- Milord não gostará de saber que esteve aqui, Srta. Liwner. – Disse-me ele sério.

- Agradeço a sua preocupação, O’raernn, mas a dispenso. Eu e Tom Riddle não estamos mais namorando, e creio que eu dormir ou não no quarto de um amigo não me atrapalhará em nada servi-lo.

Assim, mandei um beijo para James e fui para fora do quarto dele s e me caminhei calmamente para o meu dormitório.

Assim que cheguei ao corredor, vi Tom. Este me olhou da cabeça aos pés, mas não me fez nenhuma pergunta.

A notícia que havíamos terminado se espalhou incrivelmente rápido, até mesmo para o padrão de fofocas de Hogwarts.

Uma semana havia se passado, era uma quarta-feira e caia neve nos terrenos da escola. Tom havia marcado uma “reunião” para esta noite, e cá estou eu, as 22:50 caminhando em direção a Sala Precisa. Como sempre fui a ultima a chegar, mas não me atrasei. Assim que entrei na sala, Tom indicou um lugar entre ele e James para eu me sentar. Eu o obedeci sem questionar, sabia do que ele era capaz. Eu não me importava mais de se sentar perto de James, nós somos melhores amigos, faziamos praticamente tudo juntos. Tom já tentou nos separar, mas não conseguiu.

- Bem, hoje treinaremos a maldição Crucciatos. O’raernn e Liwner, venham até aqui. Nós nos levantamos e postamo-nos na frente de Tom, este apenas disse:

- O’raernn lança a maldição.

Eu o olhei assustada, mas não consegui dizer nenhuma palavra, sabia que a maldição vinda de Tom seria ainda pior. Esperei silenciosamente que a dor chegasse até mim, mas a única coisa que aconteceu foi ouvir a voz de James.

- Não, lance em mim! – Falou ele para O’raernn.

Tom o olhou com raiva e disse:

- Ótimo, O’raernn não lançará a maldição na Lorena. Você fará isso James. – E sorriu vitorioso. – Ou quer que eu mesmo faça isso?

Vi James tremer no lugar, mas sabia que ele tinha conhecimento do poder de seu mestre, então postou-se na minha frente, a varinha em punho apontada na minha direção.

- Cruccio. – Sussurrou ele, como se aquilo o cortasse por dentro.

Logo senti a dor me atingindo, não suportei e berrei de dor. Sentia lágrimas escorrendo por meu rosto. Não sei se passaram minutos ou horas, pois a dor parecia ser eterna.

Assim que James parou de me lançar aquela maldição eu desmaiei.

Acordei, mas não abri meus olhos. Tentei mexer meu corpo, mas tudo ainda doía; eu me lembrei de tudo, da ordem de Riddle, de James, da maldição.

Sabia que teria que encarar tudo e então resolvi que faria isso já. Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a iluminação do local em que me encontrava.

A primeira coisa que vi foi Tom dormindo em uma cama ao lado da minha. Sentei-me e vi que ele nem se mexeu. Assim que fui ficar em pé, me senti tonta e cambaleei esbarrando em algum objeto que caiu no chão. Com o barulho Tom acordou, me viu acordada e fez a coisa mais estranha possível: Me abraçou com muita força e murmurava coisas como “pensei que iria te perder” e “como fui idiota”. Logo que ele se afastou ele olhou em meus olhos.

- Me perdoe Lorena, sei que fui um idiota com você... – Começou ele.

- Tom... – Tentei chamar.

-  ... e se você não quiser me perdoar eu vou entender e aceitar...

- Tom... me escuta.

Eu já havia o perdoado, afinal eu o amava.

- ... porque sei que o que fiz foi completamente errado...

- Tom, por favor, me ouça...

- ... e que não sou digno do seu perdão e também que...

- Tom Marvolo Riddle! Cale-se agora mesmo e me ouça. – Gritei já impaciente.

Ele se calou no mesmo segundo, me olhando com expressão assustada.

- Ótimo... Tom, é claro que eu vou te perdoar. Porque, caramba, eu te amo.

E neste momento ele me beijou e apenas murmurou no meu ouvido um “eu te amo”.

Assim que saímos da sala precisa (descobri que estava lá quando disse que precisava trocar de roupas e roupas novas simplesmente apareceram na sala) fomos andando até o Salão Principal. Ao chegarmos lá todos pararam para nos olhar, afinal havíamos terminado a algum tempo.

Assim que sentamos na mesa Slytherin procurei pro James, e o vi sentado um pouco mais a frente. Disse a Tom que teria que resolver algumas coisas e fui até meu amigo...

- James, preciso falar com você. – Falei a ele e em seguida caminhei para fora do salão principal.

- Como você pôde voltar com ele Lorena?

- Eu o amo, James e você sabe disso melhor do que ninguém.

- Ele me fez te torturar, ele mesmo te torturou! Como você pode?! É muito burra mesmo, deve ter sangue de barata. Ou se importa apenas com o que seu namoro com ele pode te trazer de bom?

Eu o fitei furiosa e apenas lhe disse:

- Eu o amo, e você não é ninguém na minha vida para falar algo sobre mim.

Virei as costas para ele e caminhei calmamente.