(...) disse que se ele acordasse eu casaria com ele e teria filhos que ele poderia escolher os nomes, mas nada mudou o fato de que só havia um corpo em meus braços e nada mais. – Lilly agora olhava seria para o nada.

Ella e Dean olhavam ansiosos a escuridão a sua frente, esperavam calados a volta dos irmãos.

— Droga! – cuspiu Dean

— O que?

— Wendigo. Como não pensei nisso antes

— O que é Dean?

— Ella, preste atenção, você não pode entrar em pânico.

— Dean, você já esta me deixando em pânico!

— Um wendigo é uma criatura que vive na floresta, eles se alimentam de carne humana e conseguem imitar vozes humanas.

— Que merda!! Lili e Sam... Temos que ir lá! Não posso deixar que ela se machuque.

— Acredite. Conheço essa sensação

Ella sorriu nervosamente estava com muito medo por a sua irmã estar dentro de uma floresta escura e com um monstro qualquer por perto. Foi então que se lembrou do sonho que teve na noite passada. O sonho que trouxe uma lembrança que jamais imaginara. Aquele sonho trouxe uma saudade dolorosa e também a coisa que ela mais odiava na vida, a coisa responsável por ter tirado dela tudo o que ela mais amava duas vezes seguidas. E não permitiria que fizesse isso com mais ninguém.

Eles estavam começando a se embrenhar na floresta densa quando a voz de Sam veio de não tão longe.

— Dean! – gritou ele – me ajude.

Dean correu na direção que vinha pedido de ajuda. Eles voltaram carregando Lili sustentando-a pelos braços.

— O que houve? – perguntou Ella abrindo a porta do carro para que os rapazes colocassem a irmã lá dentro.

— Aconteceu muito rápido! – Disse Sam limpando o sangue da testa de Lili. – Ela tinha acabado de me contar sobre o que aconteceu com Raphael, logo em seguida a voz dela ficou esquisita e ela começou a dizer que era pra eu ficar longe dela ou iria morrer e enquanto ela falava esse corte se abria na testa dela. Depois disso não entendi o que aconteceu. Uma fumaça de demônio passou por dentro dela, mas não á possuiu e ela caiu desacordada.

— Corte na testa? – Ella olhou para irmã que estava com a cabeça deitada no colo de Sam.

— É igual ao que estava na testa de Raphael quando ele morreu.

— Ei, espera... – disse Dean – você disse fumaça de demônio?

Sam assentiu. Dean estava dando uma ré em direção à estrada, ele freou, e olhou pra Sam.

— Aconteceu exatamente como no dia em que voltamos pra Lawrence que a nossa mãe destruiu aquele poltergeist. Só não acredito que o demônio tenha se destruído junto com o espírito de Raphael. – ele olhou cegamente o rosto ferido de Lili e pediu pra que ela ficasse bem.

Ella colocou a mão sobre os olhos e começou a pedir baixinho para que tudo ficasse bem. Continuava com as mãos sobre o rosto enquanto Dean dirigia sério e calado. Ele pegou a mão de Ella.

— Por que ele faria isso? – Ella disse quase sem emoção na voz

— Eu podia lhe dizer agora que vai ficar tudo bem. Mas a única coisa que eu posso falar é estaremos aqui com vocês, e que vamos fazer de tudo pra protegê-la.

Ella sorriu por trás das lagrimas e olhou pra Dean agradecendo.
— Spiacente. Podemos levá-la à um hospital?

Dean assentiu e em algumas horas eles entraram em uma cidade. Dean estacionou em frente ao hospital e assim que o fez Sam saiu do carro carregando Lili. Eles chegaram na recepção do hospital e logo em seguida Ella estava entrando em uma sala com a irmã desacordada sobre uma maca, haviam com elas dois enfermeiros que levavam a maca e um médico que ia a frente deles. Dean e Sam estavam nervosos sentados na sala de espera ao lado da porta por onde os destinos de suas vidas haviam acabado de entrar.

— E agora? – perguntou Dean

— Não vai acontecer absolutamente nada, ela vai ficar bem – disse Sam mais como um consolo a si próprio do que uma resposta a Dean.

A medida que o tempo passava uma angustia saudosa tomava os irmãos winchester. Sam andava de um lado para o outro enquanto Dean continuava sentado com os joelhos afastados e os cotovelos apoiados no braço da cadeira.

— O que será que tá acontecendo lá dentro? – falou Dean se encostando na cadeira e soltando um suspiro nervoso. A questão é que nada acontecia ali fora, além do andar despreocupado de algumas enfermeiras.

 Mais vinte minutos e Ella saiu com uma expressão cansada.

— Ela esta bem! – disse Ella se jogando na cadeira ao lado de Dean e encostando a cabeça em seu ombro Sam se sentou ao lado dela e afagou sua cabeça como uma criança.

— Me desculpe, eu não devia ter me afastado tanto!

— Esta tudo bem – disse Ella fechando os olhos – não aconteceu nada.
Dean ouvia calado e tentava controlar os pensamentos para que Ella não visse o quanto ele estava desesperado com a sideia de acontecer alguo com uma das duas.

“Não precisa se controlar tanto...” Ella falou na mente de Dean “Apesar de não gostar disso, tanto quanto você, também começo a achar que ter encontrado os irmãos Winchester era a melhor coisa que poderia acontecer com as irmãs Brown!” Ella fechou os olhos e ficou esperando.

Alguns minutos depois um enfermeiro saiu trazendo Lili numa cadeira de rodas. Lili estava com a aparência completamente normal a não ser pelo curativo que lhe cobria a testa.

— Eu sou uma completa desleixada! – ela resmungou. Ella correu até a irmã e pegou seu rosto entre as mãos e deu vários beijinhos nas bochechas de Lili.

— Nunca mais me de um susto desses!

Sam fechou os olhos e encostou a cabeça na parede. Dean foi até o enfermeiro e assumiu o controle da cadeira de rodas.

— Ela tem que ficar em repouso nos próximos 10 dias – disse o enfermeiro se dirigindo á Ella – nada de caminhadas. Se ela sentir dor nos pontos pode dar um analgésico. E vir aqui pra tirar os pontos.

Ella assentiu e foi até a recepção pegar os documentos de Lili.
Dean foi guiando a cadeira de rodas

— Vai se acostumando – disse ele á Lili – essa vida é assim mesmo.
Lili deu um sorriso enquanto ele dava apoio pra que ela se levantasse. Ella e Sam olhavam os dois conversando e sorriam sem perceber.