Heaven And Hell escrita por letstrabach, callmenikki


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

eu sei, eu sei. Eu demorei anos pra postar esse, mas é que eu não consegui escrever nada durante algum tempinho, e quando voltou, eu escrevi um capítulo grandinho, e espero que vocês possam me perdoar por ter demorado tanto. Desculpem de verdade.
/sintoquealgumaspessoasnãovãogostardessecapítulo.



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Eu fiquei alguns segundos em silêncio, apenas observando seu rosto. Eu sorri quando ele bocejou de sono e me olhou com um olhar engraçado.

Eu me movi embaixo das cobertas grossas, e tentei me deitar de lado, mas meu ombro protestou e eu não consegui me mexer muito. Eu apenas me deitei de barriga para cima, encarando o teto, assim como Sam.

Nós ficamos algum tempo assim. Apenas ouvindo a respiração um do outro, pensando no que falar. Mas vendo por certo lado, eu não falaria muita coisa. Eu queria sim, conversar com Sam sobre como era a sua vida, mas parecia que não era a hora certa e que eu somente deveria esperar.

E Sam também parecia achar isso. Ele não disse nada e aquele silêncio não era incomodo.

Eu me virei e olhei para a porta e suspirei pesado. Do lado da cama, havia um pequeno relógio que marcava as horas, e eu me espantei ao ver que eram 2:37h da manhã. Eu arregalei os olhos e olhei para Sam.

- Por quanto tempo eu dormi? – eu perguntei.

- Por umas seis horas diretas. – ele respondeu.

Bem, aquilo não me surpreendeu. Eu realmente deveria ter dormido aquilo tudo, mas eu não estava descansada ainda. Eu precisava dormir e Sam também, e amos sabíamos disso.

Com um suspiro pesado, eu me virei novamente de barriga para cima e olhei o teto velho e que rangia com o que quer que estivesse lá fora. Bem calmamente, eu ouvi alguma coisa bater contra o teto, e eu fiquei alerta, mas depois eu vi que eram apenas pingos de chuva. Eu suspirei aliviada e olhei para Sam. Ele me olhava de forma engraçada, e aquilo começava a ficar estranho.

Eu sentia como se uma força invisível me puxasse para mais perto dele. E como eu queria estar perto dele, como eu queria sentir aqueles braços me envolvendo... Mas eu sabia que era cedo demais. Eu não conhecia Sam e talvez nem confiasse o suficiente para tal coisa. Ele havia me amparado e agora estava me protegendo, mas isso não mudava o fato de que nada poderia acontecer entre nós.

- Eu me pergunto em quê você tanto pensa. – ele disse.

- Coisas. Apenas coisas. – eu dei um pequeno sorriso.

- Posso saber o que são? – ele perguntou, se divertindo com a minha situação.

Eu hesitei por dois segundos. Eu não poderia contar, mas eu tinha que deixar bem claro que nada aconteceria entre nós. Ah, que merda que eu estou falando? Ele nunca vai querer nada comigo. Eu só sou mais encrenca pra ele, e aposto que isso, ele já tem demais.

Afastei esse pensamentos e olhei em seus olhos e por um momento, eu vi Kairos. Eu vi todo o terror que invadiu seu corpo, seus gritos desesperados que estava até agora me rondando e quase me deixei concluir que Sam era igual ao meu irmão. Eu fugi desse pensamento e fechei os olhos tentando esquecer, mas esse ato apenas fez com que o que tudo o que tentava esquecer, viesse com mais força, e minha visão ficava manchada de sangue.

- Sam, eu tenho medo. – eu disse, de repente, depois de alguns minutos em silêncio.

- Eu não vou mentir, mas eu também tenho. Tenho medo do que possa acontecer daqui pra frente. Talvez nós não possamos te proteger amanhã, e você ficará sozinha. – ele disse.

- O que vamos fazer? Quero dizer, você poderia me treinar para que se algum dia eu tenha que me virar sozinha, eu saiba.

