Heaven And Hell escrita por letstrabach, callmenikki


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

heey gente *--*
como estão? beeem, eu sei que demorei para postar, mas é que eu ainda não tinha terminado o capítulo KKK bom, curtam esse e eu quero reviews ♥3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/145536/chapter/12

Nós nos sentamos no chão branco. Kairos se sentou ao meu lado, e eu o olhei. Ele parecia tão sereno, tão bem, que eu não queria de jeito nenhum acabar com esse momento. Eu não queria que nada estragasse tudo o que nós estávamos vivendo aqui.

Enquanto ele era vivo, e antes de toda essa confusão, era tão raro nós pararmos e conversarmos, e quando isso acontecia, era por tão pouco tempo, que nem mesmo parecia uma conversa. E eu sentia falta daquilo.

Eu sorri para Kairos, um sorriso simples, quase imperceptível, e ele me olhou.

Eu esperei que ele começasse, que ele me explicasse tudo o que era aquilo, o que diabos estava acontecendo e o porque de sermos tão importantes. Milhares de perguntas se formavam na minha mente, e eu queria respostas. E rápido.

- Então? – perguntei.

- Vamos com calma. Anny já falou com você? – ele perguntou.

- Já, e me deixou mais confusa. Que merda de história é esse de sermos filhos de um demônio com um anjo? Você sabe o quão estranho e ridículo isso parece? – respondi.

Kairos pareceu concordar durante algum momento, mas depois a mesma face que estava com o semblante preocupado, voltou.

- Eu sei. No começo, eu também pensei isso. Quando você... – ele pigarreou, e eu vi que ele fazia força para não dizer que eu o tinha matado. Eu abaixei a cabeça envergonhada, e ele continuou. – Bem, quando a merda toda aconteceu, nós estávamos descobrindo o poder que possuíamos. Eu havia tentado te dizer que a mesma coisa que havia acontecido com você, havia acontecido comigo enquanto eu estava com o pessoal da escola, mas você definitivamente não me ouviu. Você resolveu ir pelo caminho mais difícil e não quis escutar uma mínima palavra que eu falasse, e por isso aconteceu o que aconteceu. Mas isso são águas passadas.

“Depois daquilo, eu acordei num lugar onde eu revivia aquele momento milhares de vezes, e além daquilo, eu revivia o pior dia da minha vida. Foi quando Anny me achou. Ela me disse que você tinha saído de casa, e que estava andando sem rumo, e que ela não conseguia te encontrar de nenhum jeito. Eu perguntei se poderia ajudar, mas ela apenas me disse que não, e depois desapareceu. E eu continuei aqui, preso. Quando dei por mim, Anny já tinha me falado várias coisas sobre você e mim, que eu não conseguia acreditar; a coisa de sermos filhos híbridos. Aquilo foi um choque, sabe? Passado aquilo, Anny passou a me visitar constantemente, e ela disse que mais cedo do que eu esperava você iria precisar de mim, e que eu deveria estar esperando seu sinal. E então, aconteceu aquilo da luta, mas eu cheguei tarde demais, e você tinha se machucado feio, mas eu pude evitar que você se machucasse mais. E bem, me desculpe pelo ombro.”

Ele terminou de falar e eu parei. Apenas absorvendo todas aquelas informações.

Kairos também sabia o que nós éramos e ele parecia mais adaptado do que nunca aquilo. E eu apenas não entendia. O que havia de bom naquilo, se é que havia alguma coisa boa? Quando eu quis que minha vida mudasse, eu não queria que mudasse de tal modo que eu precisasse ter que me proteger de tudo, e visitar o meu irmão apenas em sonho.

Kairos passou o braço pelos meus ombros, e me puxou para perto. Eu queria aquele abraço, mas no momento, parecia tão estranho. Tão sem naturalidade. Normalmente, eu nem hesitaria em abraçar Kairos, mas agora estava tão estranho. Ele parecia diferente.

- Kairos, eu não gosto nada disso. Eu não quero mais viver isso. Eu quero voltar a ser como éramos antes de tudo acontecer. Era tão bom. – eu sussurrei.

Ele me abraçou mais e eu passei meus braços pela sua cintura. Nós ficamos assim durante alguns segundos e logo depois, eu pude ver que nada mais estava tão natural como antes. Kairos me afastou, como nunca havia feito, e me olhou. Aquilo... Não era normal.

Ele abaixou a cabeça, e ficou calado. Eu olhava seu peito subir e descer rapidamente, enquanto eu pensava no que ele estaria pensando.

