Pov: Annabeth.

Sim, eu consegui reconstruir o olimpo, tarefa que não foi muito fácil, mas que valeu cada segundo. Sempre gostei de arquitetura, e sempre levei Helena para alguns monumentos, só para tentar despertar certo interesse nela, não me culpe, eu apenas quero uma filha com um bom futuro, a mesma não reclama como eu disse, ela é muito curiosa. Mas uma das coisas que ela nunca deixa de me pedir é de ir dar um passeio na praia, não nega de quem é filha. Helena tem uma fascinação incrível pelo mar, é lindo vê-la sentir a brisa do mar. É claro que eu me preocupo, sempre há um monstro de tocaia esperando por um descuido meu pra nos atacar, mas ainda restou algo daquela garota que vivia em um acampamento para semideuses, sempre com uma blusa laranja e um colar de contas, que usava uma faca de bronze e um boné que a deixava invisível. Mas as coisas estão ficando mais complicadas, quando deixei Helena na escola hoje, recebi uma ligação da escola meia hora depois, pois ela estava assustada por ter visto “alguns seres do mal”. Ela pode ver através da névoa, sei que não é apenas coisa de sua imaginação, mas ela ainda é muito pequena para conviver com o fato de ter uma mãe meio-sangue, considera um “grande pedra no sapato” dos monstros por ai a fora, sendo que seus avós são nada mais do que deuses olimpianos, das histórias que eu conto para ela antes de dormir.

-Onde ela está- perguntei para a diretora.

-Sr. Chase, eu lamento, mas ela simplesmente correu.

-Como assim simplesmente correu?- perguntei aos berros.

-Estávamos aqui na portaria esperando a senhora, mas ai ela disse que os “malvados” estavam querendo pega-la e fugiu correndo, fui atrás dela com outra professora, mas... Desculpe-me.

-Em que direção ela foi?

-Pra lá. –A mulher apontou para a esquerda, na direção de uma rua vazia.

-Vou atrás dela, se ela aparecer me ligue. –saí correndo, estava morrendo de medo e muito nervosa, ela é muito pequena.

Pov: Autora.

A linda menina corria pelas ruas apressada, estava com muito medo, podia ver o que a perseguia, e sabia o que era sua mãe contara a noite anterior a que era história daquela coisa, a menina não sabia bem para onde ia, sabia apenas que se ficasse na escola, o monstro faria mal para ela, olhava constantemente para trás para ver se ele ainda seguia, e ele não parecia querer desistir de pega-la, a menina já tinha lágrimas nos olhos, desejava que a mãe estivesse lá agora, ou um dos tios que estavam sempre com ela. Estava ficando cansada, mas o monstro não se lembrou do nome da coisa, era o minotauro. Foi ai que o medo a tomou, conhecia a história do labirinto, estava muito cansada e o minotauro estava cada vez mais perto, mas pernas pequenas não lhe permitiam correr mais rápida, então num devaneio, a menina foi ao chão.

Um homem observava a cena, começara a chover naquele momento e os cabelos do rapaz começaram a ficarem encharcados, os olhos verdes se impressionaram com a cena, via uma garotinha linda correr o que era estranho, mas então viu o que a perseguia e soube que devia ajuda-la, correu até o local onde a mesma estava caída, juntou-a do chão, só precisava se livrar do que a perseguia, um velho inimigo, pensou que ele ainda estava em forma de pó, mas pelo visto, ele teria de mata-lo outra vez. Pegou a velha espada de dentro do bouço da calça, de alguma forma, ele sentira que precisaria usa-la na rua. A velha contracorrente estava pronta para ser usada, e assim que ele a destampou, um raio partiu o céu, seria Zeus?

Pov: Percy.

Vi as coisas como um verdadeiro semideus, tudo em câmera lenta, peguei minha espada e parti para cima dele depositando toda a minha força nos golpes, ele desviou e me empurrou uma ou duas vezes, mas eu o impedi de fazer qualquer coisa para e menininha que estava encolhida contra o muro, dava para ver que ela estava com muito frio e medo, continuei golpeando-o, estava com um escudo e defendia-se de meus golpes, mas vivendo e aprendendo, abaixei-me derrubei-o com um chute nas pernas, antes que ele caísse no chão, enterrei minha espada no seu peito, o mesmo caio no chão já como pó. Foi ai que ouvi uma voz um tanto conhecida, que ativou antigas memórias e por que não dizer antigos sentimentos, antes guardados dentro do meu peito.

-Helena!- gritou a voz que eu conhecia.

-Mãe!- ouvi que era a garotinha.

Virei-me costas, vi uma mulher loira, cabelos cacheados, pele branca, usavam uma calça social e uma blusa branca junto de um casaco preto, da mesma cor da calça, provavelmente eu estava delirando, ou simplesmente vendo o que eu queria ver, a mulher abraçou a garotinha, estava nervosa, pude vê-la tremer um pouco e algo me disse que não era do frio. A menina também estava com medo, chorou um pouco no colo da mãe, me aproximei um pouco das duas, afinal, a menina estava sendo perseguida por um minotauro, tinha de ser uma semideusa pequena, e pelo visto era poderosa, pois ainda era pequena de mais para causar um grande estrago.

-Nunca mais faça isso comigo- disse a mulher para a filha ainda abraçada com ela.

-Desculpa, mas eu fiquei assustada com o minotauro. Aquele homem bonzinho me ajudou- ela apontou pra mim.

-Mesmo, então vamos agradecê-lo. - ela disse sorrindo e virando para mim.

Pude ver melhor o rosto dela, perfeito como o de uma boneca, os olhos, ah os olhos ainda eram como eu me lembrava deles cinzentos. Quando ela me encarou de pé não tive dúvidas de quem ela era, Annabeth, a minha Annabeth, aquela que me fez tão feliz á tempos atrás.

-Annabeth... - sussurrei seu nome, mas alto o bastante para que a mesma ouvisse.

-Percy... – Ela falou também bem baixinho para mim.