Chama Branca escrita por kamis-Campos


Capítulo 7
Meu anjo...


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo!Bella terá uma surpresa... Será que terá mais um mini edwardizinho...?Boa Leitura!



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Capitulo 7 – Meu anjo...

POV Bella

... Então, em uma clareira, eu a vejo...

O corpo da jovem mulher, que não passava de trinta anos de idade, estava caído desfalecido no meio da clareira. O vento vinha em jorradas, jogando o seu aroma doce e inebriante em minha direção. Estava tão sedenta, que em meio segundo, já estava ajoelhada ao lado da moribunda.

A mulher tinha o corpo inteiro banhado em sangue, seu lindo vestido bege manchado em um vermelho vivo. O liquido escorria pela barriga, em grande abundância, já que a mesma parecia ter sido aberta ao meio. Passei de leve a mão pela sua barriga, lambuzando minha mão de sangue.

Levei-a à boca, fechando os olhos e saboreando-me com o liquido e saciando-me aos poucos. O desejo e ardência estavam descontrolados em mim, queria mais. Levei a boca a sua grande ferida, sugando todo o sangue ali. Doce e vicioso.

Então, uma mão pegou meu braço. Tão fraca e suave, que parecia uma pluma, se eu não tivesse com os sentidos tão apurados, talvez eu nem a sentisse apertar. Levantei meu olhar feroz ao rosto da mulher de cabelos acastanhados. Ela tinha lágrimas banhando seu rosto, e não havia dor nelas, havia tristeza e desespero.

- M-meu... Bebê! – a sua voz saiu baixa e abafada. Ela engasgou com o sangue em sua boca, mas continuou, tomando ar. – Por... Por f-f-favoor! Salve ele! Ajuda-me, salve ele! Salve ele! – ela apontou para a margem da floresta, com dificuldade e eu segui seu olhar.

NÃO PODE SER! Pensei aos gritos. Um corpinho minúsculo engatinhava em direção a uma árvore, lindo e indefeso. Ele senta-se e pega uma folha que estava no chão, voltando a engatinhar em nossa direção.

Estanquei. Toda a minha sede por sangue, o descontrole, a vampira cruel e fria de poucos segundos atrás, tinham se evaporado, virado pó. Voltando ao normal aos poucos, comecei a me lembrar do meu parto, de como eu só implorava para que salvassem minha filha. Pouco me importava se iria morrer, eu a queria feliz e bem.

Olhei para a mulher já em seus últimos segundos e me vi ali, onze anos atrás. Quando Renesmee nasceu, e o quanto me sacrifiquei, como todos se sacrificaram por mim e por ela, para que saíssemos bem daqueles momentos de dor e aflição. Aquela mulher também queria o mesmo para o seu bebê, então porque não fazer algo por aquela alma?

Seria tão errado realizar o último desejo de alguém?

Mesmo que minha garganta queimasse em chamas, mesmo que o cheiro inebriante de sangue me atiçasse, limpei a boca e sorri complacente para a moribunda. O bebê já se aproximava e quando já estava perto da mãe, começou inutilmente limpar o sangue de seu rosto com o pedaço de folha.

Sorri mais uma vez, ele sabia o que estava acontecendo, sabia que sua mãe morria e estava assim... Por causa dele. Não era de todo sua culpa, não teve como, ele só estava lutando por sua vida. Podia vê todo carinho e cuidado em seus atos inocentes, se eu pudesse chorar estaria em prantos agora.

Uma pergunta óbvia e tola surgiu em minha mente. Aquele pequeno era inteligente demais para um bebê normal; crescido demais, aparentemente, parecia ter uns dez meses, enquanto só tinha minutos de vida. Um híbrido?

Ele me lembrava tanto Renesmee, minha pequena cutucadora... E me lembrava tanto Edward.

Os rasos e finos cabelos castanhos, desgrenhados, bagunçados... Nunca que ficavam do mesmo jeito. Covinhas e um pouco bochechudo, a pele alva como neve e quando ele levantou seus olhos para o meu rosto, eu vi... Os mais lindos olhos verdes já existentes, pareciam duas esmeraldas cintilantes, perfeitamente arredondadas.

Quem seria o pai dessa dócil criança?

Um coração caiu em uma batida e se silenciou. Olhei para a mulher deitada no chão ao meu lado e ela já não respirava, desfalecida e fria. Beijei-lhe a testa e prometi cuidar de seu lindo bebê, como se fosse meu. O bebê chorou e o peguei no colo, abraçando-o ao meu peito. Ele envolveu seus pequenos bracinhos em torno de meu pescoço, acalmando os seus soluços.

- Meu pequeno ser. – sussurrei e ele me abriu um lindo sorriso. – Estará sempre protegido em meus braços. – beijei-lhe a rosada bochecha, enquanto caminhávamos.

Seria o destino? Eu não estava na minha melhor fase, então porque me mandar uma criatura tão meiga, como se fosse meu? Seria errado dizer que ele me pertencia? Aquele lindo bebê de olhos engatilhados, poderia chamá-lo de filho?

