Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 8
Thera


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora, mas essas semanas estão tensas pra mim! Ok, mais um cap ai pra vocês!
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/148902/chapter/8

Capitulo 8 – Thera

POV Edward

- Então, Edward... hmm... – Benjamin coçou a cabeça, enquanto andávamos pelas ruas de pedras e escuras de Thera. Em sua mente, não havia outra coisa, a não ser a pergunta irritante que tanto o intrigava: O que “realmente” Edward fazia ali?Onde estão o resto dos Cullen?

É, talvez não seja somente uma pergunta, mas aquilo era meio invasivo. Incomodava-me, mesmo que sem querer.

Ainda era madrugada, pra ser exato, três da manhã. Quase quatro. Tínhamos acabado de chegar na ilha e tudo estava muito quieto. Os lampiões antigos, e os pequenos postes eram as únicas fontes de luz da cidade, que dormia. Andávamos pelas ruas em pedras, sem um rumo.

- Desembucha. – o olhei, seguindo até um poste e me recostando ali. Não tinha pressa, parecia essencial fazer as coisas com cautela, uma após outra. Querendo ou não, eu teria muito chão pela frente e tempo suficiente para isso.

- Você não me contou do porque está na Grécia, em Thera... – parou na minha frente, olhando em volta. – E sozinho.

Não havia motivos para lhe esconder as minhas causas. Não tinha porque esconder dele, até porque seremos parceiros de viagem e as noticias no mundo dos vampiros correm rápido demais, pro meu gosto.

- Você acreditaria se eu dissesse que saí de casa? – disse meio risonho, por um motivo que não sei dizer. Estava satisfeito? Eu não me sentia assim, um lugar significativo em minha alma estava oco. Isso era preocupante.

Benjamin estreitou os olhos, absorvendo toda a informação. Ele me lançou um olhar interrogativo e assenti lentamente, vendo a pergunta se formar em sua mente.

- Edward, por quê? – perguntou muito surpreso, sua boca escancarada pela incredulidade. – O que te fez sair assim... Do nada? Eles te expulsaram...? – ele me encheu de perguntas.

- Não. – balancei a cabeça, largando-me na calçada aos meus pés. – Se fosse por eles, eu nem cogitaria essa idéia. – suspirei longamente.

De alguma forma, estranhamente racional, eu queria que eles me parassem. Se eu não tivesse lutado com tanto esforço, talvez eu não conseguisse sair de casa. Minha família sempre fora meu pilar de força e não sei se estou seguro de que está viaje será bem sucedida, sem eles. Admito estar apreensivo com o desandar das coisas.

- Então, porque você saiu? – perguntou, arqueando uma sobrancelha.

- Cansei, Benjamin! Cansei de tudo e todos! – desabei em meus ombros, contendo o rancor em meu peito que crescia gradativamente. – Estava sufocando naquela vida, queria descobrir outras opções para mim, não quero viver enfurnado naquela vida. Descobrir quem realmente eu sou, entende?

Ele me olhou e pensou: E Bella? E Renesmee? Elas não importam mais?

- Claro que elas importam! – apressei-me a dizer. Aquelas duas eram as coisas que mais prezo em tudo que já vivi, elas não era algo devaneado, ele tinha que saber e entender isso. Olhei em seus olhos. – Renesmee é minha filha, meu bebê, uma das razões de eu viver. Mas, por um lado, estou fazendo isso por mim... Não sei bem como explicar, mas isso é o necessário. – dei de ombros. - Um dia ela terá que me perdoar.

E Bella, Edward? Você não a ama mais? Benjamin pensou, sem nem ao menos imaginar que aquilo era o que mais me enfraquecia. Bella sempre seria meu ponto fraco. Apesar de tudo, eu ainda a amava, talvez até mais do que eu gostaria. Jamais me livraria desse amor louco, era o meu carma para todo o sempre. Não podia mentir para mim mesmo, discordando disso.

Bella sempre será meu primeiro amor e aquela que terá um lugar no meu coração já morto sempre, mas... Eu não posso nem pensar em voltar. Tinha que manter o foco.

Fiquei em silêncio e não respondi. Abaixei minha cabeça para minhas mãos, aspirei o ar com força e levantei-me. Sem olhar para trás, comecei a subir a grande ladeira de pedra a minha frente.

- Edward, você não pode fugir de algo que você próprio plantou... Um dia terá que colher. – disse Benjamin atrás de mim. – Só espero que não se arrependa depois! Pode ser tarde demais. – nessa última parte, ele sussurou e não podíamos discordar. Ele pode estar irritantemente certo.