Ele considerou por um segundo e depois balançou a cabeça negativamente, negando qualquer coisa que viesse da minha boca juntamente com a palavra “treinar”. Mas eu não culpava Sam. Eu sabia que me treinar levaria muito tempo comparado ao longos anos que Sam e Dean tinham de estrada, mas ainda sim eu precisava aprender alguma coisa. Eu precisava saber com o que estava lidando.

- Sam, eu te imploro. Me ajude. – eu sussurrei, quase imperceptivelmente.

- Kera, não. Eu não vou estragar a sua vida desse modo. Uma vez dentro, as chances de sair desse mundo são mínimas, quase nulas. Eu não quero que você passe a vida toda lamentando não ter filhos, uma casa e um marido. – ele me negou mais uma vez.

Então, eu decidi não insistir mais. Não teria porquê fazer isso, por que Sam parecia mesmo convencido de não me ajudar.

Eu me virei para o outro lado, e tentei dormir, mas foi impossível. Era eu fechar os olhos, que Kairos vinha até a minha mente, e automaticamente, eu os abria. E Sam estava lá durante todo esse tempo. Sempre que eu acordava ofegante, Sam afagava meu braço e me dizia que tudo estava bem, e que eu poderia voltar a dormir. E eu voltava, mas logo depois eu acordava e Sam continuava lá. Quando já eram 4:23h, eu decidir que tentar dormir era inútil e que eu não conseguiria fazer isso hoje, então eu me virei para Sam.

Ele ainda estava acordado, e ele ainda estava encarando o teto velho e escutando os pingos de chuva lá fora.

- Qual é a sua história com a Ruby? – eu perguntei e eu questioniei o porquê de eu estar perguntando isso logo agora.

Sam, de repente, ficou rígido e sua respiração parou por dois segundos. Eu pensei se tinha falado merda, e vi que talvez fosse isso mesmo. Sam permaneceu calado, e não disse nada durante algum tempo, e quando eu já estava começando a desistir, Sam olhou para mim e começou a falar.

- É complicada. Complicada e longa. – ele fez uma pausa, e eu fiquei em silêncio esperando que ele continuasse. – Ela surgiu há muito tempo, e ela me enganou. Mas antes disso tudo, ela me “envenenou” com sangue de demônio e eu me tornei uma pessoa sem escrúpulos. Eu trocava sangue por sexo casual, e aquilo nem sempre me fez bem. Na verdade, nunca fez. Foi então que quando nós tínhamos que parar a libertação dos sessenta e seis selos, que eu a matei. Mas o que eu não sabia era que ela o último selo, e quando ela morreu, Lúcifer foi libertado e apocalipse começou.

Ele parou e eu fiquei perplexa. Epa, como assim, libertou Lúcifer, apocalipse começou? Que merda era aquilo tudo?

Sam tinha que ir mais devagar para que eu pudesse acompanhar. Eu não absorvi nada e fiquei com cara de boba enquanto Sam me olhava. Ele deu um risinho mínimo, e voltou a olhar em meus olhos, e eu me senti nua. Sam me deixava nua, de uma forma estranha. Ele parecia me despir com os olhos e quando eu me dava conta, eu estava bem vestida e nem um pouco sem roupa. Era realmente coisa da minha cabeça.

Eu abaixei a cabeça envergonhada por ter esses pensamentos, e olhei para Sam, provavelmente toda corada.

- Não precisamos falar disso. – eu respondi.

Eu só queria sair daquele assunto. Acho que as palavras “sexo casual” não me fizeram bem. Não mesmo. Só de imaginar Sam fazendo “sexo casual” era totalmente vergonhoso, e ele falou de uma forma tão normal, que aquilo parecia rotineiro. Mas, bem, poderia ser rotineiro para Dean, agora para o Sam, já eram outros quinhentos.

- É, não mesmo. – ele respondeu. Rapidamente, eu vi Sam se aproximar e agarrar meu pulso, e me puxar para perto. Eu segurei a respiração por meros segundos, e pensei que aquilo mesmo aconteceria o que eu não queria que acontecesse.

Sam estava perigosamente perto, e por mais que eu dissesse não, eu o queria mais e mais perto. Mas não era isso o certo. Eu precisava encontrar o caminho para me afastar, e não encontrar nunca mais o caminho para seus lábios ou seu corpo. Eu não poderia me dar esse luxo.

