensava. A mesma coisa dela. Porem muita coisa ainda vai rolar! E bota muita nisso. Adorei o Malfoy todo atencioso. Uma observação: a história do irmão gêmeo do Draco e do pai da Hermione terem morrido é ficção, ok? É pra ajudar esse casal. Beijinhos e até o próximo capítulo, sábado que vem. Beijinhos, Lillissa_M.