Ele parecia uma miniatura, perfeitamente projetada, do Edward. Mais humana e indefesa. Ele parecia de vidro, como se qualquer sopro o quebraria; parecia tão frágil e minúsculo, eu me via na obrigação de protegê-lo. Eu prometi... E farei de tudo para cumprir. Se eu fui capaz de cuidar de Renesmee, eu sou capaz de cuidar daquele homúnculo.

Já estava adentrando a floresta, e o meu bebê dormia tranquilamente no meu braço quando escuto.

- BELLA! – alguém gritou e reconheci a voz na hora. – Droga! – Os Cullen já vinham na minha direção, olhando para a mulher morta no meio da clareira.

Mas, antes que eu pudesse responder alguma coisa, ou pelo menos, me defender, meu pequeno ser foi retirado de mim e me vi jogada contra o chão. Estava atordoada e só ouvia meu bebê chorando em plenos pulmões. Olhei pra cima e vi Jasper, sobre meu corpo e com uma mão apertando forte meu pescoço.

Tentei me soltar dele, mas Jasper era forte e rápido o bastante para me imobilizar. Em um segundo, Emmett o ajudava também. Debatia-me, mas sem sucesso. O encarei séria, controlando-me.

- Jasper, eu não fiz nada! – disse pausadamente e firme. – Agora me solta!

- Não! – imitando meu tom de voz, rosnou. Arqueei as sobrancelhas, e tentei empurrá-los com mais violência. – Bella, será mais difícil pra você, comportando-se desse jeito.

- Mas, eu não fiz nada! – repeti, quase em uma suplica desesperada. – Por favor, me solte! Eu quero meu bebê. – o choro do meu pequeno ecoava a clareira, sem ele o vazio dentro de mim e o buraco em meu peito voltavam. De alguma forma, ele era como um analgésico, meu porto seguro.

- Só vou soltá-la, quando estiver calma. – disse insistente, prendendo-me com mais força no chão. Aquilo me irritou, estavam me acusando de uma coisa que eu não fiz.

- Estou calma, caramba! – esbravejei, soltando-me dos dois que me prendiam e indo em direção ao meu pequeno, que estava nos braços de Rosálie. Como fizeram com Renesmee, onze anos atrás, quando a vi pela primeira vez como vampira, se puseram na frente deles como um paredão. Achavam mesmo que eu o machucaria?

- Acham mesmo que eu o machucaria? – verbalizei minha indagação mental, de forma perplexa, quase se transformando em raiva. Eles não responderam e eu considerei isso como um “sim”. – Que merda, eu nunca faria isso! Ele é meu bebê... Eu nunca, nunca, encostaria um dedo nele! Solte-o!

- Não! – disseram em uníssono, apenas Carlisle e Alice continuavam calados. Enfureci-me, eles estavam sendo ridículos, custava confiar em mim? No meu autocontrole? Sei que perdi o foco naquele momento, mas estava em mim novamente, não cometeria o mesmo erro.

- Solte-o, se não... – comecei, mas Alice saiu de seu transe e respondeu tão rápido, quanto um raio.

- Ela está certa! – disse olhando-me como um pedido de desculpas. – Ahh, Bella, me desculpa! – disse abraçando-me. Provavelmente, ela teve as visões só agora. Ficava meio difícil pra ela quando híbridos estavam por perto. – Jasper, amor, ela está controlada, eu vi! Bella, salvou esse lindo bebê e sua mãe... – olhou com pesar para a mulher desfalecida ali perto. – Não se pôde fazer nada por ela... Ela não teve forças para agüentar por mais ajuda, mas foi forte o suficiente para pedir a Bella que salvasse seu menino.

- O que? – Jasper estava incrédulo. – Como...? Alice a viu, sedenta por sangue e...

- Jasper, quando vi meu pequeno, foi como se tivessem me dado uma boa dose de tranqüilizante. – sorri, aproximando-me de Rose, que me olhou apreensiva. Meu bebê estendeu os pequeninos bracinhos na minha direção e eu o peguei, de boa vontade. – Me controlei na hora e aqui estou.

- Essa criança é da mesma espécie da mostrinha? – perguntou Emmett, sorrindo que nem um bobão para o bebê em meus braços.

- Sim. – beijei o topo de sua cabeça, sorrindo. – E posso lhes dizer, é tão amável e doce, que é quase incontrolável não se encantar por ele.

E eu não estava mentindo. Aquela miniatura de gente era tão encantadora que foi capaz de me frear, naquela recaída. Jamais, ninguém teve esse efeito em mim, exceto Edward, porém aquela criança tranqüilizou-me, fazendo com que eu só a visse, só desejasse sua proteção. Era como Renesmee, irresistível.

Esme, Alice e Rose me rodearam de imediato, brincando e mimando meu pequeno. Ele sorria a cada gesto, a cada palavra, a cada brincadeira. Emmett não parava de falar que agora teria um parceiro de vídeo game e beisebol. Todos acolheram meu pequeno, até Jasper, que parecia relutante, mas logo ria com a gente.

