Nossos Filhos escrita por Suellen-san


Capítulo 4
Kamus e Miro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e desculpa a demora.



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Carteira, chaves, dinheiro, presente e... Passeou os olhos pelo cômodo e só faltava uma coisa, ou melhor, uma pessoa. Foi para o quarto e o viu de costas terminando de se vestir, aproximou-se e o abraçou por trás percebendo que o amante já o tinha visto pelo reflexo do espelho.

- Tentando me pegar desprevenido? – Falou o aquariano.

- Não, Ka.

- Então?

- Só aproveitando esse momento de calma.

- Sei. – Estreitou os olhos e viu o largo sorriso do amante. – Você nunca me enganou, Mi. Você está louco para ver a casa animada.

- Lógico. E vamos logo antes que alguém a levem...

- Primeiro vista um casaco. E segundo se somos os novos pais dela porque alguém iria levá-la?

- Ela é fofa.

Sorriu o aquariano e viu o amante pegar dois casacos. Estranhou, mas lembrou-se de um fato que ocorreu há alguns dias e não questionou Miro. Saíram do apartamento que estavam vivendo a um ano em Paris por causa da adoção.

Cumprimentara um casal de idosos que entrou no elevador. Kamus ouviu o mesmo comentário de todas as vezes que via os aposentados. “Coitado! Ele está usando o pobre rapaz estrangeiro como naqueles filmes norte-americano em que o imigrante é morto depois de transferir os bens.”

Miro concordou com a Senhora e o marido sorriu, sabia que a esposa estava ficando velha e falava asneira. O escorpiano só para colocar mais lenha na fogueira completando: “É melhor chamar os policiais.” Assim que se despediu do casal, Kamus antes de seguir caminho para carro, deu um beliscão no amante que riu como nunca.

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O orfanato mais parecia uma igreja com vidrais colorido na fachada. O casal adentrou e em pouco tempo conversavam com os responsáveis. Porém a raiva apoderou se do aquariano tanto que se levantou e bateu com as palmas da mão na mesa.

- Como assim ela não pode ser adotada? – A mulher o olhou incrédulo, um rapaz calmo se mostrando rude. – Passamos um ano requerendo dúzias de papéis e você me diz hoje quando viemos buscá-la que ela não pode ser adotada. Então porque nos deixaram criar vínculos...?

- Ka... – Miro resolveu intervier ao ver o copo ao lado da mão do amante começar a congelar.

- Vocês são desumanos...

- Kamus! – O aquariano o olhou. – Escute-a primeiro.

- Perdão! – Falou com um fio de voz a mulher. – Houve um problema que só soubemos hoje...

- E por acaso qual seria esse problema? – Tentou se acalmar o aquariano.

- Ela tem um irmão.

- Então o levaremos também...

- Mas Senhor... Ele vai completar ano amanhã...

- Faremos uma festa.

- O Senhor não entendeu. O irmão dela vai completa a idade que não pode mais ficar no orfanato. E ele tem direitos sobre a irmã...

- Acho que é a Senhora que não esta entendendo. – A mulher não estava gostando daquela afronte do aquariano. – Ele será maior de idade amanhã e responderá pelos seus atos. Mas onde ele ira viver?  Como ele ira sustentar a irmã? Vai deixá-los na rua? Ou a Senhora mexe seus pauzinhos ou eu mexo os meus.

Miro ficou calado enquanto via a cena compreendendo o aquariano. A mulher pediu um tempo e os dois foram ao pátio onde meninos e meninas brincavam em meio à neve. Em meio às crianças uma se destacava com os cabelos vermelhos sem um gorro.

- Vick! – Chamou o escorpiano.

A menina deixou tudo de lado e correu abraçando o escorpiano que caiu sentando no chão. O sorriso cativante, a pele clara com a neve, os olhos verdes vivos como a grama na primavera. Kamus deu o embrulho que logo a menina tratou de rasgar e viu um gorro rosa.

- Agora sim está completo. – Falou Miro ao colocar o gorro que combinava com as luvas. – E o meu beijo.

Ela beijou a bochecha dele, Kamus os olhou indo brincar com as outras crianças. Sabia que a pequena Vittoria passou por um trauma. A menina de três anos não falava desde que viu seus os pais serem mortos na sua frente. Também não dirigia a palavra ao aquariano mesmo sabendo que ele sempre estava por perto. Conseguia alguns beijos e abraços, mas ficava feliz ao vê-los juntos e felizes.

Kamus notou que era observado por um menino, ou melhor, um adolescente pela janela. Viu-o observando o escorpiano e Vittoria. Não tinha como negar a semelhança entre o garoto e a menina. Ambos tinham a mesma aparência física só que os cabelos dele são curtos e arrepiados e ela os cabelos passaram um pouco dos ombros.

- Mi! – O escorpiano o olhou. – Vamos?

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Entraram em outra sala onde o adolescente os encarava com ódio. A menina ficou do lado de fora com a psicóloga que ia dar explicações caso a adoção na saísse.

- Esses são Kamus e Miro, os novos pais da sua irmã... – Tentou falar a responsável, mas foi cortada pelo jovem.

- Eles são gays. – Todos ficaram olhando o garoto. – Qual o problema? Eles são veados.

