POV EVE MILLER

             Assim que abri minhas pálpebras vi o Percy fazendo as malas, fiquei observando por mais um tempo e percebi o quanto o ele estava nervoso.

            - Percy? – o chamei, ele derrubou algumas roupas no chão.

            - Ah, Eve, bom dia – ele respondeu recolhendo as roupas do chão enquanto eu o ajudava.

            - Tudo bem, Percy? – perguntei enquanto colocava as roupas dentro da mala, foi então que percebi que ele usava uma camisa laranja do “Acampamento Meio-Sangue” com calça e um All-Star, e bem, havia uma para mim também, assim como uma das minhas bolsas já estava posta ali ao lado.

            - Sim – ele soltou um longo suspiro -, hoje é a missão.

            - O quê? – perguntei.

            - Parece que o Quíron já sabe para onde ir, e também nós não somos os únicos a querer aquele colar.

            - Espera, que colar? – perguntei sem saber a que ele se referia.

            - Bem, é que a nossa missão é destruir um medalhão grego, ele dará poder ao lado que estiver com este durante a guerra, e bem, nós achamos que ele está em Londres.

            - Espera, o medalhão está em Londres? – falei animada, eu iria rever minha mãe!

- Sim – ele correspondeu ao meu sorriso.

- Percy, me responde, o porquê dessa guerra?

- Mas uma vez a busca do poder – ele suspirou. – Só que com esse medalhão, o poder dos deuses ficará superior a tudo e ninguém poderá o deter.

- E os deuses não querem isso? – perguntei confusa. – Eles não querem ser poderosos?

- Sim, mas esse poder é perigoso. Quem o usa fica obcecado pelo poder, pela dominação e isso chega a ser perigoso até para a própria pessoa, Eve – respondeu. – Agora vá se trocar, nós temos ainda quinze minutos – ele sorriu confortador e depositou um beijo em minha cabeça.

Todos os campistas que iriam para a missão já estavam em cima do morro, por um segundo imaginei ter visto o Nico ali entre eles, mas logo afastei a imagem dele, também vi a Nathale e o Peter que estavam conversando sobre algo, mas pararam assim que me viram subindo a colina com o Percy.

- Agora como todos já estão aqui, acho que já está na hora de explicarmos tudo – Quíron disse. – Como o chalé de Hades não irá participar, nós tivemos uma substituição, Natasha McHunter irá na missão pelo chalé de Ares, assim como a sua irmã, Clarisse La Rue.

O Percy e a Annabeth estavam ao lado do Quíron, um de cada lado. A Rebecca estava ali também, assim que me viu a fitando ela sorriu e eu correspondi, ao seu lado estava o Todd sorrindo também para mim, só que o meu sorriso fora mais aberto para ele, que logo se posicionou ao meu lado, também estava ali o Mackenzie, a Nath e o Peter estavam ao meu lado de mãos dadas.

- Como você está? – o Todd perguntou me tirando dos meus devaneios.

- Bem eu acho – respondi sorrindo para ele. – E você?

- Nervoso – murmurou. – Primeira missão.

- Acho que tudo vai dar certo – eu disse com uma convicção que eu nunca tinha percebido que havia em mim.

- Que os deuses te ouçam – ele murmurou em resposta enquanto segurava a minha mão. Era incrível a capacidade que ele tinha de me acalmar com apenas um toque de mãos. Mas por mais que eu não quisesse minha cabeça sempre parava em um moreno, e o que ele acharia se me visse de mãos dadas com o Todd, um sorriso brincou em meus lábios enquanto afastava tais pensamentos e me concentrava no que o Quíron falava.

- ... e então é isso, boa sorte – o Quíron terminou, eu não acredito que perdi toda a explicação!

- Você não escutou nada, não foi? – o Todd falou rindo.

- Uhum... – murmurei corando.

- Já posso imaginar até o motivo – ele falou enquanto descíamos a colina. – Ele só disse que o local ainda era desconhecido, mas que o objeto é um medalhão.

- Vocês sabiam que parecem um casal de mãos dadas e tudo? – Rebecca falou, eu até me surpreendi com ela sorrindo desse jeito. Nós rimos.

- Mas é verdade – a Nathale chegou de intrometida como sempre segurando a mão do Peter. Eu revirei meus olhos.

- Olha que quem cala consente – a Rebecca falou.

- Espera aí, Becca, você sabe muito bem que não tem casal nenhum aqui, tirando esses dois aqui – ele indicou com a cabeça a Nath e o Pete – e o Percabeth ali.

- Percabeth? – indaguei rindo.

- É o apelido que a gente colocou neles – a Rebecca falou. – Mas não comenta.

- Okay.