Fomos pra casa, pois já estava ficando tarde e poderia fazer mal ao bebê. Alice, como sempre Alice, correu pra comprar roupas novas para o meu pequeno e logo o colocou uma calça jeans e camiseta pólo, de marca. Ele não poderia andar nu, por ai.

Carlisle estava empolgado, ele sempre fora muito curioso sobre a espécie dos híbridos, agora teria mais chances de estudar os machos, já que com Nahuel, ele não teve a oportunidade de vê de perto.

Estava com meu pequeno no sofá, observando-o tomar a mamadeira com o mingau de aveia, calmamente. Aquilo era normal, mas antes disso ele havia tomado um bom copo de sangue fresco. Perguntei a Carlisle se aquilo era normal e ele disse-me que os híbridos machos aderem aos dois tipos, ao mesmo tempo. Tanto faz pra eles, qualquer coisa o satisfazia.

Mas, ao que parece, meu pequeno não era muito fã da alimentação vampira. Menos mal, mas pelo que Nahuel e Carlisle me disseram, ele sentia sede e era venenoso. Aquilo me preocupava, ele teria o autocontrole suficiente para ficar perto de humanos, sem os machucar?

Engoli em seco, enquanto ele ainda mamava, parecendo saciado. Depois de terminar, Esme levou a mamadeira para a cozinha e eu fiquei na sala com Rose, ao meu lado, mimando meu pequeno. Ela realmente estava feliz em tê-lo aqui, ela sentia falta de quando Renesmee era bebê e meu pequeno era como uma dádiva.

Jasper e Emmett entram na casa, sérios. Eles haviam saído à procura de algum cheiro ou rastro que fosse, possivelmente, o pai do meu pequeno. Estava preocupada, de certo modo não queria viver as escuras, queria saber do pai se queria a criança ou não. Pois, se caso ele não queira, eu ficaria com ela.

Carlisle desce a escada, com as sobrancelhas juntas.

- Então? – perguntou se aproximando dos dois vampiros. Acompanhei todos os seus passos e palavras, não queria perder nada.

- Encontramos um rastro, pelas montanhas... – Jasper pausou, parecendo frustrado. Balançou a cabeça negativamente. – Mas, ele fugiu para o norte. Certamente, só estava de passagem e tenho certeza que não voltará tão cedo.

Suspirei aliviada. Ele não voltaria tão cedo! Sei que é um pouco egoísta, mas meu bebê ficaria comigo, pelo tempo que fosse. Se o pai regressar, terá que passar por mim para tê-lo. Se ele realmente se importava, ficaria ali, ao lado da mulher a espera do filho.

- Vamos ficar de olho, por precaução! Até saber quem ele é. – Carlisle disse e me olhou. – Vou telefonar para Nahuel, quem sabe ele não saiba de mais coisas. – disse isso e se foi, em direção ao seu escritório.

Jasper subiu a escada, sem dizer um olá, ele ainda estava muito perturbado com tudo e desconfiava que eu estivesse escondendo algo. Bufei, como se eu conseguisse esconder, nunca fora uma boa mentirosa.

Emmett sentou-se ao meu lado, ligando a TV e colocou o filme do Zé Colméia. Logo, meu pequeno, que antes estava sonolento, despertou de supetão e começou a ri junto com Emmett, uma risada contagiosa e infantil, fazendo-nos ri também. Ele se divertia com as trapalhadas na TV e todos nós nos divertíamos com suas caretas e sorrisos.

- Oh meu Deus! – disse Rosálie em júbilo, toda feliz. – Tão fofo!

- Lindo, não é? – comentei, alisando seu cabelo desgrenhado. Ele se jogou pra trás, em uma gargalhada, quando o urso cai e ri junto. Tão travesso e cativante, sabia que seria difícil me separar dele.

- Sim. – Rose balançou a cabeça, afirmativamente. – Já pensou em um nome pra ele? – perguntou e eu a olhei, abrindo um sorriso de orelha em orelha.

Havia um nome. Não era EJ, como tinha pensado; não era Edward, no qual cogitei colocar; tinha que ser um nome que protege, que acolhe, que cativa. Pois, meu pequeno era assim, nos transmitia paz e segurança. Só ele me favorecia o carinho, que tanto preciso.

O buraco em meu peito já não latejava com tanto ardor, com meu pequeno ao meu lado, eu só tinha paz. Eu sorria com facilidade, respirava com facilidade... A dor de ter Edward longe ainda persistia em minha alma, mas já não era tão palpável.

- Miguel. – disse, olhando para meu pequeno, sorridente todo. - Miguel Cullen! - Ele me veio em uma hora que mais precisei, ele só devia ser graça divina. – Meu anjo!


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Notas finais do capítulo

Espero que entendam, Miguel terá um papel muito importante na fic, no qual ainda estou elaborando. Por enquanto, por hoje só!Mereço Reviews?Bjos!