Eu continuei correndo até chegar a algum corredor do segundo andar. Quando finalmente parei de correr cai de joelhos no chão, encostei-me na parede e chorei. Chorei pela maldição e a dor que ela me causou, por ter sido Tom a lançá-la em mim e por ainda amá-lo. Chorei por muito tempo, até que senti alguém me abraçar. Não pude deixar de reconhecer aquele abraço, e no mesmo momento eu correspondi o abraçando com força e chorei ainda mais com meu rosto em meio a suas vestes. Alguns minutos depois pude ouvir a voz de James me falando que tudo ia ficar bem. Lentamente tirei meu rosto do meio de sua capa e o olhei nos olhos.

- Obrigada por estar aqui. Agora entendo o que você queria me dizer. Pena ser tarde. – disse a ele, sorrindo tristemente.

- Ele gosta de você. – Disse-me James.

- Vamos para o Salão Comunal. – Disse a ele por fim.

James me ajudou a levantar e me acompanhava até as masmorras, quando chegamos ao Salão Comunal – que estava vazio – me despedi de James com um abraço e fui em direção ao meu dormitório. No caminho, enquanto passava em frente o quarto de Tom, ouvi as vozes dele e do Ryan e comecei a prestar atenção na conversa.

- Teve apenas o que mereceu. – Disse a voz de Tom.

- Mi lord, o senhor poderia ter qualquer garota, por que ficar com ela? – Perguntou Ryan.

- Ah, caro Ryan, ela é uma bruxa poderosa e talentosa, e convenhamos que é bem bonitinha também. – Tom respondeu rindo. Uma risada fria, bem diferente da que eu conhecia.

Depois disso não me agüentei, abri a porta com a varinha já em punho.

Quando Tom me viu sorriu de forma verdadeira... Verdadeiramente falsa. Não deixei me abalar com isso, pois logo em seguida Ryan se recuperou do susto e pegou sua varinha de dentro do bolso de sua capa, apontando-a para mim. Nesse momento vi Tom o olhar com puro ódio, mas Ryan nem pareceu notar e disse em seguida:

- Crucio.

- Protego! – Eu disse calmamente para logo em seguida sussurrar. – Estupefaça.

Tudo que vi foi Ryan bater na parede e desmaiar. Tom sorria ainda mais.

- Esta terminado, Riddle. – Disse apontando minha varinha para ele. – Expelliarmus! – Completei ao ver sua intenção.

- Como você ousa... – Ele começou a dizer, mas eu o interrompi.

- Cala a boca, Riddle. Estou terminando nosso namoro, lamentavelmente continuarei como tua seguidora. E lhe devo meu respeito. – Abaixei minha varinha e lhe entreguei a dele. – Pode me punir se assim desejar.

Esperei pela dor, mas ela não veio. Riddle só me encarava, estava parado no mesmo lugar. Me virei para ir embora, mas senti uma mão segurando meu braço esquerdo e me virei para olhar Tom.

- Não faça isso. – Pediu-me.

- Já fiz. – E assim sai do quarto dele mas não fui para o meu dormitório. Segui em direção ao dormitório masculino, abri a porta e vi 4 camas: em uma delas vi James dormindo calmamente, em outras duas vi dois garotos, um deles reconheci sendo Arnold e o outro não vi o rosto, e vi também uma cama vazia que deveria pertencer a Ryan. Caminhei silenciosamente para o lado da cama de James e o chamei. Ele me olhou surpreso.

- Posso dormir aqui hoje? – Perguntei e ele olhou para os garotos dormindo. Percebendo o que ele queria dizer, eu continuei falando. – Eles não farão nada. Eu terminei com o Tom. – Disse com lágrimas nos olhos.

O entendimento logo o atingiu e ele me abraçou dizendo que poderia ficar. Conjurei um pijama e fui até o banheiro me trocar.

Assim que voltei deitei na cama e abracei James enquanto ele nos cobria, e com um aceno de varinha fechou as cortinas ao redor de sua cama. Assim que me deitei em seu peito eu dormi.

No outro dia de manhã me levantei cedo, mas lamentavelmente os outros garotos já estavam acordados. As reações foram diversas: Ryan me olhou com raiva, acho que foi pelo acontecido na noite anterior. O garoto que reconheci sendo um tal de Hinif me olhou assustado, provavelmente pensando em como iria ser se o Slughorn me visse ali. E por ultimo Arnold me olhou da cabeça aos pés sorrindo malicioso, mas acho que logo se lembrou de quem eu era e me olhou chocado para logo em seguida mandar Hinif sair dali e esse por sua vez nem questionou a ordem. Em seguida virou-se novamente para mim.