O Percy e a Annie realmente eram o Percabeth, eles estavam indo meio que brincando enquanto desciam a colina, era algo até engraçado de observar. O Percy empurrava a Annie com o braço, e ela revidava, até que parece que o negocio ficou serio e eles começaram a revidar com mais força. Então a Annie conseguiu derrubar o Percy, nós rimos da comemoração dela, ele esticou a perna e ela tropeçou caindo por cima dele, dando um selinho que logo fora transformando-se em um beijo. Eu tenho que admitir que eles realmente ficavam lindos juntos. As filhas de Ares vinham mais atrás conversando sobre algo, como se não quisessem serem interrompidas.

- Eve! – o Mackenzie chamou.

- Oi – respondi quando ele chegou próximo a onde estávamos, junto com a Luce ao seu encalce.

- Eu acho que já sei onde está esse colar – ele falou fazendo todos pararmos. – A Nathale havia dito que a iluminação do local era um tanto ruim, e as cores eram azul profundo, e havia uma letra. Isso só pode ser na Londres bruxa – ele falou. – Mas precisamente no...

- ...Ministério da Magia – o Peter falou com o olhar vago. – Eu acho que sei qual é essa sala, meu pai já me levou lá quando eu não tinha menos do que três anos, foi pouco antes de eu conhecer a Eve.

            - GALERA, TODO MUNDO AQUI! – eu gritei chamando todos, que em cerca de segundos agruparam-se para escutar o que o Peter tinha a dizer.

- Pelo o que o Mackenzie disse, tudo indica ser no Ministério da Magia – o Peter começou. – Tem uma corredor redondo no terceiro andar, na seção dos Aurores, onde dá passagem para uma sala que tem exatamente essas portas em círculos, eu... Agora, sim tudo faz sentido – ele olhou para mim.

- Eu acho que já vi – falei atraindo a atenção de todos. – Mas é difícil passar por lá, já que é cheio de Aurores.

- Mas não há um modo de nós passarmos? – a Annie perguntou. – Deve haver.

- Eu acho que com a ajuda da Eve já basta – a Nathale falou.

- O quê? – perguntei.

- Olha, você não é afilhada do Auror Weasley? – ela perguntou eu assenti. – Então?

- A madrinha Hermione vive dizendo que é fácil enganar ele – eu falei sorrindo me lembrando disso.

- Pronto – ela falou.

- Mas vocês não estão contando com uma pessoa – o Peter falou pensativo.

- Quem? – o Mackenzie perguntou.

- Harry Potter, o Homem-que-sobreviveu – ele respondeu.

- Quem é esse “Homem-que-sobreviveu”? – a Annie perguntou.

- Ele foi o único ser sobrevivente a uma maldição da morte, Annie, mas depois eu te empresto meu livro de História bruxa: “Os principais bruxos do mundo: de Merlin a Harry Potter” – eu falei e ela sorriu feliz.

- Eu acho melhor nós partirmos, afinal, em breve aqui devera estar cheios de monstros – a Rebecca falou.

- Mas para que lugar de Londres nós vamos? – o Percy perguntou, os outros confirmaram com perguntas de “É mesmo, para onde?”

- Para minha casa – eu falei.

- Eve, isso não é hora de ir visitar a sua mãe - o Percy falou, a Annabeth deu um tapa em sua cabeça. – Ai Annie!

- Para de ser lento, Cabeça-de-Alga! – resmungou. – Se a Eve esta viva até hoje é porque tinha algum tipo de proteção naquela casa, certo?

- Sim – eu respondi. – Minha mãe certa vez me disse que ela havia posto feitiços anti-ladrões, mas eu nunca compreendi o porque de feitiços e seguranças, até que tudo fez sentindo, os feitiços não era contra ladrões, eram contra monstros - Todos estavam estupefatos com aquilo.

- Então, sua mãe não achará nenhum problema de irmos todos para lá? – o Percy perguntou.

- Não, acho que ela até iria gostar, afinal, aquela casa é muito vazia – eu disse me lembrando de cada cômodo e do silencio incomodo daquela casa. – Acho que as aulas de aparatação serviram para algo.

- Clarisse e Natasha, vocês segurem no braço do Mackenzie – eu disse.

- O quê? – as duas berraram.

- Nos vamos aparatar, é o método mais rápido e fácil – Mackenzie disse. Elas foram à contra gosto.

- Nathale, você vai com a Luce – elas soltaram gritinhos de entusiasmos fazendo todos ali revirarem os olhos.

- Peter, você vai com o Percy e a Annie – eles logo se posicionaram.

- E então ficamos nós três – eu disse para Todd e Rebecca que assentiram. – Então no três. Um... dois.... três.

Um estampido ensurdecedor fora escutado e logo todos desapareceram, sendo puxados por uma espécie de corda presa aos seus umbigos e tudo tivera ficado escuro.