- Olha aqui seu projeto de gente. – Miro perdeu a compostura além da paciência. Nunca gostou de ser chamado de nome pejorativo. – Você não ia gosta se eu começasse a chamá-lo de...

- Podemos conversa a sós. – Kamus interrompeu o amante antes que enfiasse uma agulha no jovem. – Por favor.

Assim que se virão sozinhos os cavaleiros olharam o adolescente, talvez por saber que ele desejasse proteger a irmã... Qualquer pessoa sensata desejaria ficar perto da pessoa que ama, principalmente se essa pessoa fosse um membro da sua família.

- Sente-se. – Pediu Kamus.

O garoto o fez e os dois cavaleiros fizeram o mesmo sentando de frente para ele. Kamus olhou, mas foi Miro que começou.

- Somos gregos, ou melhor, eu sou grego e meu companheiro é francês...

- Então ela vai para Grécia? – O jovem interrompeu o escorpiano.

- Bem vamos ficar aqui por um mês e depois voltamos para a Grécia. Nós dois temos trabalho por lá.

- Por acaso vocês são de alguma máfia que levam crianças para exploração...

- Eu vou matar esse moleque. – Miro falou em grego olhando o amante. – Deixa eu enfiar um agulha nele. Podemos até dizer que ele se envenenou por ódio.

Kamus riu e o garoto não gosto do olhar do grego sobre si nem da conversa que eles estavam tendo. O aquariano pegou um copo com água que estava em cima de um cômodo perto de onde se sentaram.

- Meu companheiro me deu uma ideia. – Falou o aquariano. - Vou lhe contar algo que não deveria dizer, mas o que esta em jogo aqui não é só a felicidade da sua irmã. Mas a sua também e nós dois podemos ajudar.

- O que vamos lhe contar deve ser guardado com a sua vida. – Falou Miro. – Então se prepare. Atena...

Miro começou a contar sobre a Deusa Atena e quando não achava as palavras certas, Kamus tomava a palavra. Relataram inúmeros fatos até a Guerra Santa que participaram ao final do relato os dois olharam o menino.

- Ou vocês são drogados ou estão ficando gaga muito rápido.

- Sabia que ele ia duvidar. – Falou o escorpiano.

- Bem temos como provar. – Kamus colocou o copo na mão do garoto que o olhou intrigado. – Apenas observe.

O ambiente começou a ficar frio e a água antes líquida começou a congelar. A expressão do adolescente era hilária, Miro até tirou uma foto com o celular.

- Eu...

- Só venha conosco. – Falou o escorpiano seriamente ao jovem a sua frente.

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Alguns meses depois...

Victor chegou a casa e olhou a cena bizarra na sala de estar. De um lado Miro com uma roupa verde, usava uma camisa com capuz que tinha dois olhos desenhados com cartolina. Do outro lado Kamus vestido de azul com uma saia improvisada a partir de uma toalha, olhava o amante e perto deles Vittoria sentada no chão olhando ambos.

- Vai pai. – Falou a voz infantil.

Kamus olhou a si e depois o amante. Aquilo estava ficando ridículo.

- Pai?

- Ka? – Os dois se encararam. – A princesa tem que beijar o sapo. – Falou o escorpiano.

- Mi... – Falou o aquariano. - Eu acho...

- Pai?

Voltou-se para a menina que começou a ficar com os olhos cheios de água. Kamus deu por vencido e beijou Miro. Ele tomou um susto tão grande quando o escorpiano tirou o capuz e o pegou nos braços gritando pelo cômodo.

- ENCONTREI A MINHA PRINCESA.

Enquanto o aquariano gritava aos ventos que queria ser colocado no chão e o escorpiano nem ligava. Vittoria sorria e batia palmas pela cena. Seu irmão ficou vendo os três se divertido e soube que fez uma boa escolha em aceitar ser filho daqueles dois. Ficou tão distraído que não percebeu aproximação de Miro.

- Montinho!- Miro falou.

- NÃO!

- Pega ele!

Os três correram atrás do adolescente. Vitor deixou de ser adulto para ser adolescente já que desde a morte dos seus pais resolveu assumir as responsabilidades da vida como um adulto deixando de viver uma etapa da vida.

Vittoria aprendeu que não podia ter seus pais de volta, mas aonde quer que eles estejam lhe mandaram pais maravilhosos mesmo que eles sejam um pouco diferentes dos tradicionais. Com o tempo voltava à vida e vencia cada etapa do seu trauma. Era difícil, mas com amor de uma família especial sua vida mudaria para sempre.


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Notas finais do capítulo

A última parte foi inspirada no filme “A princesa e o sapo”. Sei que parece loucura mais tenho certo fascínio pelos filmes animados desde o dia que acreditem assisti “Pokémon- O filme” no cinema. Certo que nos três estávamos sem grana, mas também me deem um desconto vê dois filmes por um real vale a pena. Certo que o segundo era para maiores.

O nome da menina ia ser Victoria que ficaria melhor com Vick, mas depois de ler “Anjos e Demônios.”. Fiquei encantada com o nome. Eu sou péssima em nome e apelido. Acho que o meu marido, caso um dia eu me case, ele vai dar o nome aos nossos filhos.