Mas essa possibilidade, eu não poderia cogitar. Apenas, balancei a cabeça, afastando qualquer tipo de pensamento a respeito e continuei a caminhar. Madruguei, ainda com aquela frase persistindo em minha cabeça, latejante demais para poder sentir.

Tarde Demais! Ela não me perturbaria, se eu tomasse as decisões certas, acho!

***

Levantei-me da cama que estava deitado, indo até o banheiro para tomar um banho. Estivera tão mergulhado em pensamentos, que nem havia notado que amanhecera. Desde a madrugada de ontem e minha conversa com Benjamin, eu não consigo assimilar bem as coisas.

Estava com medo com o desencadear das coisas, e com o futuro. Ficaria mais aliviado se Alice estivesse aqui comigo, mas seria imprudente demais. Na verdade, tudo estava muito imprudente e modesta parte, sentia-me inseguro sobre meus atos. O que Benjamin me falou, só serviu de sal para as minhas feridas.

Eu não posso me arrepender, ou será que posso?

- Vamos, Edward, eu também quero usar o banheiro! – a voz de Benjamin tirou-me de meus devaneios, que se tornavam mais freqüentes a cada dia. Ele bateu na porta repetidas vezes e eu me sobressaltei, apressando-me a despir minhas roupas.

- Espere, Benjamin! – eu disse, já abrindo o chuveiro, que era um pouco baixo demais para mim, assim como a cama que era muito pequena. Como se eu fosse me importar em dormir! – Quem manda ficar quase engolindo a camareira com os olhos?

O ouvi bufar e eu ri, jogando-me debaixo do chuveiro minúsculo.

- Cara, simplesmente, eu não sou cego! – ele disse. – E não tenho culpa se ela estava dando em cima de mim, não você!

- Eu não me importo! – respondi. Sinceramente, eu não me importava. Nunca nenhuma mulher chamou minha atenção, a não ser Bella. E essa sempre será a que preencherá minha visão, mesmo longe... Oh Céus! O que foi que eu disse? Estou ficando louco!

Balancei a cabeça, saindo do banho e enxugando-me. Benjamin entrou logo em seguida, fechando a porta do mesmo. Vesti-me rápido, apenas uma bermuda branca, camiseta pólo e chinelo. Em Thera, tudo era muito ensolarado e não fazia idéia em como andar pela cidade, sem ser notado. Fiquei me perguntando, de tantos lugares, porque eu fui escolher Thera?

-Vai assim mesmo? – perguntou Benjamin, apontando para minhas roupas. Olhei pra baixo e estava apresentável, digamos assim. A não ser pelo fato, do sol está quase caindo à terra de tão quente que está lá fora, mas isso eu já disse. O que não disse, era que se eu colocasse pelo menos um dedo e meio de meu pé na calçada, brilharia mais do que o próprio sol.

Algo estalou em minha mente, que já se frustrava em não poder sair. Seria idiota da minha parte, desistir sem tentar... Sem o fazer, nunca saberei o que irá acontecer.

- Vou arriscar. – eu disse, já saindo do pequeno quarto da pousada que dividia com Benjamin. Era branco com pedras arredondadas, as janelas da mesma forma, com cortinas amarelas e brancas. Havia duas camas com cobertas beges de madeira, e dois pequenos guarda-roupas em orvalho.

Aconchegante e simples, perfeito. Sem extravagâncias ou modernidade, nunca gostei disso. O que me basta, era apenas um refúgio para a noite e dia. Manter as aparências, longe de muita atenção! Era o meu lema.

Sai do quarto, acompanhado de Benjamin, que usava um casaco por cima de uma jaqueta e calça. Nada comum nesses dias de verão, mas pelo menos o protegia da luz.

- E como você vai fazer para sair em público, gênio? – perguntou, enquanto descíamos a escada em pedra da pousada, chegamos ao pequeno hall onde a atendente logo sorriu para nós.

- Eu dou meu jeito, Benjamin. – o assegurei, indo em direção a atendente no balcão, sorridente que acenava para nós. – Sim? – perguntei, em um fluente grego, para a mulher de cabelos castanhos claros, que só pensava em como nós dois éramos bonitos. Balancei a cabeça, quando Benjamin correu e logo estava dando em cima da moça.

- Terremoto! – ele balançou levemente o balcão, pensamentos idiotas... – me dê seu celular, per favore! - gera atos idiotas. Bufei. – A moça começou a ri descontroladamente, enquanto ele falava mais tolices, que só ele conseguia imaginar.