Com um único movimento, eu me soltei de Sam, e me levantei num pulo. Eu podia ver Sam na cama ainda, provavelmente tentando entender a minha reação, mas eu não podia dar uma explicação consistente para ele. Eu sabia que se eu abrisse a boca para falar, sairia alguma coisa como “eu te quero, mas não posso”.

Eu sabia que a cada dia que passava, eu estava caindo nos encantos de um cara que eu nunca poderia ter e que eu nem mesmo conhecia direito. Eu conhecia apenas tópicos como Ruby, Sam e sua relação conturbada com Dean e nada mais. Eu só sabia disso. Mas por que me doía tanto não querer saber mais? Por que eu resistia tanto a essa grande e forte atração por ele?

- Sam, não vai acontecer. – eu disse alto o bastante para ele ouvir.

- Kera, eu sei que você quer. – ele disse e se levantou, e parou na minha frente. Ele estava novamente muito perto.

- Mas eu não posso. Não posso e não quero permitir isso. – eu disse e olhei em seus olhos. Eu queria  que ele acreditasse que eu estava sendo sincera, que ele soubesse que a minha sinceridade estava vindo do fundo do coração, mesmo quando ela não tivesse vindo.

- Você é uma péssima mentirosa. – ele respondeu e me tomou em seus braços.

Por um momento eu esqueci de tudo o que acontecia a minha volta. Só tinha eu e Sam, só nós dois. Ele tocou meus lábios de leve, e foi aprofundando a medida que eu cedia ao seus toques. Ele segurou a minha cintura com força, e eu tive que me levantar para ficar a altura de sua boca.

A cada momento que passava, eu queria mais e mais. Eu não queria parar para respirar nem para olhar lá fora e dizer que o mundo estava desmoronando. Eu só queria Sam. E eu sabia que era errado. Eu sabia que aquilo tudo só me prejudicaria no futuro, só me traria más lembranças, mas eu não podia negar o forte desejo que eu sentir por Sam.

O que eu sentia, eu queria jurar que era atração. Nada mais que isso. Nada mais que apenas uma grande atração. E Sam também parecia achar isso, visto que esse beijo passaria despercebido por ele amanhã. Eu não sabia que se o que ele queria era apenas uma noite, mas eu não daria mais do que estava acontecendo agora. Apenas um beijo.

Ele tirou seus lábios dos meus e eu suspirei procurando por ar. Sam tocou meus lábios de forma travessa novamente, e sorriu contra eles, e eu me amaldiçoei por dentro por querer mais.

Então eu me separei dele. Eu ainda buscava por ar, depois de tudo aquilo e Sam ainda me olhava inocentemente. Ele sorriu e eu quase não retribui.

Eu estava atraída por ele como quase nunca estive por ninguém na minha vida. Eu relutava em sentir isso, e mesmo quando não podia, eu queria mais de Sam. Eu não senti quando ele me abraçou por trás e beijou o meu pescoço silenciosamente, mandando uma onde de arrepios na minha pele, me fazendo fechar os olhos involuntariamente.

Ele pousou suas mãos sobre o meu ventre gentilmente, e como se fosse automático, minhas mãos pousaram sobre a dele e as acariciaram. Sam beijou meu pescoço novamente e eu sorri, involuntariamente. Merda, isso era apenas atração, Kera. Só atração.

- Desculpe. Foi involuntário. Quando eu vi, eu já estava beijando você. – ele sorriu e apoiou seu queixo no meu ombro. Eu olhei de soslaio para ele, e deu um pequeno sorriso.

- Eu devo pedir desculpas? – eu perguntei. Sam deu uma risada gostosa contra o meu pescoço e arrepios dançaram sobre a minha pele.

- Talvez. – ele respondeu.

- Talvez? – eu provoquei. – Por que, “talvez”?

- Por ser desse jeito. – ele respondeu e eu levantei uma sobrancelha em dúvida. – Ah Kera, até parece que você não vê o quanto é linda.