- Kera, eu não posso voltar atrás. O que eu fiz foi errado, e eu não quero que você se renda também. Aguente tudo o que o vier, e nunca dê o “sim” que muitas pessoas irão te oferecer. Eu estou me arriscando vindo até aqui te avisar, e espero que você deixe de ser teimosa pelo menos uma vez na vida, e me escute. Não diga “sim”. Só faça isso, está bem? Por mim. – ele me aconselhou. Eu não entendia nada. O que ele queria dizer com “não diga ‘sim’?”

- Kairos... – eu peguei sua mão, mas ele se afastou e se levantou num pulo. Eu me levantei junto com ele e olhei para ele buscando respostas. – Por que eu não devo dizer “sim”? O que vai acontecer com você?

Ele me olhou e respondeu: - Eu já me entreguei e fui para o lado do qual eu pertenço. Por mais que todos digam que você deve obedecê-los, não obedeça. Não faça isso. Jure para mim. Jure, Kera! – ele gritou e eu me assustei. Kairos já começava a tremer, e aqui estava me assustando demais. Eu olhei para seus olhos, e vi uma negridão sem fim. O que era aquilo?

- Kairos! Por favor, fale comigo! – eu tentei chegar perto dele, mas ele pulou para trás, se afastando de mim. Eu só queria mais um abraço, só mais um, e então eu juraria o que fosse para ele. Eu só precisava que ele me desse o seu carinho mais uma vez.

- Não! – e então sua voz mudou, e ele se contorceu de dor, e virou a cabeça para trás gritando. Ele então olhou para mim novamente, e eu me apavorei ao ver seus olhos vermelhos. Quando ele falou, a voz não era a dele. – Você está mais exposta do que imagina.

E com isso, Kairos perdeu a consciência e caiu no chão, desacordado, e antes que eu pudesse chegar perto dele, eu acordei.

Eu abri os meus olhos devagar, me deixando perceber a claridade, a dor que cortava o meu corpo, e a minha cabeça pesada.

Eu me remexi devagar sobre as grossas cobertas que me cobriam, e olhei para o lado.  Eu não vi nada além de alguém sentado numa cadeira, desconfortavelmente, de cabeça baixa, e de seus lábios saia um pequeno ronco.

Com espanto, eu percebi que era Sam. Eu me perguntei o que ele estaria fazendo aqui, quando eu tentei me levantar.

Eu arrastei as cobertas para o lado, e me sentei delicadamente. Fazendo isso, uma onda de dor anunciou que eu ainda estava muita machucada. Eu finalmente coloquei meus pés no chão frio, e forcei minhas pernas, esticando-as para ver se tudo estava bem. Com um pouco de esforço, eu tentei me levantar, e ficar de pé.

Eu fui andando até a porta, passei por ela, e encarei a escada. Tentando não fazer barulho, eu desci a escada em silêncio e fui até a cozinha. A casa estava silenciosa, e eu achei que todos estariam dormindo.

Eu fui até a cozinha, peguei uma xicara e coloquei café. Eu me sentei à mesa, sozinha e no escuro, e tomei um gole do café, e o mesmo desceu rasgando de tão quente. Eu gemi baixinho e fechei os olhos.

Eu fiquei nessa posição durante alguns segundos, e depois abri os olhos. Eu fiquei quieta, e em silêncio. Eu só queria ficar comigo mesma, e esquecer tudo o que estava acontecendo.

Eu parei e encarei a cadeira na minha frente.

Por que eu tinha que sofrer isso tudo? Por que eu tinha que ver o meu irmão naquele estado? Eu não conseguia entender nada. Eu não sabia o acontecia a minha volta e aquilo estava começando a me assustar.

Eu dei um suspiro pesado, e vi que alguém descia as escadas rapidamente. Com o olhar cansado, eu olhei o portar da cozinha e vi Sam correndo apressado. Ele parou assim que me viu, e respirou fundo. Eu dei um pequeno sorriso e voltei a olhar a minha xicara de café que continuava intacta sob as minhas mãos.

Eu ouvi Sam se mexer e se sentar ao meu lado, na cadeira. Pelo canto do olho, eu vi que ele me observava atentamente. Eu olhei para ele e vi que nós estávamos muito próximos um do outro, eu decidi me afastar, mas Sam me impediu.

Ele me segurou pelo braço, e nós ficamos nos encarando. Eu olhei dentro de seu olho, e me senti corar, e na mesma hora, desviei o olhar.

Em um único movimento, Sam tocou minha bochecha com a ponta dos dedos, e eu corei mais ainda. Ele sorriu bem pouquinho, e eu abaixei a cabeça.

- Você fica tão linda quando cora. – ele disse sorrindo.

Eu corei mais ainda, se é que isso poderia acontecer. Mas então, eu me lembrei do bilhete e a minha primeira ação foi me afastar, e foi o que eu fiz.