- Sim?! – perguntei novamente, quase rosnando pra Benjamin, que estava quase deitado no balcão, de tanto que ele estava perto do rosto da garota. Ela me olhou envergonhada, então pigarreou.

- Edward Cullen? – perguntou e eu assenti. - Senhor, há uma entrega em seu nome. – disse a sorrir. Eu a olhei curioso e uma imagem de um volvo, se fez na sua mente. – Ele está logo ali na frente. – apontou em direção à rua. – Aqui está a chave.

- Obrigada. – disse alegre a pegar a chave do carro, puxando Benjamin comigo. Como as ruas estavam um pouco vazias, eu e ele corremos em uma velocidade vampira para o carro, no canteiro a nossa frente, que mais se parecia uma praça com bancos de cimento e mal arborizada.

Meu volvo estava perfeito, prateado e sem nenhum arranhão. Sinceramente, eu não podia deixar meu carro em Forks, até porque eu preciso dele. Andamos em uma velocidade moderada pelas ruas de Oia, um vilarejo de Thera, que eram em pedras e cercada de casinhas em tons claros.

Tínhamos que ir devagar, as ruas eram um pouco estreitas e havia pessoas andando por elas, ou até no meio da rua, como se não nos visse. Teria que ir a imobiliária, caso eu quisesse ter um lugar fixo pra morar. Sem dificuldade, estacionei bem a frente de um pequeno lugar.

Benjamin por toda a viagem estava muito quieto, de repente ficou calado, e fitava a paisagem pela janela, indiferente. Sua mente fechada, apenas pensava em um propósito para sua existência; ele de jeito algum, queria ficar perambulando por ai e, ao mesmo tempo, não queria ficar em meu calcanhar, aporrinhando-me. Ele achava isso muito evasivo, e só estava esperando que eu o despachasse.

 Senti-me mal por isso. Nessas horas que se passaram, desde que cheguei na Grécia, foi bom ter uma companhia ao meu lado. Seria muito monótono e letárgico ter que seguir aquela viagem sozinho. Ter Benjamin ao meu lado me fazia bem, assim eu ocuparia minha mente com outras coisas e, não me martirizava por ter largado minha família. O vazio deles diminua, um pouco, com o jovem vampiro como companheiro de viagem.

- Benjamin, é muito bom ter você ao meu lado. – Antes de sair, vislumbrei um fraco sorriso dele, enquanto eu pisava bem a sombra, longe dos raios de sol, e adentrei o prédio. Havia um homem robusto e um pouco calvo a minha frente, em suas mãos uma planilha.

Um corretor de imóveis! Pensei ao ler sua mente. Ele levantou os olhos, emoldurados por óculos de fundo de garrafa, e esperou-me a falar.

- Senhor, sou Edward Cullen... – comecei, mas ele interrompeu-me, analisando sua papelada.

- Ah, sim! É você mesmo, senhor Cullen, que eu estava procurando. – disse e eu sorri satisfeito, com o que está por vim. Ele continuou. – Alguém com o nome Alice Cullen, comprou um imóvel em seu nome. – disse isso e deu-me as costas. – Queira-me acompanhar, por favor?

Assenti e o segui até uma sala, com várias divisórias. Ele jogou a planilha na mesa, atolada de papéis e, rapidamente, andou até um armário, onde várias pastas estavam arquivadas. Ele tirou uma de lá e deu-me, abrindo-a e dando-me uma caneta.

- Por favor, assine aqui e ali. – apontou e eu o fiz, sabendo que não precisarei ler nada. – Obrigado. – Recolheu a pasta, guardando-a novamente. – Demorará menos de uma semana, até que tudo esteja pronto para autorização e demanda.

- Terminou? – perguntei, tentando ser ao menos educado.

- Espere um minuto! – ele abriu uma gaveta e de lá tirou uma chave. – A casa já é sua, aqui está a chave da mesma. Se quiser eu posso...

- Não, senhor! – disse, já me afastando. – Sei onde ela fica! Não precisa se incomodar.

Sai do prédio com um largo sorriso e entrei no carro, rapidamente. Benjamin se sobressaltou, quando arranquei com o carro em direção a parte mais afastada da ilha. E ele não perguntou nada, até chegarmos a uma aérea bem afastada, no oeste da ilha.

Tudo era plano e próximo a um penhasco, que dava para o imenso mar Egeu. Estacionamos bem em frente a casa, que não é de grande espanto, que seja enorme. Era branca e azul, havia uma varanda branca bem ao pé do penhasco, de frente com o azul profundo das águas de Thera.

Alice, sempre Alice!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?