Pov: Annabeth.

Diga-me que estou louca, porque sinceramente, está agora, é a minha melhor opção. É difícil pensar que antigamente, eu amaria vê-lo depois de tanto tempo, mas agora, minha cabeça dá voltas e voltas, meu coração vacila em algumas batidas e por mais que eu esteja entorpecida apenas com a presença dele, uma parte de mim lembra aquela tarde, em que eu o vi com a Rachel. Mas agora estávamos todos lá, juntos e nos encarando. Sei que ele me mataria se soubesse que ela é sua filha, mas não há como voltar no tempo, é melhor que ele permaneça sem saber de nada, mas como poderei negar a incrível semelhança entre os dois, ela tem os olhos e o sorriso dele. Sem alternativa perguntei:

-Você a salvou?- perguntei trêmula.

-Sim... Ela é sua filha.

-É ela é minha filha. - tremi mais ainda.

-Obrigada moço!- disse Helena se aproximando dele.

-De nada linda. - ele se abaixou ficando da altura dela.

-Mãe, você conhece ele?- Helena me perguntou sorrindo.

-Sim, eu o conheço, querida- meu coração estava batendo forte de mais pro meu gosto.

-Ele estava na foto!- Minha filha concluiu.

-Estava. - ela espirrou e tossiu, indicando que aquela chuva estava deixando-lhe com uma bela gripe.

-Vocês podem vir até o meu apartamento, posso lhes oferecer uma xicara de chocolate quente.

-Olha, eu não sei se é uma boa ideia...

-Vamos mãe, eu estou com frio.

-Então, tá- eu disse vencida pelo olhar de cachorrinho que Helena fez.

Andamos em silêncio, de repente uma lembrança veio a minha mente, na direção que andávamos, só poderia significar que estávamos indo para o nosso antigo apartamento, que por acaso tinha dois quartos, um era nosso e outro, hoje, pertenceria a Helena. Chegamos e uma porção de momentos voltou a minha cabeça, senti vontade sentar no chão abraçando minhas próprias pernas e chorar por uma ou duas horas, igual eu costuma a fazer quando Percy e eu brigávamos, mas agora eu tinha de parecer forte tinha uma filha, não podia ser fraca na frente dela e tinha de mostrar que eu sou capas de seguir em frente e não ficar presa no passado. Percy não havia alterando nada na decoração, continuava quase tudo verde e cinza, a cozinha com armários embutidos toda marrom, a sala com dois sofás e um enorme tapete que ficava na frente da lareira, ainda me lembro das noites que dormimos nele em vez da cama. As paredes cheias de fotos minhas e de Percy unto de nossos amigos no acampamento, lembravam como era mais fácil quando os maiores problemas eram apenas monstros e missões. A única pessoa que parecia estar confortável com tudo aquilo era Helena, estava correndo pela a sala espaçosa e Percy ria da menina loira se divertindo com as fotos engraçadas que tínhamos. Percy não tirou nenhuma foto minha da parede, ele manteve cada coisa da forma que eu deixei.

-Você quer uma roupa seca?- ele me perguntou tirando-me dos devaneios.

-Sim, por favor. –eu disse encarando os olhos verde-mar do homem que eu me apaixonei, eles estavam diferentes, não estavam brilhando como antes.

-Vou buscar. - ele disse indo para nosso antigo quarto.

Pouco depois ele voltou segurando um vestido meu antigo, que eu adorava usar, deveria ter esquecido aqui quando fui embora, impressionei-me de ele ter guardado durante todo esse tempo.

-Obrigada. - peguei o vestido

-Acho que você sabe onde é o banheiro- ele disse tímido.

-É ainda sei- fui até a segunda porta do corredor e me troquei sem demorar muito.

-Você pode dar isso a Helena, acho que seria bom ela se secar. - ele me entregou uma camisa laranja do acampamento meio-sangue, que devia ser de quando ele entrou. Pois era um tanto pequena.

-Boa ideia. - troquei Helena no banheiro, a mesma ficou linda com a velha blusa do pai, mesmo eles não sabendo de nada.

-Chocolate?- ele ofereceu a ela.

-Brigada!- ela pegou da mão dele feliz.

Sentamos em na mesa da sala de jantar e então ele disse:

-Ela é linda!- disse olhando para mim.

-Obrigada- não podia me sentir mais desconfortável.

-Posso saber por que ela estava fugindo do minotauro?

-Eu também não sei, ela fugiu da escola com medo dele.

-Anni... Annabeth- ele iria me chamar pelo meu apelido, mas deve ter percebido que muita coisa mudou. - Você teque leva-la para o acampamento.

-Não, aquele não é o lugar dela. - argumentei.

-Posso saber qual é o deus?- ele perguntou do nada com raiva.

-O que?- perguntei sem entender.

-Com quem você teve sua filha meio-sangue. - ele falou com raiva.

-Helena não é uma semideusa. –falei para ele.

-Como ela pode ter sido perseguida pelo minotauro?

-Não sei bem, ela pode ver através da nevoa.

-Nossa.

-Posso te fazer uma pergunta?- falei para ele.

-Você já fez- eu ri, faz tempo que não jogamos uma conversa fora.

-Como vai a sua vida?

-Sem sentido. –ele virou para o lado, dando a impressão de que não queria falar sobre o assunto.

-Tem visto Thalia, Nico ou Grover?- ele perguntou.

-Só Thalia e Nico. Não vejo Grover á muito tempo.

-Nem eu, como vão os dois?

-Eles casaram.

-O que?- ele se engasgou com o chocolate.

-Pois é, são os padrinhos da Helena.

-Helena é um nome bonito.

-Sei disso.

Não sei bem o que houve depois disso, pois sinceramente me perdi nos olhos dele, depois de um tempo vi que Helena dormia no sofá da sala, sentei ao seu lado e pequei no sono também, e tive um sonho estranho.

Estava no Olimpo, e minha mãe estava sentada no seu trono ao lado de Poseidon que estava em pé. Ambos discutiam sobre algo que eu não entendi direito.

-Não podemos deixar que eles façam nada com ela!- disse minha mãe.

-Eu sei Atena, mas não podemos interferir.

-Ela é minha neta.

-E minha também, mas você conhece as regras, também quero ajuda-la.

-Não vemos algo assim há anos, afinal ela é apenas mortal. - ela disse preocupada.

-Ela é filha de meio-sangues muito poderosos. Não vê a forma que ela é inteligente e tem os poderes de Percy.

-Vão querer mata-la.

-Ela corre perigo.

-Annabeth ainda não sabe, mas não poderá enfrentar isso sozinha...

-Ela tem de pedir a ajuda dele não é?

-Sim... Ela terá de contar.