Minha cabeça latejava de dor e meus olhos estavam tão pesados que eu mal os conseguia abrir. Olhei ao lado, meus olhos estavam tão embaçados, eu não tinha certeza, mas, parecia que Justin dormia ao meu lado.

- Justin? – eu disse coçando os olhos. – Justin? O que ta fazendo aqui?

O mesmo logo acordou e deu um pulo da cama. Ele me fitava um pouco assustado eu fazia o mesmo.

- O que aconteceu? – o empurrei. – A ultima coisa que me lembro foi... Que você é um canalha!

Comecei a empurrá-lo até ele cair no chão. Eu me lembrava de pouca coisa, acho que fiquei tão nervosa que acabei, sei lá, bebendo um pouquinho. Ou muito.

- Olha, você se alterou um pouquinho ontem e eu te ajudei... Simples. – ele disse se levantando.

- Não se aproveitou de mim?

- Não... Claro que não.

- Não senti firmeza... Então, o que você tava fazendo na minha cama? – eu disse dando um grito.

- Eu já disse que ajudei... Entende? Eu te trouxe até aqui e dormi oxi.

- IDIOTA! – eu disse lhe dando alguns tapas. – Além de nem me contar que tinha namorada, você se aproveita de mim?

- Poxa, não! Não é nada disso! – ele disse rindo um pouco.

- Você acha que vou acreditar?

- Bom, você tava muito mal ontem, e acredite... Você até queria me espancar... E você ficou com o Chaz não comigo.

- Se fosse assim, era pro Chaz esta aqui e não você!

- Olha, porque você não toma um suco de maracujá?

- Sai daqui seu idiota irmão mentiroso. – o empurrei até em frente à porta.

Revirei os olhos e me dirigi logo pro meu banheiro. Me olhei no espelho e meu estado tava totalmente horrível. Olheiras, olho todo preto, cabelo bagunçado... Meu deus, eu devo ter me drogado ontem, porque né. Bom, enfim, enchi a banheira para eu relaxar um pouco. Eu ainda tava um pouco triste pelo que aconteceu ontem.

Logo tirei minha roupa e entrei na banheira. Fechei os olhos pra pensar um pouco. Foi bem estranho, eu acordar e ver Justin no meu quarto. Qual é, era estranho... A única coisa que eu conseguia me lembrar era de eu estar revoltada ontem, ter descido novamente até a festa e ter começado a beber. Só. Eu estava de cabeça quente, eu não devia ter feito nada disso. Isso tudo é uma droga. Não acredito que eu fui tão idiota por confiar no Justin. Mas, eu não vou chorar mais, não mesmo. Já chorei tanto na minha vida, que eu acho que preciso de uma folga, preciso pensar mais, agir mais e não chorar. Já basta minha mãe biológica ter me deixado... Ter sido adotada foi incrível, e um milagre também. Tantos dizem que é difícil ser adotada com 16 anos. Mas, acho que eles estavam errados. E eu sempre to estragando tudo, era pra sermos só irmãos, mas, não, a idiota aqui teve que ter um sentimento a mais. Droga.

Depois de ficar praticamente 20 minutos ali, resolvi sair. Fiz um coque e me enrolei na toalha. Seria um longo dia, Pattie chegaria à noite talvez, e tínhamos que arrumar a casa. Eu acho.

- Bieber, o que você ainda ta fazendo no meu quarto? – praticamente gritei quando sai do banheiro e o vi ali sentado na minha cama.

- Hã... Foi mal. – ele mordia o lábio inferior.

- Ficou me esperando aqui pra me ver de toalha? – eu ri um pouco.

- Não... Bom... Mais ou menos.

- Como é que é? – franzi a testa. – Agora, sai.

- Espera, eu quero explicar uma coisa.

- Não pode explicar depois que eu me trocar?

- Não. – ele riu.

- Tudo bem, fala logo.

- É sobre a Selena.

- Eu não quero falar sobre ela, agora sai e que vocês sejam felizes pra sempre. – eu disse puxando a sua mão. Mas, eu não sou forte o bastante, ele continuou ali sentado.

- Eu, só queria dizer que...

- Você sente muito? Ótimo, bem legal, agora, sai do meu quarto e me deixa em paz, por favor? – eu disse apontando pra porta.

(Amy, você ainda ta de toalha, hellou.)

