Misa POV

– Misa veio soltar Raito! – Pulei em cima dele, dando um beijo que ele tentou fugir, mas não deixei.

– Você é louca? – Ele gritou. – E os guardas?

– Mortos.

– E os presos que testemunharam?

– Mikami está matando.

– Err... Mas, assim, eu serei procurado!

– Mikami vai se entregar afirmando ser o verdadeiro Kira. – Sorri feliz pelo plano estar correndo bem.

– E você acha que a polícia vai acreditar? – Ele estava furioso.

– Está tudo bem Raito-kun. Mikami já sabe o que fazer; ele vai dizer que estava te controlando, mas que cansou de brincar de Deus e está se entregando. – Me levantei e comecei a puxá-lo para sairmos de lá. – Ele já deve estar terminando de matá-los. Vamos lá em cima.

Subimos as escadas – com Raito tenso ao meu lado –, quando entramos na sala, Teru teve um ataque histérico.

– Kami-sama! – Ele correu até nós e se ajoelhou na frente de Raito. – Sou digno o suficiente para servir de sacrifício?

Raito o olhou de cima e fez uma cara de pensativo. Será que ele realmente estava pensando? Por fim, olhou para Mikami.

– Sim, você foi um bom seguidor, Mikami. – Colocou a mão na cabeça dele. – Continue o que estava fazendo.

– Obrigado Kami-sama. – Ele correu até a mesa e continuou a escrever nomes. Raito ficou apagando as filmagens, enquanto eu ajudava Teru. Em 10 minutos éramos os únicos vivos na penitenciaria.

– Então, vamos embora, Raito-chan? – Estava doida para sair daquele lugar e ficar sozinha com ele.

– Sim, vamos; antes que alguém apareça e todos nós sejamos mortos. – Ele disse e depois foi até Mikami. – Escreva uma carta, pode ser que não queiram te escutar.

– Certo Kami-sama. – Mikami beijou a mão de Raito e voltou a “trabalhar”.

– Obrigada Teru-chan! – Fui ate ele e dei um beijo em seu rosto. – Você nos ajudou muito, não esqueceremos de você.

– Então vão embora ou será tudo em vão.

– Estamos indo, então. – Puxei Raito para fora da sala. Descemos as escadas com dificuldade, desviando dos corpos no caminho. Foi fácil chegar até o portão, já que não havia mais guardas. Acenei para câmera, dando tchau a Mikami.

– Finalmente livre. – Disse Raito, na calçada.

– Devemos ir logo. – Remu finalmente falou algo desde que começamos nossa missão.

– Remu tem razão... Vamos para onde?

– Vamos para casa de Misa. – Sorri para eles.

L POV

Já era o terceiro dia que Raito estava preso. Ele havia me ligado antes, mas, foi tão rápido... E, provavelmente, nunca mais escutaria sua voz.

Voltei a chorar na minha cama. Ainda estava no QG; era o lugar onde passei bons momentos com Raito. Queria ficar ali para sempre, mas, logo teria que voltar para minha casa; minha vida normal resolvendo casos normais em uma velocidade nada normal. Talvez eu não conseguisse ser o mesmo L de antes, mas, eu sabia que ia acabar assim.

“Toc-toc”, alguém bateu na porta.

– Entre. – Só podia ser Watari.

– Ryuuzaki, devemos voltar para casa. – Ele continuou na porta. – Sei que está sendo difícil, mas não pode ficar aqui para sempre, você tem casos para resolver.

– Vá embora Watari. – Choraminguei. – Eu volto quando eu quiser.

– Pense nisso. – Watari saiu, fechando a porta.

Voltei a chorar, abraçando o travesseiro. Mas, na verdade, queria abraçar Raito. O meu Raito que devia estar em uma cela desconfortável – arrasado.

Pensar que no dia seguinte ele estaria morto me despedaçava.

Acho que passei o dia na cama; já havia perdido a noção do tempo. Quando aceitei investigar o caso Kira, sabia que podia não acabar bem, mas nunca imaginei que seria assim; que eu me envolveria com um suspeito e sofreria por ele ser condenado.

“Toc-toc”, de novo as malditas batidas na porta.

– Entra. – Watari entrou correndo e ligou a TV do meu quarto.

– Ryuuzaki, você precisa ver isso!

Sentei-me para ver o que era tão urgente. Fiquei em choque ao ler o que estava passando na tela: “Chacina no presídio de segurança máxima”. Escutei os repórteres dizendo: “Ao fazerem a entrega de comida, acharam três corpos na entrada e chamaram a polícia, que achou todos os presos e policiais mortos. Houve boatos de que Kira estava presente, mas, a polícia negou”.

– Raito-kun... Matou essas pessoas...? – Sussurrei para mim mesmo.

– Eu acho...

– Não, ele não tinha como saber o nome de todos os presos; isso é coisa do segundo Kira... Mas Raito disse tê-lo matado. – Sentei na cadeira ao lado da cama, em minha tradicional posição. – Ou seja, ele tentou proteger o segundo Kira. Talvez ele estivesse sendo ameaçado... Não, porque se não ele não teria se entregado, pois morreria do mesmo jeito. E, o segundo Kira não teria ido salvá-lo. Então, 97% de chance de que alguém próximo a ele estivesse sendo ameaçado; talvez Sayu ou sua mãe... Quem sabe toda sua família.

Levantei-me e fui para sala onde trabalhávamos antes, com Watari atrás de mim.

– Watari?

– Sim?

– Preciso de dois bolos de morango e chá... Muito chá.

Raito POV

Estava no apartamento de Misa; Remu não tirava os olhos de mim e Misa não desgrudava.

– Raito-kun, Misa se esforçou muito. – Ela disse, jogando-se no meu colo. – E agora, como recompensa, você ficará com Misa até Misa morrer!

Pensei seriamente em voltar para prisão, mas, se ficasse, poderia encontra Ryuuzaki depois que me livrasse de Misa e de Remu.

– Onde está o Ryuuku? – Aquele maldito havia sumido uma semana antes de eu ser preso.

– Mundo Shinigami, atrás de mais um Death Note. – Remu me respondeu.

– Entendo... – O idiota perdeu a diversão.

– Raito! Vamos fazer um jantar romântico? – Ia ser difícil agüentar isso.

– Claro. – Ia ter que fingir se quisesse ver Ryuuzaki novamente.

– Eba! Misa vai jantar com Raito-kun! – Pensei de novo em voltar para o presídio... Tanto trabalho e ela estragou tudo; mas, não posso negar que gostei de não ter sido morto.

– Misa, é melhor vocês ficarem escondidos. – Remu finalmente disse algo aproveitável.

– Faremos o jantar aqui mesmo. – Ela me deu um beijo forçado, que nem se comparava ao de Ryuuzaki.

Passei o resto do dia vendo o noticiário; até que o plano de Misa não havia sido ruim. Eu estava livre da polícia, porém, não de Misa e desse maldito Shinigami – que eu nem sabia se era macho ou fêmea.

Agora, eu tinha que dar um jeito em Remu e depois em Misa, para poder encontrar com L.