Eu dei um pulo para trás, e fiquei de pé. Sam ficou parado, apenas analisando a minha reação. Mas eu não o culpava, mas eu também não queria me sentir daquele jeito por ele. Eu não queria sentir nada. Eu só queria tudo isso se encaminhasse para o seu fim.

Ele se levantou desajeitado, e pigarreou. Eu coei a cabeça, incomodada, e ele me olhou.

- Me desculpe. – ele pediu.

- Sem problemas. – eu respondi.

Ele olhou para mim e sorriu, e eu sorri de volta. Eu estava sendo simpática, só isso. Mas Sam era tão lindo. Eu não poderia negar que aquelas íris verdes, e aquele rosto bronzeado e extremamente bem esculpido não me deixasse balançada. Claro que aquilo tudo mexia comigo, oras. Eu tinha sentimentos. E sentimentos fortes por Sam, eu só não sabia o que significavam ainda.

- Bem, acho que eu deveria voltar a dormir. – eu sugeri.

Sam concordou com um aceno de cabeça e me deu espaço para passar. Antes de passar, eu percebi que não havia ninguém lá fora e que tudo estava muito silencioso, e antes que eu pudesse pensar em dizer alguma coisa, meu pensamento voou direto para Dean.

- Dean está dormindo? – eu perguntei.

- Está. – Sam respondeu. – Castiel está guardando a casa.

- Hm. – eu apenas disse, e passei por Sam.

Subindo as escadas devagar, eu vi que Sam estava se acomodando no sofá da sala. Eu achei que aquilo seria melhor do que a cadeira desconfortável, mas por que eu me senti tão mal em pensar em deixá-lo ali?

Sem pensar, eu fui até onde Sam estava se deitando e parei para vê-lo.

- Você vai realmente dormir aí, com uma cama de casal lá em cima? – eu perguntei.

- Hm, é. A cama é sua. – ele respondeu, indiferente.

- Sam, - eu toquei seu braço, quando ele se virou para deitar. – a cama é enorme. Acho que cabemos nós dois lá em cima.

Ele se virou para mim, e negou com a cabeça.

- Nem pensar. Você está machucada. Merece a cama toda só para você. Eu durmo aqui no sofá, já me acostumei.

- Sam. – eu o chamei de novo, ele me olhou. – Vamos lá para cima. Agora.

Sem deixar que ele respondesse, eu o puxei. Ele foi relutante no começo, mas depois eu ele cedeu.

Eu não estava com segundas intenções, eu só queria dar conforto para ele. Nós, então, subimos e paramos na porta do quarto. Eu soltei sua mão, e entrei e fui direto até o guarda-roupa, e peguei outro travesseiro. Levei o travesseiro até Sam, e ergui a mão para ele pegar, mas ele nem se mexeu. Eu olhei para ele, e levantei uma sobrancelha. Ela continuou sem fazer nada.

- Vamos, pegue o travesseiro. – ergui a mão novamente para ele.

- Kera, é sério. Eu posso dormir lá embaixo. – ele disse.

- Sam, querido. Eu não vou te deixar dormir lá embaixo com uma cama enorme aqui. Ande, pegue esse travesseiro logo que o meu ombro machucado já está reclamando. – eu disse.

Relutante, ele pegou o travesseiro e enquanto eu ia me deitar, Sam ficou parado, me olhando. Eu olhei para ele e suspirei pesadamente. Largando o travesseiro em cima da cama, fui até Sam, e o empurrei em direção a cama. Ele caiu na pontinha da cama, e me olhou. Eu não disse nada, apenas dei um pequeno sorriso e fui para o meu lado da cama.

Eu me deitei e me tampei e esperei Sam se deitar ao meu lado. Ele se deitou calmamente e ficou de frente para mim. Eu sorri para ele e ele retribuiu calorosamente.

- Foi difícil? – perguntei sorrindo.

- Ah, que nada. Foi bem fácil, na verdade. – ele gargalhou baixinho, para não acordar os outros, e eu percebi a ironia em sua voz.

- Sam! – eu dei um tapinha fraco em seu braço. Ele sorriu e eu não tive como não acompanhá-lo.

- Desculpe! – ele sussurrou.

Eu sorri e olhei bem para ele e meu dei conta que não sabia quase nada sobre ele. Bem, pelo menos quase nada da sua vida. E aquilo me frustrava. Eu queria saber mais dele, o quanto antes. E bem, eu resolvi começar a falar sobre isso. E talvez aquilo fosse o meu grande erro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então, galera? gostaram?
beem, reviews, recomendações são bem vindas. São de graça e não faz o dedo cair KKKKK beeijo e até o próximo :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Heaven And Hell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.