O garoto se levantou, foi um pouco de cabeça baixa até a porta. Eu me segurava para não chorar, e eu odiava ter que ficar longe dele, mas, eu prefiro assim.

- Não, Amy. – ele se virou pra mim dando alguns passos em minha direção. – Eu não quero dizer que sinto muito.

Revirei os olhos e cruzei os braços. Isso só pode ser brincadeira.

- Quer dizer o que então? Que eu mereci isso? – sorri irônica.

- Cansei de ser tão covarde.

- Fazer o que.

- Eu gosto de você, Amy. – ele riu.

- Eu também gosto de você, aliás, somos irmãos, é obrigatório. – ergui os ombros.

- Não... Não assim. – ele me fitava. – Eu gosto do jeito que você diz não saber das coisas, gosto do jeito que você sorri, gosto da sua voz e do seu jeito meigo.

- Eu... Eu...

- Ok, não precisa dizer nada. – ele sorriu de lado. – Acho que você não sente o mesmo certo?

- Não. – fitei o chão. Eu menti.

É que, eu não queria me iludir, não queria ser idiota novamente eu não queria que ele me usasse. O fitei e ele estava em minha frente, sorrindo fraco. Ele era mesmo um idiota. Depois de eu ter ficado chorando por ele ontem e ter tido minha crise de ciúmes, ele conseguiu acreditar que eu não sentia o mesmo? Fazer o que.

Senti ele segurar minha cintura e me abraçar. Fiquei o fitando, enquanto ele aproximava mais o seu rosto do meu. Eu podia sentir a sua respiração, podia quase sentir seus lábios.

- Bom, eu... Tenho que me trocar. – me afastei, dando um passo pra trás. – Ainda estou de toalha.

Eu ri um pouco.

- Claro.

Acenei, enquanto ele se dirigia até a porta e sai dali. Amy, você é uma idiota.

Caminhei até meu closet para procurar uma roupa. Coloquei uma roupa simples. Um short e uma blusa básica, bem comum. Logo depois, me joguei em minha cama. Eu tenho que ser forte, só isso. E preciso ir naquele lugar chamado shopping, ou algo assim. Pattie disse que é um ótimo lugar pra distrair.

- Amy? – ouvi a porta se abrir.

- Oi? – me levantei rapidamente. Justin estava ali de novo.

- Chris está ai, não quer falar com ele?

- Ah, sim... E a Caitlin?

- Ela não ta... Chris ta ai com uma garota, mas, não é a Cait.

- Ok, já vou lá.

Justin sorriu e logo saiu dali. Eu me levantei com dificuldade. Seria um longo dia, pois é. Desci as escadas rapidamente e logo avistei Chris que estava na sala, com uma garota desconhecida.

- Oi, gente. – sorri

- Oi, Amy. – Chris sorriu. – Essa é uma amiga, a Luciana, ela se mudou a algum tempo pra cá.

- Oi, Lu. – sorri e acenei. – Prazer.

- Oi... Amy, certo? – ela sorriu.

Ela parecia ser uma menina legal. Quem sabe eu não poderia ter uma amiga finalmente? É, quem sabe, Amy. Então, nos sentamos no sofá e conversamos um pouco. Justin estava meio calado, até demais. Conversamos tanto, por uma hora talvez, até Chris dizer que tinha que ir embora e Luciana ia com ele. Combinamos de sair mais tarde, ir ao cinema talvez. Eu precisava sair, mesmo. Precisava me distrair. Chris era um bom amigo, e sei que a garota também seria. Os acompanhei até a porta e me despedi.

- Bom, agora que eles já foram, precisamos conversar. – Justin estava na minha frente de braços cruzados.

- Não precisamos não. – franzi a testa. – Já conversamos.

- Qual é, Amy... Eu praticamente me “abro” pra você falo sobre os meus sentimentos, o que é bem estranho e você não diz nada?

- To cansada de ser iludida, ok?

Revirei os olhos e me dirigi até as escadas. Senti Justin segurar o meu braço de novo.

- Espera.

- Não. – tentei me soltar.

- Eu não quero mais ficar longe de você. – ele sussurrou, me encostando na parede de forma um tanto delicada e dando alguns beijinhos em meu pescoço.

O empurrei. Eu estava sendo um pouco fria agora. Eu sei.

- Trágico. – ergui a sobrancelha.

Sai correndo dali e fui pro meu quarto. Amy, você é a garota mais idiota que eu conheço na vida.