Eu corei. Merda, Sam sabia me fazer ficar corada e me encher de elogios. Ele sabia fazer isso muito bem e de forma bem natural. O que me deixava a mercê de seus encantos. O pior era que eu gostava daquilo. Eu gostava do toque de Sam, eu gostava de ver como respondia aos meus toques, por mais pequenos que fossem.

Ele me virou para encará-lo, e eu sorri ao encontrar aqueles olhos verdes. Sam também sorria e quando eu vi, alguma coisa cruzou seus olhos e ele ficou parado, apenas me olhando. Sam parecia tão fixado em alguma coisa no meu rosto que estava sendo difícil me concentrar perto dele.

- O que foi? – eu perguntei.

- Seu sorriso. Ele me lembra a minha mãe. – ele parou por um segundo e eu fiquei em silêncio. Sam nunca havia me falado nada sobre sua mãe. Era estranho eu lembrar uma pessoa tão importante assim para Sam sem ao menos conhecê-la. – Eu era bem pequeno, mas o sorriso dela ficou bem guardado.

Eu sorri por impulso, e abaixei meus olhos. Eu podia sentir me observando ainda. Com cuidado, Sam puxou meu queixo para cima e me fez olhar em seus olhos. E eu sorri novamente. Droga, eu ficaria sorrindo para o resto da vida agora? Bem, se fosse por Sam, eu poderia pensar.

Então eu me lembrei de que aquilo era apenas uma atração.

 Sam me abraçou mais forte e eu me senti extremamente protegida. Tão mais do que com Dean. Eu queria ficar protegida e por algum motivo, meu coração só que aquietava se fosse com Sam.

Nós nos sentamos na cama, e Sam se recostou contra a cabeceira, e eu me sentei do seu lado e encostei a cabeça em seu peito. Durante alguns minutos, nós ficamos sem falar nada. Eu apenas sentia a sua respiração e ele sentia a minha; as duas quase juntas.

- Minha mãe era linda. Dean me contava de quando ela me paga nos braços e me fazia dormir. – ele disse e eu olhei para ele. – Eu não me lembro de quase nada dela, mas eu lembro quando ela sorria pra mim. Ele era exatamente igual ao seu.

- Sam, você tem que parar com isso. – eu sorri. – Não sou tudo isso.

- Claro que é. – ele me fez olhá-lo e se aproximou. Eu podia jurar que ali mesmo nós nos beijaríamos novamente, e se a coisa esquentasse, eu não queria ficar pra ver o que aconteceria depois, mas antes que nós pudéssemos pensar em alguma coisa, alguma coisa fez um barulho lá na porta da casa de Bobby, e nós nos colocamos de pé rapidamente.

Com um braço, Sam fez sinal para que eu ficasse no quarto e retirou uma faca do cinto. Da onde é que eles arranjam lugar pra esconder aquilo tudo? Mas tirando isso, Sam desceu as escadas rapidamente e eu fiquei para trás, e quando eu virei o rosto, Dean passou correndo por mim com uma arma em mãos, e Bobby saia de seu quarto, correndo e um pouco sonolento.

Lá de baixo, eu ouvi Sam gritar por ajuda e quem correu logo após Dean fui eu. Meu ombro ainda dava sinais de dor quando eu forçava demais, mas eu apenas ignorava.

Por que eu tinha uma sensação estranha? Eu me perguntava assim que eu entrei na sala, e ao entrar lá, meu coração quase parou.

Anny estava jogada aos pés da porta, com Sam ao seu lado e Dean do outro. Eu quase não conseguia ver o seu ombro subir e descer enquanto ela respirava. Os garotos a mexeram, e involuntariamente, ela soltou um gemido de dor. Eles a viraram para cima e seu rosto estava todo manchado de sangue e um belo corte crescia em sua perna.

Ela virou o rosto cheio de sangue para e mim, e com a voz pouco falha sussurrou:

- Eles estão vindo te buscar. Eu não pude impedi-los. Eles estão mais perto do que nunca. – e desmaiou logo após.


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Notas finais do capítulo

bem, eu acho que ficou bom. Não sei se ficou digno de alguma coisa, mas por favor, comentem ou recomendem, se não for pedir demais *-* beijos e até o próximo que eu prometo não demorar tanto pra postar kkkk



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